Waiting Game

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Meu primeiro impulso ao ver Kathryne foi o de a fuzilar com o olhar; eu e Wimber estávamos no meio de uma operação extremamente cautelosa, e qualquer movimento brusco que o morcego fizesse, poderia acabar ferindo ainda mais o garoto com seus dentes afiados. Ainda assim, ouvi o que ela tinha a dizer, de forma baixa para não atrapalhar, e prestando atenção em cada palavra. - Você conseguiu chamar socorro? - Questionei a garota, quase num sussurro, esperando sua resposta para voltar o olhar para o jovenzinho.

Analisando sem muito esforço, era possível ver a marca da mordida, bem como a roxidão e inchaço presentes na perna do garoto. Vou ser sincero: estava horrível. Nunca vi algo parecido, provavelmente a parte inferior do membro já estava gangrenando e não poderia ser salvo, uma amputação seria a solução mais viável, mas eu não tinha como fazer isso agora, e ele ainda precisaria do antídoto para que o veneno não chegasse até o cérebro. Quer dizer, eu não conhecia tanto sobre as toxinas de uma Seviper, mas a maioria das peçonhas atingia o sistema nervoso, principalmente, o que nos dava até que certo tempo antes disso acontecer, mas não poderíamos brincar com fogo.

Com certo esforço, o Zubat aproximou suas presas da marca na perna do garoto, e assim que as encostou em sua pele, ele gritou bem alto; minha reação foi a de me abaixar rapidamente, segurando o tronco dele para que o morcego terminasse o trabalho, e depois de alguns segundos, ele finalizara; aquilo havia de fato ajudado, o roxo tinha diminuído assim como o inchado, e agora podia respirar mais aliviado. Até o garoto parecia notar isso, e respirava com menos pesar. Depois da operação, tornei a falar com Kathryne. - Acho que isso vai nos dar certo tempo. O que a operadora disse? - Questionei sobre a ligação, esperando que ela ao menos tivesse sido atendida.

Oddish 12/40

OFF: Ficou meio zoado o post qq.

Eu olhava fixamente para a tela do meu celular, esperando algum tipo de resposta, olhava e apenas olhava, enquanto o meu "overthink" típico acontecia, apenas para então Lukas me chamar de volta e com uma pergunta bem "incisiva". De fato eu havia pedido socorro, mas tal socorro chegaria a tempo? Eu estava preocupada demais e então acabei respondendo ao meu amigo... já posso chamar ele de amigo? Isso não importa por agora, o respondi de maneira trêmula, mas uma resposta saía.

- C-chamei sim, mas não sei quando vão chegar e se vão chegar a tempo. Tentei explicar onde estávamos e depois disso não recebi mais respostas. Estou preocupada. - Depois que eu respondia Luke, meu foco mudava do celular, para então o procedimento que o Zubat fazia. Eu olhava para o estado da perna do garoto e aquilo com certeza não era bom. Estava realmente duvidando do Zubat, eu não era a maior fã de tomar riscos, mas ao mesmo tempo compreendia que se aquele risco não fosse tomado, o veneno poderia piorar e então matar o garoto.

Por sorte, pelo menos a princípio, minhas dúvidas eram contrariadas, quando Zubat terminava e o inchado diminuía, dando lugar a um tom esverdeado bem estranho. Aquilo era um progresso? Não tenho ideia. O garoto parecia se sentir melhor, mas será que fizemos o certo? Voltava a olhar para o meu celular, a espera de uma resposta, do resgate. Não ficaria confortável até receber o parecer de algum médico ou algo do tipo. Zen me via desse jeito e se aproximava silenciosamente de mim, mas ficava quieto, ele ainda não sabia lidar direito com minhas emoções, mas sabia entender que eu não estava bem.

- Não é nada demais querido. Já passamos por coisa pior não é? - Dei um afago na testa do psíquico e então pensei: melhor do que ficar parada, por que eu não vou ver como o garoto está? Me aproximei do menino, ajoelhada, olhando para os olhos dele e tentava ver se ele melhorava. Ele provavelmente é uma criancinha sonhadora, igual eu era antes de perder minha mãe. Seria esse o momento de desilusão desse garotinho?

