S1 EP 2 Roserades are red Tangelas are blue...

Era incrível como, mesmo com outro pokemon, o nosso Cheshire Cat continuava mais veloz que todos em campo. Agora com seu imponente Swellow em campo podíamos ver uma exímia ave em campo, sobrevoando a cabeça dos nossos protagonistas e ora ou outra a plateia. Fora em um desses sobrevoos que soltou seu primeiro rasante cortante Sua técnica causara dano em Arcanine mas nada além disso.
Na outra ponta do campo vinha Chinchou que já não recebia mais ordens de seu mestre. Blake estava em outra dimensão; se perdera por completo! Sozinho e confiante decidiu por utilizar mais um Supersonic que, infelizmente, errou. Talvez não fosse hoje o dia de sorte do nosso pequeno girino, ou seja lá o que ele é, ainda assim, estava contente pela sua independência: o chá que dera a ele podia não deixá-lo "grogue" como com o cientista, mas lhe causara uma bela de uma gargalhada com o errar do golpe... definitivamente não parecia lá muito triste pela falha.

Por fim o canino rodou... rodou.. rodou e pow! Como uma bola de boliche acertou nosso risonho aquático. Se antes Chinchou cogitava não ser seu dia de sorte, agora tinha certeza: acabou por receber queimaduras preocupantes por causa das chamas.

Mais uma rodada rolara e o Chinchou rodara e rolara erguendo sobre si uma barreira que rolava e rodava em torno de seu eixo, o protegente da rodada e do rolamento que o canino logo mais viria a dar. Antes que desse, Swellow golpeou-o com outro Aerial Ace, acertando em cheio e permitindo que Arcanine falhasse miseravelmente em rodar mais uma vez.

As chamas queimaram nosso amigo sem mestre e o turno acabou por aqui. Ainda tinha mais alguns segundos; daria para um próximo golpe e Akio não parecia em uma situação confortável... em nenhum sentido.



Campo: Palco de teatro comum; chão de madeira maciça e levemente escorregadio. Plateia assistindo; o contexto é uma peça dramatúrgica com batalhas.



Artie (35/50)


Valentain (33/50)

Emily WIlkerson (23/50)


NPC Aleatório (16/50)

Era a última rodada, o último turno e a guarda já não sabia o que fazer! Não cumprira a missão de tirar Blake do palco e nem ganhara lá muito ponto nas batalhas mas, convenhamos, seu parceiro era bastante inútil. Revoltada com  a situação deixou que tudo acabasse logo, até porque, nem teria mais tempo para fazer algo extraordinário: na chance que tinha torceria para, talvez, derrubar Chinchou. Infelizmente darei spoiler: não conseguiu. O próprio Brave Bird (-34) deixaria-o exausto. Ainda que o recuo do golpe tenha sido bastante severo (-11), Swellow parecia perfeitamente bem voando sobre a plateia; abandonara um pouco a luta e deixara que Chinchou acabasse com o inimigo, deferindo suas bolhas (-5) e acabando com o sofrimento do canino.

As queimaduras até incomodaram mas o pokemon de Blake continuava de pé, sadio e forte. A luta havia acabado: já não havia mais contra quem lutar e nem tempo para continuar. Se a rainha quisesse tirar Akio dali teria que tentar uma segunda vez.


Campo: Palco de teatro comum; chão de madeira maciça e levemente escorregadio. Plateia assistindo; o contexto é uma peça dramatúrgica com batalhas.


Artie (43/50)


Valentain (41/50)

Emily WIlkerson (23/50)


NPC Aleatório (16/50)

Se tivesse que tentar de novo, tentaria: com a garganta rouba, bastante enervada e muito estressada gritou, do fundo do palco:
- Cortem-lhe a cabeça!! - Ordenou.
Podia ser uma fala clássica e que, em geral, terminava em chá, mas desta vez parece que não acabaria assim. Emily e seu companheiro resgatavam Arcanine e Magby e os levavam para receber os devidos cuidados, mas a rainha tinha mais guardas! Mais e mais guardas! Estes não vieram lutar: estavam pré-destinados a tirar Blake dali. Dois guardas surgiram primeiro, escalaram a cadeira e o encarara de cima para baixo. Outros dois seguiam pelo chão, indo da esquerda para direita, surgindo à frente do protagonista. Outros dois vinham da direita, parte traseira de Akio. O rapaz estaria cercado por todos os lados, menos por um; o da plateia. Seria tosco o suficiente para jogar-se para lá? Cheshire Car permitiria isso? Nenhum guarda parecia empenhado em lutar, a missão era só tirar o encrenqueiro dali.

