[Blackthorne] A Grande Cidade dos Dragões ft. Lysander Estranho

Quando Jerry e Clair escutaram aquilo, o coração dos dois pareceu parar. Um Z-move? Katakuri ou é muito insano ou muito genial, mas só saberemos ao ver o resultado disso. Nenhum dos dois cogitou intervir! Na verdade Clair até dera um assobio puxado e fino, terminando com um riso incrédulo e três palmas lhe dando parabéns.

Ninguém sabia se aquela era uma boa ideia, mas também ninguém estava certo de que era uma ideia ruim. Na verdade... Jerry era de Alola, mas essa hipótese nem passou pela sua cabeça. No mais, deixaram o garoto brincar.

Sabe o pior disso tudo? Katakuri se atreveu a descer de seu Flygon e ficar próximo do ponto de impacto. Agora, meus caros, vou narrar passo por passo o que aconteceu.

Primeiro problema fora os braços de Katakuri, que infelizmente foram ao ar para encenar a dança do Tectonic Rage. Quando Visenya subiu para pegar o impacto correto para o terremoto perfeito, o treinador sentira um vento que carregou sua camisa para cima, quase o despindo! Demorou retomar a visão, mas conseguiu segura-la quando livrou-se da dança terrível.

Era ao fim da apresentação que Flygon chegava próximo ao chão. Seu corpo se envolveu em um brilho alaranjado; fazendo sua cútis tremer. Era completamente desconfortável (porém quentinho) para o mono-dragon estar ali. Começava a sentir o chão dar pequenos tremeliques, e o calor expelido por seu Dragão chegava até ali. Até ai tudo bem; o problema fora quando ele de fato pousou. O golpe não aterrissou de forma segura, como todos ali imaginavam; na verdade, ele fora de fato bastante útil, ergueu por um instante uma mísera fração da placa tecnótica e, quando repousada, abriu um belo de um buraco ao chão.

O problema não era esse ainda; se fosse só o buraco, tudo bem. O problema central fora o terremoto. O golpe não causou só um buraco, mas derrubou junto a barragem, causou ondas ao redor e preencheu de volta d'água o buraco outrora isolado. Aquele cenário se tornou uma descarga; num buraco de um metro-quadrado, a maior quantidade de água possível começava a ter vazão. Veja bem, não estou dizendo que um ou dois litros d'água entraram de vez; estou dizendo que um buraco se abriu para o maior canal de Blackthorn. Um bueiro de um metro de mais de um metro de diâmetro.

Isso é muito perigoso para quem está ao chão. Horsea quase fora carregado para dentro do buraco, mas pareceu conseguir impulso suficiente para se afastar; Flygon voou a tempo, antes da desgraça acontecer, agora Katakuri? Bem, este não. Estava sendo arrastado descarga-a-dentro, prestes a se afogar. Seus pokémons se desesperaram, Haxorus (o enorme dragão que se fixava ao chão terroso com suas garras dos pés) foi o que primeiro correu, tentando agarrar seu treinador, mas seus bracinhos eram tão curtos que não o alcançavam. Visenya tinha o mesmíssimo problema; restava a Alextrasza o poder de segurá-lo, mas o que garantiria que ela não iria junto? A pokémon até conseguiu chegar no seu treinador, mas ao abraçá-lo, perdeu o controle e acabou sendo também carregada pela correnteza.

- NÃO, DAWN, O QUE VOCÊ FEZ?! - Gritou Clair, um tanto quanto desesperada - LANI? LANI, TAPA O BURACO, LANI USE BARRAGE PARA TAPAR O BURACO - Gritou Jerry.

Isso daria certo? Não sei ao certo; o pior de tudo é que Lani, nossa Exeggutor, também estava no mesmo vórtex que todos.

Provavelmente não seria o fim, mas ainda assim o que Dawn rememorava era do começo. Polly pediu para que não se afogassem; as palavras da policial ecoava em sua cabeça como se fosse a última coisa que ouviu (ouviria). Lembrava de cada movimento de lábio da garota! Deveria ter colocado mais fé no que ela falou; o garoto só tinha uma missão para a policial, e falharia na única! Ainda que não morresse, uma coisa era fato: Katakuri se afogou.

