Pokémon Mythology RPG
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#001 - Florescendo

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Uma Mensagem das Estrelas

Aproveitando-se desse momento de distração dos criminosos, Vincent pedia para Cleffa agir, primeiro demonstrando seu encanto para os dois homens e quando tivesse totalmente a atenção deles, deveria usar Sing e fazê-los dormir como bebês. Era difícil saber se a fadinha teria condições de fazer isso, pois tremia demais de medo, principalmente do contrabandista grandalhão. Entretanto, quando o Mono-treinador afirmou que ela deveria fazer isso por Violet, é como se algum botão mágico dentro dela tivesse sido ativado. Seus olhos passaram a brilhar e ficarem fixos em Vincent e ela respirou fundo, saltando dos braços do rapaz e caminhando decidida até o centro do cômodo.

O Pokémon parou logo atrás de Pepe e Toro, acenando para eles e usando sua doce voz para chamá-los Cleeeee-ffaaaaa! Demorou um tempo e algumas repetições do mesmo chamamento para o mais magricela se virar com curiosidade estampada no olhar e observar o pokémon fada. Ele abriu um sorriso bobo e cutucou o amigo, ainda encarando a fadinha que agora também mandava beijos. Assim que o grandalhão virou-se pareceu chocado com a presença ilustre de Cleffa, levando as mãos ao rosto e esquecendo completamente a pose de durão que mantinha — Mas que coisa maaaais linda! — esboçou Toro, abaixando-se para pegar a Pokémon. Nesse instante a estrelinha até tremeu um pouco, mas manteve-se firme nas últimas palavras de seu treinador e tentou manter o sorriso mais sincero do mundo, abraçando os braços do criminoso.

— Toro, será que é selvagem? Mas não vai te dar doença, não? Você tá aí se esfregando e tal... — Comentou Pepe de uma forma descompromissada, mas com o jeitão de quem também queria segurar Cleffa um pouco em seus braços. — Cala a boca otário, ela é linda! Vamos ficar com ela! — Disse o musculoso, no momento em que o companheiro já pegava uma Pokébola para tentar realmente capturá-la. Sabendo que isso lhe entregaria logo, Cleffa começou a cantar baixinho, perto do ouvido de Toro, que foi ficando aos poucos sonolento, sentindo as pálpebras pesando. Assim que ele parecia não ter mais muito controle sobre o próprio corpo e o próprio sono, a Pokémon passou a cantar mais alto, fazendo Pepe além de se assustar, também cair em seu encanto musical. O criminoso mais lerdo ainda tentou reagir, mas teve que se escorar no parapeito da janela para não cair. Ele pegou uma de suas Pokébolas, mas nem teve tempo de lançar. Entretanto, usou suas últimas forças para gritar o máximo que conseguiu — JACK! CLEFFA! SONO! Aqui... — E então simplesmente apagou, caindo por cima de Toro.

A Pokémon de Vincent aproveitou para livrar-se dos contrabandistas e voltar para perto do treinador com uma expressão de satisfação e dever cumprido. Entretanto, eles necessitavam ser rápidos, pois o grito de Pepe pode ter atraído a atenção de um ou mais criminosos no andar de baixo. Neste instante que o silêncio se fez presente e pareceu seguro agir, Alec saiu do armário com sua Sandshrew em mãos, apagada pelo canto de Cleffa e já caminhou para a janela, passando por cima dos dois desacordados. Foi então que o Mono-treinador notou que Venipede também havia dormido — Precisamos descer agora! Com ou sem Tyranitar! — O explorador então recolheu Sandy para dentro da Pokébola e usou as duas mãos para abrir a janela, fazendo um forte estrondo. Sem perder tempo Alec passou uma perna e depois outra, pisando sobre o telhado colonial e indo em direção a ponta. — Rápido rapaz! — Ele agia rápido demais para o Mono-treiandor pensar, mas era necessário tomar uma decisão. O que Vincent faria?

Progresso da Rota :

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Foi tudo de uma vez só. Me senti preso em um turbilhão sentimentos: Gratidão por estarmos bem, orgulho por Cleffa ter agido fantasticamente, medo pelo Tyranitar que poderia estar lá fora, preocupação com Venipede que adormecera...

