Somewhere Only We Know_Glee

- Uhum - Disse, confirmando com a cabeça quando ele me perguntou se eu tinha dado uma olhada nisso - Eu passei em um postinho. Eu não tenho nenhum machucado muito grande não, mas achei coerente tomar uma dose da antitetânica, né?! Vai que eu abro mais uma ferida dessas...

A própria fala me causou certa imaginação. Nesse exato momento eu 'vi' um caco de vidro dentro do meu corte no pé, ou ainda um ralado maior. Estremeci por completo; todos os pelos do meu corpo ficaram ouriçados e Timburr foi o primeiro a notar a mudança abrupta. Levemente confuso (ou talvez preocupado? Não sei), o pequeno me passou sua tora de madeira para que eu abraçasse. A princípio não entendi, então levei como um ato de boa fé. Dei três soquinhos na madeira e disse:
- Pra jogar fora a má sorte - Olhei o rostinho bobo do pokémon e devolvi a ele seu bem mais precioso. Ele pegara de volta com uma cara ainda mais confusa que antes. Dei-lhe um chamego no topo da cabeça e voltei a Daisuke - Foi por um bom motivo... quer dizer, eu acho que foi.

Seria muito estúpido da minha parte fazer isso?! Ah... acho que não. Bem, levei um dos braços até minhas madeixas rosas. Levei a parte da frente do meu cabelo para atrás da orelha e mostrei-o um piercing na hélix da orelha. A joia era fixa, de cor rosa-metálica com uma esfera multicolorida ao centro:
- Eu acho que agora consigo mega evoluir minha Houndoom. Eu não testei ainda, quer me ver falhar? - Propus. Já deixei claro que provavelmente ia falhar no início; nem Nicholas conseguiu de primeira.

SOMEWHERE ONLY WE KNOW_GLEE ft. Victoria pft

OFF: PODE POSTAR LUCH!!!!!!!

A resposta de Daisuke basicamente me tirava uma gargalhada. Daquelas gostosas, sabe?! E eu ainda nem havia acendido meu beck ainda. Tudo soara meio cômico quando Daisuke não poupou letrar para afirmas que sim, ele queria me ver falhar. Sei que não foi sua intenção. Seu entusiasmo tomara conta das suas falas e o 'sim' sincero se tornou um pouco atrevido.

Mas eu entendia, né?! E relevava. Não era por um deslize de interpretação que eu iria realmente acreditar que ele queria me ver falhar. Fora ao fim do gargalhar que fui até minha toalha de pique-nique, dei uma pequena olhadela em Loki e o vi dormindo. Com silêncio (Deus me livre acordar esse demônio), peguei minha bolsa sobre o tecido, levei até a canga de Daisuke e tirei dela a esfera de Hati. Apertei o botão central e revelei a canina-dos-infernos, que uivava assim que pisava em campo.

Em seu pescoço, uma Mega Stone já equipada.
- Vamos FINALMENTE testar, Hati? - Ela confirmou com a cabeça - Eu já vi umas pessoas fazendo, é algo assim...

Fechei um dos olhos, enquanto o outro me mostrava em que direção Hati estava. Com uma das mãos eu sinalizava na direção de Hati, com a palma aberta e os dedos apontando para o alto. Com a outra, eu prendia minhas madeixas atrás da pregadeira e apalpava meu piercing com apenas dois dedos. O indicativo e o médio. Quando enfim achava a esfera de textura vítria, acariciava-a com certo cuidado e depois a pressionava. Eu não tinha certeza se isso daria em alguma coisa... mas se desse ao menos uma esquentada na minha orelha, eu já estaria feliz.

Um dia ensolarado, areias vazias e o barulho do "quebrar" das ondas como som ambiente era o tipo de cenário perfeito para um filme de terror, um flashback dramático ou simplesmente para fumar um beck. Felizmente para Winnie, nesta Rota de Cidadãos de Bem, só haveria espaço para a última opção... Contudo, se a jovem de cabelos rosáceos acreditava que poderia tirar o dia para viver completamente na Paz de Jah na companhia de seus Pokémon, estava muito enganada. Naquele cantinho secreto da natureza, nos confins da Rota 10, uma figura familiar surgiu para lhe fazer companhia. Um Pinto!

