Oh shit, here we go again

Confusão foi a primeira coisa que passou pela expressão do elétrico quando a nova ordem de seu treinador se resumiu a, praticamente, negar sua própria natureza. O humanoide até tentou, é verdade, mas não teve muito sucesso: As faíscas ainda corriam potentes ao seu redor, provavelmente letais ao toque.

Chandelure, por outro lado, sofria com outro tipo de problema: Saber como moldar aquela energia, já meio alienígena para si, em algo mais potente e intransponível. A fantasma era capaz de invocar o Safeguard várias vezes se assim preciso, mas não parecia fazer grandes avanços sobre tentar expandir a utilidade daquela proteção.

Foi com um pouco de alívio que o Electivire recebeu as novas instruções do Ranger. Com um pequeno sorriso, limitou-se a assentir com suavidade com a cabeça, e passou a direcionar a concentração para moldar um escudo à frente do corpo. A barreira era imperfeita e possuía muitas falhas, mas pelo menos o elétrico era capaz de movimentar sua energia à bel prazer.

Com Héstia, a coisa foi diferente. A fantasma tentava ao máximo seguir as ordens do seu treinador à risca, confiando que seria a melhor maneira de concluir seu aprendizado - e, de fato, era -, mas ainda parecia meio complicado para si. Não chegou a entender muito bem as últimas instruções: E isso ficou explícito quando o lustre simplesmente soprou suas chamas para todos os lados assim que Torres sugeriu que utilizasse sua "energia natural", e quase o deixou careca no processo. Oh, por céus!

Apesar dos pesares, tudo parecia fluir com tranquilidade. Gunvolt persistia em seu aprendizado, e em pouquíssimo tempo já era capaz de moldar uma barreira quase perfeita - com falhas, é claro, mas suficiente para durar sem ser desfeita por fraqueza própria de energia.

Chandelure se limitou a dar uma "risada" quase constrangida. Observando seu companheiro de equipe, a fantasma passou a tentar concentrar a energia em frente ao próprio corpo, em busca de montar uma proteção firme contra golpes poderosos.

O gigante de pedra não tinha problema algum para dominar a própria energia - e o fato ficou óbvio quando, em pouquíssimo tempo, seus olhos se abriram outra vez, uma aura amarronzada pairando ao redor de seu corpo. Precisava de ordens mais concretas antes de concluir o movimento, e o auxílio de seu treinador seria necessário para fazê-lo.

Sim, era. E, sinceramente, não foi difícil; Em sincronia, ambos os monstrinhos se concentraram ao máximo e, acumulando uma grande quantidade de energia, a expeliram de uma vez só - de frente um para o outro, Electivire espalmou as mãos em frente ao corpo e Héstia balançou-se para lá e para cá. Ao mesmo tempo, materializaram cada um uma perfeita barreira protetora que os separava de maneira sólida.

Estava concluído!