OFF: AAAAAAAAAAH obrigada pela narração, Luch <3 Gente só explicando que eu fui meio que "chutada" da rota que eu tava então to terminando a narrativa dela e o caminho até o Battle Tower aqui nesse post, ta?! Desculpa ter ficado grandinho mas eu precisava dar contexto Q eu tava num bar bebendo e é isso. Eu até ia me aprofundar mais na narração do Luch mas ai eu me toquei que já tava uma bíblia e deixei pra "me tocar disso" no próximo post.
---
Devia ser a primeira vez em anos que eu simplesmente deixava rolar. Grande parte das batalhas do Battle Tower se (re)iniciavam e eu simplesmente não fui; claro, eu não daria continuidade ao meu procrastinar... mas ainda assim, permiti-me ficar mais um pouco naquele bar. Infelizmente só eu me dei esse aval; Nicholas logo mais saíra e fora atrás do seu "moveset". Mas para que, Nico?! Precisa disso tudo?! Sente ai e tome mais um drink comigo... ah, quer saber? Deixa... eu entendo a euforia dele. Em seu lugar, eu nunca conseguiria sentar aqui e "deixar acontecer".
Deixei que fosse: depois da primeira batalha e do primeiro copo de álcool, eu já não ligava muito mais. Agora era eu e... mais ninguém?! Olhei ao bar morto e entendi que ninguém estaria ali numa hora dessas. Um restaurante não-temático em pleno Battle Tower?! Está pedindo para não ter clientes. O mais provável era que o dono, sabendo do caos que a cidade estaria, optou por não relacionar sua marca ao evento.
Certo ele, né?! Sei bem como é a experiência de gerenciar um restaurante à beira do caos urbano. Ok, talvez não tão bem; Violet nunca passara de um subúrbio.
Enfim sozinha, pedi à moça para que trouxesse outro daquele copo; deliciar-me-ia enquanto via as tais batalhas amadoras. Aquelas mais longas e que, justamente por isso, começariam primeiro. A única TV do estabelecimento era pequena, muda e ao fundo; isso me fizera mudar de mesa. Vi Karinna, Shion e Ren juntos e isso retomara a mim o estúpido (óbvio); o quão pequeno era aquele mundo de treinadores.
"Isso já é de Karinna" pensei sem interpretar demais; qualquer um dos três eram meus favoritos. Tão favoritos que eu simplesmente não ligava para quem ia ganhar.
Ou isso ou... bem, eu só não ligava de qualquer forma. Quando dei por mim, a TV fora desligada e eu nem me toquei! O novo copo estava no fim e o devaneio que me tomou por completo era inédito: irei batalhar nesse estado?! Sim, irei. Ou melhor, batalharei pior! Enfim levantei-me e, esbarrando de cadeira em cadeira, cheguei ao balcão. Ali paguei minha conta (e a de Nicholas também) e de quebra pedi mais uma longneck: "Uma Cacildes por favor", a cerveja que só pelo nome expressava o que eu não podia falar.
Ok Nicholas voaria bêbada mas eu?! Eu andaria pela cidade tumultuada, entraria naquele elevador, erraria os andares, trocaria os corredores e enfim escolheria um pokemon completamente bêbada. Vejam só meus amores: eu tenho cinquenta quilos e, junto disso, me falta o hábito de beber. Dois copos de "drink do Rin" e uma cerveja eram o suficiente para deixar minha visão turva.
Sabe mais para que isso servia?! Para me fazer abstrair por completo da minha situação. Pela primeira vez enfrentei os bastidores sem ansiedade; pela segunda vez caminhei por aqueles hall's movimentados e pela terceira vez me peguei esperando por Nicholas pré-evento. Bebi, bebi de novo e bebi mais uma vez e... ele não chegara?! Oh deus, certamente caiu do seu Skarmory enquanto dirigia... Pera, isso nem sequer faz sentido! Quem está bêbado é o motorista e não o carro. Se você pensar que carros sóbrios não batem em ninguém, ta tudo bem.
