(008) — So It Goes...

por **Karinna** Sex Fev 21 2020, 14:00

Off:

So It Goes...

Absolutamente nada sobre Galar me agrada.

As comidas são feias, as pessoas são feias, os Pokémon são feios — bom, ao menos os três que encontrei na maldita Wild Area eram. Tá, talvez eu seja um pouco tendenciosa e já entrei aqui com um mindset negativo sobre a região, mas que culpa tenho? Tudo começou quando descobri, ainda no navio vindo para cá, o movimento Dexit. Uma imbecilidade sem tamanho, mas nem de longe essa é a pior situação desse terrível lugar! Monstros gigantes na área de conservação ameaçando o bem estar de outros, essa cidade com emissão absurda de gás poluentes e, honestamente, as pessoas são bem mal educadas. E, bom, como meu navio de volta pra Hoenn só sai de manhã, tenho que perambular por aqui, mesmo que de noite e madrugada.

Ainda ensopada de ter mergulhado no lago com Staryu antes de sermos interrompidas pelo gigante gorila, precisava arrumar algum lugar para me trocar. Fui até o Centro Pokémon e troquei a muda de roupa, colocando agora um vestido branco de alças finas e trocando meus saltos por chinelos... Sabe-se lá se aparecerá outro Dynamax daqueles e terei que correr pela minha vida, né? Nesse lugar aqui espero qualquer coisa.

Era, finalmente, hora de explorar a enorme cidade de Motostoke.

Não sabia muito bem por onde começar, mas ao menos sei para onde não ir: o ginásio. Nunca achei muita graça em embates por insígnias e essa cidade industrial parece ser gigante e com infinitas possibilidades mais interessantes. Liberei Staryu e sinalizei para que me acompanhasse... A aquática ainda não estava cem-por-cento confortável na minha companhia, mas pelo menos depois de nossa interação no lago ela não me detestava mais.

— Gyoza, por aqui não tem nenhum lago, mas vai que encontramos algo interessante para fazer? — sorri — Você também tem aqueles ataques que ainda não dominou, né? O que acha que treiná-los mais tarde? — pisquei, fazendo um breve carinho em sua ponta norte — Vou deixar você escolher para onde vamos. Fica a seu critério.

Galar!

por **Seth** Sáb Fev 29 2020, 22:00

MOTOSTOKE CITY

so it goes...

OFF:

Galar não era tão ruim assim. Definitivamente Karinna tinha algo pessoal para odiar uma região tão rica quanto a inspirada no Reino Unido assim; afinal, Hoenn também tinha seus defeitos e eu não a via reclamando de que era um péssimo continente como o fazia agora. De qualquer forma, não tinha muita opção, teria de aceitar seu fatídico destino e enfrentar a cidade, visto que não teria como ir embora antes do amanhecer; seu transporte só sairia no dia seguinte, e isso o deixava completamente preso ao grande polo industrial que era Motostoke. E foi com esse espirito que ela levantou, ainda molhada pelos problemas anteriores e a entrada ao lago com sua estrela; passando diretamente em direção ao Centro Pokémon, e sequer tirando um tempo para admirar a bela noite que se escondia por entre as fumaças das chaminés.

Trocando de roupa rapidamente e por fim se preparando para a aventura qualquer que teria por entre as alamedas escuras dos prédios acinzentados e ferrugíneos presentes por todo lado. Deixando o local frequentado e liberando finalmente sua estrela, mais uma vez, as duas se encaravam como se não tivessem ainda o total contato que a própria violinista tinha com seus outros monstrinhos; era bem óbvio também, a Staryu não tinha lá muita energia dentro dela, visto que era um Pokémon tanto quanto... automatizado, e até estranho em alguns casos, que muitas pessoas diziam ter vindo do espaço ao ver sua joia central, e também a loira não dedicara tanto tempo assim para se aproximar da amarronzada, o que estava tentando compensar agora.

