07 - Unfinished problems.

Vitória não demorou começar o improviso. Na verdade sua tarefa não era tão difícil assim; mesmo sendo péssima em atuação, ela estava nervosa o suficiente para conseguir surtar livremente. Já bem próxima do balcão, ela deu dois tapas fortes no granito e acabou machucando sua própria mão. Engoliu o choro ridículo e tentou gritar mais alto que podia:
-NINGUÉM AQUI VAI ME ATENDER NÃO? - Perguntou, em alto e bom som - QUERO SABER PORQUE CALOTE NINGUÉM RESOLVE. TROUXE O TRAMBIQUEIRO AQUI MAS RESOLVER QUE É BOM NADA, NÉ? O SISTEMA DE VOCÊS NÃO TEM SEGURANÇA NENHUMA. EU TRABALHO, TRABALHO, TRABALHO E NADA. VOCÊS SÓ ME ROUBAM.

Da onde surgiu... isso? Os gritos da garota podiam ser ouvidos lá de dentro, por Takeshi. Drake ficara surdo ao deixar o volume da escutan o 100%! Apesar do início do auê, ninguém se movimentava... afinal de contas era só uma doida. Fora então que Klaus se aproximou e tentou puxar Vitória pela blusa:
- para com isso maluca - disse o garoto, tentando silenciar a moça.
- MALUCA? MALUCA? MALUCA EU TO COM VOCÊ QUE NÃO ME PAGA - Continuou a gritar, dando as costas ao balcão e virando para Klaus - EU VOU TE DAR UMA BELA DE UMA PORRADA E VOCÊ VAI VER SÓ.
Nesse exato momento Vitória jogou o cabelo para cima de sua cara, tentando ao máximo deixar seu rosto confuso e enigmático. Estendera a mão pelo balcão e arrastara-o, trazendo consigo todos os apetrechos da loja e jogando no chão:
- SE ELES NÃO RESOLVEM EU MESMA RESOLVO GAROTO, DEIXA COMIGO - Ela espumava em direção de Klaus. O garoto até cogitara ser verdade por um mísero segundo e deu um passo para trás.

- SEGURANÇA??? SEGURANÇA?? POR QUE ESSA BRIGA?? HEIN? PORQUE ESSA BRIGA? - Gritou a mulher do balcão, quase que em performasse. Vitória olhou para trás e a fuzilou com os olhos, então a mulher apenas ligou para um ramal.

Agora sim... um corpo enorme de seguranças correram para melhorar a situação. Vitória dera um cascudo leve em Klaus e isso fizera um dos homens tentar imobilizá-la. Ai já viu né?! Metade das pessoas que assistiam aquilo decidiram se meter, afinal de contas um homem de dois metros imobilizando uma menina de 18 anos não era uma coisa muito agradável de se ver. Uma gritaria generalizada ocorrera e todo o corpo de segurança foi lá resolver a questão.

Takeshi estava COMPLETAMENTE LIVRE. Ele agora precisava seguir em direção oposta a saída, virar a direita duas vezes, seguir reto e entrar no último corredor da direita. A sala das câmeras estaria vazia. Não era um lugar SUPER EQUIPADO, mas tinha exatamente o que eles precisavam: um computador ligado diretamente à rede da empresa.

A briga continuou, quando se externalizou a opinião, tudo ficara fervoroso! A atitude dos seguranças foi bastante rechaçada e a gritaria continuava saindo de lá. A recepção começava a tomar cada vez mais atenção quando Takeshi chegou na sala das câmeras. Apesar de nervoso, ficou atento. Com a ordem de Drake, não posso lhe dizer se ele executou ou não, mas posso lhes dizer o que aconteceria caso ele fizesse exatamente o que seu amigo mandou.

Em primeiro momento o Pen Drive ia acender uma luz verde. A luz piscaria por um tempo e depois se apagaria. Um apito viria do computador das câmeras e um soft-reset deletaria o arquivo da semana inteira. Mais para frente deletaria da próxima também. Depois disso o Pen Drive se apagaria. Nada demais aconteceria até então; mais importante que acabar com aquela empresa, era acabar com ela numa paciência e cautela. Gregório e seus Hackers teriam acesso aos dados, mas não iriam publicizá-los hoje. Isso é bom para a imagem de Takeshi; se derem um intervalo de tempo entre o acontecido e o acontecimento, certamente nosso grupo de jovens não sairia tão suspeito assim.

Afinal... o que eles estão fazendo ali?! Eles só têm 15 anos...

No mais, ele poderia ao fim tirar o Pen Drive e sair pela saída mesmo. tudo estava movimentado demais; ele não precisaria achar uma porta dos fundos... a menos é claro que...

Que Vitória e Klaus fossem de fato expulsos do estabelecimento antes do Pen Drive apagar. Ai seria uma coisa bem chata... porquê ai ele teria que dar a volta por trás e não teria alvoroço para fazer ele "passar invisível". Bem... então é melhor ir logo, né?! Caso contrário Vitória e Klaus serão expulsos e a situação será resolvida antes d'ele sair.

Vitória ouvia a escuta e apenas respondia com um grito:
- QUER SABER, ENTÃO ENFIA ESSA EMPRESA NO CU - Aquilo era um sinal mais que óbvio que nada tinha acabado.

Quando Takeshi ouviu o sinal indicativo de Drake, o garoto apenas foi para onde veio. Viu a seguinte cena: um bocado de gente alvoroçada em círculo, gritando arduamente pela liberação da garota. Vitória parecia um tanto quanto irritada, mas por dentro ria da situação: nem acreditou que conseguiu fazer uma confusão tão bem feita! Quando Klaus viu Takeshi surgindo ao fundo, ele apenas deu de ombros e afirmou:
- Ah bicho, não sou obrigado, vou embora - E deu as costas, saindo da confusão.

A confusão estava TÃO generalizada que mais nada fazia sentido. Vitória não era mais o foco por isso se meteu ao meio das pessoas e aos poucos fora saindo de cena. Takeshi podia facilmente correr e se juntar ao grupo, mas era bom tomar o cuidado para que fossem um de cada vez. Ao sair, a motorista pegara um atalho pela direita, chegou até o furgão e entrou na cabine de motorista depois de alguns minutos caminhando. Dera olá para o Drake e perguntara o paradeiro de Takeshi: ela iria até o rapaz e o buscaria de carro.

Ao chegar, buscariam também o Klaus e com os quatro na vã, eles iriam até o ponto que Gregório marcou.