Sereno Improvável

Sereno Improvável

Prosseguimos a caminhar, em silêncio, até avistarmos o monstruoso sopro de areia vindo em nossa direção. Logo me aproximei de Pete, uma por estarmos amarrados, e outra por ele ser mais "forte" em massa corpórea, se o vento me levasse, pelo menos ele seria minha âncora.
Em seguida, em um pensamento rápido e sem saber se daria certo, liberei Larvitar de sua cápsula e o pus de frente com a tempestade que viria a nos atingir, segurando em seu tronco para não perdê-lo de vista:
_ Kouman! Use o seu Sandstorm. Tente ao máximo nos proteger.
Em minha cabeça, se uma tempestade de areia bater de frente com outra, a contrária a nossos corpos serviria como um escudo e talvez não nos enterraria vivos.
_ Eu não sei direito o que estou fazendo, foi repentino demais! Alguma ideia!? _ Gritei ao mercante, esperando que ele pudesse encontrar alguma rocha ou algo semelhante que nos serviria de escudo até o fenômeno da natureza passar.

Sereno Improvável

O poder da tempestade de areia foi insano. Tinha certeza que não era natural. Da maior das minhas preocupações é que quando abri os olhos estava eu, jogado e soterrado por uns trinta centímetros de areia em meu tronco. Me levantei, fazendo toda aquela fina terra cair, e balancei minhas pernas para retirar o que insistia em ficar.
A corda que me segurava à Pete se rompeu, e eu acabei largando de meu Larvitar. Ambos devem estar na minha frente, uma vez que o mercador não seria arrastado pelo vento graças a sua massa corporal, e o Larvitar era imune ao efeito (e também era bem pesadinho).
_ Raven! _ Invoquei Honchkrow de sua pokébola. O corvo batia suas asas acima de mim e eu agarrei em suas pernas _ Me perdi de Pete e Kouman. Me levante, talvez consiga ver algo do alto.

Sereno Improvável

Sopros de areia dificultavam a vista, porém de longe era possível ver um certo corpo quase enterrado. Não perdi tempo... Pedi para que Honchkrow me levasse para próximo dali, e logo soltei de suas pernas. Cai com cautela sobre a areia e peguei com as duas mãos um dos braços do senhor, na tentativa de deixá-lo de lado.
_ Raven, me ajude com seu Psychic a virar o corpo dele.

Sereno Improvável

Quando consegui virar o corpo da pessoa, percebi que não se tratava de Pete. De imediato acabei soltando ele e quase soltando um alto "Eita porr!" Por sorte Honchkrow o mantinha com seu Psychic e o mesmo não voltou a enfiar a cara na areia.
Voltei a olhar mais de perto para ver se o reconhecia, porém era completamente desconhecido. Sua testa estava sangrando e num jogo rápido usei o pano que cobria meu rosto para estancar o sangue e evitar uma hemorragia pior.
Mas... Será que ele estava vivo? Logo chequei se havia fluxo cardíaco,

Sereno Improvável

Fiquei aliviado ao perceber que ele estava apenas desmaiado, e percebi que o sangramento estava estacando-se. Deixei ele de lado, prevenção de primeiros socorros, e me surpreendi com um montinho de areia se mexendo perto de mim.
Pensei que fosse um Trapinch, e já preparava algo para bater nele caso viesse a me morder. Mas por sorte era meu pequeno Larvitar, que saia da areia sorridente, como se não passasse de uma brincadeira.
_ Kouman! Fico feliz em te encontrar. _ Disse, pegando as mãos do pequeno e as chacoalhando
O pequeno arruma então seu par de óculos escuros no rosto e começou a me apontar em uma certa direção.
_ Encontrou algo por ali? Por acaso seria o Pete? _ Perguntei, mas o pequeno não me deu resposta, apenas apontava. _ Tudo bem, vamos conferir.
Deixei Honchkrow fazer a segurança do corpo corpudo enquanto seguia Larvitar para descobrir o que ele tanto queria me mostrar.