Falando em Venipede, com um rápido e lépido movimento, saquei uma pokébola do meu cinto e assim que a pequena esfera rubra se expandiu, a toquei bem no centro da testa do inseto magenta, que foi absorvido num clarão avermelhado para dentro do apetrecho. Assim que sua silhueta sumiu e sua matéria se esvaiu, catei Cleffa no colo e sem mais se preocupar com barulho ou estardalhaço, trepei na janela, logo atrás de Alec. Mesmo que Venipede recusa-se a pokébola (o que eu achava difícil, já que estava dormindo e parecia gostar de mim), me daria tempo para realocá-lo sem maiores empecilhos.

Sem pensar muito no meu leve medo de altura, acompanhei Alec, descendo o telhado até o quintal quase num flash, rápidos demais. Gritei, no instinto:

- Alec, corra para o carro! Dirija e nos tire daqui!

Agora era esperar que nosso plano desse certo.

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Uma Mensagem das Estrelas

Vincent tinha um turbilhão de informações em sua cabeça, mas precisava se focar para que tudo desse certo! Enquanto ele havia pensado no que fazer, Alec já parecia ter chegado a ponta do telhado da varanda e observava com cautela para baixo. Como o homem não voltou e não disse nada, só podia significar que o caminho estava livre para seguirem. Contudo, isso também trazia um problema sério... Se o Tyranitar e um dos criminosos não estava ali fora, era muito provável que estavam lá dentro e chegariam a qualquer momento até o quarto. Era agora ou nunca!

Vincent ainda pegou uma de suas Pokébolas e tocou o botão na testa do sonolento Venipede para capturá-lo. Apesar dele estar dormindo e ter demonstrado bastante afinidade com o treinador, sua cápsula parecia sacudir mais do que deveria. As vozes começavam a aumentar na área da escada e a apreensão era alta, até que um estalo metálico confirmou que a captura havia sido bem sucedida para o alívio do Mono-treinador. Sendo assim, ele podia passar pela janela com cautela e até gritar para que Alec fosse para o carro o mais rápido possível! Porém o explorador já não se encontrava mais ali, possivelmente já havia descido e não era possível saber se ele havia ouvido ou não o rapaz.

Cleffa estava ainda sobre o colo de Vincent e o Mono-treinador, para se equilibrar, ainda segurava a janela. Por um segundo ele virou-se para tentar entender o paradeiro do sumido explorador, mas neste instante a voz que vinha do corredor pareceu se silenciar muito estranhamente. No exato momento em que virou o rosto para a direção do quintal, o garoto sentiu uma sensação de congelamento subir pelo seu braço até próximo do cotovelo. Quando resolveu observar o que havia acontecido, se deparou com um Pokémon azulado e de sorriso cínico pousado sorrateiramente sobre o parapeito da janela. Uma de suas patas estava em contato com o mesmo gelo que o prendia, significando que possivelmente isso era obra dele. Vincent foi congelado por um Ice Punch!

#001 - Florescendo - Página 9 Sneasel

Uma figura rapidamente surgiu na porta então, como se tivesse corrido muito para chegar ali — Muito bem Sneasel! Você foi ótimo! Segurou esses espertinhos! Vocês estão muito encrencados! — Berrava o homem de voz fria e calculista que Vincent tanto ouviu do andar de cima, mas sem ver seu rosto. Ele possuía os cabelos platinados com um topete que tampava parte de seu rosto e era mais novo do que se imaginava. Agora que o criminoso parecia ter a situação sob controle e havia retomado o fôlego, aproximou-se com certa cautela de seu Pokémon em um tom ameaçador... Como Cleffa, Venipede e Vincent sairiam dessa? O Mono-treinador até possuía dois Pokémon agora, mas um estava machucado e paralisado e o outro dormindo. Talvez fosse melhor utilizar os dois em combate ao mesmo tempo contra aquele Pokémon de gelo para ter alguma chance, mas Alec estava lá embaixo o aguardando e tudo poderia ir por água abaixo se não fossem rápidos! O que Vincent fará?

Progresso da Rota :

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Não posso me dar o luxo de parar, foi o que consegui pensar.