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Após o chupão de Zubat, a perna começava a mudar a coloração... Era difícil dizer se esverdeado era melhor do que roxo, mas parecia que a dor que o menino tanto reclamara, estava menor agora, mais suportável... Aquele roxo enorme? Bem, era até um incômodo, pois parecia um tumor, que não estava mais ali, pelo menos, menos inchado. Talvez usar um Poison para aquele procedimento não foi um movimento tão irracional assim! No entanto, quando Luke abraçou o menino no meio do processo, ele sentia o corpo dele ainda transpirando de forma excessiva, enquanto a gélida pele dele era sentida.

Bem, talvez o veneno ainda estivesse ali, não só mais na perna, mas na corrente sanguínea toda e diante aquela situação, era preciso de um profissional para avaliar e evitar qualquer dano. Caio acordava e dessa vez estava se sentindo meio enjoado ainda. Mais um vômito saia de sua boca, mais líquido dessa vez... E um choro em seguida... - E-eu quero minha b-maenn ... - era compreensível o querer do garoto.. O choro escorria em sua face e misturavam com a saliva da boca. Só agora que Kath, de frente do menino, percebia que ele estava salivando demais... Poderia ser desespero ou o veneno...

Poucos minutos foram suficientes para a dupla Requiem olhar para os céus ao ouvir um grunhido alto. Era um Pokémon voador! Mas bem grande. Um Charizard sobrevoava o campo aberto de onde os dois estavam. Mas Charizards não são tão comuns ali... Ao olhar melhor, havia uma pessoa ali em cima, uma mulher. Zen não tardou em lançar seu Energy Ball, mesmo sem autorização, chamando a atenção do Fire, que resolvia se aproximar. Suas grandes asas batiam lançando vento perto do grupo, fazendo os cabelos se balançarem. A mulher descia do Pokémon, com sua bolsa lateral bem presa em si. Ela corria até o grupo...

- Caio Castro?! - questionava a mulher que vestia uma roupa azulada, com um símbolo que era estranho, mas tinha um bondinho e o nome Mt.Chimney. Tinha um boné azulado e um penteado estilo rabo-de-cavalo, que prendiam os seus cabelos acastanhados. Possivelmente era a paramédica da estação que levava os outros até o alto daquele ponto que também era turístico. - Nossa, me contém o que aconteceu... Me falaram que foi picada de Seviper... Sabe dizer como eram os dentes do Seviper ou os olhos?! - questionava a mulher, que não tardou em pegar os seus instrumentos da bolsa, como soro, um estetoscópio e um palito para ver a parte boca com a ajuda de uma lanterna clínica e observava a ferida na perna, achando estranho, pois ela esperava algo diferente. Ela precisava mais de informações, aparentemente, nem todo Seviper é igual...

Eu não tinha certeza sobre nada. Não tinha certeza de que o procedimento que Lukas fez foi certo, não tinha certeza se o garoto realmente havia melhorado, não tinha certeza se receberíamos resgate. Por mais que o menino se mostrasse obviamente melhor, não levantaria minhas esperanças, afinal ele começava a transpirar e salivar intensamente, talvez seja uma febre? Colocava a mão na testa do garoto para tentar sentir algo, não que eu consiga tirar uma conclusão com isso, afinal não sou médica. A breve fala dele mostrava o quão assustado estava assustado. Talvez esse garoto se torne uma pessoa mais fechada para o mundo depois disso? Afinal de contas, quantas vezes a palavra talvez apareceu em meus pensamentos?

Estava quase me esquecendo que havia um resgate para chegar, mas eu olhava para o céu ao ouvir um grunhido estranho e um pokémon ainda mais estranho ainda. Zen disparava o seu Energy Ball, sentindo que o lagarto alado não era hostil e então eu percebi uma pessoa montada nele. Bem, o resgate nem deve ter demorado tanto, eu apenas estava sendo ansiosa. Claro que ela tinha perguntas para fazer, afinal falei de uma maneira extremamente trêmula no telefone. O problema era que eu... bem... não sabia responder.

