Pokémon Mythology RPG
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O Anão de Argila

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[justify]Esperei pacientemente pelo comando ser realizado, porém não foi o que ocorreu, exatamente. Aqueles bandidos riram da minha cara e a mulher ousou dizer que eu não merecia ser o treinador do Golett. Sem dar resposta, o homem me apontou a besta. Pensei que estaria perdido ao ver aquela flecha ir em minha direção, porém fui salvo por alguém.

-Golett!

A pequena criatura de argila entrava na frente e me impedia de ser atacado ao utilizar seu "escudo". O ataque do caçador se repetia, porém dessa vez destruiu a defesa de meu parceiro.

-Acho que podemos ver o quanto ele me abandonou, não é mesmo?

Rapidamente, ele cria uma esfera de energia negra que era lançada contra o inimigo, porém o Frillish fazia o mesmo e os golpes se chocavam. Azar o nosso que vimos Golett perder e acabar sendo arremessado em cima de mim e levando-me ao chão. Por sorte ainda estava consciente, porém não muito. O brilho vermelho ainda estava vivo atrás da dupla. Pensava no que seria aquilo.

-Se aquela coisa estiver com eles, então estamos perdidos. Mas e se não for isso? Talvez possa nos ajudar... mas como?

Sem certeza não poderia fazer nada mais do que a situação me permitia. Levantei-me ajudando Golett a fazer o mesmo. Sabia que numa batalha seria impossível a vitória, mais um ataque e já era... agachei e sussurrei ao pokémon.

-A única maneira de passar por isso é recuperando nossos parceiros. Mire seu Shadow Ball em Frillish, mas mude o alvo para o homem. Vou aproveitar a distração e tentar avançar contra eles e recuperar a mochila. Se alguma coisa acontecer comigo, corra e busque ajuda para Flora. Conto com você para isso.

Uma atitude repleta de consequências. Tinha consciência disso.[/justify?]

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Tyrant se erguia após o tombo e ajudava também a seu parceiro. Por um momento, Golett permitiu que ele o ajudasse, mas logo em seguida, começou a movimentar seus braços, como se pedisse para que ele o deixasse, que ele faria isso sozinho. E assim ele o fez, se colocando em pé, com uma leve dificuldade, mas o fez por si só. Era da própria personalidade do monstrinho, e isso dificilmente seria alterado, mas ao final, virou levemente seu corpo para seu treinador, como se estivesse esperando pelo seu comando, queria ajudá-lo, ajudar Flora, e a melhor forma para que isso ocorresse seria trabalhando em conjunto com Tyrant.

O brilho avermelhado atrás dos bandidos continuava a brilhar intensamente, de forma que Tyrant começava a se perguntar o que seria aquilo, se estava do lado dos bandidos, ou do seu, temendo que fosse um aliado dos bandidos. Bolando um rápido plano, com o restante de energia que restava de Golett, um plano que se ocorresse errado, poderia acarretar sérias consequências. E logo era hora de botar o plano em prática...

Golett logo foi envolvido por uma aura negra, que aos poucos foi se materializando em uma esfera sombria, em riste a Frillish, como se o real alvo fosse o monstrinho. - Prepare-se para contra-atacar, Frillish! - Disse o homem para seu monstro marinho, que logo começava a emitir a mesma aura que Golett. Mas, Golett, num último momento, desviou sua mira e focou no sequestrador, disparando-a. Frillish havia sido enganado, de forma que para proteger seu mestre, interrompeu imediatamente o seu movimento e se pôs diante de seu parceiro, recebendo todo o impacto que viera do movimento de Golett.

Aproveitando a distração, Tyrant começou a correr pela caverna. Seu foco era na verdade a sua mochila, que estava jogada no canto da mesma. A mulher de cabelos curtos que acompanhara o ladrão, demorou um pouco para notar o plano do jovem, e quando o notou, correu imediatamente até a mochila. Tyrant poderia até ser mais rápido que a moça, mas, por estar mais longe, quando estava prestes a pegar a mochila, a mulher já havia a pego e corrido para perto de seu parceiro, que agora estava caído sobre o chão, com o corpo de Frillish sobre ele.

