Re: PvPzin da rapeize

por **Seth** Qui Nov 21 2019, 01:09

FORINA CITY

prologue: pacify her

Silêncio foi tudo que recebi como resposta a principio, a garota não parecia disposta a me dar mais informações e parecia que ela ainda não acreditava em mim para tal, e eu a compreendia; nos conhecemos hoje, eu havia feito mais mistério do que ela acerca de mim e meus informantes até então, sendo que no lugar dela faria a exata mesma coisa. Não contestei quando ela me largou sentado sozinho para ir ao PC, parecia uma estratégia para pensar no que fazer, e mais do que isso, pensar no que ela poderia me dizer; cada vez mais curioso com o que teria exatamente de fazer, deixei meus pensamentos me consumirem até que ela voltasse; talvez fosse algum inimigo da Equipe Rocket... e se eu tivesse de ajudar os Rangers? Lutar contra outros Grunts? Não poderia aceitar isso, eu queria ser readmitido na equipe, não expulso para sempre e isso com certeza me baniria de qualquer lugar que houvessem membros do time. Definitivamente teria voz para dizer não caso fosse algo impossível, e esperava que isso também não me prejudicasse completamente dentro da Circulus.

Depois de certo tempo com o rosto apoiado nas mãos, a garota voltou e tornou a sentar-se frente a mim, parando com o olhar no meu por um bom tempo; não ousei quebrar aquilo, parecia algum tipo de teste de confiança ou talvez alguma leitura de alma, coisas que esses exotéricos malucos fazem, o que de certo combinaria com ela. Por fim, tive minha resposta que de imediato fez com uma sobrancelha se erguesse; ela não sabia? Como me passaria uma missão se sequer sabia o que de fato eu deveria investigar? Afinal, eu estaria ali a mando dela e desse tal Nicholas quem diga-se de passagem, me parecia tanto quanto familiar por sua descrição. De qualquer forma, era um suicídio, o que eu faria se fosse para o Mt. Pyre executar uma missão sem saber para quem estava trabalhando ou o que buscava ali; mesmo assim, eu estava interessado. Mistério sempre mexeu comigo de maneira diferente e agora não seria diferente; em outras situações fui muito mais irresponsável do que isso, e talvez fosse um tiro no escuro mas eu tinha a quem recorrer caso algo acontecesse, agora, pelo menos. Respirei fundo, não a interrompendo até que terminasse completamente de falar, e um último fato trouxe a tona algumas suspeitas interessantes, que confirmavam algumas teorias em minha cabeça. Nicholas era um Rocket, e eu tinha certeza disso pela forma como ela explicou seu encontro, ele claramente não havia contado a ela que o "grupo clandestino" se tratava da Equipe, e aparentemente não queria que ela soubesse que ele também pertencia a ela.

Agora toda a situação mudava de figura... Ajudar os Rockets era mais do que eu precisava para conseguir meu respeito de volta na organização, e tinham dois modos de isso acabar para mim: 1) concluía a missão com sucesso, ganhando honras com tanto a ER quanto a CV; e 2) falhando e perdendo créditos com ambas. Era mais suicida do que eu imaginara, e poderia me custar a vaga no que me fazia feliz, mas era algo que eu queria, com toda certeza, tentar; nesse ponto da conversa meu sorriso malicioso ja era encontrado novamente como parte mais expressiva de meu rosto, e eu encarava cada movimento de Winnie com masoquismo, como quem quisesse sofrer durante a missão para que a recompensa fosse ainda maior e gratificante. Ouvi sua ultima frase sobre o líder da sociedade e assenti, finalmente concordando com tudo que ela disse. - Eu aceito. Já que você ajudará os Rangers, irei com esse grupo clandestino; assim conseguimos créditos com ambos e a sociedade é beneficiada dos dois lados. Isto é... se você for realmente me aceitar como seu companheiro, Winnie. - Sorri uma última vez, arrumando meu cabelo com a mão direita e deixando uma risada sem graça no ar, da mesma maneira que as de antes.

por **Victoria** Qui Nov 21 2019, 01:22

O comentário de Seth chegava a ser engraçado; quem era eu para aceitá-lo ou não? Talvez sua noção hierárquica de sociedade tenha lhe envenenado a cabeça mas, a todo o momento, cogitei que o rapaz fosse livre para fazer, ou não, o que bem quisesse dentro da sociedade. Ao menos para mim era assim; Nicholas não me pediu nada, não me aconselhou nada e muito menos me delegou função. Netero apareceu uma vez para mim! Há pouco o que se dizer sobre hierarquia aqui; não sinto de fato essa pressão e nunca sentira, nem mesmo antes de me relacionar com Nicholas e virar uma membra-superior.