O clima era ameno, não estava tão frio como no resto do continente visto a quantidade de movimento que havia ali, e também pelos gases que ampliavam o efeito estufa no micro-ecossistema local, aumentando a temperatura e a contendo ali por mais tempo. Apesar disso, algumas nuvens cobriam o céu e parecia realmente que uma chuva se aproximava; aquilo era realmente atraente para a pequena aquática, mas não era isso que sua treinadora queria. Uma opinião foi requisitada pela Rocket, e a monstrinha se virou olhando para uma rua adiante, que não havia nada aparente e que sequer tinha tanto movimento assim; depois de analisar, ela voltara a se virar frente a sua companheira e não disse mais nada, apenas soltando um barulho meio robótico em que dizia parte de seu nome. Parece que não teria muita conversa por ali.

PROGRESSO:

por **Karinna** Dom Mar 01 2020, 00:26

Off:

So It Goes...

Frustração. Essa é a palavra que define, em demasia, minha relação com Staryu. A aquática não possuir uma feição também atrapalha: muitas das vezes tenho que decifrar o que passa em sua cabeça pontiaguda e, bom, não preciso nem dizer que na maioria dessas deduções estou completamente errada. Como da vez que comentei, achando que ganharia alguns simpathy points, que assassinei seu antigo treinador que tanto a maltratava e que por isso seria uma boa treinadora para ela. Tsc.

Mas fazer o quê? Todos meus outros Pokémon são familiarizados com a minha personalidade; para a maioria, isso não seria nada além de um comentário engraçado. Não tenho ideia do que fazer, honestamente. Todas as vezes que consegui me aproximar da estrela-do-mar foi por intermédio de Alakazam, com exceção de quando entramos no lago, mas não temos como fazer isso aqui. Sendo a preguiça psíquica minha única arma para tentar derrubar um pouco da barreira emocional de Staryu, não tive outra opção a não ser liberá-la de sua Pokéball.

Mas aí entrava um possível infortúnio.

O movimento Dexit era basicamente uma lei da região de Galar e andar com a aquática fora de sua esfera bicolor poderia me causar algum transtorno; com Sushi também liberto, a fórmula para um belo problema já estava mais do que formada. Minha paciência ficou em Hoenn e Galar só me trouxe dor-de-cabeça, então, nem preciso dizer que meu pavio nesse exato momento é inexistente, né?

Para minha sorte estava de madrugada. Além disso, negras nuvens recobriam o céu de Motostoke e se mesclavam em meio à fumaça soturna que saía das fábricas nos arredores, trazendo consigo um presságio que até que poderia me servir de alguma coisa: talvez uma boa chuva fosse perfeita para fazer Staryu se soltar um pouco. No final das contas, quando estávamos no lago, consegui ao menos fazê-la se divertir, algo que não tinha conseguido desde que a capturei.

— Bom, temos que ser cuidadosos por aqui. As espécies de vocês não são exatamente queridas por aqui. — achei melhor avisá-los sobre possíveis comentários que poderiam acontecer — Mas não se preocupem. — pisquei — Comigo aqui ninguém vai falar mal de vocês. — abri um sorriso, olhando ao redor para tentar achar algum caminho para seguir — Vamos procurar alguma árvore por aqui. Podemos ficar embaixo e aproveitar um pouco da chuva que deve cair em breve. — comecei a caminhar em passos largos pela rua pouco movimentada em nossa frente — O problema vai ser achar algo verde nessa cidade cinza.

Galar!

por **Seth** Qui Mar 05 2020, 13:43

MOTOSTOKE CITY

so it goes...

OFF:

A situação para Karinn, psicologicamente falando não era das melhores; ela já enfrentara monstros, monstros GIGANTES, monstros de todas as formas, mas simplesmente não sabia como lidar com um simples Pokémon de personalidade difícil. Era engraçado pensar nisso, a rocket era tão resistente e tão forte, sobrevivendo a diversas aventuras até mesmo enfrentando lendários e ainda assim, penava para enfrentar a pobre Staryu que era inexpressiva. Isso tudo somado a falta de paciência que tinha dentro de si, já inato à sua personalidade forte, impediam que ela conseguisse lidar com a estrela sozinha, e com isso a esfera de seu psíquico fora aberta, trazendo ele junto para que conseguisse lidar com tal monstrinho.

Agora, desconsiderando toda a informação anterior, havia um problema ainda maior que o antisocialismo da Gyoza, e este era o movimento que tomava conta de todo o continente de Galar, o Dexit. Os Galarianos só aprovavam entre si os Pokémon que eram nativos de lá, desprezando a maior parte que não fazia entrada em sua pokédex, e isso era compartilhado com quase todos as pessoas dali. Ainda assim, K era abusada e não iria se deixar confrontar por moradores inconvenientes que poderiam vir a lhe encher o saco com tal dado; o importuno era pequeno, mas ainda poderia acontecer, e só a possibilidade acabava com o restante de bom humor que havia em seu pequeno corpo.