O plano de Tyrant não havia corrido como o esperado. Mas, pelo menos algum dano fora causado a Frillish. O brilho avermelhado continuava a brilhar, e pela posição atual de Ty, ele podia observar melhor a fonte do brilho. Havia uma espécie de mesa de pedra ali, uma formação rochosa cujo pico era plano. E o brilho parecia vir de algo preso a ele, em seu topo. Porém, foi aqui que o jovem viu seu plano parecer desabar. Ao contrário do ordenado, Golett não havia se retirado dali, nem carregado Flora para fora. Não poderia deixar Tyrant ali. Sem ajuda alguma... Os riscos seriam muito altos. Tyrant já havia o salvo uma vez, no passado, de forma que ainda se sentia em dívida com ele. Era hora de retribuir.

Sendo assim, o monstrinho correu para o encontro dos bandidos, com sua mão sendo envolta por uma aura negra, o seu Shadow Punch. Mas bem a tempo, o homem conseguiu fazer com que seu monstro marinho se levantasse, e com um empurrão, o fez ir até Golett, fazendo o uso de seu Waterfall, com seu corpo sendo impulsionado por um forte jato de água, como uma cachoeira. Tyrant então via os dois corpos se chocarem no ar... Qual seria o resultado final daquilo? E a luz? Diante deste ultimo ato de Golett a luz se tornara muito mais radiante, chamativa e viva, como se estivesse quase completa. Qual seria o próximo ato de Tyrant?

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A batalha começava entre os dois pokémon, ou quase isso. Quando Golett mudou a trajetória de seu golpe, Frillish foi obrigado a fazer o mesmo assim protegendo seu treinador. -Fique bem, Golett. - pensava.

A confusão me deu uma chance de recuperar minha mochila, porém sem sucesso devido a mulher estar mais próxima e ter percebido minha intenções assim que tentei pô-la em prática. Ela pegou minha mochila e foi para perto do homem com o armamento.

Aquela confusão foi a solução para ver do que aquela luz se tratava. Não entendi direito, mas parecia ser uma formação rochosa com uma luz vermelha em cima. A chance para descobrir do que aquilo se tratava era agora. Confiando em Golett para segurar aquilo o quanto antes, parti em direção a ela rapidamente, mas ainda assim com cuidado.

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Torcendo para que Golett se saísse como o melhor naquele embate, ou que ao menos aguentasse as pontas da situação, Tyrant logo avançou para a "mesa" de pedra, de onde toda aquela luz parecia ter sua fonte. Ao alcançá-la, finalmente posicionou-se diante da mesma. Através do brilho Ty notava uma pequena peça ali encrustada, que parecia sentir a presença do jovem, de forma que a luz aumentara ainda mais, mas era uma luz que o acalmava, fazia com que se sentisse próximo à uma lareira em uma noite fria, que aos poucos ia aquecendo seu corpo.

Em meio à luz, Ty conseguiu ver qual fora o resultado final do embate entre os pokémons, e o que vira, não foi algo que lhe agradara... Viu o corpo de Golett ser arremessado contra a parede da caverna, e assim deslizar até tocar o chão, onde ali, caído, liberava um último olhar para o jovem. Ele era um ser formado por rochas, pedras que juntas, se tornaram animadas, por meio de alguma espécie de fantasma que as possuíra, mas, de alguma forma, podia jurar notar uma expressão angustiosa em seu olhar.

Porém não pode ficar ali por mais tempo, não pode ajudar a seu parceiro, uma vez que após tal gesto, a luz logo aumentou ainda mais, tomando conta de todo o ambiente, fazendo com que tudo que Tyrant visse por alguns instantes fosse a mesma cor vermelha em todos os cantos a que olhava. A cor então ia se reunindo em um único ponto, de forma que o restante todo se tornara preto. Escuridão... Um ponto vermelho era visível em meio à escuridão. Um ponto distante, que lentamente se aproximava de Tyrant.

Após realizar seu trajeto, a luz estava ali, na frente do rapaz, esperando para ser pega, e quando isso se realizou, seus olhos se fecharam, como se tivesse caído em um sono...

E, ao "acordar", deparou-se com a face de Flora lhe encarando, uma expressão feliz e tranquila em sua face. Estava deitado, sobre a grama, abaixo de uma estrondosa árvore e cercado por flores. Sobre seu peito, havia algo estranho à primeira vista. Era uma espécie de placa, vermelha, com algum tipo de marca em seu centro. Oque estava acontecendo ali afinal? Era aquilo um sonho ou era real? O que havia acontecido com Golett?

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O que aconteceu a seguir foi algo bem confuso. Não tive capacidade de determinar que ser era aquele que causava a luz vermelha, não sabia o que estava por vir. Golett estava no chão, havia perdido a batalha, estava sem ninguém para lutar ao meu lado caso tudo piorasse, porém não foi o que pareceu ocorrer. A luz tomou conta daquela área e minha mente acabou apagando.

