[101] O Abrir das portas

Um Choque de Aventuras

O Poochyena selvagem esperneava-se tentando sair da paralisia, até que conseguiu movimentar-se. Ele então afastou-se de Pichu e ficou cercando o ratinho elétrico  enquanto rosnava. Por estar bastante debilitado, ele não teria certamente reflexos suficiente para reagir nessa rodada, mas isso não o impedia de lutar até o fim pela liberdade. Blaize sabia que a vitória era certa, mas mesmo assim solicitou que seu Pichu utilizasse um duplo Thunder Shock no adversário, só para garantir, o que foi prontamente obedecido por seu Pokémon, acelerando no campo de batalha.

Enquanto isso, a Pokébola de Sara sacudia bastante na grama, enquanto o botão central piscava em vermelho de forma intermitente. Depois de algum tempo, um som característico de captura, semelhante a um pancada sobre metal foi ouvido, indicando que a captura foi bem sucedida e a esfera parou de mexer-se, ficando estática no solo. A menina aproximou-se e pegou a Pokéball, observando-a com cuidado em suas mãos, depois virou-se para Blaize e abriu um largo sorriso, levantando a cápsula — Consegui Blaize! Consegui! Zigzagoon agora também é meu amigo! — Dizia Sara, toda animada. Contudo, Blaize ainda estava um tanto focado na batalha, ou pelo menos observava o seu ratinho elétrico lançar o último golpe elétrico sobre Poochyena, derrotando-a finalmente.

O canídeo negro caiu no chão, imóvel e chamuscado pela eletrocussão. Sara aproximou-se, quase abraçando a Pokébola de seu mais novo amigo e ficou encarando o Pokémon — Você tem certeza que não vai capturá-lo? É sempre bom ter novos amigos, não é mesmo? Se eu fosse você capturaria! — Dizia a menina para Blaize. Enquanto eles não se decidiam contudo, uma movimentação na grama alta era avistada pela dupla. Dessa vez, vários pontos diferentes se movimentavam, como se tentassem cercar os jovens, até que revelaram-se como uma matilha de Poochyenas, possivelmente amigos do Pokémon recém-derrotado e que não pareciam nada felizes com o que viram. Eles rosnavam para Sara e Blaize, enquanto Pichu todo seguro de si, saltava para o espaço entre os treinadores e os selvagens — AH! VAMOS CORRER BLAIZE! SÃO MUITOS! — Dizia a garota, puxando o braço do rapaz para andarem na direção da casa que avistaram antes, enquanto Skitty já se apressava em correr. O que Blaize faria? ◄

>> Pichu ganhou 660 EXP, +8 pontos de
felicidade e subiu para o nível 12!

Campo: Pequena clareira no meio da grama alta da pradaria. Não há cobertura vegetal ao redor e o Sol está bem forte sobre a cabeça dos treinadores.

Um Choque de Aventuras

Apesar de bastante corajoso e determinado, Pichu entendeu que era uma batalha que não podia ser vencida nessas condições e não demorou a subir nos braços do rapaz, agarrando-se em sua roupa até achar um espaço confortável em seu ombro. Já Sara, largou o braço de Blaize e procurou a Pokébola de Skitty, trazendo de volta o felino para dentro da cápsula, em segurança. Em seguida, guardou as duas esferas em sua bolsa, sempre correndo. Era esperado que a casa estivesse longe, mas a distância parecia ainda maior diante da adrenalina de ser perseguido por um bando de Poochyenas raivosos — Chy! Pooooooo! Chy! — Rosnavam os Pokémon noturnos, aproximando-se cada vez mais da dupla de treinadores que agora atravessavam a grama alta e seca, raspando-lhe os braços e rostos e gerando alguns arranhões leves, mas incômodos. Em certo momento, Sara ficou com sua roupa presa em um arbusto mais pontiagudo e Blaize a ultrapassou, mas antes que pudesse pensar em voltar, ela já conseguia se livrar, dando um rasgo na manga da blusa e continuando a correr.

