[Gym Battle] Vs. Roxanne #41

Era a primeira vez de Merle em um ginásio, então é óbvio que o jovem estaria um pouco nervoso. Não que ele se achasse incapaz de vencer sua adversária, pelo contrário. Apenas queria guardar bem toda essa sensação completamente nova que sentia. Não era todo dia que ia desafiar a líder de Rustboro, não é mesmo?

— Bom dia, rapazinho! Pois não, deixe-me ver aqui... — disse a atendente, com um sorriso simpático. Ao que parecia, todos no ginásio eram animados daquela forma. Chegava a ser bizarro. Enquanto o pescador terminava de analisar o ambie ao seu redor, a atendente trazia notícias. — Pois então queridinho, a líder está em uma aula, mas logo poderá te atender!

Aparentemente, isso significava que Merle precisaria esperar. Bem, não é como se os líderes estivessem o tempo todo à disposição dos desafiantes, certo? Também tinham suas vidas próprias, afazeres. Ainda assim, não chegou a demorar tanto assim. Depois de um tempo, a atendente aproximou-se novamente, dizendo que Roxanne estava pronta.

O rapaz fora guiado pelo interior do museu, que apresentava os mais diversos artefatos, até chegar em um campo de batalha escondido. Lá, a especialista em tipos pedra estava no aguardo de seu desafiante, e aparentemente, a aula não havia acabado. Isso se devia ao fato de que algumas crianças estavam nas arquibancadas, agitadas.

— Olá, seja bem-vindo! — disse a moça, animada, chamando a atenção da criançada toda. — Eu sou a Líder de Rustboro, Roxanne. Trouxe alguns de meus alunos para verem um exemplo prático, espero que não se importe. — concluiu, apontando para os pequeninos, que aparentemente gostavam bastante das aulas práticas.

— Imagino que saiba, mas será uma batalha um contra um, com apenas um pokémon em campo. Cada um de nós tem direito a utilizar três monstrinhos. — ela começou a ditar algumas regras básicas dos desafios, reiterando o que deveria ser feito. — Não tenho permissão realizar trocas, mas pode se sentir à vontade.

— Você é o primeiro a dar as ordens, então permita-me apresentar meu companheiro! — com isso, a líder pedia uma caixinha para uma mocinha alegre, de onde tirou uma Poké Ball. Dentro dela, estava um monstrinho rochoso, o primeiro dos adversários do pescador. — Roggenrola, conto com você! Boa sorte, desafiante.

— Oh, é uma boa estratégia, utilizar movimentos super efetivos! Devo dizer que esse Metal Claw me pegou de surpresa! — elogiou a líder, vendo a escolha de Merle. Parecia genuinamente surpresa, como se não visse tantos Aron por aí. — Mas bem, também sei usar essa arma. Roggenrola, comece com Rock Tomb, e depois Magnitude!

E com isso, a batalha começava. Ambos os monstrinhos eram bastante lentos, mas o da líder conseguia ser ainda mais, dando para Aron uma janela. Ele aproximou-se do pedregulho e o arranhou com bastante força (-14). Roggenrola revidou, jogando várias pedras sobre o metálico, que mesmo sofrendo danos críticos (-5), não foram lá muito eficazes. Ainda assim, a performance do monstrinho do pescador parecia estar mais... Lenta?

Realmente estava. Mas não foi o bastante para impactar na batalha. Aron arranhou seu adversário novamente, causando mais danos (-14). O monstrinho da líder agora estava em circunstâncias desfavoráveis, mas ainda podia seguir em frente. Com isso, realizou um abalo sísmico de proporções medianas (Magnitude 7), que acertou o metálico em cheio, mas ainda assim, sem trazer grandes impactos (-9).

— Você tem um pokémon bem forte aí! Mesmo com Magnitude sendo um golpe duplamente efetivo, Aron resistiu muito bem. Os pokémon de tipo rocha costumam ter essa característica, um dos motivos pelos quais gosto tanto deles! — ela disse. Se era um lamento ou algo inferior, não sabia, mas o bom humor de Roxanne chegava a assustar. — Roggen, vamos tentar ajudar nossos parceiros com mais um Rock Tomb!