Com a ameaça da chuva, e buscando logo um abrigo, a protagonista começara a andar pelas ruas da grande cidade, vez ou outra sentindo a névoa negra coçar em sua garganta pela força dos tóxicos ambientais presentes ali, mas nada que fosse a matar de uma vez ou lentamente; era apenas tóxico para o ambiente em si. E por entre o caminho foi então que um grande trovão pôde ser ouvido, alto o bastante para assustar a estrela-do-mar, mesmo que ela não demonstrasse; um pequeno pingo cairia próximo do pé, mas de uma maneira diferente. Por algum motivo a pequena gota que caíra ali estava soltando um fumacinha, como se estivesse corroendo algo; e com essa conclusão, a garota sabia que tinha de correr; se tratava de chuva ácida.

A chuva ácida era um evento comum em áreas muito poluídas, já que com toda a toxicidade do ar, ele acabava precipitando e assim agindo como a própria chuva, mas era extremamente perigosa, e corroía quase tudo que tocava. Mais a frente, havia um pequeno casebre com proteção suficiente para todos os 3, mas já havia uma única pessoa ali, um moço de costas com cabelos cortados rente a nuca e aquela seria a companhia da garota se ela quisesse fugir de tal evento antropológico.

PROGRESSO:

por **Karinna** Qui Mar 05 2020, 19:50

Off:

So It Goes...

Comecei a caminhar em passos largos com Staryu flutuando de um lado e Alakazam do outro. A rua não estava muito cheia, então não tivemos problemas em passar despercebidos pelos críticos olhares galarianos.

Ufa. Menos um problema para lidar.

Observei tudo com bastante cautela, afinal, não conhecia nada de Motostoke e para me perder dentro dessa murada cidade não custava. Galar já mostrou ser imprevisível e para um Pokémon gigantesco surgir por aqui também não custava. Para minha surpresa o problema em si não viria da população, mas sim em forma de uma resposta do meio-ambiente para a poluição desenfreada: anunciada por um poderoso trovão a chuva começava a cair.

Ok, até aí tudo bem. Fechei os olhos e ergui a cabeça, já pronta para deixar o dilúvio lavar minha alma como sempre faz — na verdade, era exatamente disso que precisava. Permaneci assim por alguns segundos e nada da chuva alcançar meu rosto. Não demorou muito e Alakazam me cutucou, mostrando que os pingos d'água na realidade eram ácidos e que estávamos em potencial perigo. Que maravilha, né?

Quando digo que Arceus é sádico e que aproveita da minha existência para se satisfazer não é brincadeira.

— Sushi, fique perto da Gyoza e utilize seu Protect para cima. Não deixe que a acidez atinja vocês. — pisquei — Não se preocupe comigo.

Não posso me desesperar. A ideia agora é achar algum abrigo, mas o Centro Pokémon estava muito distante e não havia uma única árvore para tentar se abrigar. Cerrei os olhos e tentei avistar alguma coisa; consegui de canto de olho ver um pequenino casebre com um homem em sua porta e, por mais que não quisesse socializar, era minha única esperança. Bufei, tentando me recompor o mais rápido possível e já abrindo um falso sorriso de orelha-a-orelha — bom, se ia pedir resguardo a um estranho, precisava ser no mínimo simpática.

— Vamos. E entrem na onda. — disse brevemente para meus pequenos enquanto corria na direção da cabana — Boa noite, moço. Sei que está muito tarde e sinto muito por incomodá-lo. — meu sorriso transformou-se em uma expressão de preocupação mais mentirosa ainda — Mas estamos desabrigados e essa chuva pode nos machucar bastante. — juntei ambas as mãos como em prece — Será que poderíamos ficar aqui até essa terrível tormenta passar? Por favor.

Galar!

por **Seth** Qua Mar 11 2020, 10:17

MOTOSTOKE CITY

so it goes...