Winnie, que não tinha tido tempo nem de tirar o fininho do bolso, foi curiosamente surpreendida por um roliço Torchic, que se aproximou com uma carinha inocente de: "E aí, vai fogo?". Mas... Como ele poderia ter adivinhado? Ou não seria o caso...? Foi necessário então uma espiada nos derredores para que a jovem compreendesse o que se passava. Seu dia de "folga" agora era um dia se fazer social com um conhecido. Daisuke, um amigo Ranger da jove, pareceu ter tido a mesma ideia de descanso que a Treinadora e levou seu Kit-Farofeiro até aquele "paraíso" particular (incluindo frango com areia, após a caminhada do Pokémon de Fogo até as proximidades de Winnie), tornando-o bem menos particular, é claro.

Entretanto, o que parecia apenas uma coincidência passageira, acabou se tornando uma conversa bastante amigável. Entre falsas ameaças de prisão e desabafos espontâneos, Winnie comentou ao recém-chegado, sobre sua mais nova inclusão no time, o fenômeno da Mega Evolução. Daisuke mostrava-se encantado e também curioso, principalmente em saber qual Pokémon da Treinadora havia atingido tal patamar diferenciado. Por isso, a jovem de cabelos rosas decidiu que uma imagem falaria muito mais que mil palavras e, liberando Hati - sua Houndoom - demonstrou ao vivo o efeito dramático e apelativo da tal Mega Evolução.

Winnie sentia a energia do fenômeno fluir pelo seu corpo, diretamente para a Key Stone localizada em sua orelha, concentrando-se e aquecendo o local. Ao mesmo tempo, o corpo de Hati era envolto por uma energia rosa-choque, com tons avermelhados e alaranjados, num rodopio espiralado que formava enfim um casulo esférico ao redor da Pokémon. E... BANG! Dissipando-se como se fosse apenas poeira, todo o jogo de luzes e uma espécie de fina névoa rosácea se dissipou, deixando em seu lugar uma forma maior e mais imponente da outrora Houndoom, era a Mega Houndoom. A Treinadora até poderia sentir que o calor na Key Stone estabilizava-se e tornava-se apenas uma morna sensação completamente suportável e até agradável junto à pele.

Enqaunto isso, os Pokémon ao redor, sejam os de Winnie ou de Daisuke, pareciam tocados pelo Evento, independente de que sentimentos tinham por aquele fenômeno. Medo, Admiração, Ciúmes...? Enfim... Era notável que todo aquele evento espalhafatoso chamava a atenção, mas não apenas das criaturinhas e também de humanos. Transeuntes que já estavam por ali provavelmente, mas antes haviam passado despercebidos. Havia pelo menos uma meia dúzia de curiosos e seus Pokémon. Alguns apontavam mais distantes para o que havia acontecido, riam e pareciam empolgados. Outros tiravam fotos e filmavam, mas um em especial não parecia empolgado — Pff, esse negócio de Mega tá com nada... É só Show de Luzes! É forçação de Pokémon pra vender Boneco! Eu e meu Pokémon vencemos qualquer Mega no SOCO! — Dizia o ra`paz, apesar de não ter sido consultado, ao lado de seu Turtonator que, emitindo labaredas de sua proeminente... "Tromba"? Parecia desafiar de certa forma Winnie e sua Pokémon. Será que valeria a pena reagir?

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Calor, tremeliques, luzes e mega evolução. Eu poderia resumir isso tudo numa única palavra... talvez a minha favorita. Isso mesmo, rosa. O acessório rosáceo, as luzes roses e a explosão rosa definiram o processo. Talvez por isso eu tenha me dado muito bem ao princípio; esteticamente, aquele método era o MEU MÉTODO.

Quando a cor explodiu pelo cenário, eu já sabia o que significava. Meu coração acelerado acompanhara o ritmo dos múrmuros pelas minhas costas e, quando finalmente foi revelada minha conquista, corri até Hati e a admirei por um instante. Não a toquei a princípio, até porque demorei acreditar que ela ainda era a MINHA Houndoom. Ela ganhou algo próximo de meio metro. Seu peso não mudara tanto assim, mas a distribuição do marfim em seu corpo fora maximizado.

