Pamelor

A primeira batalha fora mais fácil do que pensei. Margo não havia levantado nenhuma questão e, por isso, manteria meus ataques como de costume. Mais uma vez Frey era minha carta na manga: meu trunfo naquele alagamento. Agradeci ao teatro que me rendera bons frutos; buffei animada e, quando fiz, falei logo meus golpes:
- Um Buzzy Buzz em cada. Primeiro no da esquerda depois no da direita - Ordenei; deixando claro o target para que Margo pudesse decidir quem golpearia primeiro também.

Eu sabia que o Confuse Ray podia vir a ser um problema, ainda assim prossegui com as ordens ofensivas; funcionara como uma luva e agora a batalha se tornava dois versus um. Margo parecia muito bem encaminhada também: graças ao seu auxílio se tornava rápido terminar aquilo. Talvez, apenas talvez, precisássemos de apenas isso para prossegui a missão; cooperação.

- Wish e Buzzy Buzz - Ordenei, já esperando que um dos golpes pudessem ser barrados pela confusão. Ainda assim estava esperançosa, numa estimativa mediana ded esperança, ou eu me curava ou paralisava o pokemon. Numa baixa expectativa, não conseguia findar nenhum dos dois.

Encarei Margo por um instante e abri um sorriso; era maravilhoso ver outra forte treinadora ao meu lado. Kara e depois Margo: fico feliz que tenhamos outros bons exemplos por ai. Por um segundo até esqueci que ela era uma Rocket! Claro que não durou muito; voltei os olhos à batalha e ruborizei, numa timidez característica de quem estava olhando demais para onde não devia.

Havia duas alas de interesses meu: informações e Vicent. Deixei que Margo aclamasse pela primeira e fui atrás da segunda, atravessando o campo de batalha e indo até os três reféns. Não parecia haver perigo eminente: os Aquas foram parados pela Starmie de Margo. Agradeci-a mentalmente enquanto corria e ao chegar, exitei. Exitei mas não faltei. Por um momento meu coração parou, minha boca ressecou e minha garganta fechou. Não respirava e nem sentia falta disso: foram tantos pensamentos que por um ínfimo momento esqueci de mim.

O que eu falaria para o rapaz? Que esqueci da família e segui minha vida?! Que nunca mais voltei para Johto por puro desdém? Que nunca o procurei por falta de interesse? Conto-lhe de todas as crises que tive? Claro que não, Winnie. Você nem tem tempo para isso: esse encontro será menos doloroso do que pensa. Toquei-o no ombro e liberei Loki mais uma vez.
- Ursaring, corte essas cordas por favor - E ele ouviu. Com a garra cortou; Vicent conhecera Loki outrora mas este não era assunto para agora. O pokemon ficara extremamente triste ao vê-lo naquela situação - Ei, Vicent, você ta bem? Sou eu. Winnie.

Ao dizer isso, estendi a outra mão até o rapaz e toquei-lhe a testa. Do ombro subi para o pescoço e verifiquei sua consciência. Ele não havia falado nada até então; olhei aos outros integrantes, visando também investigar a consciência de cada um.
A cada toque meu coração palpitava; provável que compensara o momento em que parou. Ora ou outra um grito parecia que fugiria da minha garganta! Sairia num espécie de vômito. Não o fez. Engoli a vontade de gritar junto do choro e tentei me manter firme, ao menos até ter a resposta do meu irmão.

Sentimento indescritível. Num instante o surto se tornara melancolia e a frase proferida por Margo fora como cruz para mim: eu demorei demais, a culpa é minha. Uma pequena lágrima caiu do meu rosto mas tentei não demonstrá-la; a insesibilidade com que ela me avisara do envenenamento me policiou. Felizmente tal fala veio conjulgada com um antidoto. Minha lágrima secou. Não entendi a motivação da jovem ao fazê-lo mas só pude agradecer:
- Muito obrigada... mesmo, te devo uma - E a promessa fora findada.

Não sei mesmo te explicar meu atos após aquilo. Vicent já aparentava melhora e sentia que não podia esperar muito: o resgate devia demorar tanto quanto seu acordar. Peguei de seu bolso a PokeDex e seu celular, tratei de procurar algum aplicativo bloco de notas e tentei concluir a missão: daria as tais informações da forma que conseguia.

Nota escreveu:

Salvei a seguinte mensagem: A equipe Aqua está atrás do Kyogre. Estão envenenando quem tenta desobstruir o caminho e não conseguem chegar graças à uma barreira. Continuarei a frente, eles são os responsáveis pelo sumiço tanto dos Rockets quanto dos Rangers.
Ass Winnie Freda.

Não tive tanto tempo para encrementar a mensagem, logo mais Margo seguia em frente, ignorando-me por completo. Olhei ela ao fundo e gritei:
- Pera, você vai subir? Eu vou contigo - E ao dizer isso, parecia tarde demais. Só então me toquei que ela ia dar a volta no morro e não prosseguir ao topo. Decidi fazer isso eu mesma: agora meu objetivo era entender que história é essa de Kyogre.

Ela ia embora e eu então me tocava: nem sequer sabia meu nome. Abri a boca num "o" bem expressivo e disse num grito: "Eu me chamo Winnie". Não sabia se ela ouviria mas estava certa de que o dito foi dito. Isso por si só aliviava minha consiciencia. Agora sim eu podia marchar! Olhei para trás e me despedi de Vicent, ainda que ele não me ouvisse ou visse. Ao abrir a nota ele com certeza me procuraria. Retornei Loki e Frey e segui sozinha: era melhor assim.

Num dado momento escorreguei. Segurei nas pedras ao lado e me reergui. Não tive tempo de olhar meus joelhos e muito menos averiguar a saúde de minhas mãos, apenas voltei a andar. Era fácil escorregar ali e se não vivesse de instinto e reflexo, seria Winnie a baixo. Não podia me dar esse luxo: fui até o local mais plano possível e dali fui impedida. Meu pé pareceu chutar algo mas não doera: o que diabos era aquilo?! Numa reação instintiva dei outro passo e bati com o torso em algo invisível. "Era isso que queriam dizer com Barreira?!", indaguei ao vento.

Quase como um mantra, invoquei: um Electabuzz. Era inviável não associar o ato à face e logo entendi, precisava derrubá-lo. Larguei Gliscor e Baltoy em campo e, como quem queria acabar aquilo o mais rápido possível, devolvi à Baltoy o que é dele: a Eviolite. A gliscor passei o Expert Belt.
- Gliscor, duplo Earthquake - Ordenei à um - Baltoy, Toxic no Gliscor e Reflect.