[Akai Ito] – Doll Fanfest –

— E eu acho justíssimo, se quiser saber minha opinião! — Disse, numa exclamação quase incisiva. — Já viu coisa mais fofinha que um Bulbasaur? Eu não poderia escolher um inicial melhor, de maneira alguma. — Balançou a cabeça em negativa, dando de ombros com suavidade. — A Ryo também já é uma Venusaur, inclusive! — Comentou, com certa empolgação. — E nem te falo do Kaleo... — Acrescentou, um sorriso manso nos lábios - bem, era fato que o psíquico ainda não havia evoluído para sua forma final, mas tinha certeza que estava perto, beeem pertinho. Só um empurrãozinho e... Voilá! Entende?

— Bem... A gente podia dar um tempinho pra eles, depois, o que você acha? — Sugeriu, ajeitando alguns dos fios avermelhados por detrás da orelha. — Tenho certeza que ele adoraria acompanhar algum ensaio, também... Vocês fazem um trabalho incrível, afinal. — Comentou, um sorriso ameno pintando no rosto - e, nesse momento, ergueu a mão do rapaz cujos dedos entrelaçavam com os próprios, depositando um beijo delicado, manso, sobre seus nós. — Sério?? Aah, eu queria ter visto isso! — Lamentou. — Será que tem alguma filmagem que possa me mostrar, depois? — Quis saber.

Pensou em continuar a conversa a respeito da fazenda que o rapaz mencionou - mas, bem, digamos que não teve muita capacidade quando ouviu a conclusão de seu raciocínio a respeito dos dormitórios da sociedade. As bochechas quase que instantaneamente se avermelharam quando reparou no tom de malícia que emanava do sorriso do companheiro; Discretos, os dentes pressionaram o lábio inferior, com certa timidez mas, huh, não foi capaz de evitar uma brevíssima curva labial em reação às suas palavras que, inevitavelmente, traziam memórias distantes que ainda guardava com... Bastante carinho.

Não muito tempo depois, um funcionário do parque veio para salvar o dia, com um panfleto que explicava o funcionamento daquele conjunto de seis tendas fechadas e, além disso, um balãozinho de Growlithe com o qual a moça quase que imediatamente morreu de amores, soltando brevemente a mão de Valassa para que pudesse segurar o brinquedo e olhá-lo mais de perto - felizmente, a distração com o animal fê-la também não prestar atenção no comentário do palhaço, mas o foco logo volveu-se na direção do papel entregue pelo rapaz anterior.

— .....Ah! — Piscou, assim que enxergou a tipagem da sexta. Quase que imediatamente, voltou o corpo na direção de Drac, estendendo uma das mãos para repousar o indicador sobre os lábios do moreno. — Seguinte. — Sorriu, com certa tranquilidade. — Eu sei que você deve tar doido pra ir nessa de voadores. Mas... — Disse, apertando as pálpebras e franzindo a ponte do nariz num gesto de graça. — Como castigo por ter me enganado sobre o sorvete, vai ser a última que nós vamos. Ouviu? — Sentenciou. — E sem discussão! — Emendou, antes que ele sequer tentasse argumentar. Não levou muito tempo antes que chegassem no começo da fila, e foi com um sorriso gentil que recebeu as esferas entregues pela mulher que guardava a entrada das tendas. — Obrigada! — Disse, guardando as esferas e, então voltou a segurar a mão do parceiro para que pudessem se encaminhar à uma das tendas. — Quer ir comigo na quatro? — Sugeriu, os orbes cinzentos voltando em sua direção e esperando uma resposta; Diante da afirmativa, com um novo sorriso simples, se encaminhou na direção da barraca, prontamente se dirigindo ao seu interior.

Que tipo de bichinho será que encontrariam por ali?

— Pra ser sincera, eu não tive muita chance de dar atenção pro Vini nos últimos tempos... — Comentou, com um encolher de ombros discreto. — Sabe, muita confusão e tudo o mais, e eu acabei me focando mais no Kal, também… Tenho certeza que ele vai adorar te ver, inclusive! — Exclamou, um sorriso manso. Lembrava bem quão apegado o espécime gelatinoso havia ficado com o unoviano logo no dia que o conhecera e, bem, tinha lá suas dúvidas que o sentimento teria alguma chance de ter se apagado.

Mas não foi nessa conversa que a atenção perdurou, oh, não; Em realidade, ela se voltou à maneira como o rapaz subitamente apertou-lhe a mão, atraindo seus orbes que inevitavelmente foram assaltados pela surpresa ao reparar no explícito desconforto do moreno, tal como o jeito como ele parecia se encolher contra si. O cenho se franziu, discreto, e a ruiva inclinou a cabeça um pouco pra frente, tentando encontrar os olhos desviados do criador, movimentando o balão de Growlithe com uma das mãos ao aperceber-se de que era ali que as pupilas trêmulas se focavam.

...Já havia muitas vezes trombado com aquele sentimento para reconhecê-lo de longe, então não é estranho mencionar quão fácil foi fazê-lo de perto.