Chegou um ponto que a água o sobrepujou. Sua fala era cortada pelas ondas e rapidamente sua boca se enchia de água. Ainda não inalara o suficiente para perder a consciência ou morrer, mas certamente estava com uma quantidade grande o suficiente para entrar em desespero. Se debateu, tentou fugir, nadou para cima, para o alto, fez força e nada parecia adiantar; as vinhas de Grovyle quase levaram a pokémon consigo, mas arrebentaram antes de um desastre maior.

Era quase na boca-do-lobo que Exeggutor finalmente conseguia agir. Largava mão de todas as inseguranças a medos e tirava de seu poder-natural material para barrar aquele buraco [barrage]. Fizera isso pouco depois de Katakuri começar a sentir de fato o poder do redemoinho. Rodara, rodara, rodara e, de repente, batera a perna contra uma tora de madeira, causando um vermelho (que mais para frente se tornará um roxo bem feio) em sua coxa, mas nada que precise ser rememorado.

Bem, a tora fora feita por Lani. A pokemon tapou ao menos grande parte do buraco, mantendo a correnteza fraca e uma vazão pequena e, ao mesmo tempo, resolvendo a problemática. Katakuri estava ali, entre os um metro e meio de água que invadira o cenário. Estava assustado, pesado e afogado demais para ficar em pé e achar a superficie por si só, então Malygos fez questão de ajudar.

Enfrentou a correnteza. amarrou o braço de seu mestre com cauda, nadou para o alto e trouxe Katakuri para ali. Era nesse instante que todos (eu disse t-o-d-o-s) respiraram aliviados. Clair emitiu um ufa bastante alto, dando tapinhas leves em Jerry. Visenya, Mayev, Haxorus, Sindragosa e Alextrasza? Nem preciso dizer! Apesar de estarem todos mergulhados numa piscina gelada, nojenta e perigosa, pareciam extremamente satisfeitas(os) em estar ali.

Afinal, Katakuri estava são e salvo. Flygon e Haxorus foram os primeiros a se aproximar; o primeiro apresentou a lombar para que subisse e o segundo ergueu o mono-dragon para ajudá-lo. Agora nosso protagonista tossia; sua garganta ardia, seus olhos estavam completamente vermelho e ele não conseguia ver muito bem. Sabia que estava no dorso de Flygon, mas não sabia muito mais que isso:
- Levem ele para Sienna, queridos. Ele precisa de cuidado. Digam para ele que ele foi muito util... apesar de muito burro também - Disse Clair, dispensando os dragões. Sabia que Katakuri não estava em condições de falar ou opinar, então tomou frente nisso. Depois disso, virou para Jerry e falou o óbvio - Você pode me ajudar a continuar com o plano? Acho que podemos aprimorar ... - Continuaram tagarelando e combinando uma continuação; enquanto isso Visenya voava ao alto e pedia para que seu treinador retornasse os dragões não-voadores, para que pudessem ir de volta para a base.

É, Rayquaza (e outros Dragões) realmente salvaram Katakuri. Não estou certa se é a primeira vez que isso ocorre tão ao pé da letra, mas sem dúvida seria uma para se recordar. Passara por todo o trâmite sem uma lembrança certa; caíra num sono profundo no lombo de Flygon e assim que possível fora retirado de lá. Clair emitiu um aviso por seu Altaria, que o escoltou até o helicóptero. Em pouco tempo o menino já havia sido atendido, medicado e bem tratado, mas nem sequer saberia disso! Estava lá sem nenhum outro humano; não sei muito bem o que aconteceu com Lysander, mas ele não passou por ali.

Sem ninguém para contar essa parte da história com palavras (e não grunhidos), Dawn viveria com esta lacuna; já que ele mesmo quis assim. Não era nada demais, até porque não acontecera nada demais. Salvo as vezes que Visenya devaneava sobre as possibilidades de ficar órfã! Ai sim aquela sala-de-hospital se alvoroçava.

