De Cinnabar à Ula'ula Island

O viajante já podia retirar uma região de sua lista de destinos desejados, enfim chegara a Alola e já podia se jogar nos mares locais! Ou talvez não; para a surpresa de Joul, o destino que lhe coube foi não só o mais seco, como também o mais quente. Colocara a mochila nas costas de forma cômoda, mas a cada passo que dava, produzia suor suficiente para deslizá-la completamente braço abaixo novamente, carregá-la virara uma atividade constante de ajeitar e desajeitar, que só pararia quando a jogasse longe.

Andou no terreno plano; a cidade era pequena, como tudo naquele continente; ruas estreitas, calçadas desniveladas e frentes de loja coladas umas nas outras, inclusive, estas eram as maiores responsáveis - para não dizer únicas - pelas sombras urbanas, seus toldos bastante recurvados salvava o restante de água que tinha dentro das células do treinador e, claro, sua pele ardente. Era melhor que passasse logo em algum lugar e arranjasse um protetor solar, ou ao menos, uma piscina pública; até dizem que no Red Park há um oásis, mas caminhar até lá a esta altura do campeonato, significaria perder o dia, deveria ter chegado mais cedo, se fosse esta mesma sua intenção.

Em pouco tempo de viagem, a ideia paradisíaca de praia e férias que tinha em mente, caía por terra; já se imaginava mais em um deserto, quente, seco e, para piorar, sem vento. Com a mochila nas costas e os pés calçados, Joul ainda caminhava pela rua - estreita - principal, andando de sombra em sombra, sem saber ao certo o que procurava.

Mudou seu visual em um instante, se preparando para a grande batalha que estava por vir, o calor de Alola! Por mais que acostumado com o clima quente de Cinnabar, havia uma diferença chave na região de Alola; este era o único continente, até então visitado por Joul, de clima tropical a grosso modo, aqui a umidade do ar deixa a temperatura estabilizada em um número não muito alto; os medidores marcam em torno de 26-33 Cº, porém é graças a esta mesma umidade que a sensação térmica local é absurdamente alta! Vários dias seguidos de sol correspondem a vários dias seguidos de vapor, e só refrescará quando esta água cair em forma de chuva.

Graças aos eventos deste clima Tropical Úmido, o treinador podia reparar uma diferente riquíssima na cultura local. Diferente de Kanto, Johto, Hoenn e até Kalos, neste continente virara comum vestimentas de banho, biquínis, chinelos, cangas e até mesmo andar sem camisa, como o viajante estava fazendo; praias, piscinas e lagos eram muito mais culturais do que uma ida ao shopping, e mais prazerosas também! Só de andar na estradinha habilmente construída de Malie, vira entre sete a nove surfistas o ultrapassando, andando na mesma direção. Isto é um bom sinal? Ao que tudo indicava, sim. Saíra do aeroporto e estava indo em direção ao porto, ao que parecia, era apenas para o Leste que ficavam as praias, o resto da cidade se resumia ao Red Park (a Oeste) e ao Malie Garden, a Noroeste. Ao sul iria parar no mato e, ao centro, estaria, justamente, no Centro. O resto do quadrante Norte/Nordeste, havia a trilha para o Haina Desert.

Como toda grande cidade, o Aeroporto não era lá muito perto do ambiente Urbano, sendo assim, as passadas e suores de Joul se mantiveram por mais alguns quilômetros; infelizmente não havia achado Pousada alguma até então, apensa algumas placas apagadas que lhe tirava da trilha, ainda assim o menino resolveu seguir, a ideia mais óbvia seria procurar alguns destes dormitórios turísticos próximos da praia; ponto mais visitado da região.

Levara uma hora para chegar na primeira indicação de mar, até que enfim ouviu o prazeroso som das ondas quebrando e visualizou uma pequena placa de madeira: Oceano a 500 metros. Esta apontava para uma trilha de terra e areia, que atravessava uma pequena mata de porte médio, com coqueiros, palmeiras e vegetação rasteira, como cipó e outras restingas impostantes. Caso optasse andar pela trilha, veria um número gigantesco de placas sobre preservação ambiental. Jogue lixo no lixo; não arranque mudas; não alimente os animais; preserve a natureza; cuide bem daquilo que gosta. Frases como essas seriam comumente lidas a casa metro.
Caso optasse continuar andando pela ruela principal, continuaria andando.

OFF: OIE!!! Eu sempre esqueço de falar alguma coisa no primeiro post, desculpa hehehe Espero que se divirta <3

Decidido em seguir a trilha, foi. Andou pelos 500 metros tranquilo, alegre, feliz; nada como ouvir o tal mar, o sabor da marisia já ia à boca, o cheiro ao nariz e toda a idealização de refrescância à pele. Aos poucos o caminho ficava puramente arenoso, sem pele batida; as árvores diminuíam o porte até serem puramente rasteira e, só ai, foi possível ver o mar. Cara-a-cara com uma das beleza naturais mais exuberantes, Joul podia seguir em frente, se jogar na areia e rolar até as ondas, o local estava completamente vazio, e tinha uma razão para tal, que o garoto vinha a entender nos minutos seguintes, pela voz de um homem que se aproximava, advindo de algum lugar:
- Bom dia senhor - Referenciou o moço bem vestido - Sou Johw, atendente daqui. Você deve ser um dos premiados com a passagem para Ula'Ula. Bem vindo.

