[OzPantalho no País das Esmerilhas] – Forina Theater –
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Re: [OzPantalho no País das Esmerilhas] – Forina Theater –
"Eu morri, e a culpa é sua."
As palavras atravessaram ríspidas pela sua mente, assim que o olhar alcançou o mar sangrento que se espalhava vagarosamente pelo palco do teatro. Sentiu, de imediato, o peso gosmento e gélido dos pecados - ou, no mínimo, das assombrações que bailavam pelas profundezas das lembranças - se arrastando pela própria coluna, em subida constante, antes que ele se agarrasse no próprio pescoço, pressionando-o e ameaçando sufocá-la por meio de sua mera existência. Por um ínfimo instante, sentiu o ar se dissipar de dentro dos pulmões, e sentiu a necessidade de puxar ar num silêncio trêmulo. Fracos de repente, os dedos afrouxaram o aperto na alça da maleta, e o objeto por muito pouco não abriu caminho para a madeira ensopada com molhos de fast food. A única sorte da situação foi que já havia ditado as ordens de Ivysaur pois, do contrário, talvez não tivesse mais capacidade de fazê-lo.
O olhar se desfocou, por um breve e infindável girar único do ponteiro dos minutos. Os ombros sofreram com a divisão da vontade de retesá-los e simplesmente largá-los e, na dúvida, fizeram ambas as coisas, uma após a outra. O brilho de pouquíssimo que cintilava nos orbes acinzentados se apagou, com a mesma simplicidade com a qual o havia dominado. Sentia a boca seca, e tal fator se estendia até a garganta, deslizando até o nó mal formado no estômago, um embrulhar que ameaçava se desfazer a qualquer momento mas que, de algum jeito, se manteve sem maiores perturbações. Em uma tacada (ou facada?) só, a confiança se esvaiu por entre os dedos, e levou consigo a vitalidade talvez não apenas do personagem, como da própria moça que o oferecia vida momentânea.
"Você fez isso comigo."
Sem reação estava, e sem reação ficou. Também por conta disso - provavelmente - fora tão fácil aos soldados intervirem ao fim da batalha e, como uma flor despetalada na correnteza, a ruiva se viu tragada e arrastada na maré da guarda da realeza, entre mãos, dedos e, ao menos nos papéis, más intenções. Afogou-se não somente em uma culpa descabida, como no próprio sangue que escorreu da garganta, bem manipulado pelo adolescente por ele responsável. Se viu derrotada, descabeçada, desorientada e desnorteada.
De-, de-, de-, de-.
Degenerou-se em silêncio, arrastada como digníssimo manequim. Manipulada por soldados, aprisionada na vilania da Rainha e, mesmo que vitoriosa, derrotada diante de toda a plateia e do próprio coração. A alma maculada selou sua condenação e, mesmo quando as cortinas enfim tombaram, foi incapaz de reagir de imediato em resposta à animação dos figurantes e de seu parceiro de evento. Ouviu a comemoração, os elogios, mas tudo não passou de um zumbido irritante decorando o cenário sangrento. Sentiu mesmo o beijo na testa, embora a maior reação que possuiu se tratou de um breve erguer de olhar perdido na direção dos azuis profundos de Luch.
Era prisioneira; Não mais das tropas da Rainha, mas de seu próprio "eu".
Ou seria mais correto dizer: Do fantasma que a perseguia desde o Limbo?
...
De qualquer jeito, foi assim que foi - o fim. Um cenário que não se prolongou, talvez por conta da fuga - ainda que vagarosa - da moça. Um escapar tolo, que serviu meramente para não criar raízes no mesmo lugar. Uma dissociação inquieta de si mesma, que perdurou até o afastamento de Drac e o próprio, e ainda estava lá quando (de maneira boba, se fosse pensar bem) tirou um tempo para checar se o tal Lírio (teria nome?) estaria bem e, sinceramente, se a flor estaria realmente viva: Um temor sem sentido, que veio em tom de brincadeira com um (levemente) nervoso "E aí, ainda com a cabeça no lugar?", ainda que o coração estivesse apertado dentro do peito.
