#Extra [Teatro] - A Guerra de Naipes

    Mais uma vez, os pokémon batalhavam, seguindo os passos de seus treinadores, que trocavam incansavelmente golpes. Depois dessa cena, Ren gostaria de uma pequena pausa nas partes de ação e lutas, quem sabe, uma cena onde ambos os personagens parassem um pouco para descansar e alimentar-se?
  Os monstrinhos desferiram cada golpe, com Finneon finalmente estando livre para agir. Anzu e Flabébé tinham um desempenho satisfatório, e iam muito, ao menos da maneira que Ren avaliava. O mono treinador, após a conclusão dos movimentos, notou que Anzu estava começando a fraquejar e entrar em declínio. Assim sendo, o garoto resolveu tomar atitudes mais protetivas, mas precisaria de alguma ajuda, tanto de seu parceiro quanto de sua pokémon.

  — Ísis, querida, tenho mais algo a lhe pedir. Você está se saindo muito bem, bebê! Mas preciso que deseje, deseje, deseje com força. Se acreditar, seu desejo vai se realizar! Assim sendo, deseje a cura e saúde para recair sobre nós! — disse o rapaz, pedindo à sua fada o uso do poder curativo Wish. Mas não adiantaria muito apenas utilizar, então o garoto avisou a Ryousuke suas intenções de curar Minun, pedindo, enquanto atuava, para que Suitless colocasse a elétrica em posição para receber o tal desejo.

 “Após isso, vamos tentar mentalizar as plantas, folhas, flores e tudo mais. Pense no verde, na grama, no poder ecológico! Agora, crie. Crie um ambiente agradável e confortável para todos, invoque, com o Grassy Terrain, o terreno ideal!”

  Ele esperava que tudo desse certo, e que pudessem descansar logo. Atuar era cansativo, mas se divertia muito, e parecia que seus pokémon também. A pequena Ísis, embora jovem e inexperiente, parecia extremamente inteligente e, até mesmo, empolgada, conseguindo deixar de lado uma parte da timidez, embora ainda se escondesse atrás de sua flor.

 Wallace e Suitless enfrentavam a Ratwoman, que parecia... Em conflito consigo mesma?  Seguindo o papel e o roteiro, o jovem nobre não deixou aquele estranho fato passar em branco. Para começar, com os distúrbios que a tal certamente sofria. Chegava a ser aterrorizante, aquilo que a personagem desenvolvia e interpretava, uma bizarrice. Tendo lido o roteiro, sabia, ao menos parcialmente, o que se passava, mas não era assim para o público. Logo, Wallace começou a esclarecer para a plateia aquilo que se passava, expressando sua dúvida e sensação de que algo havia acontecido, mais falando consigo mesmo que com Suitless, o mercenário.

  Finalmente, com um rápido movimento de Anzu, o feroz Basculin acabara por desmaiar, obrigando sua treinadora a recolhê-lo. E por falar na treinadora, essa parecia cada vez em um estado mental pior. Era evidente o fato de que as faculdades mentais da rata não estavam em suas melhores condições. Como dito pelo personagem Suitless, era provável que os inimigos haviam feito alguma coisa com a outrora soldado.
   A pequena Flabébé estava confusa, não escutando a voz de seu treinador, e nem mesmo a da razão. Estava machucando-se talvez não por vontade própria, mas ela feria a si mesma. Ren estava preocupado com a pequena, mesmo que a tal parecesse estar divertindo-se, talvez o garoto estivesse pedindo muito dela. Ele balançou a cabeça, em negação. A flor era forte, ele sabia disso. Era uma de suas preciosas fadas, aquelas, tão odiadas pela família do rapaz. Sua mente começou a divagar, mas ele logo se lembrou que estava sobre o palco, e mais importante, em uma luta. Assim sendo, tentou fazer com que esses breves momentos em que estivera inquieto parecessem planejados no roteiro.

   — Sim... Definitivamente, a brava guerreira está sendo atormentada por algum mal... Sir Arganaz! Conte-me o motivo de tal aflição! O que se passa, soldado? Não te deixes levar por essa manipulação que sofres, lembre-te de tua Rainha, de teu dever! — disse ele, como sendo Wallace, conhecido da roedora. Será que suas palavras surtiriam efeito? Por fim, o aristocrático garoto ordenou, quase como um pedido, para que sua pokémon utilizasse o movimento Grassy Terrain, repetindo-o caso errasse, e utilizando o Wish caso acertasse o primeiro.

  Os Pokémon continuavam a executar seus movimentos, alguns não com tanto sucesso assim. Ren gritava palavras de apoio à Ísis, incentivando a razão, tentando fazer com que ela libertasse-se daquela sensação confusa e fosse capaz de agir livremente mais uma vez.
  Desse modo, esperando que a singela flor escutasse seu clamor, orientou mais uma sequência de movimentos por parte da tal, requisitando o uso duplo daquele poderoso desejo que havia curado a flor anteriormente. Ele demonstrava sua vontade e amor pela pokémon ao público e todos que quisessem ver.

   — Minha querida companheira... O que fizeram contigo? — disse, dirigindo-se à agora monstruosa rata. —  Não és obrigada a nada, sabes muito bem... Costumavas honrar nosso exército com tua presença, vontade que tu quisestes, embora fosses livre para realizar o que bem entedesses... — Wallace recusava-se a ferir a antiga, em mente, soldado do exército branco. Ela poderia não ter mais a mesma mentalidade, mas ainda era um valioso membro. De que forma a sanidade dela poderia ser recuperada?