[Missão Ranger] Patrulha de suspeitos

Ayzen e Karl estava atentos a qualquer novo ataque durante a procissão mata adentro. A rota 116 não era tão grande, mas no interior das árvores que fechavam para uma densa floresta, sabe-se lá o que poderia se esconder por lá. Contudo, o acesso era complicado de dia, e parecia que seria ainda pior ao anoitecer.

Alguns Nincadas e Taillows era avistados nos galhos das árvores. Talvez o patrulheiro de menor escalão poderia utilizar os serviços de um deles afim de ter alguma ajuda, quem sabe? A pokédex poderia dizer coisas incríveis sobre uma criatura registrada no banco de dados, mas cabia ao treinador saber como explorar as habilidades naturais das criaturas, tal qual o 3º no comando de Hoenn fizera com a libélula super-sônica.

Falando nela, o bicho voltava! Contudo, as notícias não pareciam ser das melhores.

— Hm, tudo bem. Obrigado Yanmega, retorne.

Karl não parecia ter encontrado nada com o sonar do inseto. Ele começava a aparentar estar tenso com toda a situação. Olhava incessantemente para todos os cantos por onde passavam e nada encontravam ali.

Os rangers caminharam por cerca de uma hora e meia, passando inclusive por trechos onde já tinham reconhecido o terreno e eles encontravam simplesmente mato e mais selvagens comuns.

— Eu não entendo. Se há uma atividade criminosa envolvendo tráfico pokémon, como fazem isso sem uma base? ...Estou começando a duvidar se os Seviper eram uma armadilha ou uma pegadinha adolescente - ele cruzava os braços um pouco frustrado com a possibilidade de Mike estar mais certo que Clark e a movimentação que viram fosse apenas coincidência. - Não. Não podemos desistir, vamos capturar esses malfeitores, mesmo que tenhamos que ficar de vigia a noite toda. Está comigo cadete?

A energia do líder parecia estar de volta com a possibilidade de ficar de tocaia a espera da aproximação inimiga para prende-los em flagrante.

— Pensei em encontrarmos um lugar estratégia entre o chalé dos irmãos e a clareira onde fomos atacado, o que acha?

Ayzen procurava entrar em sintonia com Karl. Mal sabia o cadete que o superior se sentia mais que responsável por aquela situação toda, por isso a importância em não falhar na missão e com as pessoas que confiaram nos rangers para apreender a ação dos criminosos que outrora agiam em Rustboro.

Enquanto o líder subia em algumas árvores afim de procurar um bom lugar para ficar de vigia, Ay aproveitava para capturar duas criaturas naturais da rota 116 com a finalidade de usar da "camuflagem" do Taillow e do Nincada como uma espécie de informante ou espião, já que Swablu chamaria muita atenção por não ser comum daquela parte da região, assim como os Seviper. Fora uma boa sacada (uma pena não pontuar para o mural do cadete) pois além da captura bem sucedida, os pokémon estavam prontos para servir aos rangers.

Assim que a tarefa de cada um dos agentes temporários era passada e eles se camuflavam como esperado na natureza, o patrulheiro loiro procurava o líder entre os galhos das árvores. Opa, eles se perderam? Aparentemente Ayzen tinha se perdido... Ou melhor, Karl tinha se escondido! O cadete ouviu dois chamados, quase que silenciosos vindo de algum lugar do alto até que Nabokov surgia só com o rosto e uma das mãos amostra para estalar os dedos e chamar o subordinado para se juntar a ele.

De lá, Ayzen conseguia ver boa parte da rota por entre as folhas da árvore e o galho no qual se apoiavam eram bem grosso, capaz de suportar até quatro ou cinco pessoas sem problemas. E como ele tinha visto, de baixo ninguém teria acesso à localização dos patrulheiros. O superior só pedia silêncio e atenção.

Haviam passados muitos minutos desde que decidiram ficar de vigia. O céu começava a tomar uma coloração rubra pelo entardecer. Logo seria noite.

— Está escurecendo. Talvez seja melhor fazer turnos de descanso, não sei quanto tempo ficaremos aqui e não vai ser muito legal ficar com sono e perder nosso alvo. Pode ficar no primeiro turno? - sussurrou Nabokov.

Karl realmente parecia um pouco cansado e a ideia de dividir a função parecia uma boa ideia.

OFF: Juntei as RangerBall antigas com as novas com autorização do adm. responsável.

