[Akai Ito] – Doll Fanfest –

— Então, acho que não vai valer se apostarmos alguma coisa aqui dentro, vai? — Quis saber, deixando escapar um riso suave diante do "realismo negativo" pelo qual o unoviano enxergava a situação a qual em breve teria de encarar com Meo-Mey. — Bom, não sei se você consegue ou não, mas admito que tem toda a dificuldade até natural, né? — Comentou, passeando os olhos pela felina que acompanhava próxima - é, era uma infelicidade que o desafio fosse justamente um fantasma, considerando que a companheira do rapaz era um tipo Normal... Mas não adiantava chorar o leite derramado, no fim das contas. — Não sei bem se vamos conseguir... — Disse, trocando um olhar breve, sereno, com o hexágono de gelo que flutuava ao seu lado. — Mas vamos tentar. Né, parceiro? — Sorriu, amena, observando a maneira suave com a qual o espécime balançou suas correntes no ar, discreto, os olhos cerúleos cintilando com gentileza fria em sua direção.

Enquanto adentravam o ambiente, os olhos tentavam se acostumar à escuridão que cumprimentava do lado de dentro - então, é necessário dizer que não foi à toa o susto que tomou diante do bater repentino das portas atrás de si pois, bem, sinceramente, naquele pequeno espaço de tempo já tinha até se esquecido da pobre coitada. A reação instantânea foi um salto pra frente, onde se agarrou quase que instantaneamente no braço do unoviano, momentos antes de perceber que o barulho nada mais devia ser que um mecanismo automático - nisso, um riso nervoso e sem jeito escapou, mas não soltou o rapaz, encolhendo de levinho os ombros e tentando disfarçar enquanto a atenção voltava na direção dos candelabros que se acendiam.

— A-Ah... — Disse, devagar. — Pelo menos a gente não vai ter que ir no escuro, né? — Comentou, exibindo outro sorriso amarelo. A ruiva não se demorou em perceber, porém, que existia uma bifurcação à frente - e, sem pressa, leu devagar as placas apresentadas no corredor, franzindo o cenho com suavidade ao aperceber-se da narrativa exposta pelos organizadores daquela atração. — Hmm... Você acha que devia ir cada um pra um lugar, ou a gente vai pra um e depois tenta voltar e ir pro outro? — Quis saber, olhando na direção do Valassa em busca de uma resposta. — Acho que eu quero dar uma olhada pelo da Força. O que você quer fazer? — Perguntou, e esperou pela decisão do moreno.

Qualquer dos jeitos, a sua posição já estava decidida, e pretendia segui-la.
Não tinha nada a perder, né?

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Admitia que a separação no interior de uma mansão que já não lhe aspirava muita confiança era um pouco... Incômodo, por assim dizer mas, mesmo assim, em momento algum a ruiva se opôs à decisão do unoviano quando este demonstrou sua preferência pelo caminho da "Mente", como bem indicava a placa à direita do corredor. Ora, se planejasse, não haveria sentido algum sequer em questioná-lo a respeito de o que o rapaz tencionava fazer - seria simplesmente só pontuar pelo caminho que desejasse, sugerir um "vamos" e acabou a história, não? Ou então, até mesmo poderia ignorar a própria decisão e seguir os passos do moreno, considerando que não era como se ele fosse impedi-la ou algo do tipo.

— ...Tudo bem. — Resignou-se, se permitindo um brevíssimo sorriso de canto para o rapaz; Sem pressa, se aproximou uma última vez antes da bifurcação, apoiando-se nas pontas dos pés para repousar um beijo demorado em sua bochecha, os dígitos pressionando com delicadeza o braço do maior em uma tentativa de arranjar confiança não só ao companheiro, mas para si própria. — Boa sorte, tudo bem? — Disse, num sussurro singelo. — Se cuida. — Pediu. — Te vejo do outro lado. — Concluiu, enfim, os dedos se afastando do corpo do companheiro para que os orbes acinzentados passeassem pela penumbra no caminho que havia recém-escolhido. A jovem engoliu saliva, silenciosa e, antes mesmo de se arriscar na passagem, ofereceu uma pequena lente de aumento ao seu monstrinho protetor, que a agarrou com uma de suas correntes sem parar para pensar duas vezes. — Fique atento. — Aconselhou, e a única resposta que recebeu foi o balançar positivo do fractal - e também a única que precisou, antes que mergulhasse na direção oposta à optada por Valassa, o coração se torcendo incômodo ao aperceber-se das escadarias que encaminhavam para algum nível inferior (nesse momento, aliás, a moça questionou-se a respeito de quão grande poderia ser aquela atração. Quer dizer, se existia um subterrâneo... Seu aparente tamanho externo não significava nada, não?).

