O laboratório estava, aparentemente, vazio. Não muito arrumado, mas com as coisas em cima das bancadas. Como som de fundo era possível escutar alguém roncando, provavelmente no chão atrás do balcão mais ao fundo.
Quase que no mesmo instante de trás do rapaz uma voz surgia interagindo com ele.
- Olá, você veio aqui para falar com professor? - Era uma garota bem baixinha, com uma voz fofa e vestida com um jaleco. Ela passou se apertando pelo rapaz e ao entrar no laboratório já começou a arrumar as bancadas por onde passava. Organizando e empilhando os papeis, guardando as pokébolas espalhadas e separando os frascos de poções.
Tudo era feito com o mínimo de cuidado possível e sem fazer muito barulho, parecia que ela não queria acordar a pessoa que estava no fundo roncando. Mas de qualquer forma ela esperava uma resposta daquela parado na porta.
Olá, Guga. ^^ Desculpa a demora pra postar, prometo dar um gás pra compensar essa espera. De qualquer, é um prazer poder te narrar e espero que possamos nos divertir com esse recrutamento. Qualquer coisa sabe que pode falar comigo no discord. <3
Treino dos pokémon no daycare: Tynamo 107, Dottler 57, Alolan Grimer 03. Obrigado migo, estou super ansioso pra fazermos essa rota juntos, e não se preocupa quanto a demora, hehehe.
Enquanto passava seus olhos pelo interior do laboratório, o galariano conseguia ouvir um som que não poderia passar despercebido. Sim, o ronco de alguém que dormia no meio daquela "bagunça". Claro, Mavis não julgava, afinal, era normal que em lugares como aquele, encontrasse pessoas trabalhando dia e noite para chegar a um resultado em suas pesquisas, ou coisas do tipo.
Não demorava muito para que uma voz surgisse por trás do treinador, lhe dando um susto de leve - Não quis invadir nem nada, mas sim, estava procurando pelo professor Birch, você sabe onde posso encontra-lo? - Meio sem jeito, o galariano falava, pensando em esclarecer a situação.
- Ahh, desculpa a grosseria, eu me chamo Mavis e você? - Ele falava, e não podia deixar de notar no cuidado que a garota tinha para fazer o mínimo de barulho possível enquanto organizava o laboratório - Hmm, se precisar de ajuda para arrumar, eu não me importo em dar uma mãozinha.
Depois de escutar que o interesse do garoto era encontrar o professor a menina guardou os restante das coisas que tinha em mãos, fez que não com a cabeça quando ouviu o treinador falando sobre ajudar a limpar e depois se agachou enquanto falava.
- Gostei do seu nome, achei bonito. Bem, eu me chamo Hariel. E é um prazer conhece-lo, Mavis. – Ela se levantou com dois pratos de bateria, andou até a última bancada e virou-se pra ele. – Só um minuto que vou chamar o professor. – E em seguida bateu os pratos com o máximo de força que tinha, fazendo um enorme barulho.
Logo na sequência foi possível escutar uma pancada bem forte da parte de baixo do móvel, seguido de um grito.
- MEU DEEEEEUUUS!!!!
Hariel já começava a tirar os instrumentos das mãos enquanto dava uma boa gargalhada. Olhando ainda para baixo ela falava.
- Levanta, tem um rapaz querendo falar com você aqui! – Logo depois do grito uma resposta veio ali de baixo. – Certo, mas eu já te falei pra não me acordar assim, por sorte não me machuquei de verdade. – Hariel dava de ombros, como se realmente não se importasse ou como se já soubesse que nada aconteceria.
Se levantando bem devagar aos poucos Birch apareceu, estava com o cabelo bem bagunçado, seus olhos ainda estavam grudados por acordar agora e sua roupa estava meio torta. Mas de alguma forma ele conseguia ver onde Mavis estava e acenava para ele.
- E aí, tudo bem? Falo contigo já já, deixa só eu acordar direito e tomar um café. – Ele ia caminhando para a maquinha que tinha em outro bancada, mas no caminho já começava a se arrumar. Em poucos minutos já estava bem melhor do que antes, e esse parecia ser o padrão dele, já que parou de tentar se arrumar logo que chegou nesse estado.
