Cap. 9 Segue-se para o Sul!

Rota 124

Tey tentou sentar, mas sentiu a cabeça girar. A dor no ombro esquerdo era imensurável. Ele não conseguiria caminhar por mais que precisasse chegar ao próximo centro Pokémon. Buneary pediu para que ele não forçasse e Vullaby tentava voltar para a esfera, sem sucesso. Ela devia estar mais exausta que o guri pela derrota no cemitério. Buneary fez as honras e chamou a Pokémon Voadora de volta. Karlov tentava ficar de pé de novo. Buneary foi ajudar no lado bom. As pernas do coordenador cederam. Ele olhou para o céu que já estava querendo escurecer. Então ouviu uma voz.

- Ei! Você está bem? - uma garota loira corria descalça na direção do menino.

Seus olhos eram um azul cinzento e os cabelos tão loiros quanto trigo. Usava um vestido azul claro. Ela chegou perto e viu o quão estranho estava o braço do rapaz. Tentando não fazer uma careta de espanto, a menina ajoelhou e fazia um pedido:

- Não se mexa. Vou levar você pra minha casa. Lilycove está muito longe e sei de alguém que pode ajudar. Só tente relaxar.

Sua voz era doce tentando transparecer o tom preocupado com o calmo. Logo um par de asas brancas pairava como um anjo e ficava parado na altura do chão para que colocassem o garoto encima dele.

- Qual seu nome? Acha que consegue ir até o Swanna? Buneary, você pode ajudar?

Rota 124

O rapaz meio que suplicou pela ajuda da menina. A dupla de anjos de guarda fizeram o possível para que o menino não precisasse se mover tanto. Ele dizia algumas coisas, mas só quando estava devidamente sobre o Voador que a guria respondia.

- Sou Marnie. - ela disse olhando para o Swanna e pegando Buneary no colo - Leve-o para casa. Irei caminhando logo atrás!

O pássaro entendeu e bateu as asas num voo suave. Sua plumagem branco de cisne era tão macia que faziam aqueles amontoados de travesseiros parecerem feitos de esponja. Tey não soube distinguir por quanto tempo ficou flutuando e não sentiu o pouso da ave, podendo julgá-lo como perfeito.

Ao que parecia Marnie ainda não tinha chegado, mas Swanna se sentou no chão do espaço e se fez de poltrona. Karlov meio que sentou e conseguiu olhar para o que deveria ser as costas de uma casa. Era linda e tinha um quarto que se destacava pela altura. De lá deveria ser possível ver boa parte da rota, visto que eles estavam numa colina.

Com passos leves, porém apressados, a menina chegava. Ela parou ao lado de Tey ofegante e largou a Normal. Quando pegou fôlego adentrou na casa e ficou por lá durante algum tempo.

Rota 124

Então de dentro da casa a guria voltou com um outro Pokémon. Desta vez uma versão mais próxima de um humano. Marnie parou um pouco atrás e dizia ao ser:

- Kirlia, por favor nos ajude com Heal Pulse!

Sem precisa dizer mais nada a Pokémon bailarina foi até Karlov com pouca vergonha. Ficou a centímetro de tocar no ferimento e começou a brilhar quando fechou os olhos. O brilho intenso era diferente de um Flash. Era mágico. Dava uma sensação calorosa a todos os presentes. Swanna ficou mais confortável mesmo tendo alguém pesado em suas costas. Buneary parecia menos preocupada e mais viva em saúde. Quanto à Marnie, a menina permanecia distante com as mãos no peito observando tudo com apreensão.

Ao final, Kirlia se afastava e ficava perto da loira. Então Tey tentou se mexer. Não tinha mais problemas para levantar. Ele tinha sido curado.

Rota 124

O rapaz parecia maravilhado e enormemente grato pela ajuda de Marnie. A menina tinha sido um verdadeiro anjo na vida dele. Se não fosse por ela, só Arceus podia prever o que aconteceria com o viajante e seus Pokémon. Ao oferecer dinheiro, a menina ficou rubra e negou com a cabeça.

- E-eu não preciso disso. Tenho tudo que preciso, menos... - ela abaixou a cabeça meia tristonha e viu o rapaz se apressando para ir embora.

Swanna se emprumava no muro de entrada da casa e ficava de olho. Kirlia ainda estava atrás da menina, mas olhava para cima com dó da menina. Tey já estava dando as costas quando ela terminou:

- ... amigos.

Rota 124

Bem como Karlov desejava, caminhava pela rota seguindo na direção de Lilycove. Ele já via a cidade e não demoraria muito para chegar. O cansaço de todo aquele dia consumia os que estavam ali presentes. Uma boa noite de descanso era tudo que precisavam.