(004) - This Is Why We Can't Have Nice Things

A situação não era a mais favorável e Manju claramente não estava ajudando. Ao colocá-la em sua esfera metálica azulada, a mesma saía por vontade própria e parecia não gostar de estar ali dentro. Talvez a pequenina não entendesse o que estava acontecendo; o que era óbvio, já que tinha minutos de vida.

— Fica tranquila, meu amor... Tá tudo bem. — acariciei a cabeça da pequena, dando-lhe alguns afagos em seu pescoço peludo — Não vou te colocar mais lá, ta bom?

Pensei em uma solução rápida para o problema. Guardei a Pokéball e retirei da bolsa um pirulito (joke lollipop), o qual ofereci para a mesma comer. Peguei-a no colo enquanto a oferecia o doce, na intenção de que a mesma comesse e ficasse alegre. Ao menos Manju já mostrava uma grande personalidade, o que acalentava meu coração um pouquinho.

— É minha primeira vez com um Pokémon pequeninho... — olhei para Margo, dando um sorriso sem graça — Alguma dica?

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Margo me dava alguns conselhos que certamente cairiam bem. Era minha primeiro experiência com um ovo chocado e eu precisar pegar o jeito, principalmente por ter ainda mais dois que ainda irão nascer. Continuei com Manju no colo, acariciando a pequena raposa, até que comecei a reparar em Kirlia. A dor de cabeça estava voltando.

Respirei fundo e, em silêncio, sinalizei com a cabeça para que Margo prestasse atenção ao seu redor. Se Mochi pode sentir, quer dizer que a pessoa está um tanto quanto próxima de nós.

— Fiquem atentos, meninos. —  comentei baixinho com Kadabra e Kirlia, voltando minha atenção para Margo — O que faremos? Tentamos sair daqui? Encaramos eles?

Minha esperança era a loira ter uma ideia para que não nos encontrássemos em maus lençóis novamente.

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Olhamos em volta e nada: nenhum sinal de perigo ou alguma pessoa que poderia nos machucar. Respirei aliviada, agora deixando Manju descer do meu colo, claramente a pequena tinha uma personalidade forte, o que acalentava um pouco meu coração: um ser tão pequenino com tantas vontades, me lembra até mesmo de alguém...

Mochi ainda sentia algumas dores, então o abracei brevemente. Não conseguia entender o porquê de estar assim, então tudo que podia fazer era acarinhá-lo.

— Está tudo bem, fica tranquilo. — abracei-o brevemente — Não tem porque ficar assim.

Abracei Kirlia novamente e voltei a fitar o oceano junto com Margo.

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Mais uma vez, confusão.

Nossa tranquilidade durou pouco, já que um Pidgeot apareceu do nada para nos lançar uma ataque que dificultou nossas visões do ambiente. Fiz o mesmo que Margo: retornei meus psíquicos para suas respectivas Pokéballs e agarrei Manju com toda força que conseguia. Entrei na água no meio do desespero e sabia que Eevee não saberia nadar junto comigo. Coloquei-a em cima da minha cabeça enquanto nadava pela água; no ruim, ao menos era uma solução rápida para sairmos dali.

— Manju, por favor, fica tranquila: nada de mau vai acontecer com você. — dizia em meio as nadadas que dava — Não vou deixar que nada de ruim te aconteça nunca.

Dei um sorriso para a raposa na esperança de tranquilizá-la. A situação era complicada, mas tudo que disse era verdade: faria de tudo para que nem ela, nem meus psíquicos, nem meus ovinhos sofressem qualquer coisa ruim.

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A realidade era que eu estava nadando sem destino e, ao observar Margo mais a frente, comecei a ficar agoniada. O desespero de ter que passar por outra situação péssima começava a tomar conta de mim, sem falar que, lenta do jeito que eu estava, era capaz do Pokémon voador me focar e eventualmente acertar Manju.

Ouvi à distância Margo dando ordens à sua Starmie e percebi a falta que me faz não ter uma. Estava vulnerável naquela imensidão aquática e não arriscaria de liberar meus psíquicos acima da linha d'água, já que se os mesmos sofressem algum ataque cairiam no mar. Escutei mais uma vez Margo gritar, mas dessa vez direcionado à mim e sua estratégia era simples: sair daquela rota para evitar que fôssemos perseguidas mais uma vez. Fazer o quê? Era o necessário, já que em tão poucas horas passamos por diversos maus bocados.

Nadei até a areia novamente e agarrei Manju no colo. Com a mão direita, busquei a esfera bicolor de Kadabra e o liberei rapidamente.

— Sushi, Thunder Wave! — apontei na direção do pássaro enquanto me juntava à Margo — Para onde vamos?

Contei com a velocidade absurda do psíquico para que o mesmo acertasse Pidgeot e piorasse ainda mais a situação do pássaro de nos atacar. Ao menos era uma solução imediata, para eventualmente seguir os planos que a loira havia pensado.

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