- Apenas encontramos ele caído agonizando, por ali. - Tentei apontar para a direção de onde eu saí, o grande campo gramado: - E então presumi que poderia ser um Seviper. Aqui estão os documentos do menino, pra você tentar chamar os país dele ou algo do tipo. - Pegava a pokédex e o crachá de estudante de Caio Castro. Então, enquanto a paramédica examinava o garoto eu falei sobre o que o Zubat de Luke fez: - Bem, nós tentamos retardar o veneno fazendo com que o Zubat do Luke aqui, sugasse. Fizemos algo de errado? Ele vai ficar bem?

Eu olhava fixamente a paramédica, ansiosa. Será que o que fizemos foi precipitado demais? Voltei ao meu estado de não ter certeza de nada. Será que matamos o garoto? Comecei meu "overthink": eu me sentiria mal se o garoto morresse, mas imagine o que aconteceria com Luke? Afinal a ideia foi dele. Em um gesto meio impulsivo, eu comecei a tocar na mão de Luke até enfim segurá-la, enquanto olhava a moça que examinava o seu "paciente".

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A mudança repentina de coloração me fez questionar se havia agido de maneira correta, não sabia quais malefícios poderia trazer ao fazer os dentes do Zubat (que também é um Pokémon venenoso) entrarem em contato com a pele já machucada do pequenino, mas era nossa única tentativa de fazê-lo segurar a vida até que a ajuda chegasse. Ainda assim, meu coração dizia que algo não estava certo em toda a história, tudo parecia muito estranho e premeditado; ele tendo sido picado por um Seviper, e esse ser justamente o monstrinho que eu estava atrás. Não sabia de fato o que era, mas havia algo ali, e eu descobriria.

Minha atenção se voltou novamente ao garoto, antes de ouvir a resposta de Kath, para escutar ele gemendo e chamando por sua mãe; eu já estava próximo de seu corpo e aproveitei para tentar falar com ele. - Aguente firme Caio, a ajuda já ta vindo. - Fiz um pequeno afago no braço da criança, esperando que aquilo fosse o suficiente para que ele tivesse alguma vontade de se manter vivo, e parecia funcionar a principio. Agora sim, me virei para a loira, levantando e distanciando de Castro, suspirando. - Que bom que conseguiu contato, vamos esperar agora. - Foi a única coisa que disse antes de cruzar os braços e suspirar mais uma vez, mentalmente cansado de tudo aquilo.

Aquilo só... não parecia verdade, sabe? Em minha primeira grande aventura, que não fosse tão rápida quanto Meteor Falls, eu já havia me deparado com uma situação dessas, e como Keyron disse anteriormente: não havia conto de fadas. A vida de um treinador era perigosa, e muitas vezes, fatal, e a situação diante de mim fazia questionar meu ser: valia a pena? Por um simples sentimento de liberdade e independência, valeria a pena arriscar minha vida no mundo selvagem?

Como uma resposta para a minha pergunta, um grande e poderoso Charizard surgiu dos céus, parando próximo de nós e revelando uma mulher uniformizada, claramente pertencendo a algum lugar de ajuda ou algo do tipo, pela maneira que agiu e nos questionou. Kath tratou de responder tudo, e eu permaneci de braços cruzados, olhando para ela com uma expressão neutra, mas preocupada; queria saber o que ela responderia com relação a situação, e mais importante, como poderia nos ajudar. Aquele Charizard deveria servir para alguma coisa né? Minha atenção foi quebrada novamente, quando descruzei os braços finalmente e senti a mão de minha companheira tocar a minha; aquilo era um gesto fofo, significava confiança para mim, e eu tratei de segurar com mais firmeza, deixando nossas mãos entrelaçadas. Só esperava que ela não começasse a pensar que eu gostava dela. Ugh.

Oddish 13/40

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A profissional tinha o seu jeito de agir. Deveria ser o ponto mais próximo dali de ajuda médica, afinal, se a central de polícia fosse em uma cidade, demoraria talvez algumas horas para chegar até ali. Era mas fácil chamar alguém mais perto. Ela não deixava de fazer a sua análise rápida. Em pouco menos de 10 minutos ela poderia presumir o diagnóstico: - Acidente ofídico... - concluíra em voz alta. Não só porque Kath tinha notado e falado sobre o possível seviper, mas também pela mordedura no calcanhar e alguns sintomas, que embora estivesse alguns pontos diferentes, era justificado pelo Zubat que voava perto da vítima.