Dei de ombros com a sua resposta; eu já a esperava. Seth fazia o tipo louco e, por isso, eu sentia que seus atos eram inconsequentes. Admito que tomei admiração e até um pouco disso para mim; esses atos vândalos e inconsequentes me lembram bastante Nicholas. Num segundo tive um rememorar inevitável; seu toque brusco em mim durante a apresentação. Este toque me relembrava algumas situações controvérsias e o sonho-acordado que tivemos ao quebrar a quarta parede... seria esta a Winnie apaixonada?! Matthew Monclair nunca ocupou minha mente assim, ainda assim temo que Nicholas tenha uma vantagem, quando se compararmos com lotes em minha cabeça: Nicholas me irrita. É difícil esquecer um incômodo.

Chacoalhei a cabeça, como quem queria fazer os devaneios irem embora e, ao finalmente conseguir concentrar em Seth, assenti a cabeça à sua afirmação e lhe disse, com um sorriso pouco aberto porém sincero:
- Você parece decidido para mim. Eu gosto disso - Afirmei e, logo em seguida, estendi a mão em direção à saída, como quem dizia "vamos voltar à treinar?!" - Peço desculpas por não ter mais informações mas parece que a situação está um pouco caótica. Pouca gente que foi voltou já; devem estar perdidos ou sem sinal. De qualquer forma, informação tem sido algo raro para todo mundo.

Falei isso enquanto caminhava ao treino; lá soltaria os quatro pokemons que estavam comigo. Deixei que a chocadora fizesse o papel de manter os ovos aquecidos. Eu sabia que, daquele tipo de troca, me levaria bons tempos para chocar aqueles bebês. Cleffa e Togepi; dois bebês bem difíceis de quebrar cascas.

por **Shianny** Qui Nov 21 2019, 01:22

A conversa a respeito da missão seguia sem mais problemas - os pokémons eram curados pelos dois treinadores, e parte deles era posto para um descanso merecido. Winnie também aproveitava o momento para recuperar dois ovos do storage para que pudesse curti-los um pouco, assim como também a permitia adiantar vagarosamente o processo de chocá-los. Enfim, o casal de não-mais-tão desconhecidos finalmente tinha um tempo para só dialogar e refrescar a cabeça, após tanto esforço com o treinamento de seus respectivos pokémons, cada qual com seus diferentes objetivos.

Treinamento de Stats - Resultados escreveu:

Loki (Teddiursa) concluiu o treino com sucesso, e seu corpo sentiu os resultados. Ganhou +4 de Attack!
Loki recebeu 4144 de experiência e +5 de felicidade, subindo para o nível 30.
Loki pode evoluir!

Jormungand (Gliscor) concluiu o treino com sucesso, e seu corpo sentiu os resultados. Ganhou +3 de Attack!
Jormungand recebeu 4516 de experiência e +4 de felicidade, subindo para o nível 32.

Frey (Eevee) concluiu o treino com sucesso, e seu corpo sentiu os resultados. Ganhou +3 de Sp.Attack!
Frey recebeu 1237 de experiência e +10 de felicidade, subindo para o nível 13.
Frey pode aprender Quick Attack! Deseja substituir algum dos movimentos atuais?

por **Victoria** Qui Nov 21 2019, 10:33

Meu chamado ainda não havia sido respondido por Seth mas não seria eu quem iria o esperar. Virei cento e oitenta graus, dando as costas para o garoto, e segui à porta de vidro. Aproximei-me em passos normais e esperei que a tecnologia sensorial a abrisse para mim. Atravessei-a pensando na estranheza dos fatos; quando diabos perdemos o costume de empurrar ou puxar um porta?! Há de se admitir que esta é uma tecnologia um tanto quanto preguiçosa, né?

Matutei a ideia em minha cabeça até enfim discordar de mim mesma. Preguiçosa?! Winnie, você não parou para pensar o quão inclusivo isso é. A não necessidade de puxar ou empurrar é revolucionaria para quem não o consegue fazer. Neste momento me senti estúpida! Perceba; minha pequena cabecinha só deu conta de mim e dos semelhantes. Há cadeirantes, cegos, analfabetos e outras tantas pessoas que não são resolvidas com plaquinhas de "puxe" e "empurre". Oh Deus; perdoe-me por isso. Ora ou outra eu esqueço que nem todo mundo é como eu.