Já eram 5:20 p.m. quando Ayzen chegou as horas. Não era para menos que o ranger mais experiente decidia poupar energia.

Karl adormecia, encostado no tronco da árvore, junto de seu fiel Araquanid o segurando para não cair dali de cima. Enquanto isso, Ayzen e Ambipom mantinham os olhos bem abertos às ações que aconteciam na rota bem como os ouvidos atentos a qualquer sinal dos pokémon recém capturados. Taillow hora ou outra vazia um voo leve para ter uma maior visão geral, mas em nada veio a alertar o cadete. E Nincada? Bem, o inseto símbolo da rota 116 permanecia em silêncio.

Duas horas se passaram e Ay começava a sentir seu corpo pesar, afinal, ficar atento a nada era além de cansativo, desgastante, principalmente em uma posição desconfortável no alto de uma árvore.

Às 8 p.m. o ranger mais velho despertava e pedia para o cadete reportar o que tinha acontecido durante seu turno. Não tendo muito o que contar, Ay poderia descansar, pois Karl se comprometia em ficar de olho no terreno junto de seu Araquanid.

Já tinham passado da meia-noite quando um som descomunal irrompia os ouvidos de quem quer que passasse pela rota. O barulho era de um inseto que tentava se comunicar através de seu canto. Contudo, era bem mais alto que os cantos comuns e havia um motivo!

— Cadete... - sussurrava Nabokov.

Karl aguardava até Ay despertar para mostrar o que via.

A rota estava mergulhada no breu. Não era possível ver muito além, principalmente porque a única iluminação vinha das estrelas, mas adiante havia um farol baixo e não era uma lanterna comum. Karl orientou que Kitshomo utilizasse o equipamento de visão noturna na ranger tools. Com eles era possível ver um pouco melhor. Aquilo que produzia luminosidade tão afastado na rota era uma pequena caminhonete. Haviam dois elementos abrindo as portas de carga e dali retiraram uma jaula com uma criatura de médio para grande porte. O pokémon aprisionado se jogava contra as grades que o prendiam, mas não tinha forças quiçá orientação para se livrar. Provavelmente estava dopado e procurando reagir como podia. Contudo, tão breve surgiam, o caminhão deixava a rota e os dois suspeitos com o pokémon à própria sorte.

— Vamos segui-los, temos que descobrir onde é o esconderijo deles sem estragar o elemento surpresa. Vá pela direita que eu sigo pela esquerda. Não os perca de vista cadete. Boa sorte.

Ele montava em seu aracnídeo gigante e sumia como um spider-man entre as copas das árvores.

Taillow, quase invisível nos céus escuros, ainda sobrevoava, esperando ser útil ter aquela visão privilegiada para guiar o ranger.

Enquanto o líder seguia por um lado e Ay por outro, para terem mais chances de descobrirem onde ficava o bendito esconderijo, o cadete aproveitou um breve momento para liberar o Nincada. O inseto meio que desaparecia sem dizer nada mais que um breve canto. Tão pouco o ranger queria ouvir, já que tinha de estar em perseguição!

Ambipom era um bom aliado para aquela tarefa, conseguindo se balançar com sua bi-cauda perfeitamente, saltando de galho em galho. Sua performance garantia ao mestre a segurança de que o próximo ganho seria seguro, possibilitando que o macaco violeta estivesse bem adiantado. O jovem Kitshomo ainda mantinha o Taillow capturado com a esfera ranger no seu espectro de visão. Era o voador quem estava de olho nos criminosos com aquela visão privilegiada.

Em algum momento Ambipom era alcançado e Ayzen questionou o motivo do normal estar confuso. Acontece que o pokémon olhava aos arredores e não sabia por onde ir! Logo Karl aparecia no chão, saindo de uma das árvores, revelando sua posição, indicando a mesma confusão. Não era possível os dois terem perdido o rastro de duas pessoas mais uma jaula grande no meio do mato fechado sem nenhuma construção a vista! Ou era?

— Não entendo... Eles estavam aqui! Como sumiram do nada? - Nabokov se questionava.