De início a reverência fora estranha, até exagerada, já que o menino não tinha ciência alguma do que se tratava aquele lugar. Reparando na incompreensão do garoto, o homem continuou a falar:
- Este Ticket lhe da direito a hospedagem na nossa pousada, peço que me acompanhe até a recepção para finalizar o Check-in - Solicitou - Temos esta área de praia privativa apenas para hospedes, piscinas aquecidas, fontes naturais, área de jogos e lazer, academia, café da manhã e almoço inclusos, área de convenção e... Bem, lhe darei o folheto lá dentro, temos várias atrações, mas precisamos liberar seu quarto antes.
Ao fim da explicação, o homem se ofereceu para carregar a bolsa do treinador que já parecia bastante cansado. Tudo indicava que o banho de mar do tal Joul fora tardado, mas não evitado; provavelmente por uma boa causa.

Os dois então seguiram ao estabelecimento, limparam os pés no tapete de entrada e foram tratar de papéis; estava tudo pago e quase tudo incluso! Joul só teria problema para jantar por ali de graça, mas conhecendo o menino, não ficaria a noite dentro de um quarto de hotel, ele poderia resolver isso com uma caminhada noturna.

Caneta ia e vinha, nomes, documentos, números, telefones e, claro, informações sobre entrada, saída. Quantidade de pokemons soltos por quarto foram dadas. Permitiam até quatro liberados dentro do cômodo e os seis em qualquer lugar fora do ambiente de dormitório. Café da manhã incluso para os monstrinhos domesticados, área de lazer e até babá! Claro que ela só vigiava os pequeninos, mas já era um avanço. Era proibido fumar em qualquer local fechado e, bem, era pedido também bom-senso na hora de escolher os quatro pokemons libertos; não soltem Wailords dentro do quarto, por favor.

Instruções dadas, quarto liberado e folhetos de eventos entregues, era hora de subir o elevador no andar 7 e inaugurar o quarto 705, mas não sem antes ler os eventos de hoje; ao que tudo indicava, as c17h horas da tarde, começará um torneio com os hospedes participantes de edições do Battle Factory. Além disso, também ocorreria um baile de máscaras as 20h, um Tour por Ula'Ula que já saíra (teria que pegar amanhã se quisesse ir), uma palestra sobre Surfe e modalidades derivadas as 14h e, por fim, um evento de Food Trucks no centro, começando às 15h. O próprio hotel disponibilizaria o transporte. Todos os outros eventos aconteceriam nas extensões da praia ou no salão de festa; era bom que Joul se inscrevesse logo que decidisse o que fazer.

Fora pensando nisso enquanto o elevador subia os andares; mas não é que ele chegou até rápido? Ao sair do elator, atravessou o primeiro corredor e achou seu quarto na primeira à esquerda; inseriu o cartão e se deparou não só com um quarto enorme, como um ar condicionado estacionado nos 12 Cº e uma cama de casal desnecessariamente grande. No banheiro, hidromassagem pequena, chuveiro aquecido a gás, luzes coloridas e personalizadas e uma banheira comum; claro, além dos básicos que todo o banheiro tem.

Ao lado da cama, um criado-mudo com um toca músicas extremamente moderno, com saída acústica em todo o quarto, um telefone de linha liberada (e que também contatava a recepção com ramal 101). Ao outro lado, um enorme guarda roupa com cabides, cofres e gavetas. Ao fundo, perto da entrada, havia uma mesa para refeições, em cima dela, um papel explicando o mapa da pousada. Havia também um espaço vago para solicitar camas e acomodações para pokemons e, por fim, mas não menos importante, um frigobar com tudo liberado por conta da empresa responsável pelo evento Battle Factory. O frigobar não continha bebidas quentes nem drinks, isto o garoto teria que pagar do próprio bolso, mas cerveja, água, bombons, sucos e refrigerantes estavam garantidos.

Ao fim, o último detalhe da descrição eram as cortinas que cercavam o quarto em um L, quando abri-las, Joul se depararia com uma vista direta para o mar; mais linda impossível. Dali, tinha a visão perfeita das áreas de evento e do contorno leste da ilha; via o movimento, as atrações e os turistas. Assim poderia reparar no quão paradisíaca estava a praia hoje, talvez por ser o primeiro dia de viagem e muitos não chegaram ainda, ou apenas por ser muito cedo; até então havia somente alguns surfistas distantes e uma praia logo a frente só para si, ou quase isso, já que conseguira ver também três cabeças à frente.

As férias chegavam a Joul, mas ele não chega as férias; não tinha muita escapatória, sendo extremamente previsível, o treinador optara por um torneio entre os competidores. Não parecia algo amador, visto que, todos que estavam ali, pontuaram o suficiente em eventos similares ao Battle Factory, mas por outro lado, nenhum precisava de fato ter um time forte para ganhar este evento. O BF sempre fora um evento mais voltado para video-games do que para batalhas reais, não precisava de muito além de ser bom nisso para vencer, e tal fato tornava os vencedores extremamente heterogêneos. Joul não saberia o que esperar de seus concorrentes.

Desceu os andares e, se estivesse com o mapa na mão, saberia que o melhor local para treino era ao fundo do estabelecimento; lá havia uma área para pokemons de pequeno e médio porte que, por sorte, aceitava pokemons até a altura de Milotic. Caso se encaminhasse para lá, veria uma área extensa, entre 700 e 900 m² que claramente não era apenas daquela pousada, parecia ser só um espaço comunitário que os empresários ali por perto cuidavam muito bem, para assim ter direito de uso. Lá haviam outros dez treinadores, todos empenhados em treinos de status ou golpes; haviam diversos alvos desenhados, pesos, pistas de corrida e outros elementos chaves para treinos específicos; além disso a área continha duas arenas de batalha, um lago para pokemons aquáticos, um espaço com terra batida e outro com bastante grama, de grande, médio e pequeno porte.