#05 - Novato

Um nova vida surgia naquele centro pokémon. Chansey deu algumas palmadinhas no ar enquanto esboçava seu gigantesco sorriso característico. A enfermeira Joy vinha com o Growlithe em uma coleira e a pokébola de Toriel.

-Parabéns! Parece ser uma Magby muito saudável.

Que olho impressionante não acha? Só de ver soube dizer que era uma fêmea ao invés de um macho da mesma espécie.

- Essa coleira aqui estava no depósito e usamos para alguns tratamentos quando os pokémons não se comportam muito bem. Pode trazer de volta depois de entregar.

O growlithe parecia meio confuso, ele olhava ao redor e estava em um lugar completamente diferente de quando havia sido derrubado. Ele estava ressabiado mas aceitou ser levado por aquele que o havia derrotado em combate. Toko subiu no ombro de Tyrant e fico cutucando sua bochecha. Depois simulou bater em um pandeiro invisível e apontava para a mochila.

Reações a parte. Tyrant foi até a casa levar o cachorro perdido de volta ao seu lar. No beiral da janela, um par de cortinas brancas bailava entrando e saindo do cômodo. A porta estava destrancada, mas seria falta de educação entrar na casa dos outros sem anunciar sua presença antes e talvez até fosse agredido por isso. Um vizinho estava regando algumas flores e ao ver aquele jovem parado na frente da casa fez uma rápida observação.

- A dona flora está em casa. Pode chamar que ela atende.

Pallet tinha disso. A cidade onde todos se conheciam e tratavam bem.

Flora foi a porta, assim como todo bom ser humano que é chamado por seu nome de batismo. Ainda mais quando uma nova voz desconhecida clamou seu nome em uma cidade onde todos conhecem as vozes uns dos outros. De dentro do lar uma voz saiu alta mas sem causar incomodo aos ouvidos de Tyrant.

-JÁ VOU! SÓ UM MOMENTO!

Um bela moça com cabelos longos até a altura de seu quadril vinha atender. Ela era consideravelmente alta e esguia para uma mulher. Tinha 1.75 metros de altura e seu sorriso era sereno. Os olhos de cor castanho claro quase lembravam o tom amarelado de tão cintilantes que eram ao encontrar o sol. A pele era morena e usava uma roupa simples para facilitar as atividades domésticas. Quando abriu a porta um alívio.

- FILHO!FILHO! Acharam o Flame! Corre aqui! FIlho! Só um momento jovem!

Ela apontou com o dedo indicador pedindo um segundo enquanto correu para dentro de casa. Poucos segundos depois uma criança ventania venceu a distância entre os cômodos, a porta e depois o fim do caminho até seu growlithe. Um sorriso de lado a lado estava estampado tanto no filho quanto na mãe.

-Flame! Flmae! Falem!

A criança continua um micro choro que a fez errar as palavras enquanto abraçou vigorosamente o canino.

- Eu juro que vou cuidar bem de você Flame! Eu nunca mais saio para fazer compras sem você!

O cachorro não entendia absolutamente nada do que estava se passando. Para ele nada havia acontecido desde que nasceu e agora tinha um humano chorando e passando ranho ao redor de seu pelo. Growlithe se desvencilhou do abraço. Quem era aquele estranho? Ele tinha mais vínculo com Tyrant pelo combate que tiveram do que com aquele jovem aleatório (Do ponto de vista dele).

- Flame! Me desculpa! Já sei espera um pouco!

Ele foi correndo para dentro e volto com um pote de ração vazio e dois petiscos na mão.

- Eu tinha comprado para quando ela nascesse moço, mas ela tá certa eu preciso me desculpar. Flame esses dois aqui são para você menina.

O pokémon virou o nariz. Ele reconheceu o esforço mas algo o desagradou na fala do jovem.

-Moço você tem pokémons.  O que eu faço para ela voltar a querer ficar comigo.

A palavra ela fez growlithe virar ainda mais o rosto. Qual seria o conselho que tyrant teria para o jovem?