Fora durante todo esse julgamento que caminhei e sente no sítio exterior ao Centro. Infelizmente não me lembro do caminho; passara ele todo devaneando, ainda assim estava lá e continuaria. Larguei da esfera quatro pokemons; Baltoy, Persian, Teddiursa e Eevee. O ansiolítico de Skoll continuava em cena e isso me faria ter que ser cuidadosa.

Decidi separar por ânimo; Baltoy seria um bom para para Eevee que parecia bastante engajado com o treino. Agora o Power Aklet sairia de Baltoy e iria à Eevee. A troca de itens era justamente para mostrar a Frey o que seria um treinamento com equipamentos. Infelizmente eu só tinha um; minha única forma de demonstrar seria rotando o objeto.

Minha segunda dupla era Loki e Skoll e, por sorte, o gato não tinha medo de ursos. Botei-os para meditar; a tarefa era simples, exercitar concentração e proteção contra golpes especiais:
- Bom, acredito que uma mente fortalecida é o mais importante para nos defendermos de alguns ataques - Disse, soando como uma Coaching Quântica qualquer - Vamos meditar?! Acho que precisamos de um exercício mais leve agora.

Fora ao falar isso que pulei para a outra dupla; Eevee treinaria velocidade enquanto Baltoy defesa. A brincadeira era simples:
- Frey, quero que corra e pule contra Baltoy, como um golpe físico porém sem de fato botar um poder nele. Você exercitará essa corrida enquanto Baltoy se certificará de defender o impulso. Cruze os bracinhos e tente se manter próximo do chão, Fafnir.

De canto de olho percebi uma claridade incomum. Ainda não havia me virado para saber do que se tratava.

OFF: Vamo evoluir esse ursinho então.

por **Seth** Sex Nov 22 2019, 03:17

FORINA CITY

prologue: pacify her

- Decidido é uma palavra forte, eu estou no máximo... interessado. - Comentei finalmente, depois de analisar Winnie pensando por um bom tempo, ela parecia tão confusa quanto eu com tudo isso, mas ainda assim eu sentia que sabia mais do que ela, ainda; Nicholas estava realmente omitindo informações para ela, e talvez fosse por um romance, mas não sabia ao certo. Se ele fosse quem eu achava que era, um dos maiores agentes que eu já vi na Equipe Rocket, eu ficaria bem feliz em conhece-lo, e quem sabe segui-lo; já tinha uma... mestra, por assim dizer, e poderia arranjar mais um para me fortificar e ajudar ele com algumas coisas. De qualquer forma, não era de meu interesse por enquanto, mas todo esse devaneio me lembrara de que deveria entrar em contato com Rosemary; tínhamos combinado de ir para a rota 121 juntos, mas, eu não sabia ao certo quando iríamos. Precisava treinar mais para acompanhar melhor o nível da mestra, e isso seria feito agora.

Ouvi Winnie me chamando para ir embora e se desculpando por não ter tantas informações, mas apenas dispensei ela para continuar ali por mais um tempo e pensar melhor em tudo que faria daqui pra frente; a primeira coisa que fiz foi liberar Albafica do PC novamente. O tubarão se aproximou de mim, colocando o focinho perto de meu corpo como quem perguntava o que acontecera; acariciei suas escamas para deixa-lo confortável, e soltei uma risada sem graça. - É, só você me entende, Albie. - Dei de ombros, suspirando e me levantando para ir de novo ao computador; não iria ficar com Sharpedo por muito tempo já que tinha de treinar logo e garantir que tudo estaria de acordo com o que esperava. Fiz alterações na equipe novamente, trazendo Yin e Yang para o time principal para poder melhorar seu moveset com o novo movimento, e assim também fazer com que ambos tivessem um ataque bom que ajudasse-os a manter-se na equipe; devo admitir que já pensei diversas vezes em troca-los, mas talvez deixar os roedores por mais tempo comigo gerasse alguma vantagem.

Voltei para atrás do prédio, encontrando a garota já treinando com seus Pokémon e até um brilho estranho vindo de seu Teddirusa, o que também arrancou um breve sorriso de mim. - Era isso que você queria, né? - Questionei, sorrindo para ela e dando um leve tapa em suas costas, acudindo mesmo. - Parabéns pelo seu ursão. - Soltei uma risada tranquila e me voltei para minha posição de antes. Liberei meus três bichinhos e comecei a pensar em como faria cada um dos monstrinhos ali para continuar os treinos. - Asterion, você precisara aprender o mesmo golpe de Erda, um corte poderoso que se amplifica quando está sob efeito de status negativos. A principio não vou usar nenhum status em você, mas quando estiver perto de dominar, fazemos isso para treinar melhor, ok? Comece cortando aquela árvore com suas garras, pode afiar a vontade.