Venipede fora capturado com sucesso. Tudo certo. Alec conseguira vazar daquele cômodo empoeirado antes de mim. Perfeito. Quando eu estava tão perto da fuga que quase podia sentir meus cabelos rosados ao vento no carro, aquele pokémon ladino e sorrateiro me segurou sem eu ao menos ver o que me atingiu. Só percebi a armadilha que eu caíra quando senti o toque frio e maléfico de Sneasel, que desferira um Ice Punch inesperado em mim. Sem pensar duas vezes, gritei para a pequena, que mesmo me ajudando tanto teria que se esforçar uma vez mais.

- Cleffa, use duplo Sweet Kiss no Sneasel, use de todo seu charme para nos desvencilhar daqui!

Enquanto ela executava meus comandos, tentei ao meu máximo tirar aquele gelo de mim. Esperaria Cleffa terminar seu ataque e logo depois a pegaria para fugirmos dali. Não era uma batalha que pretendia, apenas queria confundir Sneasel e seguir o plano de vazar dali o mais imediatamente possível. Não tinha tempo para entrar numa batalha com uma ameaça como Tyranitar espreitando nosso caminho.

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Uma Mensagem das Estrelas

Sem ter muitas opções além de se digladiar com o gelo que o prendia, Vincent ordenou que sua Cleffa utilizasse de uma técnica recém-aprendida para ganhar tempo. Para piorar, o barulho de motor da caminhonete indicava que Alec conseguiu ligar o carro e teriam que partir agora! A Pequena fadinha então saltou por cima de Vincent e aproximou-se de Sneasel, beijando-lhe diretamente nos lábios, mas de uma forma carinhosa, um selinho. Imediatamente o oponente ficou congelado, mas não como o Mono-treinador e sim com a surpresa que aquele movimento lhe causou. O criminoso parecia furioso com algo tão inesperado e gritava com seu próprio Pokémon — Não! Use mais um Ice Punch nessa bola rosa, derrube-a daí junto de seu treinador se for preciso! — Mas não adiantava o homem perder o fôlego com ordens ou ameaças, pois a confusão de Sneasel só o fez socar o próprio rosto, completamente desorientado, permitindo que Vincent conseguisse soltar-se do gelo e agarrasse Cleffa.

O Mono-treinador estava desesperado, tanto que tropeçou nos próprios pés e rolou telhado abaixo, indo parar exatamente na caçamba da caminhonente, bem ao lado do pedaço de meteoro cravejado de brilhantes Pedras da Lua. Sem tempo para orientar-se, o rapaz ouviu Alec lhe falar alguma coisa e observou o homem pelo vidro de trás da cabine do motorista, notando que a menina que havia enfrentado anteriormente estava sentada no banco dianteiro, apesar de ainda estar amarrada... Mais uma pessoa salva das garras dos criminosos! Aos poucos o automóvel começava a tomar velocidade e entrava na estrada lamacenta, causada pelas chuvas passadas. Agora o que restava da tempestade era um chuvisco insistente, que molhava os cabelos e roupas do jovem treinador.

Tudo parecia terminar bem, mas ainda era cedo demais para tirar essas conclusões. Conforme o casebre ficava cada vez mais distante, um raio negro e mesclado a detalhes roxos veio de longe, da janela da residência, acertando em cheio um dos pneus, que simplesmente explodiu. O carro começou a patinar na lama e Alec não conseguia manter o controle de jeito nenhum! — Droga! Segurem-se! Esse foi um Dark Pulse do Tyranitar! Nós vamos acabar batendo! Temos que escapaaar! — O explorador girava o volante para todos os lados, mas isso só fazia o carro quase girar. De repente, a caminhonete saiu da estrada e começou a trepidar em meio a árvores e grama alta. Pokémon saíam da frente às pressas conforme Alec buzinava. Por sorte não acertaram uma árvore e nem atropelaram alguma criatura, mas na tentativa de desviar do maior número delas, acabaram indo diretamente para uma grande ladeira descampada, um perigoso barranco.