O semblante do garoto era de derrota completa. Além de todos os erros até o momento ele estava chamando seu pokémon como se fosse uma fêmea.

- Obrigado moço. Mãe eu posso ir com o moço e O Flame dar uma volta até que ele confie em mim?

Com os olhos pedindo como se não houvesse outra opção em sua vida. A mãe dizia o esperado: - sim, meu filho. Se não for atrapalhar esse jovem aventureiro e ele quiser você pode ir. Só esperem um pouquinho aqui.

Growlithe deu uma aliviada ao ser devidamente chamado pelo gênero que ele se identificava. Toko estava animado, pois finalmente reaveria seu pandeiro. Magby roncava e os pássaros ao fundo observavam o desenrolar daquela cena. A senhor Flora voltou com um pequeno envelope e entregou para Tyrant.

- Tínhamos anunciado uma recompensa caso alguém o encontrasse. Tome é sua por direito.

Dentro do envelope haviam 500 pks muito bem cuidados e um pequeno bilhete escrito: -Obrigado por trazer a nossa anjinha e volta.

O Garotinho recolheu o pote de ração para dentro e na volta estava com seus sapatos de sair e um pequeno chapéu para proteger sua cabecinha do sol.

- Flame eu ainda não me apresentei né? Eu sou o Bill. Seu dono, amigo e treinador. É um prazer sair nessa aventura com você.

Ele levou a patinha para a frente mas manteve os olhos no céu. Um começo simples, mas com potencial para muito crescimento.

Tyrant teve algumas lembranças nostálgicas. Nem toda jornada começava daquela maneira, mas em Pallet, era um começo esperado. Ele tinha algumas opções para onde ir agora. Poderia buscar treinadores, aceitar ou recusar o pedido da família, ir ao laboratório do professor carvalho, buscar algo no mato (Maria Chiquinha?) ou treinar seus pequenos. A cidade o recebia com louvor.

Apesar de chateado, todos entendiam a situação. Um compromisso do salva vidas não deveria ser atrasado por conta de algo tão simples de resolver. Intimidade é algo que se conquista com o tempo e tempo para se conhecerem era algo que tinham de sobra na calmaria de Pallet.

- Obrigado Moço! Quando voltar aqui eu e o Flame vamos ser melhores amigos, pode acreditar. Vamos garoto! Quero te mostrar a sua caminha.

Growlithe seguiu com a cabeça baixa pela despedida. Ele seria muito bem tratado, mas ainda não sabia se deveria ir. Flora fez um carinho na cabeça do pet que levantou os olhos e deu um latido feliz. Ele seria bem cuidado.

Tyrant tinha uma nova busca pela frente. Seria um treinador ou um pokémon selvagem a seguir?

Uma jovem vinha caminhando pelas ruas e quando viu Tyrant esboçou um sorriso. Ela tinha um sorriso inocente e caminhava com o vigor de uma iniciante que recém havia começado sua jornada.

- Oi! Eu me chamo Micaela e acabei de sair do laboratório do Professor Oak. Você aceita ser meu primeiro parceiro em uma batalha pokémon?

A jovem estava muito feliz e tirou uma pokébola toda pomposa em tons de azul.

- Blastoise eu escolho você!

Nesse momento o coração de Tyrant pausou por 1 segundo antes de voltar ao fluxo regular. Poderia ele ter sido ludibriado? Um cascudo simpático e de cabeça muito bem polida se apresentou. Pelo tamanho era um Squirtle.

- O professor Oak disse para eu pensar grande então foi isso que eu fiz! Um dia eu serei parte da elite dos 04 com o Blastoise.

O Squirtle estava apontando para seu peito enquanto levantava sua sobrancelha. Ele queria lutar e estava pronto para isso.

- Nós podemos? Começar?

Caso Tyrant autorizasse ela daria os seguintes comandos.

-Blastoise use o Tail Whip! Depois Vamos com o seu Tackle! Pega eles menina!

A Squirtle estava pronta para dominar o mundo assim como sua treinadora, mas elas ainda não sabiam quem era o desafiante e as aventuras que havia tido.