Aquele enigma parecia não ter uma solução racional, ao menos para aqueles com visão horizontal do problema. Eis que a Taillow se juntava ao grupo, pousando num ponto e batendo as asas enquanto cantava, tentando alertar Ayzen de algo. Ao escolher se aproximar do pequeno voador, ele veria que o solo era diferente naquele ponto em específico. O solo não era de terra... era metal! Ao conseguir uma melhor iluminação, era possível ver um quadrado grande escondido sob a grama. Limpando um pouco, ele se deparava com um outro enigma, desta vez mais desafiador. Era necessário completar uma charada na placa de metal para poder ter acesso como se fosse uma senha. E abaixo do espaço, havia um pequeno escrito:

OFF: Para prosseguir, baixe a imagem e em um app/software preencha os quadradinhos para responder a charada e abrir a entrada. Faça o upload pelo https://imgur.com/ e cole a resposta aqui.
Você só terá 2 chances, não falhe.

Como Ay havia encontrado o painel que revelava ser a porta para o esconderijo dos criminosos naquela rota, Karl permitia que o cadete tentasse abri-la. Agora parando para refletir, fazia todo sentido eles não terem encontrado a base dos suspeitos anteriormente durante as buscas. Ela era subterrânea! O líder era bem expressivo, demonstrando o quão nervoso tinha ficado com os traficantes e que faria de tudo para não deixar nenhum fugir.

Enquanto Karl tentava se controlar e talvez bolar um plano de invasão, Kitshomo tinha uma tarefa impossível a cumprir: desvendar tecnologia! O desafio não devia ser tão complicado, afinal, havia uma dica para acessar a entrada, tudo o que o ranger tinha de fazer era encontrar o padrão para desbloquear o código do servidor. Não deveria ser tão difícil fazer um picrosss... né? Bom, aparentemente para o jovem seria. Ayzen não tinha aptidão para mexer com eletrônicos, mas mesmo assim preferiu arriscar ao desistir e deixar nas mãos de Karl. Não seria muito legal passar vergonha diante do superior, mas também não seria nenhum pouco maneiro disparar o alarme, avisando aos meliantes que estava sendo invadidos.

Durante alguns minutos o cadete apertava alguns botões em seus apetrechos tentando encontrar alguns coisa que pudesse ajudar. A verdade é que ele não passava muita segurança do que fazia. De pé, Karl observava em silêncio, fazendo também o serviço de vigia do terreno para não serem pegos de surpresa, mas começava a ficar aflito com a demora. Estava escuro, já era tarde e os malfeitores poderiam ter uma rota de fuga extra. Contudo, algo inesperado acontecia. Ay tinha socado uma placa de metal... Se doeu? Olha, eu nunca dei esse chilique, mas imagino que tenha doído pra porra. Ambipom encarava o ranger como quem perguntava "ta tudo bem colega?", mas ao invés de só ficar olhando, ele conferiu o padrão do mestre e achou parecido com um pokémon, movendo apenas os pontinhos de cima para corrigir a forma de um Castform.

A plataforma então se moveu, indicando que estava descendo. Taillow batia as asas, indicando que não estava confortável com aquilo. Karl, surpreso, se juntava à dupla.

— Bom trabalho, vocês dois! Vamos entrar. - Nabokov os parabenizava, assumindo uma posição na placa de aço junto de seu Araquanid.

Ao chegar no andar inferior, os rangers se deparavam com uma estrutura improvisada com vergalhões de metal aguentando a estrutura frágil de uma escavação sem uma equipe de engenharia para aprovar. Ao menos tinha iluminação no local, mesmo que precária. Só que a luz revelava a atrocidade que talvez ambos esperavam. Haviam muitas espécimes de pokémon aprisionados em jaulas, quase todos sedados e os que não estavam, choramingavam de medo. Isto porque algo mais acontecia. No centro daquele local, os dois elementos que Ay e Karl avistaram carregando um pokémon enjaulado o maltratavam por estar fazendo barulho. Se tratava de um Lairon, um pokémon raro do tipo aço, característico de Hoenn, mas que não pertencia àquela rota ou aos arredores dela. Os elementos só pararam de judiar do metálico quando ouviram a plataforma pousar completamente na base, relevando a posição dos rangers.

— O que esses caras estão fazendo aqui? Mightyena, pega eles! — Dizia em reflexo com o susto ao ver os rangers, já sendo repreendido pelo comparsa — São Rangers! Aposto que você deixou a entrada aberta, seu merda! Houndoom, queima eles!

Os homens liberavam duas feras raivosas para investirem contra os patrulheiros. Karl tinha seu Araquanid, que entrava em combate.

— Use Waterfall no Houndoom e Leech Life no Mightyena - comandava Nabokov, sem perder tempo.

OFF: Gabarito.