O carro ameaçou capotar ou tombar, mas se manteve firme sobre as três rodas restantes e foi levando muita terra consigo. A descida parecia eterna e os segundos que se mantiveram nelas eram horas para o coração apertado do Mono-treinador e Cleffa. Eles estavam na pior situação possível e assim que a caminhonete acertou um banco de areia no fundo do penhasco, os dois foram lançados para fora da caçamba, rolando um pouco mais até parar nas margens de um lago. Um lugar bastante isolado no meio da mata. Certamente o corpo todo de Vincent doía, mas ele estava vivo e aparentemente sua fada também. Ao olhar para trás pode notar que a caminhonete já era, mas o meteoro estava intacto. Precisava apenas verificar se Alec e a menina estavam bem. O rapaz então começou a tatear o seu próprio corpo e confirmou que estava inteiro, mas a Pokébola de Venipede não estava com ele. Para onde foi parar? E o que Vincent faria agora?

Progresso da Rota :

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Não!

Por alguns instantes, fiquei estático, com os olhos vidrados enquanto tateava meu corpo em busca da pokébola do pequene Venipede. Procurava, procurava e nada de encontrar a esfera rubra.

Comecei a tremer. Meu corpo todo entrou em ebulição. Sentia meu rosto se inundar de sangue, me corando enquanto o suor escorria vorazmente pela minha testa. Isso não poderia estar acontecendo. Teria sido o preço da minha sorte? O universo viera finalmente cobrar pelo o que havia me dado?

Não era justo. Eu havia saído bem (ou quase isso) de tantas situações periclitantes hoje! Lutara tão bravamente ao lado de Cleffa que, coitada, ainda permanecia sobre o efeito da paralisia da tarântula amarelada. Acreditara tanto que tudo ia dar certo, que sairíamos intactos daquelas batalhas, justo para levar uma facada do destino agora! Depois de Alec ter tomado uma descarga elétrica violenta e ter apagado, depois de Cleffa ter sumido por vários minutos quase me matando de tanta preocupação, depois de parecer não existir esperança de vencermos de Beedril, depois de caírmos na armadilha de contrabandistas perigosos e parecer que morreríamos na mão daquele Tyranitar... Depois de tudo aquilo, o destino ainda me puniria arrancando de mim um amigo importante?

Senti minha pernas fraquejarem. Ajoelhei no chão, fraco. Comecei a procurar na grama insanamente pela pokébola do meu amigo quando percebi minha visão turvar. Estava chorando. Finalmente, o nervosismo e stress causados pelas desavenças do dia de hoje vieram a tona. Eu não fazia o tipo chorão. Costumava acumular todos os meus sentimentos bem lá no fundo, e quando via, estava explodindo. Mesmo naquele estado, não parei de vasculhar a área, com esperanças (mesmo que mínimas) que ainda encontraria Venipede.

Olhei para Alec, quase convulsionando de tanto chorar, e balbuciei:

- A-alec, você não pode pedir para a S-sandy procurar a pokébola de Venipede? - funguei. - Não é j-justo com você p-pedir para que sua pokémon se arrisque novamente, mas não justo comigo também toda essa situação e...

E desandei em chorar novamente. Naquele momento, me arrastando no chão enquanto vasculhava a área, não havia racionalidade. Eu estava deixando tudo ir, tudo fluir, tudo transbordar.

Não havia volta agora.

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Uma Mensagem das Estrelas

Se alguém quisesse saber o verdadeiro significado da expressão "no fundo do poço", bastaria ver o estado em que Vincent estava. O Mono-treinador, que tentou se manter forte durante todo seu início de jornada, agora arrastava-se pelo chão, chorando copiosamente e deveras assustado. Ele não havia apenas encontrado um grupo de criminosos comuns em uma rota e levado a pior, ele havia "desafiado" um grande e perigoso grupo de contrabandistas e agora sofria as consequências desastrosas diante de um adversário Pokémon tão superior. Uma situação dessas poderia significar um fim traumático para a jornada de um treinador, mas talvez ele fosse forte o bastante para superar todos os problemas e dar a volta por cima. Entretanto, precisava realmente voltar à segurança para tal.