- Yin e Yang, vocês aprenderão um movimento elétrico, ele se chama Volt Switch, e basicamente gera uma troca forçada quando vocês o executam, e por isso estão em dupla. Yin vai usar contra o alvo primeiro. - Disse, apontando para uma pedra de tamanho médio. - E irá usar a eletricidade para trocar de lugar com Yang, e então ele fará a mesma coisa. Concentrem sua energia elétrica e disparem com força. - Comandei, dando espaço para que eles tentassem e eu pudesse descansar um pouco mais; ali perto, até de forma meio suspeita, uma garota loira observava a mim e Winnie, encostada numa árvore e encarando nosso treino como se fosse nossa melhor amiga. Encarei ela por muito tempo, esperando que ela se tocasse e ou viesse falar conosco, ou fosse embora; era claro que eu a olhava com a maior cara emburrada, minha natural, e que isso com certeza indicava para ela bater em retirada, mas fosse sem vergonha o suficiente, igual o off dela, viria finalmente até mim.

por **Shianny** Sex Nov 22 2019, 03:36

Mesmo com a curta pausa para que fossem ao Centro Pokémon, a canina não parecia ter perdido o ritmo do treinamento anterior. Ainda estava animada e, mais importante, era obediente - alegremente se dirigiu à árvore apontada por sete, dando pequenos arranhões na casca grossa da madeira: E lá estava marcada mais uma planta que muito em breve seria destruída pelo rocket...

Quando ambos os roedores foram liberados, a ordem inicial do loiro fora um tanto quanto... Simples, na verdade, mas que os animais precisariam de um tempo para acertar o timing, por assim dizer. Já fazia... Bastante tempo, desde a última oportunidade de treinamento dos coelhos e, assim que foram libertos e instruídos, a primeira coisa que se dignaram a fazer foi parar um momento para se alongar e trabalhar a própria energia elétrica para prepará-la.

Power Anklet utilizado por @Victoria!
Power Anklet foi retirado de Baltoy e equipado em Eevee.
Itens restantes: x00

Sp.Def - Ursaring + Persian escreveu:O primeiro passo para o aprendizado ou fortalecimento de qualquer coisa é, definitivamente, o trabalho que seu usuário possui com a mente. Considerando as breves agitações anteriores, o mais sábio que Winnie poderia fazer por seus dois companheiros era permiti-los tirar um tempo para meditar e, de fato, foi o que ocorreu; Ambos fecharam os olhos e se concentraram por um breve momento. Tanto foi esse momento, e tão profundo, que o ursinho da moça chegou até mesmo a brilhar como uma estrela cadente!

Teddiursa atingiu o nível 30... ... ...
UAU! Teddiursa está evoluindo!
Loki se transformou em um Ursaring e recebeu 10 pontos de felicidade.

Speed // Def - Eevee + Baltoy escreveu:Por outro lado, o treinamento de seus outros pokémons era algo mais... Físico, por assim dizer. Mesmo que tão novo na equipe, o curto momento de interação de Winnie com Frey era o suficiente para que o canídeo houvesse desenvolvido um breve apreço inicial por sua nova treinadora e, isto dito, não teve problema algum em seguir suas ordens, distanciando-se e avançando em baltoy com uma investida fraca; Fafnir apenas se manteve quieto e inerte perante a cena, com os bracinhos cruzados - não tinha problema em defender algo que sequer poder tinha.

por **Karinna** Sex Nov 22 2019, 04:00

Forina City

Digamos que cansada era um belo de um eufemismo pela situação que me encontrava nesse instante.

Forina já havia entrado na minha lista de lugares que nunca mais retornaria: não aguentava mais olhar para aquelas ruas e casas e prédios e teatro e... Argh! Minha cabeça nem funciona direito mais. Horas e mais horas buscando pela garota de nome "Winnie" e nada de encontrá-la. Nem um sinalzinho sequer. Bufei, encostando-me em uma das árvores que enfeitavam as calçadas ao lado do Centro Pokémon, com uma energia mais derrotada do que quando achei que seria morta pelo maluco do Maxima. Sério! Por que diabos esse trabalho todo por uma boneca puída?

