Missão de Aprendiz - Investigação

O rapaz parecia acostumado em montar aquele tipo de barraca. Apesar de ser uma tarefa bem simples, muitas pessoas costumavam se embaralhar com os passos, mas se já tinha costume, as coisas se tornavam bastante fáceis.

Com apenas poucos minutos, as duas barracas já estavam armadas e prontas para uso, e foram posicionadas não muito no centro da clareira, para que a fogueira tivesse essa localização.

Enquanto Gaulvi organizava as panelas e os suprimentos que tinha levado, Caleo retornava com seu grande pássaro. A ave trazia em seu bico e garras um grande número de madeiras e gravetos secos. E Caleo trazia em seus braços várias pedras medias, ele parecia ser bem forte apesar da aparência. Ao se aproximar, ele colocou o monte de pedras no chão e ajudou seu pokémon a deixar a madeira em um montinho.

- Acho que isso já dá por hoje. – Ele dizia começando a arrancar um pouco de grama do local onde faria a fogueira. - Ah! Tem um pouco de arroz e ensopado em lata ali. – Ele dizia apontando para a caixa térmica que tinha levado.

O rapaz de cabelo azul começava a amontoar as pedras formando um cercadinho para colocar a lenha. E logo que terminou foi ajeitando as madeiras como se fizesse uma cabaninha, para que o fogo pudesse ser aceso de forma mais eficiente. Por fim, ele retirava uma caixa de fósforos e ascendia a fogueira com cuidado.

Vendome parecia ser um ótimo assistente por causa de seu corpo humanoide e seus braços ágeis. A dupla cozinhava com bastante eficiência, e logo estavam com uma refeição completa quase pronta para o consumo.

Enquanto o último prato terminava de cozinhar, Gaulvi resolvia se distrair um pouco com uma conversa ao redor da fogueira. Caleo havia colocado algumas pedras grandes ao redor, para servirem de banquinhos, e estava sentado em uma delas.

- Acho que já tem um ano e meio que estou sendo ensinado por ela. Mas apesar de não ser a melhor professora do mundo, ela ama bastante os pokémon voadores, e isso é o que importa pra mim. Muita gente desiste por causa de seu comportamento antissocial, mas acho que você deve se dar bem.

Apesar de Gaulvi ter feito apenas uma pergunta superficial, o outro achava interessante completar a resposta com mais alguns detalhes.

- Que bom que já está tudo pronto por aqui. Encontramos dois lugares ótimos para fazermos a observação. Caleo, você vai com a Jade, e o Gaulvi vai comigo. – Winona dizia interrompendo a conversa dos dois. Ela nem se importava de fazer parte do assunto, e ia direto para uma das barracas. - Vamos comer e descansar, pois amanhã vamos acordar cedo, para começar os trabalhos. Vou arrumar meu saco de dormir, quando estiver pronta a comida, me chamem. – Jade a acompanhava, deixando claro que aquela seria a barraca das “meninas”.

Gaulvi parecia mesmo querer impressionar, já que preparava uma verdadeira refeição para o grupo, ao invés de apenas servir a simples comida enlatada. E logo já estava tudo pronto.

- Demorô! – Caleo dizia e ia até a barraca para chamar as outras duas. - O rango tá pronto! – Winona logo saia da barraca com uma máscara de hidratação no rosto, mesmo estando no meio do mato, as mulheres ainda não deixavam de se cuidar.

Vendome saia distribuindo os pratos e talheres, enquanto Gaulvi terminava os preparativos finais da refeição e deixava tudo pronto para que cada um se servisse. Caleo era o primeiro, e dava uma boa cheirada em seu prato depois de colocar a comida. Saboreando o aroma com muita satisfação. Jade estava com seu fone de ouvido pendurado nas orelhas de novo, e depois de fazer seu prato, ela se sentava e comia calada. Winona também se serviu e se sentou. - Você parece ser um bom cozinheiro. Acho que será muito bem vindo em minhas viagens. – Winona dizia interessada.

Todos começaram a comer, enquanto a noite caia devagar. O frio ia chegando aos poucos, mas acabava que as chamas da fogueira os deixava confortáveis. Quando terminavam de comer, todos continuavam ali por mais um pouco de tempo, já que não era uma coisa boa deitar de barriga cheia. Se Gaulvi quisesse, ele poderia dar uma sugestão de um passa tempo rápido para esperar a comida se assentar.

Com mais um momento de silencio ensurdecedor, Gaulvi, que agora estava bastante animado por causa do elogio recebido, decide querer saber um pouco mais da história de vida da líder de ginásio. Jade que estava com seu fone, nem se incomodava com nada ao redor, mas Caleo, abria os olhos de forma espantada, como se Gaulvi acabasse de colocar uma maçã em sua própria boca e pulasse na fogueira.

- Na verdade essa é uma história bem longa... – Ela dizia meio entediada. - Mas vou tentar resumir. Como sabe, tenho uma relação bem intima com o vento e o céu. Desde nova sempre fui apaixonada pela vida livre que os pokémon voadores levam, podendo voar livremente pelos céus e para onde quiserem. Então me tornei a melhor aviadora de Hoenn, e tem quem diga que do mundo... – Dava para sentir o ego crescendo. - Mas aquilo não parecia o suficiente, então voltei para Fortree, e comecei a me especializar no voo com os pokémon. Fortree é o lugar perfeito para isso, já que os ventos naquele lado são fenomenais. – Ela tinha um brilho no olhar quando falava de sua cidade natal. - E na verdade, Wallace me influenciou bastante a investir no ginásio, então eu construí a torre com minhas economias, e criei o Ginásio de Fortree. Não foi difícil permanecer como líder, já que ninguém conhece os pokémon voadores como eu.

Caleo parecia aliviado por ela ter resumido a história, mas ela tinha um motivo para isso.

- Mas então, Gaulvi, conte um pouco sobre essa sua Sociedade que tanto fala. O que te fez querer iniciar esse projeto? Talvez Caleo possa aprender um pouco com isso, já que ele é um tanto irresponsável.

O outro rapaz que estava começando a ficar animado com o que poderia ouvir, fez uma expressão nada animada para o último comentário da mestra. Mas preferiu não retrucar, já que na verdade ela estava muito certa sobre aquilo. Gaulvi também teria suas próprias lições para aprender, mas essas viriam no dia seguinte.

Winona e Caleo ouviram a história de Gaulvi com atenção. Caleo pareceu bem admirado, mas Winona continuava com a mesma expressão.

- Espero que entenda bem que tem um objetivo meio impossível de se concluir. O mundo nunca será um lugar igualitário. E o mal e o bem é um conceito que sempre tem que existir, para manter um equilíbrio nas energias do mundo. – Ela dizia seria. - Mas é bom ter algo para sonhar e almejar. Tá vendo isso Caleo, um homem determinado, isso é o que tem que aprender a ser. Assim vai conseguir ser mais responsável com seus trabalhos.

- Entendi. – Ele dizia meio amargo.

- Mas agora vamos deitar, já está dando 19:00 horas, e precisamos acordar bem cedo. Programem o despertador para quatro da manhã. – Ela rapidamente se levantava e deixava os dois rapazes ali. Jade a acompanhava até a barraca, e fechavam o zíper depois de entrar.