[The Pursuit of Happyness] – Route 114 –

Era meio complicado imaginar que a loira realmente não tinha ideia alguma do que o tal sonho pudesse ser. Será que em situação nenhuma ela se lembrava de conversar com o pai sobre? Poderia ser um pokémon ou algo do tipo... Uma water stone? Possível.

- Eu prefiro ir com você.

Qual seria a graça de ajudar sem este presente no desfecho? Ora bolas!

De toda maneira que tentasse olhar, já valia a pena ter acatado permanecer em auxílio da loira só pelas pequenas conquistas feitas até o momento. A caça ao tesouro em si, uma captura, um pequeno treinamento para seus pequeninos, um mergulho com equipamentos bons e, agora, uma bela vista enquanto o pokémon água viva subia que nem um elevadorzinho até o topo da cachoeira. Os dedos roçaram de leve e superficialmente na água enquanto subiam, entretanto, aquietou-se. Até preferiu retornar sua pequena Marill antes de se apoiarem no pokémon gelatinoso, para que não faltasse espaço ou algo do tipo.

Ela ficou em silêncio - apenas acompanhou a loira, visto que não tinha a mínima ideia do que fazer a seguir. Ergueu levemente uma das sobrancelhas quando a mulher começou a chocar pedra com pedra, entretanto, qual não foi sua surpresa quando dali acabou saindo uma caixinha? Olha, pode ter certeza: Ali seria definitivamente o último dos últimos lugares que sonharia em procurar alguma coisa de valor. Podia até não conhecer o pai de Caroline... Mas podia afirmar com bastante veemência que ele sabia bem como esconder um tesouro.

Pendeu de leve a cabeça para o lado quando a carta saiu da caixa - pelo amor dos céus, que fosse uma carta e não mais uma pista pra outro lugar, ou então ela faria questão de se jogar dali de cima - e a observou enquanto os olhos alheios corriam pelo papel e se umedeciam. Particularmente, não achava muito legal tentar adivinhar o que seria e nem era exatamente de sua conta, então não questionou-lhe em relação ao conteúdo... Entretanto, estranhou quando a aventura "se encerrou". Mas... Ué? Era só aq-...

Deixa pra lá.

Acredite, ficou sem saber como reagir por alguns segundos, tentando processar a afirmação completa. Encarou os CD's, a caixa, a garota, o papel, piscou algumas vezes, encolheu os ombros...

- Você ganhou..... um............ submarino.............? Oi? - Descrente, quase sem entender. Tá. Pelo visto, eles também deviam ser ricos. Quem compra um submarino de presente?! Ou estava enganada? QUAL QUE É O PREÇO DE UM SUBMARINO??????????????

Devia valer alguns corpos inteiros no mercado negro, cara!

- A-Ahn... Não vai ter problema? - Encolheu de leve os ombros - Se não, eu prefiro realmente investir em ataque. - Eis sua resposta. Fitou-a por breves momentos... - Você não tem medo de se aprofundar no... Sei lá, no oceano ou algo assim? Achar algo que não queira ver? - Uma curiosidade sincera. Quer dizer... Não deviam ter bichos pelo menos um pouco assustadores por lá?

Ela não teria coragem, uf.

- Pode apostar que eu dispenso outro mergulho por agora. - Um sorriso de canto veio como resposta e a garota apressou-se para subir também naquele projeto de água viva. Ela refletiu em silêncio sobre suas palavras logo após guardar o disco e agradecê-la pelo presente... Mas encolheu de leve os ombros. Quer dizer, não teria como negar aquelas afirmações... Entretanto, ainda era um pouquinho confuso para si. Às vezes, os sonhos alheios são as coisas mais intrigantes possíveis para uma pessoa, não?

As pontas dos dedos roçaram de leve na superfície do pokémon azulado, numa carícia bem sutil. Qual era a exata diferença da Terra pro Mar? E olha, não vale falar que é a água, hein? Digo, existem bichos estranhos em todos os lados... E, para algumas pessoas, estes mesmos "estranhos" podem ser fofos ou mesmo a coisa mais linda do mundo. As opiniões se contrastam bastante de pessoa para pessoa... E generalizar é tolice.

Mas...

- Você nunca encontrou nada na água que já te deu muito medo? Ou alguma vez já perdeu a vontade de continuar por algum motivo?

off:

A resposta não foi tão diferente assim de sua própria linha de pensamentos, afinal. O fato era que não tinha como ser, de qualquer maneira. Eram duas paixões similares - o que as separava era apenas uma barreira respiratória, praticamente.

Daquela vez com muito mais calma que antes, puderam chegar à moradia amadeirada. A garota ocupou-se principalmente em ajeitar suas coisas - verificando setenta vezes se não tinha esquecido nada - e ouviu as palavras da loira atentamente. Ela sorriu de canto e balançou de leve a cabeça, sentindo algumas madeixas acompanharem a movimentação.

- Eu fico agradecida por isso, mas também não acho que vou voltar aqui por agora. Espero que você tenha sorte lá embaixo, Carol. - Uma piscadela - Vê se manda notícias, hein? - Um pedido sutil, mas feito. Ela também sabia que não poderia esperar outra noite naquela rota (ou acabaria meio triste demais e)... Então, era bom que se apressasse caso desejasse ir para algum local ainda. Só não sabia direito para qual, huh... - Ahn, eu acho melhor ir indo agora. Foi um prazer te conhecer, viu?

Despedidas feitas, aguardo de respostas...
Uma caça ao tesouro com final feliz, yay!

E agora, era só se mandar pra cidade... De novo.