Vincent não sabia exatamente onde estava, nem se os contrabandistas ainda o seguiam. A primeira e única coisa que conseguiu pensar foi em Venipede, o Pokémon que recém-capturou e agora perdeu de forma inesperada. O rapaz praticamente engatinhou até o carro acidentado, e sem ao menos ver o que havia acontecido dentro, implorou aos prantos para que Alec o ajudasse a encontrar seu companheiro. Entretanto, a cena que o treinador viu quando olhou para dentro do carro foi ainda mais impactante. O explorador estava com a testa completamente ensanguentada, possivelmente porque se chocou contra o volante no acidente e agora encontrava-se desacordado novamentee. Ao seu lado, a menina, ainda amarrada, começava a despertar e não havia se ferido graças ao cinto de segurança bem afivelado.

A treinadora da Beedrill fez uma cara de dor e tentou abrir os olhos, piscando bastante enquanto tentava se acostumar à claridade e identificar o garoto — Ei, não fique aí choramingando... Me ajude a me soltar e aí podemos ajudar seu amigo ali. Ele não parece nada bem, mas olhando daqui ele tá vivo ainda — Comentou a garota, se sacudindo para tentar arrebentar as próprias cordas que prendiam suas mãos por conta própria, o que parecia inútil. Talvez realmente fosse uma boa ideia ajudá-la, mas agora que os primeiros segundos de adrenalina passavam, Vincent conseguia até prestar atenção melhor no cenário. O chão era todo de areia, como se estivessem em uma praia de água doce, mas o lago não era muito convidativo ao mergulho, possuindo bastante vegetais boiando na superfície esverdeada e escura. Esses vegetais em sua maioria eram Vitória-Régias, de diferentes tamanhos. O que o Mono-treinador faria agora?

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Era hora de se recompor.

Assim que vi o olhar na face de Cleffa, percebi o que tinha feito. Esse desespero não iria me levar a lugar nenhum e no momento, Alec precisava de cuidados. O importante, pensei, é que eu havia expurgado aqueles sentimentos que estavam confinados no meu âmago. Agora que a razão estava voltando (e eu sou uma pessoa bastante racional), me sentia um idiota. É claro que ainda doía por não ter Venipede perto de mim, mas eu iria resolver isso da mesma forma que resolvi todos os outros problemas na rota: com paciência, perspicácia, doçura e Cleffa ao meu lado. Isso sempre.

- Tudo bem... Já estou melhor. Deixa eu te soltar antes de qualquer coisa, né?
- comecei o trabalho de desatar a pobre menina. - Que bom que você está bem, estava começando a me preocupar quando ouvi aqueles bandidos lá embaixo te importunando... E sobre nossa batalha, sem ressentimentos, né? Acho que foi um aprendizado para nós dois.

Não sei porque falei tanto, mas parecia ser meu mecanismo de defesa quando em vulnerabilidade. Falar, falar e falar. Me sentia cansado, mas estranhamente, chorar pareceu me dar um ânimo a mais. Como se eu tivesse tomado um intenso banho depois de um dia cansativo e frustrante. Estava melhor.

- Ai, o que faremos sobre Alec? Não parece ser tão grave, olhando daqui... O que me preocupa é ele ter apagado, isso sim é perigoso. O sangue por enquanto parece estar controlado.


A racionalidade parece ter voltado em mim com toda sua força. Além do susto inicial que tive com a cena que não era nada convidativa, não tive mais nenhum surto. Alec precisava de mim.

Comecei a sacudir o explorador de leve, chamando seu nome. Não poderia deixá-lo dormir, era perigoso demais. Era o que parecia estar ao meu alcance no momento. Decidi ir até o laguinho, pegar um pouco de água com as mãos em formato de concha e molha o pescoço dele. Provavelmente o acordaria. Enquanto me direcionava ao lago, chamei minha parceira de sempre:

- Vem Cleffa, me ajuda a pegar água aqui.

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Uma Mensagem das Estrelas

Depois do susto inicial, Vincent finalmente conseguia se recompor aos poucos. A visão de Alec machucado, além do olhar esperançoso de Cleffa, fizeram com que o Mono-treinador buscasse novamente dentro de si o necessário para superar os desafios com clareza mental e espiritual. A batalha era dura e longa, mas ele havia chegado até aqui vivo, mesmo passando por desafios tão profundos em tão pouco tempo. Se isso não significasse que ele precisava continuar esperançoso, então nada mais faria sentido! Pensando assim, o garoto respirou fundo, reuniu suas forças e finalmente direcionou-se de forma consciente para a menina.

