Missão de Aprendiz - Investigação

Gaulvi continuava a observar o ponto que tinha escolhido. A árvore frutífera continuava sem movimento, mas ao seu próprio redor as coisas começavam a se movimentar um pouco. Blue seguia as instruções de seu treinador, e começava a interrogar os habitantes da floresta, à procura de alguma informação. Os Oddish não pareciam muito interessados em conversa, e logo que foram abordados pelo Butterfree eles rapidamente saíram dali. Um deles até pareceu dizer algo, mas Blue não repassou nada para seu treinador, então deveria ser alguma informação inútil.

Para a surpresa dos observadores, a presença do novo pokémon não parecia interferir muito com os hábitos dos pokémon locais, alguns deles nem pareciam ter notado a diferença, enquanto outros poderiam até usar disso para sua sobrevivência.

Winona observava o aprendiz por algumas vezes, sem perder muito de sua observação. Ela finalmente decidia dizer algo. - Seus pokémon parecem estar chamando muita atenção para nós. Acho melhor deixar apenas os dois que estão realmente ajudando. E se foque no local observado para não ficar perdendo sua concentração com qualquer coisa. Assim como os caçadores do céu, você deve ficar atento à sua “presa”, sem deixar que escape qualquer detalhe. Um galho fora do lugar, ou uma pena solta, pode nos dar alguma pista importante. Tá vendo ali? – Ela puxou o binóculos de Gaulvi para o ponto ao qual ela observava, para que ele pudesse ver o mesmo que ela. - Tem uma minúscula pena como a que tinha em meu mural, tá vendo? Então pode ser que o espécime tenha estado por ali, por isso estou observando atentamente os arredores. Ele pode voltar, ou ainda estar por ali escondido, então tenho que ter paciência para não perder quando ele finalmente aparecer. - Então ela o deixava livre novamente para seguir seu próprio trabalho.

Gaulvi retornava seus dois dorminhocos para suas esferas, para evitar chamar muita atenção para o grupo de observadores da natureza. Como era um trabalho que envolvia uma mistura de paciência, silêncio e concentração, qualquer coisa que pudesse atrapalhar deveria ser retirada. Assim Gaulvi voltava a observar o local, mas parecia observar o local em que Winona estava focada desde o início. Quando ela percebeu isso, ela novamente interrompeu sua observação e disse baixo e calmamente. - Volte a observar o ponto que achou que poderia ter algo. Se eu ver algum movimento suspeito, te chamo para ver, e espero que faça o mesmo.

Assim, a mestre de Gaulvi voltava a observar os arredores da minúscula pena, deixando para ele a tarefa de voltar a observar o local próximo à árvore frutífera, ou outro local que ele tinha visto anteriormente, como o esconderijo dos Wurmple.

Assim que recebia as instruções para aumentar o campo de observação, Gaulvi decidia dividir o trabalho com seu pokémon. Blue confirmava e voltava a observar, mas dessa vez com muito mais foco. Com seus vários olhos disponíveis, seu ângulo de visão era muito melhor que o de um humano, apesar de não ter um foco tão bom quanto um binóculo.

Já o rapaz, decidia voltar sua atenção ao primeiro ponto observado, onde uma dupla de Wurmple se escondia em um conjunto suspeito de galhos arrancados. Para a surpresa de Gaulvi, os Wurmple não pareciam mais estar por ali, mas os ganhos pareciam ter aumentado em número. O que poderia ser aquilo? Apesar do desaparecimento dos insetos, não havia nenhum vestígio de luta, ou massacre no local.

Percebendo que algo parecia ter mudado desde sua última olhada, Gaulvi decide fazer mais uma anotação em seu caderno. Eles estava tentando ser o mais organizado possível com as informações, e mantinha suas anotações sempre atualizadas.

Após anotar as informações em seu caderno, ele retomava a observação, mas focando em procurar algo diferente nos arredores da árvore onde estavam os gravetos. Ele precisava encontrar mais alguma pista, já que alguém, ou algo, estava amontoando os gravetos naquele galho. Era bem provável que fosse uma ave, na tentativa de construir um ninho, mas normalmente não se demorava para acumular os gravetos e começar a montar seu lar.

Mas para sua sorte, o mistério parecia estar bem próximo de ser resolvido, já que assim que passou o binóculo pelo gramado abaixo da árvore, reparou um movimento. Ainda não dava para ver, mas esperando não mais que cinco segundos, a pequena criatura dava as caras novamente.


A pequena ave saia de trás de um arbusto e começava a ciscar pelo gramado. Ela parecia perdida, ou procurando alguma coisa, mas uma coisa era certa, ela não era muito comum naquela região. Os olhos arregalados e desfocados, davam a impressão de que a ave estava em transe. Sua penugem acinzentada, lembrava muito a pena que Winona havia lhe mostrado em seu escritório.

A busca finalmente havia levado a alguma coisa. Gaulvi via o pokémon e então decidia contar para Winona. Ela ficava animada, como sempre ficava quando algo lhe interessava. - Que maravilha! Onde está? - Ela perguntou e posicionou o binóculos para a direção em que Gaulvi indicava. - Que surpresa. Quem esperava que o pokémon misterioso poderia ser um Pidove. Olha como ele é fofinho! Vamos continuar observando daqui mesmo, e vá anotando qualquer coisa de seu comportamento que possa afetar o ecossistema daqui. Vou ver se não encontro mais um por aqui, eles costumam estar sempre por perto.

Com o rapaz voltando a observar o pokémon, Winona voltava para seu próprio local de observação. Agora com a espécie revelada, ela poderia procurar de forma mais específica. Talvez a outra dupla também já tivesse encontrado alguma coisa a essa altura, para que pudessem compartilhar depois o que viram.

O Pidove era um pokémon bem estranho, ele andava como se procurasse alguma coisa, mas de repente parecia estar novamente perdido. Ele continuava andando aos pés da árvore, sempre ciscando e bicando o chão, até que finalmente, depois de alguns minutos, ele pegava um graveto e voltava voando para o galho onde estavam os outros. Era um comportamento muito estranho, ele demorava de mais para escolher um graveto para construir o seu ninho.