Foi com uma ideia mirabolante que a garota conseguiu manter a salvo seus Pokémon por algum tempo, usando da habilidade psíquica de Alakazam para criar um escudo ao redor dele mesmo e de sua companheira aquática, mas deixando a loira de fora da área segura. O narrador não sabia se ela era doida ou se apenas estava se fazendo, mas de fato ela não se importava consigo mesma, queria proteger apenas seus pequeninos nem que isso significasse morrer na chuva ácida. É claro que o narrador era bonzinho e nunca faria isso com ela, mas era confiança demais no protagonismo instituído a ela.

Optando por aceitar o local que cedi a ela e indo em direção a área coberta, Karinna pensava em como tratar diretamente com um nativo de galar sem que fosse criticada por andar por ai com Pokémon que não estavam em sua pokédex, mas ao se aproximar ela poderia notar que ele parecia bastante amigável, e se tratava de um senhor de idade, com seus cabelos grisalhos e olhos cansados encarando a noite com pesar e saudade; ele se virou ao ouvir a voz da garota e sorriu em resposta ao encarar a cena que lhe encarecia o coração.

- Claro, pode se aproximar, não se acanhe. - Ele cedeu espaço para ela entrar com seus monstrinhos e passou um olhar rápido para eles, escondendo uma expressão de desprezo ao ver a estrela do mar. - Ninguém iria querer ficar perdido nessa chuva, não é? - Questionou, afastando-se da garota e andando pela varanda da casa, sentando-se numa poltrona. Ao lado havia um outro banco maior que ela poderia se sentar, e ele fez questão de acenar para que ela o fizesse.

PROGRESSO:

por **Karinna** Sex Mar 13 2020, 19:51

So It Goes...

Graças à gentileza do destino, a ácida carga d'água sequer pingou em mim. Não me admiraria caso a tempestade caísse diretamente sobre minha cabeça e corroesse toda minha pele, mas parece que Arceus decidiu me dar um pouco de paz. Pelo menos por enquanto, né?

Digamos que forçar ser uma coisa que não sou demanda mais energia que qualquer outra coisa pra mim. Fingir ser essa pessoa gentil, educada e pobrezinha é insuportável para meu âmago, mas, infelizmente, necessário no momento. Ainda com a preocupação estampada no meu rosto, consenti com a cabeça e sinalizei para que meus pequenos adentrassem o casebre. Bufando, segui-os.

Mas, pensando melhor, não queria ficar nem mais um segundo em Galar. Por mais que essa chuva ácida possa corroer meu corpo, a melhor coisa a se fazer talvez seja me esconder embaixo do Protect do Alakazam e esperar meu barco no porto... Com um turismo tão grande por aqui, no mínimo lá deve ser coberto, né?

— Obrigada, mas mudei de ideia. — retornei Staryu para sua respectiva esfera bicolor e sinalizei para Sushi se retirar — Vamos, utilize seu Protect e vamos de volta pro porto.

Quer dizer, até gostaria de explorar um pouco a região, mas Galar só me trouxe aborrecimento... A Wild Area, o Pokémon gigante, essa maldita chuva. O jeito era voltar para Hoenn e continuar de onde parei. Observei a preguiça psíquica utilizar sua barreira protetora e me escondi embaixo, caminhando em passos largos na direção do fim desse tormento regional.

Galar!

por **Victoria** Qua Mar 18 2020, 16:14

Fora ao pronunciar tais palavras que Karinna deu por si; sua sorte estava mudando. O homem, sem entender absolutamente nada, deixou-a ir; não fora ela mesma que pediu abrigo?! Qual é a dessa mudança repentina?! Era óbvio que se tratava de uma mulher surtada com TPM, não podia ser outra coisa, não é?! Pois é, estava tão certo de que aquela era uma mulher louca, que olhou de relance para trás, como quem falava com a parede, e fez o típico sinal de "maluquinha", rodando o dedo indicador diversas vezes em volta da própria orelha.

Por sorte Karinna não o viu; sorte dele, é claro. A essa altura a garota já havia se mandado portão à fora, sem nem olhar para trás. Porque tão repentinamente? Não sei. Talvez só tenha se dado conta do quão absurdo e esquisito era se abrigar na casa de um estranho. Ou ainda, relembrou das breves aulas de geografia que tivera nos seus breves anos escolares; chuvas ácidas não costumam ser tão longas, soam como chuvas de verão. Além disso, se problemas como esses fossem comuns e delongados, certamente essa cidade viveria-morta; um paradoxo urbano que reforça a impossibilidade dessa chuva continuar.