Com calma, Vincent desatou os nós que ainda prendiam a garota. Seus pulsos estavam marcados com terríveis vermelhões, que ficavam bem evidentes sobre sua pele bem pálida. Assim que estava finalmente livre, a menina esfregou os locais com uma cara de dor, mas tentava não perder a compostura e o ar de superioridade, mesmo quando o Mono-treinador demonstrou entusiasmo e alívio ao saber que ela estava bem... — Eu apenas fui pega de surpresa... Não soube como reagir, apenas isso. Mas sim... podemos dizer que foi um bom aprendizado — Comentou ela, cruzando os braços e observando a caminhonete toda destruída, além de Alec e o barranco — Depois que seu amigo melhorar, precisamos dar o fora daqui ou vamos morrer, você sabe né?

O rapaz apenas pensava em como resolver o problema do explorador e tinha consciência de que o ferimento não havia sido tão grave. Certamente o pior problema ali era ele ter apagado. Assim que ele notou que a hemorragia de Alec havia cessado, se permitiu sacudir o homem para tentar mantê-lo consciente, era o melhor que poderia fazer por enquanto. Vincent também se propôs a buscar água para molhá-lo, mantendo-o desperto. Nesse instante a garota se meteu novamente — Ok, vai até o lago e eu cuido dele aqui... Vai, pode ir! — Falava ela, fazendo um sinal de enxotamento com as mãos, um pouco antes de ir cuidar do homem, também o sacudindo e tentando tirar seu chapéu para ver melhor a ferida. O Mono-treinador então chamou sua fadinha e seguiram até as margens do lago para recolher água.

Assim que a dupla alcançou o lago, sentiu uma presença estranha vindo da água. Os dois podiam notar que as vitória-régias boiavam tranquilamente, mas ficavam em constante movimento na superfície... Algo que parecia curioso, mas inofensivo. O rapaz então entrou na água para encher a mão com um pouco dela e foi bem nesse instante que ele notou algo muito estranho. Havia uma dessas plantas aquáticas que continha algo em cima de si. Uma esfera vermelha e branca... Seria? Não, não era possível. Apesar de não ser tão provável, não era impossível de que a Pokébola de Venipede houvesse ido tão longe e parado sobre uma planta dentro do lago. Estranhamente essa mesma planta parecia reluzir mais do que as outras e possuía uma coloração diferente das demais, num tom mais próximo do azul esverdeado, menos intenso. Será que valeria a pena ir até lá buscar a Pokébola? Seria mesmo possível Venipede estar lá? O que Vincent faria?

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- Mas... Será? Não pode ser...

Olhei para a Cleffa, que parecia tão confusa quanto eu. A fadinha estava meio quieta desde que descemos o barranco quase dando piruetas com a caminhonete recém destruída. Mas parecia bem. Parecia serena acima de tudo.

Olhei novamente para a esfera rubra localizada em cima da vitória-régia. Parecia dificílimo que a pokébola de Venipede viera para logo em cima de uma planta aquática. Talvez ela tenha pulado do carro quando ele parou bruscamente e fora arremessada para dentro do laguinho. Era a única possibilidade crível. Mas, fora isso, por que uma pokébola estaria no meio daquele bolsão de água no meio do nada? Afastado da humanidade, com várias árvores em volta? Talvez fosse Venipede mesmo. Talvez fosse minha chance de me reaver o pequeno.

- Cleffa, me dê cobertura, não sei se alcanço direito essa vitória-régia. E ela me parece estranha, não? Eu tô tentando me lembrar de alguma história com essas plantinhas e pokémons, mas não consigo.

Era verdade. Antes de vir para Hoenn, eu havia estudado sobre a fauna e flora local. E tenho certeza que em algum momento, me deparei com a história de algum pokémon relacionado a essas plantas. Por algum motivo, minha mente não estava facilitando as coisas para mim. Decidi pegar a pokébola cautelosamente, só por precaução.

- Cleffa, fique atenta. Vou pegar a pokébola.

Me estiquei em direção a esfera bicolor, procurando pegá-la sem necessariamente entrar no lago, mas se for necessário, eu até mergulharia por Venipede.

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