#001 - Um rolê aleatório após uma descoberta significativa — nothing better

Com as duas silhuetas fugindo na cara dura, Olaph ia atrás deles sem nem pensar duas vezes. A poeira levantada e o terreno hostil/desconhecido não o impediu de prosseguir. Assim que decidiu por avançar, Peterson gritava pelo seu nome, mas aparentemente, ele não estava nem aí. Com uma rápida corrida, Willow voltava novamente a parte externa da fábrica e pôde ver que eles viravam a esquerda.

Sem pensar, novamente, ele prosseguia, em um dado momento, chegou até mesmo a tropeçar em um grande fio de alta tensão, abandonado em meio ao chão e cortado, parecia, até mesmo, que ele fora cortado para encerrar algum tipo de atividade. Seria, esse corte, recente?

Bem, e quem liga? Aparentemente, Olaph que não, já que, ao contornar a abertura pela outra parte da fábrica, viu que as duas pessoas entravam num porão da fábrica e faziam muito barulho ao descer escadas, que, aparentemente, eram feitas de ferro e rangiam bastante. Bem no momento que ele ia segui-los novamente, Peterson surge atrás dele e o segura pelo braço, ofegante.

- Imbecil! Não se joga em qualquer buraco assim. - Disse, aparentemente muito irritado. Em seguida, ouviu o ranger das escadas e suspirou. - Você vai descer atrás deles, né? Ao menos me espera para não ir sozinho. Não quero ser o arquiteto da sua morte.

E então?

Enquanto descia as escadas, a tensão no ambiente aumentava. As escadas de aço rangiam com a presença de um a muito tempo não sentido, peso humano. Claro, elas haviam rangido bastante anteriormente também, mas com muito menos tensão no ar. O porão era úmido, e, ao contrário do resto da fábrica, parecia estar abandonado a muito mais tempo. O tempo havia feito mal para aquele lugar. O teto desgastado revelava as marcas que a pouca chuva na cidade deixava ao longo dos anos, fora que, argh! Como o ar era abafado, quente e sufocante.

Cuidado, garotos. Nunca se sabe o que vai encontrar. Quando desceram as escadas e finalmente chegavam no fundo do lugar, não dava para ver nada. Apenas uma pequena luminosidade invadia o lugar por cima, mas pouco dava para ver do lugar.

O que vai fazer, Olaph?

Willow queria respostas... Mas respostas do que exatamente? Ninguém sabia do que o jovem queria tirar satisfação. Na verdade, sequer fazia sentido ele tirar satisfação de algo com os dois jovens, tanto que, depois que o loiro acendia uma luz, de trás da escada, surgia um vulto negro que deu um golpe certeiro na sua cabeça e na de Peterson! Por sorte, nenhum dos dois foi nocauteado, mas ainda assim, aquilo seria suficiente para deixa-los atordoados por alguns segundos. O suficiente para as duas figuras correrem para a saída e abandoná-los por lá mesmo, mas com a escotilha do porão aberta.

Peterson rapidamente se recuperou, e, caso fosse necessário, ajudaria seu amigo a se levantar. Em seguida, esfregaria a cabeça, no local da pancada.

- Aí! Isso doeu... - Dizia, enquanto esfregava a mão na cabeça. - Você é um idiota! Tudo o que essa perseguição nos trouxe foi um hematoma. Vamos logo olhar o que tem naquelas outras salas.

Em seguida, partia de onde viera, para a companhia dos elétricos. Olaph poderia acompanha-lo ou simplesmente continuaria ali e investigaria o local?

Bem, mas antes, que fique claro: Aquele porão estava vazio. Nenhuma máquina ou armário, apenas as marcas que o tempo deixava, evidenciando o abandono, eram coisas visíveis por lá. Com certeza, seria um bom local para fazer uma bagunça, mas não para se achar algo. Apesar de grande, tudo o que era visível por lá, era uma saída de ar e alguns canos que se projetavam do teto.

Com sua visível indignação, Olaph optava por ir até de volta o quarto onde tudo começou, frustrado e chateado por não ter conseguido absolutamente nada por lá. E, novamente, o nada aparecia no cômodo. Era quase poético encontrar literalmente outro cômodo vazio naquela enorme fábrica. Fala sério, a fábrica tinha carregado tudo com sua mudança ou foram apenas alguns saqueadores? Cara, que chato...

A busca no cômodo vazio seria realmente inútil, mas Peterson aguardava Olaph por ali, para lhe sugerir uma boa estratégia de exploração.

- Ei, por que a gente não faz o seguinte. Faltam duas portas. Uma eu abro e você abre a outra. Tenta as chaves dessa vez, por favor. - Dizia o jovem com um sorriso que lembrava uma expressão levemente desconfortada.

Enquanto Olaph se dirigia para a porta da direita, Peterson ia para a da esquerda. Mesmo que tivesse sugerido para seu amigo abrir a porta delicadamente, Peterson não fez o mesmo, e invadia o cômodo com um chutão e começava a bisbilhotar por lá. Já Willow, abria a porta cuidadosamente com as chaves e invadia o cômodo. A visão era algo totalmente diferente do que ele esperava. Era uma sala com um enorme cofre, em que ele sua porta se projetava no final da sala, e, bem na sua frente, uma pessoa encapuzada, usando máscara de hockey, estava de costas para o cofre e apontava uma arma para o loiro.

- Não grite e nem tente nada. Apenas fecha a porta, e, dessa forma, eu não te mato. - Dizia, em tom ameaçador. Depois de fazê-lo, o bandido faria uma breve pergunta, de forma ríspida, seca e direta. - É um treinador?

Com esses breves dizeres, caso o jovem resolvesse procurar por algo na sala, a resposta era óbvia: Não havia nada. Era apenas uma porta normal, que disfarçava um enorme cofre de aço com uma senha manual, daquelas trincas que giram, e com parede do mesmo material acinzentado que se estendiam para todas as dimensões do cômodo e ocupavam a metade de seu volume.

Durante toda essa análise, Peterson gritaria do lado de fora.

- Cara, achei uma escada! A gente pode subir até lá em cima e ajudar os pequenos. Venha aqui. - Dizia, super empolgado.

- Entre. E feche. A maldita. Porta. Dê uma desculpa qualquer. Jovens são bons nisso. - Dizia, ainda mais ameaçador que antes, enfatizando suas expressões por pausas entre as palavras.

E então, Willow? Vai tentar pedir socorro ou apenas fazer o que o bandido mandar?