Capitulo 16 - Agora te Pegamos, Phillipe Swirller! - "Um Mar de Justiça / Parte 3"

Ele não acreditou que sua mensagem pudesse chegar aos seus amigos, mas aparentemente o sinal nas cavernas era ótimo. Ouvir a voz de Allan foi um alívio, entretanto ele confirmou o que temia... O sujeito sobre o ombro do Brutus dissera a verdade, Nagisa corria perigo.

"Ok, fique firme e tome cuidado. Estou em posição!" - Respondeu, se fosse realmente Allan, ele saberia que o Carateca estava nas cavernas para ajudar, mas se fosse alguém se passando por ele, a pouca informação da mensagem confundiria mais do que ajudaria. Will esperava que se tratasse do primeiro caso.

- Parece que você não está entendendo a sua situação A casa caiu, malandro. - Will parou e se virou para encarar o homem que era carregado feito um saco de batatas pelo seu Pokémon de pedra. - Nós vamos pegar todos vocês, pode ter certeza - Respondeu a tentativa fútil dele de liberdade, falando com convicção enquanto iluminava o próprio rosto para depois jogar a luz na cara do sujeito. - Você só tem duas opções. Colabore e garanto que isso vai te dar pontos com a justiça ou sirva de bucha de canhão. Posso te usar para desativar uma armadilha qualquer ou te largar nessas cavernas como fiz com os outros. Quem sabe quando alguém vai vir recolher vocês? Talvez eu esqueça de mencioná-los no relatório depois de pegar quem eu vim pegar... Espero que Pokémon selvagens não andem por aqui, pelo que sei, os carnívoros não costumam rejeitar um humano dando sopa.

Depois da nova ameaça, Will voltou a andar, seguindo o túnel junto dos seus Pokémon. O que teria mais a frente? - E aí? Já pensou melhor? Se tem alguma coisa que tenho certeza é que não vou te soltar pra agir pelas minhas costas.

Will ficou surpreso com a informação, mas fez o seu melhor para esconder com um sorriso debochado de descrença. Seria aquilo verdade? Mega evoluir um Pokémon era um evento raro, o Carateca já o testemunharam três vezes e sabia o quanto era difícil enfrentar uma criatura que atingia aquele patamar, mas em todos os casos, fora um confronto com apenas um Pokémon. Tudo que pesquisou sobre o assunto na internet o levou a crer que tal fenômeno funcionavam como os Z-Move, depois que usava a técnica o cansaço o obrigava a esperar um bom tempo para repeti-la, e assim imaginou que também funcionava o poder das mega evoluções. Mas se esse cara estivesse falando a verdade, Phillipe poderia ser considerado um gênio bem acima dos outros gênios, usar duas mega evoluções em um mesmo combate?

Will apertou o punho excitado com a ideia de enfrentar tal desafio, mas por outro lado, sentiu um frio na espinha. Se perdessem, poderia ser o fim. – Muito bem, você fez sua escolha. – O jovem olhou de relance para o homem com certo desprezo e depois o ignorou o restante do caminho. Todo aquele falatório não estava ajudando em nada, só o desconcentrando, a única coisa valiosa de fato foi a informação de que Phillipe estava ali. Bingo! Estavam onde precisavam estar.

Finalmente eles alcançaram um ponto que indicava a presença de uma base. O treinador desligou sua lanterna e pediu que Hyperion poupasse sua energia. Depois, acreditando que chegara em um local que seria inconveniente ter armadilhas para os piratas – devido a movimentação deles, o treinador retornou para o escuro com Rhydon e jogou o “prisioneiro” no chão. De volta ao salão, notou a mensagem de Allan, mas dessa vez não respondeu, já tinha dito tudo que precisava dizer e confiava no amigo para resolver os seus próprios problemas.

- Você precisa descansar agora, Brutus. – Will aplicou duas Potion no seu rinoceronte e depois o recolheu para a pokébola. – Vamos ter que explorar do modo difícil, Hyp. Fique atrás de mim, se essas luzes falharem, ilumine o caminho.

Eles tinham duas opções, pegar o caminho estreito da esquerda ou seguir em frente. Antes de decidir o jovem tentou associar o cheiro a algo que ele conhecesse, ficou curioso sobre o que era aquilo, o que seria? Contudo, sua mente trabalhou rápido e descartou o lugar como um local de habitação, afinal aquele cheiro irritava os olhos. Optou então em seguir o caminho a frente, por onde vinha o vento. Provavelmente a ventania não era natural e tinha a função de afastar o cheiro do “coração da base”. Continuou em frente cauteloso, dessa vez sem passageiros.

- Seu tempo de falar acabou, vai ficar aqui curtindo esse cheiro – O treinador tocou o ombro de seu Electivire (quem foi recolhido para descansar fora o Rhydon) e apontou para o sujeito no chão – Use outro Thunder Wave nele, talvez assim ele cale a boca.

Depois do contra tempo, Will e seu Pokémon elétrico seguiram em frente pelo túnel usando o vento que vinha deste a seu favor para manter o cheiro longe. Se o caminho a frente não desse em nada teria que voltar na trifurcação onde batalhara com os dois sujeitos e pegar outro caminho.

- Mas que porra de lugar é esse? – Estressado por tanto andar naquele calor infernal, Will parou de repente, secou o suor da testa e virou-se para o seu Electivire que vinha logo atrás. – Vamos voltar, garoto, melhor você descansar também – O jovem contornou o seu Pokémon, orgulhoso por ele estar aguentando aquela sauna estoicamente. Seja lá o que tivesse a frente, com certeza não era o local da habitação dos meliantes, humano algum ficaria confortável naquele lugar.

Os mistérios ali eram muitos, mas Will não estava com a mínima vontade de perder tempo com isso. Precisava encontrar Phillipe e dar o fora dali. Retornou pelo caminho com passadas largas, usaria o seu Safety Goggles quando chegasse na área com cheiro estranho para evitar irritar os olhos. Dali, ignoraria o sujeito no chão e seguiria com a lanterna até o local onde batalhara mais cedo. Se nada no caminho o atrapalhasse, pegaria a passagem ao lado ou pela perspectiva de quando encontrou os sujeitos, a passagem central. – “O que aqueles dois estavam fazendo naquele túnel? Será que estavam mexendo na fonte do cheiro?” – Apesar das dúvidas, ele deu de ombros e ignorou seus questionamentos. – “Cadê você, Phillipe? Maldito!”