Essa é uma afirmação questionável?! Sem dúvidas. Motostoke parecia uma cidade doente, mas ainda há vida na doença metropolitana. É essa vida que prova: a chuva passa. A chuva passou. Saíra sem nem mais precisar dos Protects, já ia em direção ao porto segura de si, tinha certeza de que isso, aquilo ali e aquele lá não eram mais para ela.

Mas para quem seria?! Óbvio que ninguém. Motostoke era uma cidade esvaziada. Não esvaziada de pessoas; isso tinha até demais. Era uma cidade esvaziada de cidadães. Ninguém gostava de morar lá. Ninguém gostava de viajar para lá. Talvez, apenas talvez, o Battle Tower tenha nos dado a oportunidade de conhecer pensando apenas que somos treinadores; esquecendo por completo que, antes disso, somos viajantes. Há uma vantagem em conhecer os centros de energia DEN sendo treinador. Há também uma vantagem em viver a experiência de lutar contra Kabu. Por fim, cito a vantagem da Wild Area; o local mais almejado por treinadores.

Mas à quem nada disso interessa, para que diabos vir aqui?! Para nada, é claro. Quem mora aqui, não almeja isso por muitos meses. Ninguém ama Motostoke; todos no máximo suportam. Uma cidade em onde quem repousa a cabeça no travesseiro não vê a hora de tirá-la de lá. Essa era Motostoke; não havia "morados-nascido" lá, havia trabalhadores, treinadores, viajantes, andarilhos e estudantes que, após fazerem, cumprirem, efetivarem ou completarem suas missões naquele mapa, irão ao próximo.

Justamente por isso, o porto de Motostoke era o pior. Sim, era o pior. Slateport tem muito o que aprender com o sucateamento local; aaah se tem! Como diz Alceu Valença; e tá pior, vai piorar. Se já não bastasse as experiências inóspitas de Hoenn, Galar conseguia elevar o nível de caos-marítimo logaritmicamente. Pois bem, seguiu viagem e chegara ao tal porto, num empurra-empurra a garota chegou ao pé do embarque e lhe dou uma péssima informação: a-glo-me-ra-ção.

Chegara de relance e, quando deu por si, já estava cercada de pessoas. O local estava tão cheio, tão caótico, tão insalubre que Karinna já se confundia por completo; não sabia onde era Sul ou Norte, de onde viera ou para onde iria. Fica a dúvida; ela fora a um porto ou ao centro histórico de Belo Horizonte em pleno domingo de carnaval?! Seu olhasse para baixo, não veria seus pés. Se olhasse para cima, mal veria o céu, se olhasse para os lados... bem, conseguiria ver cada gotícula de suor dos moços a sua volta. E das moças também; uma delas até tossira bastante e, irritada com a situação, gritara a plenos pulmões
- Calor dos infernos!!! Que desgraça, desencosta porra - Era um pedido tão incabível e impossível, que ninguém nem tomou para si a ofensa e os xingamentos; fora completamente ignorada.

Bem, ao menos Alakazam conseguia ficar rente à Karinna mas... mais que isso, eu não poderia garantir. Starmie era pontiaguda demais para a situação e a cad empurrão, ela se afastava mais do grupo. Além de, claro, ser um pokemon odiada em Galar por simplesmente não ser de lá.

OFF: Ei, psiu, divirta-se <3

PROGRESSO:

por **Karinna** Qua Mar 18 2020, 17:26

Off escreveu:<3

So It Goes...

Tá, talvez sair daquela estranha casa tenha sido a melhor coisa a se fazer. Honestamente? O único objetivo ali era não me queimar com a chuva e possivelmente roubar algum pertence daquele velho para carregar de volta para Hoenn. Não me julgue, se essa maldita região não agregou em nada na minha jornada e só perdi tempo, o que tem querer levar um mero souvenir comigo?