Cocei os olhos, tentando espantar um pouco do sono que me consumia. Yasai e Manju brincavam aos meus pés, o que me arrancava um sorriso aqui e outro ali, mas de fato, meu espírito só queria descansar: volta e meia dava um afago nas duas, mas nada que demandasse muita energia. Como faço sempre que estou irritada, entediada ou sobrecarregada, comecei a cantarolar melodias na minha cabeça. Talvez se tivesse ainda um pingo de energia correndo pelas minhas veias, pegaria meu violino e começaria a tocá-lo; mas como estou praticamente morta por dentro, não vai rolar.

Fitei meus arredores uma última vez sem qualquer expectativa. Chega! Se não encontrá-la agora, não encontro nunca mais! Peço desculpas ao Nicholas e é isso! Até os paralelepípedos que olhei pela quinquagésima vez estavam começando a me irritar. Balancei a cabeça negativamente até meus olhos avistarem um rapaz pálido dentre uma pesada piscadela e outra, este que ainda não havia perguntado se conhecia a misteriosa garota ou não. Sequer me enchi de esperança, mas, fazer o quê.

Dei de ombros e continuei observando o que o garoto fazia. Não por esporte ou para parecer uma stalker, mas porque buscava energia para fazer meu cérebro processar a informação de que minhas pernas precisavam se mexer para chegar até lá. O loiro parecia treinar seus monstrinhos, at—

Ah, não.

Meus maçantes pensamentos eram interrompidos ao observar Manju correr na direção do rapaz. O que eu não havia percebido graças ao ângulo que estava era que o mesmo não estava sozinho. Em sua frente, uma garota de cabelos cor-de-rosa parecia estar retornando de algum lugar... Talvez do próprio Centro Pokémon? Quiçá estava tão distraída reclamando que sequer a vi entrar e sair dali. Mas agora não tem mais jeito, minhas pernas terão que se mexer caso eu não queira passar vergonha. E está explicado o porquê: um dos dois parecia ter um Eevee. Não entendo essa obsessão de Manju por outros de sua espécie e evoluções, ainda mais depois da paixonite que criou pelo Umbreon de Lysander. O mono-treinador fora receptivo, mas estou viva tempo suficiente para saber que nem todo mundo é assim.

Apressei os passos, mas não sem antes pegar Yasai no colo: a pobre psíquica tentava correr atrás de sua companheira, mas só tropeçava dentre um passo e outro. A coisa mais charmosa do mundo. Comecei a pensar no meio do caminho em inúmeras desculpas pelo comportamento da raposa, ainda mais após ver a feição de poucos amigos estampada no rosto do loiro. Minha vontade era de gritar com a Pokémon, mas como quero que ela fique feliz até evoluir, vou fingir que a má educação dela é culpa minha.

— Er... — pigarreei me aproximando de ambos treinadores — Desculpem por isso. — recolhi Manju no colo junto com Wynaut com certa dificuldade, tal como uma mãe Bewear com seus filhotes — Ela gosta de brincar com outros Eevees e tende a agir assim sempre que vê um por aí. — dei um tímido sorriso — Já que estou aqui... Por acaso conhecem alguém chamado Winnie?

forina city

por **Seth** Sex Nov 22 2019, 05:54

FORINA CITY

prologue: pacify her

Notando a evolução de Loki, pude me sentir tão nostálgico quanto deveria, vê-lo evoluir me lembrava de Paradox, que me lembava do começo da jornada e como eu sofri para chegar onde estou; parecia bem clichê, admito, mas fazia parte de mim e era algo que eu recordaria sempre e sempre. As batalhas com apenas Lick + Hypnosis, a floresta de Viridian fugindo da velha illuminati, a batalha contra Mr. Abe que literalmente me estraçalhou, as brigas com Ayase, e tudo mais que acontecera meio a um turbilhão de emoções e mudanças. Talvez mudança fosse a palavra certa, eu era uma pessoa completamente diferente de quando iniciara a jornada la atrás, no laboratório foguete, e apesar de ainda ter muito o que aprender, estava feliz com quem me tornei. Contudo, uma coisa bastava para minha felicidade absoluta, e esta envolvia diretamente a equipe em que era ligado; os Rockets tinham minha alma, eu querendo ou não, e sequer tentava a parte do não. Queria ser um bom membro, e isso martelava minha cabeça todos os dias, da hora que acordava a hora que iria dormir; como eu faria isso? Não sei, mas iria descobrir em breve, quando voltasse para a base.