O desempenho de Aron, claramente, era bom. Merle não passara por incontáveis aventuras junto do monstrinho, mas ainda assim, parecia ser um bom companheiro. Até a líder parecia notar isso. Com um último avanço, o metálico arranhou fortemente seu adversário, nocauteando-no. Uma mocinha, a mesma que havia entregue, levantou animada, preparando sua garganta.

— Ro-Roggenrola foi nocauteado! A líder Roxanne deve trazer ao campo seu próximo pokémon! — disse ela, um pouco hesitante, como se fosse a primeira vez que fizesse isso. Roxanne sorriu para a garota, como que dissesse que estava indo bem. — O desafiante é o próximo a dar as ordens!

— Obrigada, docinho. — agradeceu ela, pelo serviço de narração de sua aparente aluna. — Bem, acho que então já chega de pegar leve, não? Acho que tenho algo mais emocionante para usar aqui. — proclamou a líder, falando quase que consigo mesma. — Afinal, nosso desafiante provou que é muito forte, não é mesmo, pessoal?!

As crianças murmuravam, concordando com sua mentora. Ela selecionou cuidadosamente mais uma Poké Ball, pensando brevemente antes de fechar as mãos sobre uma específica. — Peço sua ajuda nessa, Lileep! — e com isso, ela liberava um monstrinho bastante estranho. Parecia... Velho. E bem peculiar, também.

— É uma estratégia sólida, de fato. Mas vejamos como se sai contra nosso amiguinho pré-histórico. — disse Roxanne, rindo com seu trocadilho com solidez, tipos rocha e metálicos, e a escolha de golpes de seu adversário. Podia não ser o mais engraçado do mundo, mas a líder parecia gostar dele, tal como as crianças.

— Lileep, Confuse Ray e Ingrain! — proclamou então, sendo estas as suas ordens. Aparentemente, ela tomaria uma tática menos ofensiva. Será que daria certo...? Vejamos. O pequeno Aron continuava sendo o mais veloz, o que era preocupante, no mínimo. Ele aproximou-se novamente, dando uma forte patada no gramíneo (-10).

Enquanto isso, o pokémon da líder liberou algumas bolas brilhantes, que cercaram Aron sinistramente. Então, elas adentraram o corpo do metálico, deixando-o um pouco alterado. Tão alterado que, na hora de atacar novamente, tropeçou nas pedras do campo e caiu de cabeça no chão, sofrendo danos (-4). Lileep apenas fazia com que raízes crescessem sob seus pés, sem nenhuma aparente utilidade momentânea.

E então, com o fim do turno, as raízes brilharam, curando o monstrinho (+4). Fazia sentido, até. O solo da arena era feito de terra, e esta provavelmente era muito rica em nutrientes. Lileep abusava disso com seu movimento, tornando as coisas mais favoráveis. — Muito bem, Lileep! Este é um dos jeitos de tentar lidar com oponentes que estão muito na ofensiva, pessoal. — disse ela, explicando para seus alunos.

— Então vamos prosseguir com um duplo Brine. Também sabemos jogar o jogo do super efetivo! — exclamou Roxanne, decidida a tentar levar pelo menos um dos monstrinhos do adversário. Claro, ele agora tinha a vantagem de saber o que ela faria, mas isso não impedia a líder de ser bem-humorada.

Foi uma troca muito inteligente, de fato. Provavelmente, Merle estivera o tempo todo esperando por aquela sequência de golpes, apenas para poder mandar seu Quagsire depois. Devo admitir que não lembrei de cogitar tal possibilidade. Roxanne arqueou uma sobrancelha quando viu o golpe de seu fóssil fazer um belo nada no terrestre.

— Imunidades, é? Meu Lileep também tem algo parecido, mas você pôde usar muito melhor. Boa jogada. — comentou ela, com uma mão no queixo, como se pensasse no que fazer agora. Afinal, seu monstrinho havia levado um golpe gratuitamente, sem poder revidar, o que não era lá muito legal.

Ah sim, o golpe. Nino aproveitou que o chão ao seu redor era feito de terra, umedeceu-o um pouquinho, e então jogou precisamente no rosto do gramíneo (-10). No final de tudo, as raízes mais uma vez sugavam energia e nutrientes, revitalizando Lileep. Parecia ser isso, por enquanto. Roxanne mordeu os lábios, aguardando os próximos comandos do jovem.