Lief conseguiu, seu Plusle venceu a Mawile da Rainha de Copas. Se não houvesse mais nenhuma reviravolta, ele estaria salvo. E foi assim que se seguiu. Apesar da indignação da vassala, nem ela e nem o rei tinham poder para contestar a vontade da soberana. Sabrina, executando perfeitamente seu personagem, deu ordens à chapeleira para que o levasse para fora do reino.
— Eu lhe agradeço imensamente, Majestade! — o garoto ajoelhou-se, mostrando-se emocionado com a posição justa da rainha — Juro que não tornarei a lhe causar problemas!
Dito isso, a chapeleira o segurou pelo braço. Ele guardou Raiden e Yatta em suas pokébolas e fez sinal para que Yomi o acompanhasse. Mas antes que fosse levado a rainha ainda tinha algo a dizer. Com um chamado, lançou-lhe um pequeno objeto metálico. Uma insígnia vermelha em formato de coração. Lief surpreendeu-se.
Ele não esperava por aquilo. Era igual às insígnias dadas pelos líderes de ginásio aos desafiantes bem sucedidos. Embora ele nunca houvesse obtido uma, já as havia visto. Contudo, o sentimento que tinha ao olhar para a que estava em suas mãos era completamente diferente. Conquistar aquela recompensa com seu próprio esforço, lutando ao lado de seus parceiros, possuía um significado diferente.
Lief gostou do que sentiu, ele queria mais. Antes de ser levado para fora do palco, lançou um último olhar à Sabrina. Desta vez não a viu como a atriz que interpretava a rainha, mas sim como uma líder de ginásio. Foi preenchido por uma vontade de desafiá-la, assim como aos outros líderes. Quando chegou a Hoenn ainda não sabia o que queria fazer ali além de explorar a região. Naquele momento, no palco do Teatro Continental, ele decidiu fazer das insígnias um objetivo.
Enfim deixou a cena. As cortinas se fecharam novamente e o garoto parou para descansar enquanto preparavam o último cenário, que na verdade também era o primeiro. Em pouco tempo tudo estava pronto e Lief foi colocado dentro da grande árvore cenográfica que era a entrada para o País das Maravilhas.
Com a abertura das cortinas, ele foi jogado para fora da toca de coelho. Era o fim da aventura. Lief tirou seus pokémon de suas pokébola.
— Essa foi uma aventura e tanto não é mesmo? — disse, animando-se com a resposta positiva de seus parceiros — Uma pena que não pudemos capturar a Buneary brilhante, e também que quase tenhamos sido executados... mas aprendemos muita coisa e nos divertimos bastante naquele reino maluco! Mal posso esperar pelo que nos espera a seguir!
A fala final com uma ideia de continuidade era para demonstrar que a jornada de um treinador não terminava com o fim de uma aventura. Ele estava sempre aguardando ansioso pela próxima oportunidade. Quando terminou de falar, as luzes do palco se apagaram, de modo que a plateia não poderia enxergar o que estava acontecendo. Todos os atores que participaram da peça voltaram e, com as novamente luzes acesas, caminharam para a boca de cena para agradecer ao público e receber os aplausos. Com isso a cortina se fechou uma última vez naquele dia.
...
Lief deixou o Teatro Continental ainda eufórico com tudo que havia acontecido lá dentro. Caminhou pelas ruas de Forina ao lado de seus pokémon sonhando acordado, assim como seu personagem da peça, com qual seria sua próxima aventura. Foi então que algo lhe chamou atenção: na vitrine de uma loja de eletrônicos havia diversas televisões exibindo o que parecia um pronunciamento. Aproximando-se ele reconheceu a líder de ginásio da cidade de Celadon, Erika. Na parte inferior, em letras garrafais lia-se "FORÇA VOLUNTÁRIA TOHJO".
O garoto teve certeza de que encontrara sua resposta.