Em poucos minutos, os dois treinadores já atravessavam uma pontezinha de pedras que passava por cima do riacho e agora seguiam por uma estradinha de terra que culminava na porta do tal casebre, com uma roda d'água girando pela força do Rio. Sara foi a primeira a socar a porta com força e não se envergonhava em gritar por socorro — Pelo amor de Arceus! Alguém?! — Dizia a menina com os olhos cheios de lágrimas, até que em um murro, a porta se abriu, fazendo-a cair para o lado de dentro. Com a porta aberta, era possível ver o que tinha no interior. Uma cama bem velha, uma estante de livros sem livros, uma mesa de madeira de tamanho médio e uma mesa maior, que continha uma espécie de equipamento ligado por fios a Roda D'água do exterior. Sara, assim que entrou, começou a arrastar a mesa média até a porta para bloqueá-la, clamando pela ajuda de Blaize — Me ajuda! — Gritava ela, enquanto o bando de Poochyena aproximava-se velozmente da casa também. O que Blaize faria? ◄

Um Choque de Aventuras

Depois de correrem como nunca haviam corrido na vida, a dupla de treinadores e seus Pokémon finalmente chegaram a um abrigo estranho, mas seguro. Com as portas reforçadas, era esperado que nenhuma das criaturas que os perseguiam conseguissem entrar. Isso podia até ser verdade, mas o que talvez não tinham pensado ainda e Sara estava prestes a descobrir, é que os Poochyena selvagens não desistiriam tão facilmente daquele ataque e poderiam ficar ali rodeando a cabana por dias. Infelizmente, os jovens treinadores não teriam comida para tanto tempo e precisavam pensar em algo que espantasse os Pokémon de uma vez, para que pudessem seguir com suas jornadas.

Enquanto Sara tinha os músculos tensos e extremamente contraídos, com um certo pavor estampado no rosto, Blaize já mantinha um maior controle e calma. O treinador aproximou-se de sua amiga e questionou sobre o caminho que deveriam seguir quando conseguissem sair. Apesar dela não ter ouvido no início, logo a garota entendeu a mensagem e buscou responder, procurando o mapa em sua mochila. Essa distração a faria certamente relaxar um pouco, enquanto planejavam os próximos passos, com uma pontinha de esperanças em seus corações. Mas enfim... Com o mapa sobre a mesa, os dois treinadores observaram que precisariam fazer um longo caminho pelas pradarias recheadas de Poochyenas para chegar até o destino. Isso, ou cortar um bom caminho através da selva.

— Erm... Selva? Acho que... Não sei... Mas se você considerar uma boa ideia eu vou, Blaize! — Dizia a menina depois de engolir em seco, de medo. Enquanto isso, os Poochyena começavam a se jogar contra as portas, rosnando ferozmente, o que fez todos afastarem-se o máximo possível. Havia chegado o momento de fazer algo quanto a situação. Sara olhou tudo ao redor, mas por ali só parecia ter alguns fios ligados a uma espécie de capacitor, que se conectavam a roda d'água lá fora — Droga... Será que um forte Choque do Trovão do Pichu consegue afastar todos os Poochyena? — Questionava Sara. Blaize também poderia ter alguma ideia para espantar os Pokémon noturno. Se sim, valeria a pena compartilhar com a garota e agir, afinal eles não podiam ficar para sempre ali. O que Blaize faria? ◄

Um Choque de Aventuras

Sem ter muitas chances de escapatória, até mesmo ideias que parecem obviamente inúteis acabam se tornando possibilidade. Basicamente foi o que aconteceu naquela cabana, com Blaize e Sara. A menina havia dado a ideia de eletrocutar os canídeos negros, ou pelo menos parte deles e com isso, expulsá-los dali para poderem escapar e seguirem em direção a próxima cidade. O rapaz, esperançoso com essa ideia, ordenou que seu Pichu se aproximasse da janela mais próxima e lançasse seu melhor ataque na direção da matilha.

