Ruas de Slateport - A lembrança de um pai

Pachirisus com sua mania de se meter onde não eram convidadas. Azula não tão diferente, pelo contrário, enormemente curiosa, chegava no local onde a equipe Monclar fazia praia e os encarava, encarando o treinador, que por sua vez lutava contra um passarinho junto de Feraligatr. Ela depositou as escamas junto das roupas do humano e fitou as faces de cada um dos Pokémon antes de dizer:

—  É sério mesmo que vocês estão preocupados com aquilo? Vocês já viram o tamanho dos dentes daquele lagarto? Toma tendência, vocês aí. Eles tão de boas lá. E se precisar, eu mesma vou lá dar uma surra naquele passarinho - ela disse séria, esfregando as patinhas, mostrando eletricidade e alguma força (que não tinha).

Depois de zuar - e acalmar - os companheiros de equipe, Azula precisava de novos objetivos.

Azula já não ligava mais para o tapa-olho. Resolveu deixar de presente para Matthew junto das escamas. Ela então partia para mais uma aventura.

Ela percorreu mais areia que da última vez, verificando, ora ou outra, algumas tendas de mulheres ricas e enrugadas. Ela não conseguia definir se elas tinham ficado daquela forma por conta do mar ou da velhice. Preferindo não se misturar, ela voltava à praia, na sua busca, que não rendeu boas descobertas.

Quando estava para dar volte-meia, seus olhinhos captaram vítimas mais peixinhos perdidos na orla. Ela deu uma corridinha até lá e tentou se misturar como se fosse um deles para descobrir a fofoca da hora.

Tendo que se esforçar bastante para tentar compreender o que os aquáticos estavam aprontando, Azula focava seus sentidos nas orelhas e ouvia algumas frases que a fez entender tudo errado, mas quem diria isso a ela? Não seria este que vos narrar!

— Só pode ser um concurso de luta aquática! — ela falou baixinho para si mesma, com um entusiasmo crescente para participar daquilo que imaginava ser. — Eu preciso arrumar um jeito de ir lá...

Foi quando ela olhou para os dois lados e avistou ao longe uma garotinha construindo um castelo de areia. Azula observou que ela tinha baldinhos e pás. Ao lado dela, os pais pareciam ter construído uma piscina com a água do mar. A Pachirisu chegou perto, sem fazer muito barulho, e como se fosse ninja, escondia-se por detrás do castelo. Na piscina, uma boia amarela flutuava. Ela parecia dizer "azula, me leva pra diversão!". Os olhos da esquilo brilhavam como estrelinhas no céu do campo.

— Vamos juntas fazer história no MMA, boinha. — ela respondeu ao chamado imaginário.

Nisso, foi só a criança levantar para catar areia que Azula botou as patas na boia e saiu correndo na direção do mar. Ao fundo, ela só ouvia sons confuso. Na sua cabeça a boia dizia "ieeeeê, vamos quebrar as espinhas desses escamosos!".

— HAUSHAHSAUHSA você é tão divertida boinha. — ela gargalhou e então abraçou o objeto com afeto. — Não vou te abandonar nunca. Seremos melhores amigas para sempre. Eu juro matar seus inimigos, se for preciso.

E ela logo se jogava no mar indo encontrar os Pokémon de antes para saber mais da competição que imaginou ser de luta e ação.

OFF: Eu posso ter viajado um pouquinho, mas ta mais divertido narrar meu Pokémon que o meu personagem q

Ao se aproximar dos marinhos, a Pachirisua teve que focar todos os neurônios que tinha para conseguir ouvir a todos e procurar assimilar o que diziam. Mexia incessantemente a cabeça de um lado a outro, buscando dar atenção a eles sem parecer rude.

— Meus amigos me chamam de Azula, mas meu nome de guerra é "AND HER NAME IS AZULA". — Ela mencionava seu nome ao bordão de John Cena com um aumento considerável na voz. — Como funciona? Vale tudo? Áreas ou movimentos proibidos? Pontos extras por sangue?

Sua animação poderia até ser contagiosa, se não fosse por outro motivo que não aquele cujos peixes também estavam.

Azula afundou quase todo o rosto na água, para não demonstrar o quão decepcionada e entediada tinha ficado com toda aquela baboseira de karpas dando splish splash. Sua boca fazia bolhinhas na água, a medida que praguejava a tudo e a todos. Isto até ouvir os pensamentos da boia. Eles diziam à Pachirisu "vamos apostar em algum já que estamos aqui". Azula já tinha perdido os sonhos e esperanças mesmo. Que mais poderia perder?

— hmm... zona blablasal? - disse, sem muita cerimônia.