- Foi muito corajoso da parte de vocês usarem esta técnica... Embora o veneno já estivesse na corrente sanguínea, ainda tinha veneno no local e este impedia a ferida de se estancasse, coagularia sangue e causaria uma dor muito maior... Mas...- o “mas” sempre vinha com um peso maior após uma boa notícia. A mulher abria uma maleta que tirou de dentro de sua bolsa. Dentro, vários frascos amarronzados com etiquetas e no topo estavam quatro frascos que se destacavam... Dentre os escritos, tinha “Seviper I”, “Seviper II”, “Seviper III”, “Seviper IV”... Tinha tantos tipos de sevipers assim?

- A forma da picada mais os sintomas induz muito a picada por seviper... Pode ser cruel, mas temos um pequeno problema: Hoenn possui quatro subtipos de sevipers, cujos venenos são específicos e por isso temos soros específicos. Cada um vive em uma sub-região de Hoenn... Há um ano, uma migração (Swarm?) fez com que essas sevipers se misturasse me habitassem mais de um subtipo por rota.... Eu posso aplicar apenas um soro a cada 3 horas para tentar deter o veneno, mas acredito que não temos esse tempo todo... Então preciso que da espécie que picou o garoto para tirar uma conclusão de qualquer subtipo estamos tratando e assim aplicar o correto... A aplicação de mais de um soro em menor tempo pode causar falência renal e hepática, em seguida pode evoluir para disfunção de múltiplos órgãos... Mas se ele continuar sem o soro pode evoluir para um quadro chamado CIVD, Coagulação Intravascular Disseminada, que pode ser fatal... - dizia a mulher olhando para o menino, enquanto respirava fundo.... - Será que vocês teriam como localizar este Seviper? De certo, é um Pokémon traiçoeiro, mas pode ser facilmente identificado... Eu posso voar com Charizard até o Cable Car, na base do Mt. Chimney.. Vocês podem me encontrar lá... Também iremos fazer contato com os pais e com outros profissionais..

Quando a paramédica começava a falar, eu já antecipava o "mas" em sua fala. Claro que fiquei mais confortável ao saber que o que o Zubat fez não foi errado, mas sabia que provavelmente não teria salvo o garoto por completo. Enquanto ouvia a profissional, eu acabei soltando a minha mão da de Luke antes que ele pensasse alguma "besteira", ele é apenas meu amigo e nada mais, espero que ele me veja apenas como uma amiga. O mono treinador poison não demonstrou nenhum sinal de querer ir "além", então acho que estava tudo bem.

Mas enfim, não era hora de pensar sobre isso, tinha uma vida em jogo ali e então voltei a prestar atenção na explicação da moça. É, parece que a picada de um Seviper era mesmo um critério vago. Então teríamos que ir atrás do venenoso misterioso. Mas isso me deixava ainda mais preocupada: E se não der tempo? E se eu mesma for atacada? Ou Luke? E se formos atacados por outra coisa que não seja um Seviper? Esses pensamentos não pareciam importar muito, pois eu me encontrava acenando positivamente para a paramédica, então aceitando a tarefa.

- C-certo. Tentaremos procurar o Seviper. Mas umm... tenho medo de não conseguir a tempo. - No fim eu dava voz a uma de minhas preocupações. Seria bom ouvir de uma profissional sobre isso. Seja lá qual fosse a resposta dela, eu liberava Venger, que no final era quem poderia mais me ajudar a procurar o tal Seviper: - Hey querido, vamos precisar de sua ajuda. Vamos voltar lá naquele monte de grama e quero que você faça a mesma coisa que fez pra achar o menino. Vamos lá querido. Zen, você pode andar na nossa frente? - Então me virava para Luke: - Bem, vamos lá?

Honestamente não sabia quanto tempo demoraria para achar a serpente. Gostaria que fosse fácil, mas sabia que obviamente não seria fácil, apenas queria que fosse a tempo de salvar o garoto. Enquanto ainda não saímos, Venger parecia apreciar sair da pokébola e não hesitou a tentar ajudar, acho que ele tinha um sentimento de "querer ser útil", acariciei tanto ele quanto Zen, esse que também não hesitou em seguir na frente. Bem, boa sorte pra mim e pra Luke.