- Pronto, agora podemos conversar. Acho que você já me conhece, mas me apresentando direito, sou o professor Birch, é um prazer, rapaz. – Ele dava mais um gole no café antes de começar com as perguntas. – Você já deve ter se apresentado para a minha assistente, mas eu estava meio distante, digamos assim. Então, qual o seu nome? E qual o motivo de estar aqui?
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Enquanto observava a garota fazer todo o trabalho sozinha, Mavis a acompanhava com os olhos, agoniado por não poder ajudar a organizar aquela bagunça, mas enfim, ele não estava ali para isso - Hehehe, obrigado, meu nome é baseado em uma fada, e talvez seja por isso que sou apaixonado pelos pokémons do tipo fada. - Falava, seguindo de um sorriso meio bobo - Hariel? Que legal, eu tenho uma amiga com o nome super parecido. - O galariano comentava, lembrando de Lari, a loirinha que havia passado como um furacão em Slateport enquanto treinava com seus amigos da sociedade - "Espero poder conversar mais com ela da próxima vez." - Dessa vez ele pensava consigo mesmo, deixando os comentários de lado enquanto observava a garota ir chamar o professor Birch que aparentemente, era a fonte do ronco que Mavis ouvia minutos atrás.
Com a batida dos pratos, o galariano colocava as mãos tampando seus ouvidos, assustado por ver alguém sendo acordado dessa forma - "Minha nossa, eu teria morrido do coração se alguém me acordasse assim." - Pensava, enquanto abaixava as mãos novamente seguindo de um sorriso meio sem jeito.
Quando o professor finalmente levantava e se fazia visível ao treinador, algo mudava drasticamente seus pensamentos - Err... - Qualquer coisa que tentava falar naquele momento se resumia em apenas pequenos grunhidos, mas infelizmente o galariano não entendia o porque, mas simplesmente algo naquele homem fazia com que ele ficasse nervoso. Algo normal para quem era tímido, mas o treinador já estava lidando com aquele problema e nas ultimas vezes que conheceu pessoas novas da sociedade, não havia sido um problema... por que agora era?
Bom, talvez por causa do homem barbado que aparecia subitamente. Quando pensava em um professor, não imaginava nenhum homem daquele porte e muito menos bonitão daquele jeito. O problema era entender em sua cabeça que o que sentia naquele exato momento, não era timidez ou algo parecido, e sim uma chama que acendia dentro de si. Inicio de algo que iria mudar sua vida, e o coitado nem sabia do que se tratava.
Quando o galariano voltava a si, Birch estava na sua frente, tomando café e conversando - Er.. O prazer é todo meu, professor. - O treinador dizia estendendo seu braço para um aperto de mão, e ao mesmo tempo, suas bochechas coravam - Hehehe, perdão por ter acordado o senhor, digo, o professor. Meu nome é Mavis e eu vim com o intuito de ser seu aluno, se me permitir. - Finalizava abaixando sua cabeça junto de eu tronco (ato conhecido como reverencia ao pedir por um favor em algumas culturas).
Depois de tomar todo o café Birch já parecia bem acordado, talvez até acordado demais. Ele tentou arremessar o copo no lixo, mas errou e logo na sequência foi acertado na cabeça por uma pasta que Hariel carregava em mãos.
- Eu tô tentando arrumar aqui e você fazendo bagunça na frente do rapaz? Que exemplo de professor. – Ela respirava fundo, como se tivesse que aguentar isso todo dia.
- Ei, foi só porque eu errei, não fale assim. – O professor dava uma risada e depois se virava para Mavis. – Entendi, é muito bom ver jovens vindo até mim com essa intenção, fico realmente lisonjeado. Mas eu preciso perguntar a você, Mavis. O que te faz querer ser meu aluno? E o que espera encontrar seguindo os meus passos? Seja aqui no laboratório ou em campo.
Como alguém mais velho, bem estudado, especialista em comportamento pokémon e até mesmo depois de conhecer tantos jovens em sua vida o Professor Birch acabou por desenvolver uma boa percepção sobre as pessoas. E em Mavis ele percebeu uma incerteza em seus olhos, além de não sentir uma firmeza na voz. Por isso ele foi direto nas perguntas, queria pressionar o garoto para faze-lo focar no agora.