E estava mesmo: Nicholas logo mais chegou. Ele parecia muito melhor que eu mas nem tentei disfarçar; ao vê-lo abri um sorriso amarelo e ergui minha cerveja idiota para cima:
- Cacildes!!! - Afirmei, numa expressão completamente idiota porém sincera. Eu estava impressionada em vê-lo ali
- Já tava achando que tinha caído de Skarmory - Gargalhei
- Ainda bem que não aconteceu né não, imagina perder de W.O porque caiu de um Skarmory - E eu não parava; eu simplesmente não ligava muito para os filtros
- Imagina contar isso para nossos filhos - E parei. Aqui o filtro funcionara retrogradamente
- Seus filhos - Corrigi e me calei.
Calei-me com mais um gole. O líquido chegava ao fim e uma antítese tomava a forma de Winnie; o paradoxo da felistreza encaixavam cada mm² de mim. Há aqui um alívio de saber que pior do que ta num fica mas... ah, como eu queria mais goles/m (por-minutos) para simplesmente não me importar. Eu só queria não me importar! Tomei distância de Nicholas quando reparei que três copos de álcool eram suficientes para me fazer enfrentar um mundaréu de gente sem a mínima vergonha... mas não eram suficientes para me fazer não ligar para sua opinião.
Oh como isso dói; é nessas horas que a gente assume estar fudido, né?! Entende porque eu queria outra "cacildes" agora?! Ainda que a cerveja seja uma merda, não há porque me expressar com outra coisa. Até jogá-la na cabeça de Nicholas seria bastante significativo.
Tão significativo que precisei me segurar para não por a ideia em prática. Mas ah como eu queria acertá-lo com força só pelo simples fato de fazer eu me sentir assim.
Segui em frente e, ainda distante, fingi não estar bêbada demais. Falhei por completo; troquei um pé pelo outro e andei na diagonal. Vejam bem; se meu intuito fosse andar reto, eu estava perfeitamente no meu ideal, até porque, diagonais são retas, né?! Pois é; o problema é que do elevador ao campo eu simplesmente não lembro que caminho fiz. De uma forma ou de outra cheguei no juiz mas, antes disso, só sei que nada sei.
Num Flashback eu lembro de uma tela ao topo; uma galera gritando também. O narrador as vezes me fazia rir mas eu não lembrava muito bem porque. Oh deus; além de bêbada passei a ter amnésia anterógrada. Deus me livre. Nem quando perdi Gin para a Dama do lago foi assim! De devaneio em devaneio, vejo a moeda pousar e dar-me a difícil tarefa de escolher o lado:
- Oi Valentain, se não se importar, ficaremos com o lado esquerdo - Eu posso não ser nada mas a Vitória além de canhota é comunista então não havia muito como contestar essa escolha
- Desculpa por isso Nicholas mas seremos esquerdistas hoje - E andei até o tablado me posicionando. Eu já havia esquecido por completo o "ato-falho" anterior.
Ali eu liberei... Loki?! Pois bem, felizmente eu só podia entrar com uma esfera em campo, caso contrário eu certamente erraria meu pokemon. Olhei-o com bastante felicidade: era bom vê-lo ali. Certamente correria ao campo e o abraçaria se não houvesse dois problemas nessa atitude. O primeiro (e menos importante) é que estava todo mundo olhando e aquilo seria bem contra as regras... o segundo - e bastante relevante à mim nesse estado famigerado - era que aquele campo me lembrava o Holi Park. Terra batida, música eletrônica, luz abafada e lasers?! Ah não, só podia ser o Holi Park! Pela primeira vez era esse meu incômodo num evento gigantesco: não era plateia, não era insegurança, não era barulho. Era a lembrança do Holi Fucking Park.
Como eu odiei aquela festa. Iria de novo?! Com certeza, mas isso não tira em nada a legitimidade do meu ódio. Eu acho.
Encarei o campo pela segunda vez e agora?! Agora com bastante raiva: iria cumprimentar Robb e Loki e já ordenaria ofensivas, sem pensar demais:
- Ei Loki e Robb - Fiz como disse, obedecendo o script escrito por Vitória
- Vamos usar Ices Punchs furiosos no Swellow, ta bom?! - E bastei. Agora encarei Nicholas, extremamente ansiosa com o que falaria. Ainda que combinada, recombinada, ensaiada e repensada, aquela luta se tornara episódio novo para mim. Não importava o quanto calculei antes; de agora em diante, qualquer coisa dita por qualquer personagem seria novidade para mim. Ainda que não fosse, seria.