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OFF:

Enquanto a análise acontecia, minha cabeça pensava um milhão de coisas; e se a paramédica achasse que nós tivéssemos envenenado o garoto para roubar as coisas dele? Ou sequestra-lo. Não dava para saber o que ela concluiria, ainda mais com as marcas claras de dentes de meu Zubat na perna dele; ainda assim, gostava de pensar que meu narrador não seria tão maldoso assim, e não nos meteria numa furada como essa. Pelo contrário, a mulher pareceu entender completamente a história e acreditou em nós, o que para mim foi um completo alivio.

O "mas" veio de sua boca logo depois da boa notícia, e eu sabia que ele viria; não poderia ser tão fácil assim tratar um garoto envenenado, e não deveria ser. Seviper, como qualquer outro animal, tinha várias espécies, tamanhos e particularidades, bem como tipos de peçonhas, o que claramente seria um problema para nós. Sem saber exatamente qual bicho havia o picado, não tinha como tratarmos o envenenamento, e aquilo definitivamente nos dava uma missão para com a rota: encontrar a exata serpente que (provavelmente sem querer) atacou Caio, e entregar para a paramédica conseguir identificar sua espécie e só assim, salvar o garoto.

Seria uma tarefa difícil, serpentes não eram nada raras por aqui, e como saberíamos exatamente qual foi a que teve o fatídico encontro com a criança? Era quase impossível distinguir isso, mas alguma coisa teríamos de fazer; Kathryne parecia pensar igual, já preparava seus monstrinhos para o que poderia vir a seguir, e eu tratei de fazer o mesmo com meus três principais monstrinhos: Manigold, Wimber e o Venipede de Nicholas. Com os três liberados, eu tratei de entregar alguns itens para eles melhoram seu desempenho, que havia ganho de Winnie e Ayzen anteriormente, e que serviriam muito bem agora. Depois, parei no meio de seu semicírculo, com uma expressão neutra mas mantendo um pequeno sorriso calmo para que transpassasse tranquilidade a meus bichinhos.

- Pois bem, temos um tarefa difícil a frente, mas não podemos falhar. Caio precisa de nossa ajuda, não podemos deixar ele morrer, e para isso precisamos encontrar a Seviper que o picou, ok? Wimber, como com seu sonar, junto a Venger, para nos dar o caminho, enquanto Venipede vai pelo chão e Manigold pelo ar. Nosso trio é forte, e tenho certeza que conseguiremos salvar o pobrezinho. Conto com vocês. - Meu último sorriso foi mais caloroso, demonstrando de fato toda a coragem que queria passar para meus Pokémon; aquele pequeno ritual serviu mais para me dar energia do que de fato encorajar os pequenos. Agora eu sentia que tínhamos de fato alguma chance de fazer isso, mesmo que demorasse.

- Vamos encontra-lo, eu prometo. - Meu olhar foi da paramédica até Kath, e eu assenti com a cabeça, semicerrando os olhos e passando para ela também a confiança que eu tinha adquirido anteriormente. Nos despedimos então da mulher, que levou consigo o pequeno, nos deixando mais uma vez sozinhos naquela estrada imensa; agora éramos eu, Kath e nossos Pokémon numa corrida contra o tempo para encontrar a ofídia fugitiva, para assim salvar a vida do estudante, que lutava para se manter neste lado do véu.

Oddish 14/40

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Infelizmente era muito trabalho para uma pessoa só. A paramédica parecia ainda preocupada com o garoto. Embora sentisse menos dor, a sua situação era muito mais complexa. Enquanto as pontas dos seus dedos e até antebraços estavam frias, como uma pedra de gelo, ele soava forte, tremia e na parte central do seu corpo estava mais quente. A mulher apenas passava um medicamento na perna afetava, colocava o curativo, ignorando o gemido de dor do menino e assim o acomodava em seu colo em cima dos Charizard.

- Por favor, sejam os mais rápidos que puderem... Sevipers vivem em lugares escuros, entre formações de grande rochas ou interiores de raízes, onde conseguem formar um toca para viver. Identificar a verdadeira Seviper vai ser um pouco difícil se encontrar mais de uma... Eu tentarei um tratamento complementar no posto médico na base do Mt. Chimney... - dizia a paramédica, também recebendo os itens do garoto, para contactar família e colégio.