Mas, o verdadeiro empecilho veio quando chegou ao fim dos degraus, e admito que não se tratava exatamente do duende arroxeado que aguardava, serelepe, no meio da sala, como um digno boss pronto para te estraçalhar logo após a cutscene - em realidade, o temor corroeu-lhe a espinha diante do muro que repentinamente barrou-lhe o caminho anterior, os passos recuando e as palmas pressionando-se na superfície rochosa que até então não existia ali. De certo, não imaginava que precisava se desesperar em uma... Atração... De um parque de diversões (por céus, esperava que não!), mas...

E se não fosse só isso?

...

— Ugh. — Deixou escapar, um sussurro perdido ao perceber as palavras ecoadas dos auto-falantes. A cabeça balançou, discreta, e os calcanhares se viraram mais uma vez para que tornasse a encarar o gigantesco cristal carregado pelo fantasma anão. A cabeça balançou, discreta, e o olhar passeou na direção do gélido companheiro, assentindo em um incentivo silencioso. — É com você. — Sentenciou, lambendo o lábio inferior com discrição para umedecê-lo. — Acho que não temos escolha. — Sorriu, engolindo saliva e respirando profundamente, numa tentativa tola de contenção do próprio ser. — ...Vamos lá. Duplo Ice Beam. — Instruiu. Não tinha certeza a respeito de que tipo de "carta na manga" aquele baixinho traria para si, mas...

Teria de descobrir, né?

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Não era como se esperasse que fosse, uh, fácil ou algo do tipo, mas também não imaginava que suas tentativas iniciais de avanço seriam completamente inefetivas e, vejam só, sequer tinha utilizado algum tipo de golpe que o sombrio pudesse se aproveitar de imunidade - fato que era um pouquinho frustrante, se parasse para pensar; Em compensação, bem, pelo menos podia imaginar que o espécime não lhe daria tanto trabalho em questões ofensivas, considerando que parecia um monstrinho mais voltado para poupar a si próprio dos ataques de oponentes.

Se bem que, uh, tecnicamente ele ainda tinha quatro - três - cartas na manga que poderiam dar-lhe um belo de um trabalho. Talvez não devesse assumir coisas tão cedo, principalmente levando em consideração que aquele era um desafio de casa mal-assombrada, que estava sozinha e, principalmente, que não tinha a mínima ideia de quando poderia acontecer de um portal demoníaco do abismo do poço sem fundo simplesmente abrir na sua cara e a arrastar para as profundezas de uma realidade na qual seria atormentada por sabe-se lá quais fantasmas e pesadelos mais o pateta do Criador seria capaz de titerear.

...

— Huh. — Deixou escapar, simplesmente, balançando a cabeça com discrição e encarando os olhos carmesim abrilhantados do sorridente noturno. A respiração veio, foi, e a ruiva se deu ao luxo de balançar a cabeça com discrição, estalando os dedos ao fechar os punhos com certa força, relaxando os dígitos logo antes de cruzar os braços em frente ao peito. — ...Muito bem. — Um suspiro trêmulo. — Vamos avançar com tudo, sim, Cryo? Tente terminar com isso rápido. — Instruiu, confiando um sorriso ameno na direção de seu cavaleiro gélido. — ...Duplo Sheer Cold. — Disse, simplesmente - com a consciência dos riscos de sua própria tática. Não tinha certeza se daria certo, pois dependeria exclusivamente da maestria do fractal de gelo em investir acuradamente...

Mas confiou.
Confiou, pois não tinha motivo algum para não fazê-lo.

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