...Mas, sim, só.
Eventualmente teria de ir embora.
E, de maneira eventual, o fez.
As palavras atravessaram ríspidas pela sua mente, assim que o olhar alcançou o mar sangrento que se espalhava vagarosamente pelo palco do teatro. Sentiu, de imediato, o peso gosmento e gélido dos pecados - ou, no mínimo, das assombrações que bailavam pelas profundezas das lembranças - se arrastando pela própria coluna, em subida constante, antes que ele se agarrasse no próprio pescoço, pressionando-o e ameaçando sufocá-la por meio de sua mera existência. Por um ínfimo instante, sentiu o ar se dissipar de dentro dos pulmões, e sentiu a necessidade de puxar ar num silêncio trêmulo. Fracos de repente, os dedos afrouxaram o aperto na alça da maleta, e o objeto por muito pouco não abriu caminho para a madeira ensopada com molhos de fast food. A única sorte da situação foi que já havia ditado as ordens de Ivysaur pois, do contrário, talvez não tivesse mais capacidade de fazê-lo.
O olhar se desfocou, por um breve e infindável girar único do ponteiro dos minutos. Os ombros sofreram com a divisão da vontade de retesá-los e simplesmente largá-los e, na dúvida, fizeram ambas as coisas, uma após a outra. O brilho de pouquíssimo que cintilava nos orbes acinzentados se apagou, com a mesma simplicidade com a qual o havia dominado. Sentia a boca seca, e tal fator se estendia até a garganta, deslizando até o nó mal formado no estômago, um embrulhar que ameaçava se desfazer a qualquer momento mas que, de algum jeito, se manteve sem maiores perturbações. Em uma tacada (ou facada?) só, a confiança se esvaiu por entre os dedos, e levou consigo a vitalidade talvez não apenas do personagem, como da própria moça que o oferecia vida momentânea.
"Você fez isso comigo."
Sem reação estava, e sem reação ficou. Também por conta disso - provavelmente - fora tão fácil aos soldados intervirem ao fim da batalha e, como uma flor despetalada na correnteza, a ruiva se viu tragada e arrastada na maré da guarda da realeza, entre mãos, dedos e, ao menos nos papéis, más intenções. Afogou-se não somente em uma culpa descabida, como no próprio sangue que escorreu da garganta, bem manipulado pelo adolescente por ele responsável. Se viu derrotada, descabeçada, desorientada e desnorteada.
De-, de-, de-, de-.
Degenerou-se em silêncio, arrastada como digníssimo manequim. Manipulada por soldados, aprisionada na vilania da Rainha e, mesmo que vitoriosa, derrotada diante de toda a plateia e do próprio coração. A alma maculada selou sua condenação e, mesmo quando as cortinas enfim tombaram, foi incapaz de reagir de imediato em resposta à animação dos figurantes e de seu parceiro de evento. Ouviu a comemoração, os elogios, mas tudo não passou de um zumbido irritante decorando o cenário sangrento. Sentiu mesmo o beijo na testa, embora a maior reação que possuiu se tratou de um breve erguer de olhar perdido na direção dos azuis profundos de Luch.
Era prisioneira; Não mais das tropas da Rainha, mas de seu próprio "eu".
Ou seria mais correto dizer: Do fantasma que a perseguia desde o Limbo?
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De qualquer jeito, foi assim que foi - o fim. Um cenário que não se prolongou, talvez por conta da fuga - ainda que vagarosa - da moça. Um escapar tolo, que serviu meramente para não criar raízes no mesmo lugar. Uma dissociação inquieta de si mesma, que perdurou até o afastamento de Drac e o próprio, e ainda estava lá quando (de maneira boba, se fosse pensar bem) tirou um tempo para checar se o tal Lírio (teria nome?) estaria bem e, sinceramente, se a flor estaria realmente viva: Um temor sem sentido, que veio em tom de brincadeira com um (levemente) nervoso "E aí, ainda com a cabeça no lugar?", ainda que o coração estivesse apertado dentro do peito.
...Mas, sim, só.
Eventualmente teria de ir embora.
E, de maneira eventual, o fez.
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