Paper Garden

Countryside boy

Campos da UCR

Tendo de seu pokémon um sinal afirmativo, Hayato estava pronto para seguir adiante. A próxima árvore era menor e mais arbustiva que a última. Ainda assim, trazia consigo uma quantidade de frutas muito menor. Eram amarelas, de formato de cabaças, e aparentemente, bastante doces. Sitrus Berry. Quem não gosta dessa belezura?

Antes que pudesse começar a colher, no entanto, foi interrompido pela pequena Dewpider, que carregava uma cesta repleta de frutinhas amarelo-avermelhadas. Parecia bastante animada e contente. Ao seu lado, estava Thito, o Budew. O venenoso aproximou-se de Cid, de maneira bem despojada, com aqueles óculos escuros a decorar sua face.

Eu podia jurar que os dois gramíneos haviam cochichado alguma coisa enquanto olhavam para Hayato, e depois começaram a rir como abobados. Ah, as crianças... Bem, o Budew e sua companheira aquática haviam terminado suas tarefas, então estavam livres para ajudar com algo a mais.

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A inocente Dewpider parecia não entender o que acontecia. Aparentemente, o complô era por parte dos tipo grama da fazenda. Talvez estivessem falando algo como "ih alá, o truta vem aqui catar nossas fruta mais mal sabe quié mais frutinha que elas tudo", rindo bastante. Pobre Hayato, alheio aos pensamentos totalmente bondosos e empáticos de seus monstrinhos.

Mas bem, eles logo pararam. Podiam até não serem muito chegados ao criador, mas gostavam do trabalho na fazenda. Thito concordou com a cabeça, afastando-se com Dewpider. Aparentemente, ele ensinaria ela a abrir alguns buracos na carcaça de seus inimigos terra úmida, apesar da pequena continuar doce e boba, sem entender nada.

Cid passara para a próxima árvore, mais alta e menos espessa. Dela, alguns poucos frutos verdes pendiam, prontos para serem colhidos. Pareciam ser mais resistentes, e o bode pareceu sorrir conforme seu treinador aproximou-se delas (macabro, sim). Assim que o moreno estava na posição certa, o Skiddo deu um chute certeiro no tronco, fazendo as frutas choverem na cabeça de Hayato.

Esse pestinha... Ele baliu, animado, e Thito aproximou-se para ver a cena (e provavelmente, rir um pouco também). As frutas eram mais rijas, então não tinha risco de terem estragado ou amassado, apesar de o rapaz talvez sair de lá com um ou dois calos. Mas bem, teve seu lado positivo, também. Agora todas as Lum Berries estavam no chão, o que facilitaria a coleta. Cid saiu pegando algumas e colocando na cesta, balançando a cabeça.

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Bem, já não sei mais como enrolar, então vamos seguir em frente. Aparentemente, a árvore que Cid e Hayato tiravam os frutos era a única que faltava, então não haveria riscos de o criador tomar um banho de frutas novamente. Os demais pokémon já tinham colhido o restante, e agora começavam a cavar para replantar os frutos.

E bem, com a ajuda especial do bode, conseguiriam agilizar bem as coisas. Certo, pode não ter sido agradável, mas acabou por ser funcional, não? De qualquer forma, a fazenda já estava pronta para o próximo passo, que seria plantar.

Os monstrinhos todos já tinham ajudado bastante, colhendo as plantas e criando vários buracos para plantá-las. Agora precisariam da instrução de seu treinador para que pudessem separar as quantidades, quais seriam enterradas e quais iriam para outros processos (ou mesmo para a mochila do rapaz).

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O jovem Hayato parecia enfim estar para terminar seus afazeres na fazenda. Havia colhido, plantado, utilizado o criadouro, batalhado... Enfim, ele fizera de tudo no lugar. O plantio das frutinhas foram muitíssimo bem-sucedido, ainda mais com a ajuda de todos os monstrinhos.

Por falar em monstrinhos, ele resolveu fazer algumas mudanças na disposição de tais. Parecia uma boa idea, realizar um pequeno rodízio entre os pequeninos que cuidavam do terreno. Bem, ele já vira de primeira mão que o pequeno Cid não carregava lá muitos amores, então talvez essa fosse uma boa janela para interagir com o bodinho.

Confusão, incerteza, um chão nada sólido — ou concreto — para se pisar. Tudo faz parte da vida. Vida. O próprio termo carrega muitas incógnitas e variáveis. Ainda assim, ela progride, determinada. Pois então, quais frutos o criador acabaria por colher? Dependeria daquilo que plantasse — ou então, do caminho que escolhesse.

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Enfim, fim. Redundante, não? Ainda assim, expressivo. Feitas suas tarefas, ele preparou-se para ir embora. Teve até mesmo uma agradável surpresa ao ver que o último ovo que carregava havia chocado, e o monstrinho que dali nascera pulava e brincava de forma saudável com os outro filhotinhos. Como são lindos, os bebês.

De qualquer forma, parecia que seu tempo na fazenda havia terminado. Será que o criador conseguiria achar um tempo posterior para fazer isso novamente, ainda em paz? Talvez seus dias viessem a ser mais corridos... Bem, não é como se ele pudesse simplesmente abandonar seu lote e tudo que há nele, correto? Principalmente quando há monstrinhos vivendo nesse tal lugar.

O campo não era um mal lugar. Ah, não. Hayato conseguia fazer muitas coisas ali: criava bens, laços (também fortalecendo-os), experiências. Era, de fato, um lar, um ambiente a se ter como seguro e calmo. Isso não evitava, contudo, as necessidades da cidade. A fazenda era um bom lugar, disso não havia mais dúvidas. Mas sempre precisa-se da cidade, da tecnologia, de tudo.

E com isso em mente, imagino, o moreno dirigiu-se até Rinshin, deixando seus campos e monstrinhos para trás. A pequena Dewpider levantava uma patinha, aparentemente triste, como se dissesse adeus. Provavelmente esperaria, ansiosa, pela volta de seu treinador.