005 - ADIRE AD ALTER

Adire ad Alter

Devido a bondade de Finn, Tyrant e Karen conseguiam prestar atenção na nervosa pequenina e logo iam perguntar o que havia acontecido. De princípio a criança ficou um pouco receosa; muito provavelmente não queria preocupá-los com seus problemas, mas ao ver o vulpino também fitá-la em curiosidade, acabou cedendo enquanto limpava disfarçadamente as lágrimas que escorriam de seus olhos acastanhados.

— E-eu... Desculpa. — respirou fundo, acenando com a mão para Sylveon, que acenava de volta com uma de suas fitas — Me-meu papai ainda não voltou com os doces para repor e aí... — soluçou — Todo mundo que tava na fila foi embora. — apontou para as prateleiras vazias — Ele vai brigar, mas ele tá demorando muito... — apoiou a cabeça com ambas as mãos, voltando seu olhar para Karen — Tia, você parece uma princesa! — desceu do banquinho que estava sentada, correndo para pegar sua mochila; toda atrapalhada, colocou-a em cima da bancada, abrindo e tirando um livro infantil — Olha só! — seus olhos brilharam, apontando para a capa que de fato tinha uma princesa bem parecida com a especialista — E... Esse? Ele é o seu príncipe? — apontou para Tyrant e imediatamente Galahad, dentre uma soneca e outra, deu uma leve risadinha — Ai, mas isso não importa! — balançou a cabeça negativamente, guardando seu livro dentro da mochila novamente — Princesa, será que vocês poderiam ir encontrar meu papai? — juntou ambas as mãos como em prece — Por favorzinho, ele deve estar no depósito, é lá no final! — apontou para o final da rua da arqueologia — Lá no final é só virar para um lado que tem umas árvores, é por ali. Perto da Casa do Terror, mas não vai lá, não. Só tem maluco. — deu uma leve risada, agora tentando pegar as fitas que Finn balançava no ar — Ele é velho já, tem cabelo branco e é só falar que eu, Niko, pedi pra vocês procurarem ele.

Assim que terminou de falar a menina tornou a olhar para a rua, somente para ver um senhor todo sem jeito carregando sacos e mais sacos fechados de pano. A menina, então, pulou a bancada, quase caindo e indo na direção dele.

— Príncipe! Príncipe! Você pode ajudar ele a carregar? — antes que Tyrant pudesse se oferecer, Finn já foi pegando um dos sacos com suas fitas; ainda assim dava para o Ranger levar um — Ai, papai, que vergonha! Esse mico na frente de uma princesa! — a criança riu — Eles estavam indo te procurar, são muito gentis!

O senhor, sem jeito, ajeitou sua postura com certa dificuldade, aproveitando para bater em suas vestes que estavam amarrotadas. Deu dois tapinhas na cabeça de Niko, dando uma risada em seguida:

— Desculpem, ela tem a imaginação muito fértil. — foi caminhando até adentrar a barraca — Queria agradecê-los por ter oferecido ajuda à minha filha. — começou a ajeitar os produtos nas prateleiras, o que já atraía o olhar curioso dos transeuntes; antes que pudessem perceber, uma fila havia se formado atrás de Tyrant e Karen — Para vocês, qualquer desses doces é só PK$100. Fiquem à vontade!

Adire ad Alter

Recompensados pela gentileza, Tyrant e Karen ganhavam um belo de um desconto em todos os doces. Com cada um saindo por somente PK$100, a especialista foi a primeira a pedir mais de meia duzia de Pewter Crunchies, doces famosos da região de onde vinha, consagrando sua gulodice com chocolates. Romântico, o Ranger comprava um Sweet Heart e oferecia para sua princesa, assim como alguns biscoitinhos Shalour Sable para seus pequenos.

— Aiiii... Que lindo! — a menina se debruçava sobre a bancada mais uma vez, observando Tyrant entregar o coraçãozinho para Karen — Tia-Digo, princesa! — sorriu — Quando eu for mais velha eu quero encontrar um príncipe assim também! Só não sei se vou ficar tão bonita quanto você! — enquanto estava encantada pelo casal, seu pai recolhia o dinheiro e entregava os docinhos para os heróis — Afinal de contas, eu não sou uma princesa! — deu uma gargalhada tão inocente quanto uma criança poderia dar — Ai, ai. Deixa eu tirar uma foto de vocês? — abriu sua mochila novamente, tirando um celular lá de dentro — Quando eu mostrar pras minhas amigas que uma princesa veio na minha barraca elas vão ficar doidas! Junta um pouquinho os dois! — tirou a foto, mostrando-a logo em seguida para o casal — Lindos!


O pai da menina, após recolher o dinheiro e dar os docinhos, deu uma risada, agradecendo pela paciência de Karen e Tyrant em lidar com sua pequena. Se despediu, tornando a colocar o restante do estoque de volta nas prateleiras; como a fila já estava enorme atrás do casal, talvez fosse a hora de seguirem em frente.

— Princesa, você deve ter muitas roupas, né? Aqui do ladinho tem uma moça que faz fantasia na hora! — se debruçou toda, apontando para uma barraca alguns metros de distância, toda cor-de-rosa — Acho que você vai querer passar lá depois! Agora tenho que atender os outros cliente, tá bom? — apertou uma das fitas de Finn para se despedir também do vulpino — Próximo!!!

Adire ad Alter

De braços dados e com a bela foto eternamente salva em suas galerias, Tyrant e Karen finalmente deixavam a vergonha de lado e, bom, para felicidade de sua fanbase, não mais escondiam o que sentiam um pelo outro.

A barraca cor-de-rosa ficava a poucos passos de distância e não parecia ter qualquer fila em sua frente. Ao se aproximarem, um jovem muito bonita e bem vestida costurava a barra de um vestido preso em um manequim, até perceber a presença de nossos heróis; tirou o alfinete que segurava em sua boca e ajeitou sua postura, abrindo um sorriso para Tyrant e Karen.

— Olá, sejam bem-vindos!

A barraca da loira que os atendia era belíssima e muito bem cuidada. Cada detalhe parecia ter sido pensado, com seu interior todo coberto por uma espécie de veludo carmim, com diversas araras penduradas que escondiam dezenas e mais dezenas de fantasias. A atendente parou para analisar cada detalhe de nossos heróis, olhando-os de cima a baixo, somente para virar as costas e pegar quatro cabides com roupas. Voltou, estendendo-as em cima da bancada.

— Essas aqui ficariam muito, muito lindas em vocês. — apontou para as duas primeiras, masculinas — Essas são perfeitas pra você! E se decidirem algum dia se vestir juntos para algum evento, super combinaria! — voltou seu olhar para Karen — Agora, você... Linda desse jeito, fiquei até indecisa em quais opções pegar. — ajeitou as roupas femininas, estendendo-as ao lado de seu corpo — Essas aqui super combinariam com seus olhos e seus cabelos! Perfeitos, diga-se de passagem! — a jovem de uma leve risada — A sorte? Cada uma está saindo por somente PK$400! — apontou para suas araras, levantando uma madeira e convidando Tyrant e Karen para entrar — Se não gostaram dessas, temos outras opções. Sintam-se livres para dar uma olhada!