Balancei a cabeça, saindo do devaneio quando vi que já era hora de repassar os comandos a meus Pokémon, começando por Asterion que parecia mais brincalhona do que atacante, mas resolveria isso rápido. - Growlithe, preciso que faça isso com mais força, pense que a árvore é alguém tentando roubar um Growlithe macho de você. - Sabia da quase ninfomania da canina, e usaria isso a meu favor quando precisasse. Depois dela, fui para os roedores, contribuir novamente para que eles entendessem toda a situação. - Tirem seu tempo para se acostumar novamente com ataques, temos como treinar aqui por bastante tempo, então ataquem quando se sentirem confortáveis, ok? - Queria parecer complacente com os presentes de Matthew, mas não estava com tanta paciência para eles, sendo minha estrategia a deixa-los a vontade para seguirem minhas ordens iniciais quando quisessem.

Não tive tanto tempo de continuar o treino, já que um Eevee passou correndo por mim, indo diretamente até o Eevee de Winnie, que pareceu mais assustado do que nós dois juntos. Logo atrás dela apareceu a garota loira de minutos antes, ela parecia nervosa com o fato do Pokémon ter fugido de si, e tratou-se de explicar a situação para nós dois; ouvi sua história, e sua pergunta ao final, franzindo o cenho, sem saber se poderia confiar nela. Quem garantiria que ela não era uma espiã? Poderia estar nos vigiando para contar a alguma sociedade rival sobre nossas trocas e planos; ela parecia de fato bem suspeita antes, e me certificaria de que não se tratava de uma ameaça. Notei que a rosada estava prestes a falar, então coloquei o braço frente a seu corpo e me pus a frente para tomar as rédeas da situação. - O que você quer com essa garota? - Questionei, como quem não quisesse nada. - Já olhou no Centro Pokémon? - Ergui uma sobrancelha, encarando os belos olhos da loira.

por **Victoria** Sex Nov 22 2019, 13:59

O brilho lateral que instantes atrás eu ignorara crescera e aparecera. Aquilo não era um farol; coisa que pensei à priori. Acompanhei a iluminação com a íris do olho, posicionada ao canto do esclera num movimentar rápido. Ceguei-me. Instantes depois minha pupila fez o favor de dilatar e revelar a mim ao menos uma amostra grátis do que acontecia; eu conhecia aquele brilho incessante, instável e estranhamente... cheiroso?! Não sei dizer-lhe se evoluir de fato tem cheiro mas minha memória olfativa não esqueceria a fragrância nostálgica de todos os processos evolutivos que passei. Somado ao cheiro forte de terra-molhada após uma chuva?! Oh, afirmo para ti: isso aqui tem cheiro sim. Não precisei de muito mais para mudar de posição! Fora com o devir-cego que pude entender do que se tratava: "Loki?!", indaguei, sabendo por completo que não teria respostas.

Trouxe a mão para frente dos olhos e, reparando a inutilidade daquele ato, trouxe a outra; se for para a performar inutilidade, ao menos performaremos direito, né? Minha atitude vazia de consequência porém repleta de intenção resultara no pousar de minhas mãos na testa. Um pousar calmo, relaxado, como quem finalmente via luz naquela cidade frígida, chuvosa e escura. Era noite. Sei que muito ocorreu mas devo lembrar a ti; aquela era a noite mais escura de Forina. Com a tempestade profetizada e o apagar de luzes, aquela cidade só tivera aos geradores. Ainda que o problema de energia houvesse sido resolvido por hora preciso dizer-lhe: a escuridão marcou-me nesse dia. Por um instante aquela foi a noite mais escura do ano.

A evolução de Loki era como uma quebra da minha imagem de Forina. O ilustrado traço que fizera em minha mente do hoje, do ontem, do antes de ontem... de quase todos os dias que vivi aqui nesse mês. O brilhar viera não só com cheiro mas também com sensação; um vento me acariciava o rosto e eu enfim recebia as lembranças boas daquele lugar. Sempre dizem que, após um tempo, as lembranças ruins se esvaem mas... com Forina esvaiu rápido demais. Eu não havia nem sequer saído daquele espaço por muito tempo! O sopro de Loki me alcançara e parecia varrer os sentimentos magoados que tinha por aquela cidade.