...

Onde estava? Uma árvore... Flores... Flora... Flora? Ela estava livre? Eu não estendia mais nada, ainda estava tonto e não conseguia me concentrar para pensar. Tentando voltar a mim percebi uma placa estranha sobre meu peito com uma marca em seu centro. -Que droga é essa? - pensava.

Levantei-me e percebi que Golett não estava por perto. A batalha havia acabado para ele antes disso tudo ocorrer... Não! Estava quase entrando em desespero, precisava saber o que aconteceu. Talvez minha irmã soubesse de algo mais sobre o que aconteceu, não é? Aproximei-me dela, não estava com ânimo para falar alto.

-Flora? O que... O que aconteceu? Eu não lembro, só sei que acordei aqui com você me olhando e essa placa em meu peito... Falando nela...

Passei a observá-la. Queria ver qual relevância ela possuía. Além disso, meus pokémons estavam comigo? Golett não era minha única preocupação, o restante de minha equipe estava em perigo. Eu esperei por respostas.

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Após acordar, a primeira coisa que o jovem notou foi a presença de Flora, sua irmã, assim como uma estranha placa sobre seu peito. Pegava-a em suas mãos para melhor analisá-la. Era pequena, pouco maior que seu polegar, de coloração avermelhada, mas naquela forma não parecia emitir luz alguma, muito menos tinha a mesma sensação que tivera anteriormente, um calor bom, aquecedor... Era apenas uma placa. Em seu centro, agora analisando-a melhor, era possível notar que a forma se assemelhava à silhueta de um coração, mas aparentava ser um tanto disforme, com uma forma um tanto diferente do comumente conhecido coração.

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Aquela placa era definitivamente estranha ao olhar do rapaz, de forma que seu foco logo foi alterado para Flora. E com um tom de voz baixo, perguntou para a moça que o encarava sobre o que havia ocorrido. Mas o sorriso da moça logo se tornou um breve assombro. - Como sabe o meu nome! - Recuou alguns passos enquanto ainda o encarava. Sua mão direita tocava delicadamente seu ombro do outro braço, fazendo com que se grudasse ao restante de seu corpo. - Eu não sei nada sobre essa tal pedra. Muito menos sobre oque faz aqui. O que faz no quintal da minha casa? - Mas logo sua expressão retornara para um sorriso, e assim continuou a liberar mais algumas palavras. - Alias. Se já sabe meu nome, nada mais que o justo você falar o seu.

Atrás da jovem, Tyrant agora poderia observar melhor. Era sua casa, não de flora. Era sua casa em Saffron, a casa que guardava muitas de suas memórias, ela estava lá... Do jeitinho que se lembrava dela. E do interior da construção, ouviu algo também muito familiar. Era um chamado, o chamado de sua mãe, o chamado que provavelmente ouvira muitas vezes em sua infância. - Flora, querida! Entre! É hora do almoço! Fale a seu novo amigo que depois se veem. - Em resposta ao chamado de sua mãe, a moça virou sua face para a construção, e de forma natural respondeu a mulher. - Já estou indo! - E então, sua face voltara a encarar Tyrant, com o mesmo olhar de Tyrant que fora dirigido a ela, um olhar que buscava respostas. E ah sim... Tyrant não estava com sua mochila ali, de forma que tudo que nela estava, não estava mais em suas posses. O que havia acontecido? Por que Flora era quem estava em sua casa? Por que sua mãe não o reconhecera, sim a Flora? O que estaria acontecendo ali?

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O que era aquilo? Um coração disforme estava estampado naquela placa. Sua cor avermelhada me lembrava daquela luz... Não sei se estava ficando louco - mais do que já aparentava - mas poderia ter sido aquilo a causa de tudo. Guardei-a no bolso. Não tive tempo para ficar encarando, Flora parecia se assustar com o que eu havia dito. Ela não foi a única, ela se lembrar também em foi uma surpresa.

-O que foi? Sou eu, Tyrant. E como assim o quintal de sua casa? Eu sempre-

Antes que eu pudesse terminar, uma voz familiar chamava pela jovem. Era a de nossa mãe a chamando para jantar. Mas por que disso? Eles não a viam desde que a deixaram no orfanato, e para terem uma boa relação precisariam de tanto, e do jeito que ela falou pareciam que já se conheciam há muito.

