Havia sido fácil - talvez até demais, se parasse para pensar. A própria consciência sequer tentara se iludir com a possibilidade de resolver com velocidade a confusão no coração e na cabeça de Karinna e, bem, não é surpreendente afirmar quão baixa sua guarda estava quando a moça simplesmente parou de se debater, o olhar perdido finalmente parecendo se focar na batalha obrigatória que agora se desenrolava diante de ambas. Em silêncio, limitou-se a observar enquanto a respiração da loira ia e vinha; Imaginou as engrenagens em seu cérebro girando enquanto parecia tentar absorver a situação em que haviam se metido e, principalmente, tentar encontrar a melhor saída para seu óbvio inferno particular.
— ...Bem... — Arriscou, um sussurro inquieto ao pé do ouvido da moça enquanto arriscava afrouxar um pouco o forte - e firme! - aperto no qual a envolvia. — Não acho que essa é uma opção. Não fazer nada, digo. — Comentou, um sorriso simples despontando do canto dos lábios ao se dar conta de que, sim, Bley não tentaria mais se arremessar de maneira inconsequente para baixo dos punhos poderosos do lutador avermelhado. — Até porque, a gente precisa fazer algo com ele, né? — Piscou, antes de libertá-la daquela improvisada prisão de carne e calor. — ...Cuidado. — Pontuou, a mão esquerda se apoiando no ombro direito da monotreinadora, a atenção enfim se volvendo verdadeiramente para o combate. — Você, mais do que ninguém, deve saber que não podemos nos descuidar. — Murmurou, um balançar de cabeça inquieto, e os dígitos se apertaram com delicadeza sobre a manga de suas roupas. Por fim, a atenção volveu na direção de seu amável companheiro gelatinoso. — Kaleo, Protect e Psychic! — Instruiu, simples. Com o auxílio da barreira refletora, o jovem Solosis muito provavelmente seria capaz de resistir por mais uma rodada - entretanto, também tinha a consciência de que esse fato não seria verdadeiro se permitisse que o pequenino sofresse mais do que um único golpe por parte de Throh.
Resumo da ópera: Devia ter cuidado.
...
— ...Ah? — Se viu exclamar, incerta, os orbes acinzentados se demorando um pouco no adversário antes de desviarem, lentos, na direção de Bley. Desarme foi a primeira coisa que se estampou, gritante, em sua expressão; Trôpega, a consciência bailou ao redor das palavras vocalizadas pela companheira e, com sua confissão mórbida, reinou a quietude. Naquele breve instante infinito, sílabas e verbos escaparam de sua garganta tal qual prisioneiro posto em liberdade após anos sem sequer ser capaz de enxergar a luz do sol.
...Um arrepio maldito escorreu por sua espinha, e um tique singelo fê-la torcer os dedos da mão livre - analisou, por um momento que fosse, o tecer de letras tão despretensiosamente arremessado por Karinna, sem saber se desejava encontrar deboche ou veracidade; E ambas as opções tão recheadas de possibilidades não só para o coração, como também para as maldições e demônios que tanto a perseguiam ao longo de toda uma jornada assombrada.
Mais uma vez.
...
Não soube responder.
Infelizmente, não teria como.
— ...Bem... — Arriscou, um sussurro inquieto ao pé do ouvido da moça enquanto arriscava afrouxar um pouco o forte - e firme! - aperto no qual a envolvia. — Não acho que essa é uma opção. Não fazer nada, digo. — Comentou, um sorriso simples despontando do canto dos lábios ao se dar conta de que, sim, Bley não tentaria mais se arremessar de maneira inconsequente para baixo dos punhos poderosos do lutador avermelhado. — Até porque, a gente precisa fazer algo com ele, né? — Piscou, antes de libertá-la daquela improvisada prisão de carne e calor. — ...Cuidado. — Pontuou, a mão esquerda se apoiando no ombro direito da monotreinadora, a atenção enfim se volvendo verdadeiramente para o combate. — Você, mais do que ninguém, deve saber que não podemos nos descuidar. — Murmurou, um balançar de cabeça inquieto, e os dígitos se apertaram com delicadeza sobre a manga de suas roupas. Por fim, a atenção volveu na direção de seu amável companheiro gelatinoso. — Kaleo, Protect e Psychic! — Instruiu, simples. Com o auxílio da barreira refletora, o jovem Solosis muito provavelmente seria capaz de resistir por mais uma rodada - entretanto, também tinha a consciência de que esse fato não seria verdadeiro se permitisse que o pequenino sofresse mais do que um único golpe por parte de Throh.
Resumo da ópera: Devia ter cuidado.
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— ...Ah? — Se viu exclamar, incerta, os orbes acinzentados se demorando um pouco no adversário antes de desviarem, lentos, na direção de Bley. Desarme foi a primeira coisa que se estampou, gritante, em sua expressão; Trôpega, a consciência bailou ao redor das palavras vocalizadas pela companheira e, com sua confissão mórbida, reinou a quietude. Naquele breve instante infinito, sílabas e verbos escaparam de sua garganta tal qual prisioneiro posto em liberdade após anos sem sequer ser capaz de enxergar a luz do sol.
...Um arrepio maldito escorreu por sua espinha, e um tique singelo fê-la torcer os dedos da mão livre - analisou, por um momento que fosse, o tecer de letras tão despretensiosamente arremessado por Karinna, sem saber se desejava encontrar deboche ou veracidade; E ambas as opções tão recheadas de possibilidades não só para o coração, como também para as maldições e demônios que tanto a perseguiam ao longo de toda uma jornada assombrada.
Mais uma vez.
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Não soube responder.
Infelizmente, não teria como.