A briga com Nicholas sumiu e, ao lugar dela, veio o encontro. Dela também surgiu a experiência - parte imprescindível para que meu ursinho se tornasse grande. Agora eu também pensava em Frey, meu mais novo companheiro de time que Forina havia me proporcionado. A luminosidade amorfa me trouxe muito. Talvez mais a mim que ao próprio Loki! Sei que soa estranho dizer-lhes isso mas agora eu já saia de Forina; minha cabeça viajava à Tohjo. Recapi....tulando? Conheci Loki logo após uma sequência de acontecimentos traumáticos; de Goldenrod ao Friend Safari. Lembro que pisei com o pé errado na rota 06 e, recapitulando tudo de ruim que acontecera à mim, recebi Teddiursa. Talvez por isso sou tomada por um sentimento forte pelo pokemon, desde que lhe vi pela primeira vez! Minha empatia pelo seu sofrimento em palco me tomou por completo e... dali em diante, aquela seria a noite de lua nova mais marcante da minha vida.

Lembro que nesta época, a tanto, já havia conhecido Nicholas. Como demoramos tanto para de fato nos entreter? Respirava aquela onda de Nostalgia e aproveitava o sentimento que a muito não me alegrava; aqui, nesse instante pífio, uma névoa veio sublimar o até então apreciável... Uma névoa que, mais cedo ou mais tarde, chega.

Era um tanto cômico que só agora trouxe à consciência o fato: o brilho não estava crescente por Teddiursa estar mudando e sim por justamente o óbvio; estar crescendo. Vi sua mãe antes e posso afirmar à ti que um(a) Ursaring é muito maior que seus filhotes. Lembrar disso me desesperou pelos instante restantes de transformação! Uma das mãos que carregava por cima da testa caíra como um pêndulo: sem força própria acabava por se mover apenas para frente e para trás, completamente à mercê de seu eixo. A outra mão ficou na testa, graça a inércia resistente à gravidade; manteve-se ali porém manteve-se mórbida. O que farei quando Loki for maior que eu? Onde botarei meu carinho afável e meu sentimento materno pelo bebê que simplesmente me carregaria? Como lidar com a mudança abrupta de meio metro para duas unidades da medida? Como lidar com... com isso? Talvez pelo processo estar quase no fim que me viera esta sombra, ou ainda, por ter pensado tanto que o tempo logo passou. Não sei o motivo ao certo mas o cessar de brilho e revelar da evolução viera antes que eu concluísse algo.

Espere ai. Há como concluir algo sem o de fato encontro?
Claro que não.

O encontro findou-se e, como imaginado, Loki havia crescido. Deixei que minha pupila se re-acostumasse com a escuridão que retomou o lugar e, ao fazê-la, fui. Só fui! Sem pensar corri até o pequeno-grande-urso e abracei-o com o que conseguia. Admito que fora ai que minha primeira lágrima caiu. Meu braço já não lhe contornava e muito menos se encontrava ao fim de suas costas. Seu pelo parecia sem finitude e já não conseguia olhar para Loki sem levantar o rosto. Como levantar o rosto e revelar meu choro tão nu? Recusei-me a olhar sua nova face, ao menos por enquanto; não por que não queria vê-lo mas por vergonha do meu estado atual. Aproveitei seu crescimento descomunal e, como quem abraça uma pelúcia para chorar, me aconcheguei. Há aqui um ato simbólico; a menina que afunda o rosto no pelo de seu amado pokemon. Deixei que minhas lágrimas umedecessem a criatura e pressionei meus soluços contra sua pelagem já babada. O urso não parecia se importar; descera as mãos até minhas costas e aguardou. Sem uma lágrima sequer Loki crescera e, sem uma lágrima sequer, me acolheu.

Deixei que enfim a última lágrima bagunçasse e amassasse o pelo bege do círculo em sua barriga. Quando esta largou meus olhos para escorregar pela face, aceitei o inevitável; revelei meu olhar desmantelado ao Loki. Era inevitável fazê-lo sem um sorriso amarelo, curto e tão rosado quanto tu do em mim. Proferi algumas palavras sem graça, como quem fingia que nada demais havia ocorrido e que surto nenhum passou por mim:
- Tu ta grande - Enfim abri a boca completamente inchada e vermelha. A saliva grossa tomava conta da cavidade e, ao falar, acabei engolindo-a sem mais escolhas; minha garganta fizera uma pausa clara, interrompendo a voz rouca que saía de mim - Acho que anda comendo demais.