O Pokémon elétrico, confiante em seu treinador e no seu potencial, fez exatamente o ordenado, observando seus adversários com um olhar de força de vontade, lançando inúmeros raios que acertaram um o outro Pokémon, mas sem muito poder, afinal o golpe tinha sido divido entre muitos alvos. Alguns Poochyena até pensaram em recuar, mas outros mais fortes acabaram se tornando ainda mais agressivos, lançando-se com mais força contra a porta, buscando vingança contra o ataque recebido.

Independente dos resultados bons ou ruins, Sara, que observava detalhadamente o ataque de Blaize ao bando, havia notado que os choques de Pichu eram atraídos para o capacitor de forma involuntária. Nesse instante, parece que um brilho havia iluminado a mente da garota, pois mesmo com todo o medo, um sorriso transpassou o seu rosto — Já sei Blaize! Tenho uma forma de sairmos daqui... Mas precisa confiar em mim! — Dizia ela, mordendo o lábio inferior com tanta ansiedade. A garota então foi até o equipamento elétrico e retirou alguns fios, prendendo-os nas bochechas de Pichu — Eu vou sair pela janela do Rio e subir na roda d'água... Vou tentar pedalar ao máximo para energizar o Pichu, então você manda ele dar outro Choque do Trovão super carregado para acertar todos! Certo? — Explicou o plano, questionando se o rapaz havia entendido.

Assim que Blaize compreendesse o esquema, Sara sairia por uma das janelas e subiria na roda, girando-a com os próprios pés, passo a passo. Se tudo desse certo, Pichu ficaria com bastante energia e seria capaz de acertar todos os Poochyena com um forte golpe Thunder Shock, que certamente os afastaria da cabana. Entretanto, será que Blaize confiaria nessa estratégia da treinadora? E se confiasse, será que daria certo? Cabe inteiramente ao rapaz decidir o rumo desse plano, assim como alterá-lo como bem entendesse. O que Blaize e Pichu fariam agora? ◄

Um Choque de Aventuras

Blaize ouviu atentamente a ideia de Sara e concordou com ela sobre ser uma boa opção. Só havia um porém, ao invés de deixar a garota ir até lá fora ajudar com a Roda d'água, ele deixou Pichu aos seus cuidados, pronto para obedecê-la na ordem que desse. Em seguida, o rapaz saiu pela janela e foi até o moinho, encaixando o pé em uma das pás e em seguida em outra, fazendo a roda girar mais rápido do que apenas pela força do riacho. Alguns Poochyenas que tentavam cercar a casa se guiaram pelos sons do garoto saindo pela janela e tentaram chegar até ele, em vão. Contudo, foi o suficiente para espalhar o bando e talvez, tornar a tarefa de Sara e Pichu mais fácil.

A menina colocou o ratinho elétrico preso aos fios na janela e afastou-se dele para não acabar eletrocutada, então esperou que Blaize pedalasse o suficiente lá fora e desse o comando para enfim ordenar o ataque para Pichu — Pichu! Pronto? Então vamos lá! — Dizia a garota, vendo que as bochechas do ratinho elétrico eram golpeadas por uma forte descarga elétrica vinda do capacitor — Acerte-os com seu melhor Thunder Shock! — Ordenava a garota, enquanto Pichu respondia com uma descarga elétrica fortíssima. Raios saiam de todo seu corpo e acertavam o chão, deixando uma pequena vala na terra praticamente explodida. Os Poochyena não tinham escolha a não ser correr.

Pouco a pouco, toda a matilha se dispersou e fugiu para a grama alta da pradaria, aos grunhidos de medo. Blaize já podia parar de girar a roda, até porque Pichu não conseguia parar de liberar descargas de energia elétrica para todos os lados. Conforme ele se virava, pedindo para que acabasse com tanta potência, os raios que acertavam o lado de fora agora acertavam também tudo do lado de dentro. Sara teve que se jogar no chão para desviar de um forte choque, mas a mobília e as paredes sofriam as consequências do poder aumentado. Pichu estava descontrolado e gritava por seu dono. O que Blaize faria? ◄