5 - Slateport

- Oh, não, estou indo para a marinha mesmo... - O homem então olhou-o com certa confusão, até entender que se tratava de um turista que nada conhecia da cidade - Hoje é dia nacional das forças armadas, a marinha costuma fechar a rua do Memorial para fazer um desfile... ao menos por algumas horas.

O homem não era de muitas falas, mas sentia que precisava alertar o rapaz; não é que ele não conseguiria chegar (ou entrar) no local que queria, mas teria muita dificuldade em fazê-lo com este ônibus:
- Se você quer ir para o memorial, te aconselho a descer no próximo ponto e ir andando, porque depois o ônibus vai dar a volta por trás e parar no refeitório da marinha... o que é bem longe do que o que você deseja. Se tiver com preguiça de andar, pega o 514, ele passa na rua paralela, então você consegue saltar só duas quadras de distância.

Era uma informação bem útil né?! No final das contas, Merle não estava errado em sua escolha inicial; o 250 deixaria-o bem próximo do Memorial, apenas não podia deixar-lhe em frente. Não seria um sacrifício muito grande caminhar um pouco, não é?!

OFF: Gentee, eu nunca vi chamar o "sinal" do ônibus de Cigarra. Da onde tu é?? To curiosa.

É, de fato não era uma caminhada muito longa. Para a felicidade de Merle, o sol não se tornava de todo arqueroso, graças aos incríveis ventos do local praiano! Estava se aproximando da Marinha e já podia sentir: o cheiro de Maresia voltava com  toda a força no ar! Aos poucos ouvira algumas gaivotas ao céu e podia confirmar que o mar ficava à oeste. Bem, não teria muito problema para achar o local certo; uma pequena placa apontava a direção da marinha que (obviamente) era a mesma do mar.

Seguisse as placas ou o cheiro-de-mar, Merle chegaria. Não só chegaria! Como veria a rua interditada para automóveis & automotores e entenderia que só poderia passar por ali a pé mesmo. Apesar do espaço (ainda) estar vazio, aquela parte da avenida fora completamente destinada aos futuros festeiros que ali comemorariam o dia militar! Pois bem, ao fim de sua caminhada-suave, veria o memorial logo a frente. Como saberia que era ele?! Bem, seria bem fácil. A primeira dica seria o letreiro enorme no topo da parede que continha a porta-de-entrada. A segunda dica era uma estátua enorme de um ex-combatente de guerra fardado, seu nome era Sooble. A terceira dica (e essa mais singela) era as cabines de entrada, que se semelhavam muito com a segurança e organização de uma vigilância de museu.

O pedido de Merle fora recebido com um certo susto pela moça da cabine. Que específico! O rapaz não queria apenas visitar o museu; ele queria entrar para encontrar um item muito específico. Depois de mostrar-se um pouco baqueada pela pergunta repentina, ela voltou a si e deu um sorriso simpático, respondendo o jovem:
- Está dentro do museu! É o ducentéssimo quinquagésimo item catálogado - Disse a moça, reverberando mais uma vez o número mostrado por Jynx - Curiosamente é também o preço da entrada para treinadores, 250 PokeDólares!

Oh deus, mais taxas pelo trâmite?! Talvez essa "consulta de sorte" esteja saindo cara demais....

- Mas é claro que temos! E não só temos um mapa. Para treinadores como você, temos várias outras coisas. Temos a área de pokémons-guerreiros, temos uma experiência imersiva, temos um campo de batalha e também um desafio especial no interior da área! Você tem direito à um Guia do Museu, ele te levará para todas essas áreas e poderá te mostrar as pessoas uma por uma, se quiser... se não quiser, ele te leva direto pro seu objetivo - Aquilo era uma espécie de "merchan"? É, parecia que sim - Bem, a carta do Major Winters não tem nada a ver com o campo de treinadores, mas os dois estão incluidos no pacode. Bem, está aqui o seu tíquete! Espero que se divirta! Qualquer dúvida, nossos guias estão em todos os cômodos a disposição.

Com o fim da sua fala, o Ticket era impresso e a moça lhe entregava junto com um grande mapa. As portas de vidro abririam para Merle e ele poderia entrar sem mais nenhum problema; só precisaria entregar o ingresso para uma das máquinas próximas da porta. Se abrisse o mapa veria que a "área de pokémons guerreiros" era bem distantes da "carta de Major Winter", que se mostrava a principal atração da "área normal", sendo também a última.

OFF: Nossa eu jurei que tinha respondido antes meu deusss, ai eu sou de Vitória - ES, mas eu to morando no Rio a pouquinho tempo e nunca vi ninguém falar cigarra socorr kkkk achei muito legal, vou adquirir no vocabulário.

Talvez o mapa não tivesse expressado tão bem a Merle o quão enorme era aquele memorial. Ele não era um museuzinho! Era um enorme, tecnológico, movimentado e lindo "museuzinho". Ao passar pelo hall de entrada, Merle já se deparava com infinitas construções tecnológicas e interativas, que o chamavam para ver algumas fotos e contar algumas histórias. Bem, o garoto aparentemente não queria saber disso; passou pelo salão as fotos, caminhou por entre o quarto das armas, ultrapassou a história-da-tortura, contornou a área sobre espiões, bifurcou por dentro dos soldados renomados póstumos e chegou até a ala dos Majors?! Parece que não. A passagem entre os soldados e majors tinha um pequeno túnel imersivo. Suas paredes eram completamente escuras e pareciam interagir de uma forma indescritível com quem passava por ali.

Indescritível porque era incrível?! Bem... não necessariamente. O ato era indescritível porque Merle não conseguia o ver mesmo, estava a certa distância do túnel e ele estava fechado para limpeza. Moças muito fofas e cheirosas ocupavam os espaços com baldes, rodos e panos, no intuito de limpar o chão. Parece que instantes antes de Merle passar por ai, um garoto vomitou no chão... talvez por isso esse salão esteja tão vazio, né?!

Na verdade, apesar de movimentado, o Memorial não tinha nem 25% da sua movimentação normal naquele dia... provável que pelo evento que acontecerá mais tarde.