Era óbvio que aquela era uma fala vazia, daquelas que você só diz para disfarçar o acontecimento anterior. Funcionara? Claro que não. Isso nunca funciona. Loki olhara pra mim com um riso preso e esperava eu me afastar para soltar aos poucos. Meus outros três pokemons entenderam a mensagem; fingir demência seria a melhor das opções. Infelizmente não sabia se Seth também pensaria assim; provável que não. Deixei que visse o ato como quisesse... ou ainda não visse. Não prestei atenção no rapaz e muito menos ao seu entorno: aquele era um momento meu.

Bati palmas e tentei retomar ao trabalho; o ato de fingir demência ainda estava à todo o vapor. Engoli mais uma vez a grossa saliva e ao fim da quarta batida-de-mãos, voltei a falar:
- Vamos lá, a gente não pode parar. Vocês viram como treino é útil, né?! Andem... andem, meditando vocês dois e... vocês dois ai, continuem. Eevee, tente vir de mais longe, talvez com mais impulso você consiga mais força.

Orientei e fechei com mais quatro palmas; não conseguiria falar muito mais que "continuem". Eu nem havia recuperado minha garganta para tal! Numa nova tentativa de recuperar a dignidade levei as duas mãos ao rosto, visando desamassar cada músculo da face. Não deu certo; apenas borrei-me mais. O restante da maquiagem do teatro caíra sobre minhas bochechas e, com a cara completamente desordenada e vermelha, tomei coragem para ver como Seth reagira àquela situação. Para minha surpresa o rapaz não parecia ter reagido; estava confrontando uma garota que eu nunca havia visto na vida. Dei de ombros; por que diabos eu iria dar atenção à mais uma desconhecida?! Para conhecer? Já me basta todas as duzentas e setenta e uma pessoas que esbarraram comigo setecentas e trinta vezes naquele cidade que mais parecia um bairrozinho de interior.

Ver o apelo me fizera cortar toda a alegria que enfim marcara Forina e rememorar porque queria tanto sair dali. Aquela seria uma cidade que deixaria várias marcas; para alguém nômade já tenho muitos rizomas engendrados no solo [imaginário] de Forina. Isto beiraria o criar raízes?! Porque se for, isso explicaria minha reação fóbica à vida social desse mundinho urbano-cultural. Eu preciso voltar a viajar.

por **Karinna** Sex Nov 22 2019, 14:18

Forina City

Talvez essa não tenha sido a melhor maneira de abordá-los. Mas o que poderia ser feito? Não pareciam ter muitas opções, certo? Ainda mais depois do que Manju fez. O mínimo que poderia fazer era interrompê-los por alguns segundos, nem que fosse somente para pedir desculpas pela atitude da raposa.

E o rapaz continuava com a expressão nada amigável. Parecendo desconfiado de tudo e todos a seu redor. Não é como se, com a bateria no vermelho, fosse fazer algo contra eles. Minha exaustão era mais do que visível: os cabelos estavam uma bagunça e a linguagem corporal era preguiçosa, praticamente forçando os olhos a ficarem despertos. Sabe-se lá o porquê dele estar agindo assim e minha paciência também não estava das melhores, então, dei de ombros. A exaustão era tanta que a emoção da garota pela evolução de seu Pokémon sequer chamava minha atenção.

Mas isso não me impediu de dar uma gostosa risada pelo que viria a seguir:

Observei a garota de cabelos cor-de-rosa me ignorar completamente — o que é normal, cada um tem suas prioridades — mas ainda assim ser "protegida" pela figura masculina. O loiro colocara seu braço frente ao pequeno corpo da jovem, obstruindo-a de se comunicar mesmo se quisesse. Como se já não fosse suficiente, logo em seguida se pôs à frente da mesma, como um cavaleiro que estava pronto para tomar um golpe por sua princesa. Não tinha como não rir. Era tão cringe que parecia um cena retirada de um script romântico de Hamlet do século dezesseis. O que eu poderia fazer naquela situação contra eles? Mandar Wynaut usar Splash? Tsc.

— Ah... Entendi. — revirei os olhos — Vocês são esse tipo de casal. — dei outra risada, aproveitando o tempo perdido para retornar Manju para sua esfera bicolor e mantendo somente Yasai no colo — Tenho uma encomenda de um amigo meu para ela. — respirei fundo — Já procurei em tudo quanto é canto dessa cidade. Nicholas vai me matar. — reclamei quase que internamente, bufando logo em seguida — Conhecem essa tal de Winnie ou não? Tenho mais o que fazer, não vejo a hora de sair desse inferno de cidade.

forina city

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