No mais, ele não devia se importar. Não era o primeiro (e nem será o último) a adentrar o centro de Sienna com machucados graves e ficar ali por algum tempo. Alguns ambientes pareciam extremamente hostis e pokémons confrontavam humanos o tempo todo. Na verdade, tinha gente muito pior que Katakuri ali.

Odeio ter que admitir isso, mas provavelmente fora isso que acalentou Flygon. Se havia pokémons cujo o treinador estava em situação de vida-ou-morte e ainda tinham esperanças, Visenya também era capaz de ter, né? Bem, Katakuri nunca esteve de fato mal, mas entenda; ela não entende nada de saúde humana. Ao ver seu treinador dormir por dois dias inteiros, ficou certa de que algo estava errado.

Bem, quando acordou, foi um carinho só; emitiria um "own" se fizesse esse RPG por áudio, mas como não faço, deixarei aqui apenas meus sentimentos de fofura. O sorriso meigo da dragão, o rosto colado, o espreguiçar dos dois e até o ânimo mútuo, que terminara num bocejar ambivalente... não por tédio, mas por terem acabado de acordar mesmo.

Pois bem, agora podia pegar as malas e partir! Até logo crianças; nos vemos no próximo episódio.

OFF: Então, faz um post ai com qualquer coisa enquanto eu fecho suas contas... ta? <3 To atualizando sua Box.

Eu já não lembro minha ideia original, mas se disse-lhe que seu trajeto será tranquilo, cumprirei meus termos. Subira no Dewgong enquanto a injeção ainda fazia efeito; a contração muscular lhe dera dor intermitente, mas o relaxante muscular tornava isso um tanto quanto... engraçado?! Não sei te dizer ao certo, mas sentar naquela foca certamente valorizava aquilo tudo...

... e também fazia o sangue correr mais rápido.

Ainda que num cenário apocalíptico, Lysander parecia apreciar o entorno. A água lameada, o mau-cheiro, o vento denso e cheio de partículas, o sol intensificado, o clima úmido demais e.... principalmente, a neblina que só piorava a medida que se aproximavam da "mancha azul".

Apesar do tom turvo - do ar e das vistas - não demoraram achar Gyarados. A suposição de Pâmela era assertiva e logo mais veriam isso! Alguns metros depois, a mancha perdia a cor mas ganhava forma. Depois de alguns quilômetros, a cor era mais viva, enquanto a forma já se desenhava com certa porosidade. Ao fim de 90% do trajeto, o Gyarados já se tornava uma ilha visível e palpável a frente.

Até que enfim chegaram.

O gyarados de Clair que... bem, não tinha Clair alguma. Teriam certa dificuldade para subir, mas quando tentasse, um mergulhador adequadamente vestido apareceria, de cima das barbatanas do pokémon-enorme (bem maior que a média) e estendeu a mão à Pâmela, logo em seguida ajudando Lysander. O homem estava sozinho naquele enorme pokémon; dando a entender que todos os outros mergulhadores ou foram embora ou estavam pela região:
- Bem, vocês precisam por a roupa... né?! - Questionou o rapaz; sem entender muito bem porquê Pâmela ainda não havia a vestido. A moçoila ficara um pouco sem graça e levava um tempo para responder a questão - Eu infelizmente não tenho uma dessas....

Bem, a garota estava sem graça demais para rememorar que seria apenas uma parceira à nível do mar. Talvez restasse a Lysander dizer-lhe isso. Apesar do silêncio constrangedor, o homem logo deu de ombros e explicou o óbvio:
- Bem, só queria tira-los do mar para se vestirem... vão ter que voltar, mas aconselho que deem a volta no Gyarados. Já tem muita gente usando ele como reserva de oxigênio, então se puderem ficar com o aquático de vocês, vai ser melhor para todo mundo... Clair deu uma saída faz um tempo, faz tempo que não voltou, mas podem ir começando a mapear à esquerda. Te darei sinalizadores a prova d'água para caso se perderem, ok?!

OFF: Meu deus eu perdi o ritmo dessa rota KKKKK post horrível, só pra eu ir voltando pra narração e pro clima.