Ganhara uma sela de osso e se transformara no verdadeiro cão do inferno. Nesse momento senti uma leve pontada de preocupação; será que Hati continuava doce como sempre fora comigo?! Bem, minha confirmação foi com atos. A canina agora abaixava a cabeça para alcançar meu rosto, mesmo que 'de quatro'. Quando o alcançou, lambeu minha bochecha e empurrou com cuidado meu corpo contra o dela.
- Você ta muito grande, garota - Ela confirmou com a cabeça. Eu cedi e me aproximei de sua ossada, tocando-a com certo receio. Ela parecia tão exposta, mas tão segura de si - Posso? - Perguntei, indicando que queria subir. A pokémon fizera que sim com a cabeça mais uma vez.

Larguei os sapatos no chão, segurei no osso (novo) pontudo, próximo da escápula de Hati. Botei um dos pés no osso (crescido) que protegia suas costelas, peguei impulso e montei na pokémon.

Talvez eu estivesse na altura que meu Arcanine pudesse me deixar (apesar de ter Fenrir, nunca montei nele). Olhei em volta, vi a multidão formosa que me encarava e enrijeci de vergonha. Quando eles chegaram ali?! Por um instante eu esqueci do mundo la fora... esqueci de Daisuke, de Loki... de tudo.

Mas era lógico, né Winnie? Daisuke mesmo anunciou: Sienna contratou treinadores para explorarem essa área, você não vai arranjar sossego tão fácil por ali. Hati caminhara até próximo do tumulto que se formara e... ignorara por completo o aleatório que gritara algo? Bem, por azar (ou não), Loki não tinha o mesmo fetio.

O urso estava ao meu lado e... quando ele chegou ali? Provável que o show de luzes o acordara. Como Hati me ajudara a cuidar de Loki quando ele ainda era um bebê, o pokémon tinha certo respeito e carinho a todos os veteranos do meu time e aquela ofensa... bem, aquela ofensa o irritou. O urso caminhou para cima daquele bocado de gente, aproximou-se do homem-indevido, rosnou baixo e levantou o dedo do meio para ele, num curto-e-grosso 'vai tomar no cu'.

Eu ri.

Não é como se ele estivesse errado, né?! Mas agora minha preocupação é outra. Cadê Timburr? Olhei ao redor e o achei próximo da cauda de Hati, pronto para puxá-la no intuito de conseguir atenção. Avisei a canina, que virou-se sem precisar disso tudo. Hati deu um pequeno sorriso (que com aquele tanto de dente e osso, assustava o Timburr apesar de sua ótima intenção).

Mesmo que assustado, ele não ousara 'se mijar' de novo. Apenas congelara até a Mega Evolução pegá-lo com a boca e tentá-lo trazer até a mim. Peguei-o e aconcheguei-o nas costas de Hati, entre as minhas pernas abertas.
- Putz, pra ser bem sincera, uma batalha seria uma boa para testar isso aqui... - Olhei para Daisuke com certo receio dele negar a ideia.

Ah é, detalhe importante. Daisuke me informara mais sobre Hati do que eu poderia me informar. Tudo isso porque eu não estou com minha PokeDex. Em Mossdeep eu dei a bateria do aparelho para a bebê Toxel comer e depois disso nunca comprei outra. Isso tudo era um problema as vezes... mas em geral, o PokeNav me supria bem. Talvez por isso preferi não responder os comentários de Daisuke sobre as informações da PokeDex. Eu não tinha como acrescentar nada & nem tirar a prova.

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Talvez houvesse uma balança cósmica em todo o Mundo Pokémon que sempre trazia uma situação desagradável quando tudo parecia ir muito bem. E não, o narrador não está sob efeito dos alucinógenos portados por Winnie ao dizer isso. Simplesmente era algo observável... A jovem treinadora passava por um momento bastante alegre e recompensador ao alcançar pela primeira vez o estágio Mega com sua Houndoom. Além do reconhecimento do público-surpresa, ainda teve o impulso de montar em Hati para ver o mundo de outra perspectiva... Contudo, voltando à questão da balança, também teve de lidar com os incômodos de um rapaz "pra lá" de babaca, que desafiava a Ás em uma batalha bastante aleatória para o momento. Quem não gostou MESMO disso foi o Ursaring, que aproximou-se pesadamente e nada amistosamente do desafiante, querendo "peitar" o Turtonator ao dar o dedo do meio para a dupla. Não preciso nem dizer que isso causou uma dispersão imediata do público, não é mesmo?