O voo de Charizard balançava aquela grama. Mais lento do que veio, o pokémon fire fazia esforço para levar a criança em segurança, ao passo em que a dupla Requiem começava a sua busca pelo Seviper. Vários monstrinhos de bolsos eram escalados para aquela jornada e, principalmente, os morcegos Pokémons seriam os principais atores daquela trama. O sonar de Wimbar e Venger  emitia suas ondas sônicas logo a frente. Os dois Pokémons começavam a percorrer aquela rota procurando receber de volta aquelas mesmas vibrações que formavam na mente deles a imagem da criatura que tinha atacado o menino. Ora, se eles conseguiram identificar uma vez, na segunda vez não poderia ser diferente... Ou poderia?

A trupe caminhava naquela rota em direção às grandes árvores, regressando por onde encontraram o menino e assim iam até à floresta. Uma ou duas árvores já apareciam no caminho, no entanto, mais para frente, havia verdadeiras formações de flora com gramas altas e troncos velhos e antigos... Zen ficava em alerta naquela situação, assim como Manigold... No entanto, o Pokémon fantasma parecia bem animado em entrar ali, dando um sorriso animado, que poderia ser confundido por um doentio e psicopata. Vai saber o que vocês vão interpretar...

Não precisou nem encostar na floresta para ver a agitação dos morcegos... Eles pareciam ter captado algo, vendo da floresta em uma linha reta... mas o que tinha frente, não era uma linha reta... Várias árvores, uma perto das outras pareciam formar uma parede contra os meninos e duas trilhas ao lado montavam uma bifurcação... Se uma daquelas estradas levariam para o alvo de Wimber e Venger que estava no centro da floresta, era difícil saber...

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Nossa busca não seria fácil, de fato, mas não significava que desistíriamos por conta disso; antes de partir, a paramédica deu outra dica para nós, que fazia total sentido e eu acabava me questionando como não pensei nisso antes. Cobras adoram lugares escuros mas com acesso ao sol, para que controlem sua temperatura corporal; afinal, que tipo de aspirante a biólogo era eu? Ok, eu não era aspirante a biólogo mas os Pokémon venenosos em específico são mais voltados a sua biologia do que qualquer coisa, sua peçonha e a maneira que a toxina trabalha é completamente zoológica, e isso me obrigava a estudar um pouco mais essas partes também.

De qualquer forma, agora tínhamos locais mais específicos para procurar, e não acabar perdendo tempo olhando em lugares que sequer uma serpente habitaria; e era com essa chance a mais que seguiamos nosso caminho, com Venger e Wimber voando por todos os lados, e nossos mais fortes a frente (Manigold e Zen), para garantir que nada nos surpreenderia. Venipede andava bem próximo a mim, mas feliz por estar de volta a uma floresta, coisa que ele parecia apreciar de verdade. Os dois morceguinhos então, pareciam identificar algo mais a frente, literalmente a frente, sem desviar o caminho, mas o trajeto nos dizia outra coisa.

Uma bifurcação, coisa bastante esperada numa floresta como essa, e que provavelmente era a escolha entre ir para onde deveríamos, e acabarmos num lugar completamente diferente; era claro que não poderíamos simplesmente sair andando por qualquer uma das duas e termos de voltar de novo depois, caso fosse a errada. Não, não poderíamos nos dar a virtude de errar aqui, a decisão tinha de ser precisa, e foi pensando sobre isso que decidi: seria a hora perfeita para nos separarmos. Cobriríamos uma parte maior da floresta se estivéssemos divididos, e como consequência, um dos dois teria de encontrar a Seviper mais rápido,

- O que me diz de nos separarmos? Podemos ir cada um para um lado, assim buscamos por uma parcela maior da floresta e assim aceleramos nosso trajeto. Não é o caminho mais seguro, então estou aberto a outra sugestões, se você tiver outra ideia. - Dei de ombros, encarando a garota. Se ela aceitasse, eu trataria de pegar o caminho da direita logo, seguindo com Wimber a frente/ao lado de Manigold, enquanto eu e Venipede íamos mais atrás. Caso não fosse a decisão de Kath, a ouviria com atenção, e seguiria sua ideia, afinal ela tinha mais experiência do que eu em campo, mesmo sendo mais nova.

Oddish 15/40