Após a resposta de Flora, consegui terminar minha frase. -Bem, eu sempre morei aqui com papai e mamãe. Quando eu te conheci, nós estávamos na Copa Hoenn. Aconteceu algo para você não conseguir se lembrar?

Esperei para ouvir o que a garota ainda tinha a dizer. Enquanto isso, observei-a. Tinha que ver se não havia nada de diferente nela, aquele lugar estava tão estranho.

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O sorriso de Flora parecia desaparecer diante das palavras de Tyrant. Não acreditara no que ele dissera, pelo contrário, parecia achava aquilo muito estranho, uma brincadeira de muito mal gosto, de forma que seus pés a levavam para trás inconscientemente. Seu olhar aparentava um tanto trêmulo com aquelas informações que tanto lhe confundia... Mas por algum motivo... Aquele nome... Tyrant... Este nome não lhe parecia estranho... Mas, de onde se lembrava? - Escuta aqui, Tyrant... Eu não faço a mínima ideia de quem você seja.

Seus pés inconscientemente a faziam se afastar ainda mais, se aproximando cada vez mais da construção. - Quem cresceu nesta casa fui eu, ao lado de MEUS pais e ninguém mais! E não, não aconteceu nada a mim... Por que? Eu deveria conhecê-lo? - A garota estava prestes para entrar na construção, mas ao mesmo tempo algo a impedia, sentia como se tivesse de saber quem era o rapaz, o que ele fazia ali, dizendo coisas que ela não entendia, coisas que tinha certeza de serem mentira de acordo com suas memórias, mas que ao mesmo tempo não aparentava ser uma mentira... Em sua memória, ela era a filha única do casal que ali morava, apesar de uma parte de si saber a verdade, mas, não a aceitasse... Talvez ela preferisse ter sido a escolhida dos irmãos a ter crescido com os pais, recebendo o carinho destes diariamente. Quais seriam as próximas reações de Tyrant?

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A história se desenrolava cada vez mais. Flora começou a se afastar enquanto dizia totalmente o contrário daquilo que eu me lembrava. Não podia ser possível que tudo tivesse se invertido. Não era possível minha existência ter trocado de lugar com a de Flora. Além disso, teríamos voltado no tempo? Minha cabeça estava cheio de dúvidas, aquele embaralhamento de perguntas me deixava confuso.

Pensei que ela já teria entrado em casa a uma hora dessas, mas não foi o que aconteceu. Ficou parada em frente a porta de... sua? Sim, aquela agora era sua casa. Ficou esperando por respostas, talvez ela estivesse com tantas dúvidas como eu. O que eu diria? Como continuar? Não saíam palavras de nossas bocas, nossos olhares eram a única forma de comunicação no momento. Então, pensando um pouco disse algo que talvez complicasse ainda mais nossa situação.

-Você... Você não é minha Flora... Não é?

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Off: Sorry, não pude entrar ontem por que na parte da manha - quando tenho tempo livre - meu pai me pediu para que fosse ajudar ele, ficar no escritório, enquanto ele saiua, mas, o pc de lá quebrou, daí não consegui entrar. ^^ Mas bem, como já havia avisado, a noite estarei em casa e postarei normalmente. ^^


Flora se mantinha distante de Tyrant, mas receosa de entrar no interior da construção. A frustração em seu interior era quase visível, por meio de suas expressões e comportamentos, assim como tal sentimento também aparentava tomar conta de Tyrant, fazendo que com sua voz embargada perguntasse a Flora se ela ainda era sua Flora, se realmente era ela. Em resposta, a moça o encarou por alguns instantes, realizando um movimento confuso com sua cabeça, como se não conseguisse decidir quem seria naquele momento... A Flora que havia crescido ao lado de seus pais, ou em orfanatos. Bem... O peso de ter uma família, aniversários, comemorações, tomava conta da jovem, de forma que logo disse, sua voz embargada:

- Não! Não sou sua Flora! - E assim, com passos rápidos a jovem acabou por atravessar a porta da casa, era possível notar lágrimas em seus olhos, que ainda não haviam se juntado o suficiente para escorrer por sua face.

Quais dos dois lados seria mais difícil? Simplesmente "perder" todo seu passado, sua família, suas memórias, que alias... Aos poucos pareciam desaparecer da memória de Tyrant, gradualmente, sendo que no momento, já não se lembrava de mais nada que acontecera antes de seus 8 anos. Ou então, ganhar uma família, uma história que valesse a pena ao lado deles, e ter a sensação de que aquilo não lhe pertence realmente, iria Flora reunir forças para desistir de suas memórias, a família que recentemente ganhou?

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