Felizmente a chuva cessou segundos depois e Sushi pôde finalmente abaixar seus pobres e cansados braços. Afaguei um pouco a cabeça da preguiça psíquica e bufei. Mas bufei de verdade, daqueles que a gente puxa o ar dos pulmões com vontade e faz até barulho quando sai. Não existe nada mais frustrante pra mim que Galar: gastei meus Battle Points, fiquei horas no navio, só capturei porcaria, não desafiei o ginásio e de quebra ainda quase me queimo com chuva ácida. Como já disse antes, sei que Arceus é sádico e que se entretém com meu sofrimento, mas tudo tem um limite, né...

Né?

Caminhei em passos largos até o porto, observando no caminho toda estrutura de Motostoke. Que diabos de cidade esquisita. Não é como se fosse feia, sua arquitetura medieval é belíssima, mas falta... vida, sabe? Falta aquele abraço quentinho que senti quando entrei pela primeira vez em Lilycove, por exemplo, que te faz querer ficar pela cidade, apreciar a vista, caminhar pelas ruas, ir aos restaurantes. Uma pena: se não fosse por sua política exclusiva, anti-ambiental, capitalista e seu povo mal-educado, Galar até que poderia ser um lugar interessante. Por hora, quero mais que se exploda junto com esses Pokémon gigantescos.

— Ah, não. Mais gente. — revirei os olhos, sendo praticamente engolida pela multidão que se aglomerava em frente ao que parecia ser o porto — Que inferno. Só vou ter paz morta.

A quantidade de pessoas era tão grande que, quando dei por mim, estava no meio delas. A sensação era sufocante: suor escorrendo por todo lado, todos de mau humor e quer saber a melhor parte? Eu sequer sabia o porquê. Minha paciência já estava zerada e minha vontade era mandar Alakazam jogar todo mundo pro alto com Psychic, mas era capaz de nos colocarem na forca — principalmente já que Sushi tampouco era bem-vindo em Galar. Para melhorar, o porto era tão velho e mal acabado que me pergunto onde que o governo investe todo o dinheiro que ganha com o turismo da não-tão-ecológica-assim Wild Area.

— Caralho de lugar! — minha expressão se fechou em total irritação — VOCÊ! — exclamei, puxando um rapaz aleatório pelo braço — Qual o motivo dessa comoção toda?

Galar!

por **Victoria** Qui Mar 19 2020, 14:07

Um puxão e... voilá, conseguiu a tal atenção de alguém. O problema era que sua atenção não viera sozinha; com o ato, acabou dando uma cotovelada na costela de um homem muito alto. Briga?! Era claro que não, o homem era tão simpático que, mesmo sofrendo o golpe que machucara um bom bocado, abriu um sorriso amarelo e disse:
- Oh, desculpe - Ele sabia que era alto. Ele sabia que era problema dele. Ele sabia que nem sequer tinha como reclamar de esbarrões em um lugar daquele... diferente da grande maioria, não é?! Se isso não é consciência de classe, não sei o que é.

Ao menos alguém parecia ser simpático à figura de Karinna. Ok, o velhaco com um barraco não fora de todo antipático; mas não podemos chamá-lo de bom anfitrião. Bem, diferente do atingido-por-tabela, o alvo-proposital olhara para o semblante da garota com o desdém típico de quem não queria estar ali. Fora convocado tão impetuosamente que simplesmente "tiltou", não soube como responder e nem quis. Apenas fez uma careta extremamente desconsertante, balançou o tronco, se livrou do braço da garota e continuou andando, sem nem falar um curto-e-grosso "não" à convocação.

Pois bem; felizmente tínhamos o bom e novo homem alto e simpático que, por algum motivo, ouvira de relance a pergunta da Rocket. Ok, convenhamos; não havia como não ouvir. Sua boca saia em seu ombro e, dali para o ouvido?! Não é lá muito ar. Apesar de raros os ventos, a sonoplastia daquele cubículo era bastante ecoante.
- Você não sabe?! - Disse a todos os pulmões, gritando para ser ouvido e sobreposto à voz da maioria. Diferente de Karinna, o rapaz falava do alto; nada lhe garantia que seu abafado som descesse - Um Vírus novo! - E continuou com mais uma frase picotada; era difícil falar palavras complexas ou frases delongadas naquela situação - Estão bloqueando os portos amanhã! - Ele errara o tempo verbal propositalmente; a dificuldade de entonar um estarão seria tremenda. Limitou-se a se fazer entender.

Então hoje era o último dia para sair daquele inferno... né?!

PROGRESSO:

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