— Você é grande, mas não é dois... — Dizia o treinador, de braços cruzados e encarando Loki, apesar de seu Pokémon estar bem incomodado com a situação e começar a puxá-lo pela camisa, evitando uma "treta daquelas". Por outro lado, ali perto, Winnie e Daisuke comentavam se valia a pena ou não batalhar com o carinha hater de Mega. Daisuke, antes, até pensava que seria melhor ignorá-lo. Entretanto, ao ver nos olhos da colega de passeio a vontade de batalhar, resolveu entrar de vez na brincadeira. Entegou uma Hidden Capsule para sua Ivysaur e, renovado, desafio o treinador para uma batalha em dupla. Mega Houndoom e Ivysaur, contra dois Pokémon do oponente. O jovem então, que encarava o Ursaring, virou seu rosto na direção de Daisuke e fez uma cara de desgosto.

— Se vocês insistem... É claro que aceito! — Disse, sem muita emoção, afastando-se o bastante e pegando uma Friend Ball entre seus pertences para lançar mais uma criaturinha em "campo". Era um Absol — Ok, uma batalha 2x2. Se tiverem mais alguma regra a adicionar, é com vocês... Eu estou disposto a tudo! Certo Turtonator? — Afirmou o garoto, erguendo o punho para mostrar seu Z-Ring. Aparentemente ele era um fã deste tipo de mecânica de batalha e um hater das megas. —  Já que eu os desafiei, nada mais justo do que eu começar a batalha, não é? Turtonator! Body Slam e Dragon Pulse no Mega Houndoom! Absol! Taunt na Ivysaur e depois Double Team! — Ordenou o rapaz, iniciando a batalha.


Campo: Areia de Praia com algumas porções de grama nascendo no próprio terreno arenoso. Há mar atrás dos desafiados e uma parede rochossa atrás do desafiante.

Daisuke confirmava minha vontade e eu dava um soquinho no ar animada: yes! Comemorei comigo mesma, ignorando por completo o quão imprudente era aquilo. Primeiro eu quero deixar claro que eu não posso perder. Se Hati for nocauteada na primeira batalha como Mega, eu perco uma credibilidade indispensável para o próprio processo de Mega Evolução. Também era imprudente por eu não conhecer o rapaz! O terceiro motivo da imprudência era que era um Turtonator... se não era o pokémon mais 'resistente' à Hati, talvez estivesse numa lista bem grande.

Como eu sei disso? Graças ao bosta do Katakuri, né. A gente já teve essa briga antes, Dragon & Fire é uma doas tipagens mais fortes e eu não tenho dúvidas ao afirmar isso.
- Boa sorte, garota - Abaxei-me e dei-lhe um beijo no topo de sua cabeça, entre meus chifres. Era hora de descer.

Mas como eu vou descer?! Felizmente minha Houndoom tinha a resposta para tudo que eu não tinha! Ela dobrou as patas da frente, agachou-se e me botou bem mais próxima ao chão. Apoiei meus pés no chão meio arenoso e sai dali. Dei-lhe mais um carinho no torso e sai de lá com certa velocidade, caçando Timburr com os olhos e o raptando assim que possível.

Seriam eu, Timbur nos meus braços, Loki por trás de mim e... Daisuke. Ao meu lado provavelmente. Quando ouvi as falas do tal hater eu já fiquei um pouco preocupada... mas não o suficiente para não o provocá-lo de volta:
- Você deveria começar porque escolhemos primeiro os pokémons, não???? É o mínimo.

Era cômico como o maluco virara 'coerente' de repente. Agindo de acordo com as regras? Faz-me rir. Se fosse realmente um radical (ou um boomer), não usaria Z-Moves. Dei-lhe os ombros, me aproximei de Daisuke e murmurei algo inaudível para todos... inclusive para o narrador. Segredo secreto! Depois disso declamei os golpes:
- Ok, Sunny Day e Dark Pulse no Turtonator.

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