Com um carinho genuíno, a mão se soltou da do rapaz e o corpo se deslocou para a frente do seu, os dedos subindo por seu corpo e se acomodando com gentileza sobre a face do maior, afagando com delicadeza a maçã de seu rosto, em uma tentativa silenciosa de chamar sua atenção. A outra mão, bem, se permitiu entregar ao unoviano o brinquedo de bexiga, como se confiasse que aquele ato ínfimo fosse capaz de acalmá-lo e, então, a esquerda também repousou sobre a outra bochecha, buscando volver o foco de Valassa para si.

— Tá tudo bem, amor? — Sussurrou, de um jeitinho meio tímido, mordiscando com discrição o lábio inferior enquanto os orbes acinzentados mergulhavam no oceano dos alheios. Os polegares acariciaram a derme do moço, e os outros dedos induziram uma pressão discreta para que pudessem tentar trazê-lo mais para si, em poucos centímetros; Pôs-se, então, nas pontas dos pés, os lábios roçando mansinhos no canto dos seus, a palma se afastando para que pudesse depositar um beijo em sua bochecha. — ...Tá tudo bem. Eu tô aqui com você. — Prometeu, as mãos se afastando para que pudessem tomar uma das do moreno entre si, e mais uma vez beijou-lhe as costas dos dedos, serena. — Tá tudo bem, tá bom? — Repetiu, em baixo tom, como se desejasse que aquelas palavras se assentassem não só na consciência de Drac, como também em seu coração.

O momento não durou; Não teria como, nem se quisessem. A fila andou, as instruções vieram e, nesse ponto, felizmente o companheiro havia se tranquilizado, até fazendo uma gracinha quando optou pela barraca quatro - fato que rendeu uma cotovelada da ruiva contra o tronco do rapaz, em uma censura discreta que, particularmente, não era lá tão séria assim. Chase não se demorou em desviar um pouquinho o foco do assunto, já sentindo as bochechas quentes mais uma vez - ora, ora, senhor Luch, é isso então que a saudade faz?

— E-Então, sobre o lance de Aprendiz e Pesquisador... — Gaguejou, e acabou deixando escapar um riso sem jeito, que nada condizia com as palavra; Retomava ali a pergunta que havia deixado escapar enquanto se ocupava não só em se preocupar com o estado do moreno, mas também em compreender as instruções daquela atração. — Acho que eu não combinaria com isso não, sabe? — Comentou, ajeitando brevemente uma das madeixas por detrás da orelha, os passos se arriscando ao interior da tenda enquanto os olhos varriam o ambiente, tentando encontrar quaisquer formas de vida que por ali se escondessem. Até isso não demorou muito, visto que um pisão em falso do Luch aparentemente serviu pra arrancar um choro do ambiente, e foi num sobressalto que o olhar de Natalie volveu-se para o solo artificial, surpreendendo-se ao encarar os olhos chorões de uma pequena árvorezinha.

E, sabe, chegou a pensar em intervir, mas não teve muito tempo - e digo isso pois uma coisa baixinha também começou a se esfregar em si, forçando que seu foco mais uma vez mudasse de direção, as sobrancelhas se erguendo com sutileza ao aperceber-se da presença de um simpático quadrúpede que lhe dava as boas vindas. Nesse instante, os ombros relaxaram, suaves, e pensou em cumprimentar o jumentinho mas, hah, só pensou; afinal, no meio de um segundo e outro, o dito cujo resolveu sentar os dentes em sua roupa, dominando-a e sequestrando-a para sabe-se lá onde.

— E-EI! — Reclamou, certamente alto o suficiente para que pelo menos o parceiro se apercebesse desse RAPTO MALIGNO; Tentou forçar o corpo para o outro lado, inclusive, mas logo descobriu que aquele baixinho era bem mais forte do que parecia - então, sem opções, se deixou levar, ainda que tentasse aqui e ali se livrar da mandíbula do terrestre, casualmente reclamando a cada ato falho que só a levava para mais longe ainda de Valassa. — Ora, seu... Seu bichinho! — Exclamou; Não tinha certeza se por perceber a frustração ou se simplesmente por já tê-la arrastado o suficiente, o animal a soltou - e a ruiva volveu as pupilas em sua direção apenas para ver uma língua grandona direcionada para si.

— Ah, mas você quer ficar de palhaçada, é?? — Franziu a ponte do nariz, já retirando a esfera bicolor de seu amado parceiro gélido. — Pois espere só, seu bonito! — Alertou, libertando então o fractal nevado de sua cápsula; Não só isso, como também o coroou com uma pequenina tiara fria, em uma tentativa de espantar o calor que o animal talvez sentisse por ali. — Cryo, pegue já a graça desse espertinho aí! — Disse, uma das bochechas inflando em uma birra meio boba - que se sentia plenamente no direito, afinal, considerando todas as desgraças que ocorreram consigo nos últimos tempos, podia pelo menos tirar um pedaço de tempo para ter um momento um pouco mais... Infantil, não? — Duplo Ice Beam!

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