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O professor tinha uma vibe descolada e aos poucos Mavis mudava seu olhar. Examinava Birch de cima a baixo e quando ouvia a pergunta, finalmente parava para olhar em seus olhos e responder - Quanto a isso, eu tenho certeza que o senhor é o melhor quando se diz respeito aos habitats de diversos tipos de pokémon, e quem sabe, não posso vir a somar em suas pesquisas sobre Galar, caso venha a se interessar pela minha terra natal. - O treinador dizia, com seriedade em suas palavras. Por mais que a presença daquele homem fizesse com que o garoto ficasse meio nervoso, de uma coisa ele estava certo, ser aprendiz de alguém como Birch, com certeza ajudaria muito em sua jornada.
- Desculpa, talvez não tenha sido muito direto até então, mas eu pretendo aprender mais sobre os pokémons, e ninguém melhor para me ensinar ou me guiar, do que o senhor. - Finalizava com um sorriso bobo ao olhar nos olhos do professor - Então peço novamente que considere meu pedido, por favor. - Mavis podia pensar em diversos motivos para que aquele aprendizado viesse a somar, mas não vinha ao caso no momento comentar sobre mercenários e perigos que alguns pokémons podem estar passando por conta de gente que tenta usufruir do poder desses monstrinhos para fazer o mal.
Ao responder as perguntas Mavis mostrou um comportamento bem diferente do anterior, e isso agradava o professor. Ver o rapaz mais confiante e menos tímido ao conversar era bom, pessoas da área deles precisam ter uma boa lábia, saber conversar e se expressar bem. Mas isso seria um ponto que ele entraria quando conhecesse melhor o rapaz, por enquanto ele se atentou a outras coisas.
- Ei, se acalme, eu não disse que não te aceitaria. Então não tem porque pedir de novo. - Ele dava uma risada enquanto dava a volta na mesa e colocava a mão no ombro de Mavis. - Muito obrigado pelos elogios, mas tenha certeza que existem outras pessoas incríveis na mesma área que eu, você descobrirá com o tempo. Por enquanto vamos conversar um pouco mais sobre outras coisas. Quero saber sobre você antes de falar a respeito disso de professor e aluno. - Ele então sentou no banco ao lado do rapaz e fazia com a mão para ele fazer o mesmo. - Você disse que sua terra natal é Galar, né? Bem interessante, ainda não tive a oportunidade de viajar para lá, mas já li bastante. Me conte um pouco esse continente. E me fale também porque resolveu vir para Hoenn.
A conversa parecia melhorar bastante, Birch estava gostando do papo, então já tinha uma resposta meio que certa sobre o pedido, sendo assim restava só fazer mais algumas perguntas e então decidir qual missão daria como teste ao jovem.
Treino dos pokémon no daycare: Tynamo 110, Dottler 60, Alolan Grimer 06.
Um alívio tomou conta do galariano ao ouvir a primeira frase do professor mas não demorava muito para que algo tirasse completamente sua atenção novamente. Birch colocava a mão em um dos ombros do treinador e aquilo era motivo o suficiente para um arrepio percorrer sua espinha - "Meu deus, será que estou doente?" - Pensava consigo mesmo, já que não era normal sentir arrepios como aquele.
Enfim se sentava, acompanhando Birch na conversa - Ah sim, não quis desmerecer nenhum dos outros professores, mas realmente me interesso bastante em suas pesquisas no momento, se é que me entende. - Dizia meio sem jeito, tentando se explicar, mas logo a conversa continuava para outro assunto - Sim, eu venho de uma cidade chamada Ballonlea, que é localizada no meio de uma floresta fechada da região de Galar, se precisar de alguém para fazer um tour por lá, conte comigo, hehehe. - Fazia uma breve pausa para continuar a responder as perguntas de Birch.
- Galar é um dos continentes mais diversificados quando o assunto é pokémons estrangeiros. La nós usamos também partículas de energia que se encontram em certos pontos da região para o sistema de batalha dynamax, o que pode fazer uma batalha mudar bastante o seu rumo... digamos que é algo parecido com a mega evolução, hehehe. Mas com a marca registrada de Galar. - Enquanto Mavis falava algumas das informações que lembrava eventualmente sobre sua terra natal, olhava nos olhos do professor com um pouco de medo daquela sensação - Hmm, acho que não tinha apenas um motivo quando pensei em vir para Hoenn... Primeiramente eu gostaria de começar uma jornada em um local onde era provável que as pessoas não conhecesse minha mãe, já que eu gostaria de ser reconhecido pelo meu nome e não por ser "filho dela", entende? Em segundo plano, sei que poderia encontrar Ralts mais facilmente aqui em Hoenn. Acho que em terceiro plano, que na verdade passou a ser um objetivo enquanto conhecia melhor por aqui... eu gostaria de trazer justiça para pokémons maltratados e usados como escravos por mercenários. - Automaticamente seu rosto fechava em um olhar mais sério.