A vitória talvez serviu de mal presságio! Blake já cambaleava mais que o habitual de Akio e ora ou outra saía da peça e beirava o ridículo. Cheshire Cat cansou: era óbvio que cansaria uma hora. Numa atitude típica de gato saíra pelos cantos e deixara o protagonista falando sozinho, ou melhor, choramingando sozinho. Sombrio o destino de Blake: um rapaz completamente inexperiente com drogas que é jogado ás traças quando submetida a uma. Talvez esse seja o pior momento da droga em si, a famosa Bad Trip. Claro que nenhum jovem mais usa essa expressão: isso era coisa de tiozão zé-mané, que tentava ser moderninho e caia no desuso. Aquele que vive com a cerveja na mão, chega em casa meio baqueado e tropeça no abajur cor flamingo da patroa. Sabe? Então, aquele mesmo. Blake não era essa pessoa: talvez nem sequer reconheceria uma Bad Trip ao meio dela. Talvez tivesse que reconhecê-la com um olhar retrógrado para entender que a situação que passara era um surto. Seu choro, espernear, medo e euforia era característico do desespero causado pela alucinação. A dificuldade de manter-se louco ao meio da peça era o desafio em questão: é fácil alucinar ao meio de concretudes mas tenta ser louco no cinema, para vê se não confundem com arte... pois bem; seu momento tornou-se isso, espetacularização.

Numa cena pouco cômica os atores deram de ombro. O improviso era a chave do negócio e ninguém ali tinha de fato a obrigação de tirar o cientista de lá. Talvez um leve senso moral mas... obrigação? De jeito algum. Era evidente que em um pacto de silêncio os quinze guardas ali presentes concordaram em não retirá-lo do palco, deixar que ficasse ao menos mais um pouco, coniventes com um dos atores que declamou:
- Que comece o jogo!
O dito era precedido de um desenrolar de tapetes vermelho e uma presença da rainha de copas. Mais uma vez a figura central surgia no palco: nesta história Akio parecia flertar com a antagonista desde o início; não literalmente falando, mas se encaravam e trombavam sempre que o momento lhe permitia. Desta vez não seria diferente! A rainha vira na conivência dos soldados uma deixa para aparecer e tentar tirar de Akio a loucura necessária para aquecer a peça:
- Espero que tenham cortado a cabeça daqueles dois incompetentes - Disse; uma frase original do livro de Lewis Carrol.
- Sim majestade, eles estão sem cabeça - Disse um dos guardas que apenas continuou o diálogo comum do livro.
- E você, venha cá, vamos jogar um pouco de Cricket - Convidou Blake, num solavanco quase que obrigatório.

O cenário então mudara. Os soldados começaram a correr para um lado e para o outro e, do fundo das cortinas, trouxeram alguns tacos em formato de flamingos. Com eles algumas bolas espinhentas, simbolizando os ouriços; o jogo era simples, um críquete com tacos-flamingos e bolas-ouriços. Diferente do livro Blake não teria problema com o seus instrumentos já que eles não eram vivos de fato; seu taco não ficaria com medo dos ouriços e nem fugiria quando pudesse, ainda assim, teria que mirar bem nos anéis perdidos pelo tablado.
Os competidores pareciam ser apenas a rainha e seu atual convidado; o Cheshire Cat havia fugido e mais ninguém parecia ter coragem de brincar também.

Tentando localizar o homem perdido um guarda veio até a pista e, sem pegar nem taco nem bola, proferiu em alto e bom som:
- As regras do jogo são simples. Ganha quem for a rainha. Se você não for a rainha não ganha - Começou a explicação - Mas se não jogar não perde o jogo. Perde a cabeça. Quem jogar e tentar ganhar da rainha perde a cabeça. Quem ousar dizer que a rainha não ganhou perde também... o jogo e a cabeça. Quem tentar ser a rainha perde. Quem perde o jogo perde a cabeça.

As explicações eram pausadas e bastante metralhadas: elas podiam não fazer sentido mas tinham um motivo para tal! Fazer Blake perder a cabeça. Isso se dava por dois motivos bastante simples, o primeiro era que caçoar o rapaz drogado pareceu ter virado objetivo da peça. O segundo era ainda mais simples: Akio externou em campo que achava, até então, que a Rainha de Copas tinha alguma sensatez nos comandos. Quem em sã consciência, que conhece a história de Alice, pensa isso? Óbvio que não era a questão no tablado: McBride não estava, e nem estaria tão cedo, em sã consciência.

O piso ganhara uma textura diferente; não sei dizer-lhe se era por conta da alucinação do rapaz ou porque alteraram mesmo mas agora... bem, parecia mais fofo. Os ilhós ao chão eram necessários para que o jogo prosseguisse e, tentando começar aquela brincadeira, a rainha se posicionou bem rente a um. Colocou seu ouriço na boca do aro e bateu-lhe forte, com um flamingo. Ponto para a senhorita! Mas que ponto fácil ela fez; definitivamente não era justo botar a bola na caçapa para pontuar, ainda assim, Blake não tinha uma posição inicial então... faria o mesmo? Tudo dependeria de como o rapaz levarias as regras em questão.