- Bom, esse ultimo objetivo é algo novo, então não tenho muito o que falar sobre isso, hehehe. - Finalizava tentando voltar com uma conversa menos tensa.
Birch dava uma boa risada quando via o garoto se embolando ao justificar que não estava desmerecendo ninguém, era engraçado ver como algumas falas poderiam levar a vários sentidos. Mas logo o assunto mudou para Galar e os olhos do professor brilharam com as informações, ele escutou tudo atentamente, de forma alguma queria interromper o garoto, então quando o mesmo terminou de falar foi que ele comentou.
- Ballonlea, hein? Não conhecia, mas acredito que seja realmente muito interessante, quando conseguir viajar ao continente te levarei comigo, pode ter certeza. – Logo depois ele parou um pouco, pensou e então continuou. – Eu já ouvi falar e já li sobre esse tal de dynamax, parece ser algo bem incrível. Com certeza é algo que quero ver, então é mais um motivo para ir a Galar.
Ele enfim se levantou e começou a dar a volta no balcão, indo em direção a um amontoado de coisas em outro lugar, mas continuava falando.
- Você disse que queria ir a um local onde não conhecessem sua mãe, então acho que não vai se ofender se eu falar que não conheço ninguém de lá, né? Ela é alguém famosa? – Ele parou na frente de uma enorme pilha de pastas numa mesa, mas não começou a mexer nelas. – Quanto ao Ralts, já conseguiu capturar? E sobre esses mercenários, realmente eles tem aumentado os seus números e isso é um problema, ter algum como você ajudando os pokémons com certeza vai ser muito bom. Mas mudando de assunto, você tem algum pokémon de água? E mergulhar, você gosta?
Treino dos pokémon no daycare: Tynamo 111, Dottler 61, Alolan Grimer 07.
Mavis parecia estar curtindo a conversa com o professor, apesar de alguns momentos de tensão e sentimentos que iam e vinham, prestava bastante atenção nas palavras proferidas por Birch - Ta brincando né? Seria uma honra acompanhar o senhor na viagem. - Seus olhos brilhavam enquanto respondia prontamente.
Quando era perguntado sobre sua mãe, o treinador tentava desviar do assunto - Hmm, ela é conhecida em algumas regiões como Galar, Kalos e Unova, mas digamos que ela é famosa em um ramo específico de trinadora pokémon. - E então finalizava a frase em um tom muito mais baixo, praticamente cochichando para si mesmo - Claro que fazer parte dessa vida era mais importante que criar o próprio filho. Mavis não falava com o intuito de fazer o professor ouvir aquilo, apenas havia colocado para fora, como um mecanismo de defesa.
Sorte que logo a conversa voltava para um assunto que o galariano gostava, e muito - Ah sim, eu tive a chance de salvar uma pequena Ralts. Ela era abusada pelos mercenários, então foi daí que comecei a ter interesse em fazer um pouco de justiça com minhas mãos... ou melhor, com a ajuda de meus pokémons. - Abria um sorriso, lembrando que naquele momento, a pequena Ralts já era uma linda Gardevoir, com alguns problemas de confiança, mas que estavam sendo resolvidos aos poucos.
- Bom, minha primeira pokémon foi uma Mudkip e hoje já é uma Swampert, então tenho ela como aquática. E quanto a mergulhar, eu adoro. Fiz aulas de mergulho a um tempo atrás nas praias das ilhas próximas de Galar, mas acredito que por conta do tempo, eu esteja enferrujado, se é que me entende, hehehe. - Aulas de mergulho a cinco anos atrás eram praticamente inúteis, ou por assim dizer, mas era bom ao menos deixar claro que não era um completo amador naquela área - Por que, professor? Qual é sua ideia? - Indagava, tentando acompanhar a linha de raciocínio.
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