008 — Cultivando

Ethan dava uma risada alta quebrando todo o clima de tensão construído por Charlie.

- Era um quarto de criança dos antigos donos seu bobo. Só isso. Olha aqui: quem ler essa carta e não passar essa mensagem adiante para sete pessoas...

O amigo de Charlie fazia uma brincadeira com um que de sarcasmo.

- Falando sério agora. Aqui diz da festa do chá de dois irmãos. Tá bem ruim de ler mas eles usavam esse disco para ensinar o seu pokémon....aqui uma chikorita. A trazer mais amigos para a festa. Curioso não acha?

Tirando o misticismo dá situação Ethan trazia um ponto de vista mais cientifico e pegava o disco da mesa. Antes de pegar ele tentava assustar seu amigo fingindo que algo havia pego a sua mão. Tendo terminado a brincadeira sem graça voltava a ficar mais sério.

- Podemos ligar perguntando se o antigo dono tinha filhos para a imobiliária. Aqui está bem empoeirado, mas não parece nenhum lugar amaldiçoado não. Poderia ser até um porão ou base secreta caso quisermos guardar algo precioso algum dia. Charlie ainda está me acompanhando?

Mesmo Ethan brincando ele sabia quando era a hora de parar. Pegou na mão de Charlie e disse que tudo ia ficar bem enquanto guiava seu amigo para longe daquele recinto suspeito. Ao chegar mais uma vez a superfície o Ar fresco enchia os pulmões de ambos os treinadores. Não ter a prisão de um teto e paredes parecia ser um sinônimo de liberdade naquele momento.

- Charlie sabe o número da imobiliária? Senão eu posso procurar na pokenet.

A fala de Ethan trazia uma ideia peculiar e talvez até maiores respostas as dúvidas de Charlie. Será que se colocasse o nome e número da sua propriedade na Pokénet encontraria novas informações sobre os antigos moradores? Bom só havia uma forma de descobrir, além disso seus pokémons vinham receber o treinador com um abraço. Mais especificamente: Audino e Azumarill. A dupla mostrava suas barriguinhas deixando claro que havia chego o horário deles e os outros pokémons comerem algo antes de seguirem as tarefas na fazenda.

Charlie usava uma das técnicas mais poderosas da atualizada: Terceirização de serviços. Ethan que desse conta daquele lugar amaldiçoado e de procurar informações sobre os antigos donos. Harrison tinha algumas bocas amáveis para alimentar incluindo a sua própria. Sendo assim, seguiu de volta para sua propriedade. Ao entrar na cozinha, percebeu que os móveis ainda não eram os melhores possíveis da casa dos sonhos e a frase de Francisca sobre os vizinhos que existiam ao redor e as possibilidades que tinham de conseguir algumas vantagens para sua ilustre propriedade. Talvez até um fogão com mais bocas ou serviços de manutenção melhores para quando precisasse se ausentar. Ethan ainda não tinha voltado e isso dava Charlie algum tempo em sua própria companhia para refletir sobre as conquistas até então ou fazer outras coisas.

Seus pokémons estavam com água na boca e alguns bem sujinhos pelo trabalho constante de mexer na terra cuidando para que o solo tivesse o melhor desenvolvimento possível. Ivysaur em específico sorria para Charlie e aguardava ansiosamente pelo desabrochar das sementes de girassol, mas sabia que ainda iria demorar até o lindo dia onde o repouso dos Girassóis seria coberto de uma ponta a outra pelas radiantes plantas amarelas. Os olhos do mais antigo parceiro de Charlie brilhavam com a emoção do futuro glorioso que estava para vir.

O Rotom Phone de Ethan dava sinal de que estava conectado, mas ainda nada do moço. Será que algo de diferente havia acontecido com o colega de longa data do Criador? Ou apenas era uma demora em coletar informações. Ao olhar o telefone o sinal ia reduzindo até que por fim ficava fora de área.

Charlie servia os seus amigos com a boa comida que ainda tinha. Talvez tivesse que ir na cidade em breve recarregar o estoque, mas isso era preocupação para outro momento. Em meio a seus pensamento uma sequência de batidas acometia a porta do jovem. Ainda pensativo quanto as questões assombrosas do passado ele verificou espiando pela janela e confirmava o retorno de Francisca. Desta vez sem sua cesta com comia (Infelizmente). Como a porta de saída e entrada era a mesma ele deveria abrir para prosseguir a busca com Ethan e seus pokémons. A moça sorridente dizia.

- Surpresa! Aqui está um adiantamento para já começarmos a usar a terra. Não é muito, mas deve te ajudar em alguma das manutenções da fazenda.

Um envelope contendo 500 pks era dado ao jovem. A moça ao ver o semblante preocupado dele e a ausência de Ethan ficava em choque.

- Não creio...eu achei que o amor de vocês era para sempre...como você está amigo? Quer um chocolate quente? Posso fazer para você qualquer coisa.

Claramente um mal entendido, mas a moça não deveria negar ir com Charlie caso ele explicasse a situação, quem sabe aprenderia mais sobre os antigos vizinhos também...Francisca poderia conhecer eles afinal de contas.

Francisca levava a mão até sua testa buscando informações que estavam no intimo de sua memória.

- Que bom que está tudo bem. Quanto aos antigos moradores os rangers vieram aqui perguntando sobre eles faziam alguns meses. Não eram muito de se misturar e ao que tudo indicava foram presos por trafego de pokémons, mas os vizinhos que moravam antes deles eram muito legais. Tinham umas quatro crianças que brincavam comigo quando eu ainda era bem pequena. Viviamos correndo para cima e para baixo. Tinha até um esconderijo secreto que os pais deles fizeram para nós xD. A bons tempos.

A moça encontrava um Harrison querendo partir em busca de seu Ethan. Logo ela voltou a realidade.

- A esse quarto ai dependendo de onde for era onde nós brincávamos a muito tempo. Guardamos umas coisas lá para quando fossemos bons treinadores. Nunca mais nos vimos e as coisas continuaram lá. Quer que eu segure a sua mão para irmos junto?

Ela oferecia a mão mais como um gesto de carinho pela situação de nervosismo do que com qualquer tipo de segunda intenção.

- Ele deve estar bem. Não tinha nenhuma armadilha ou pokémon selvagem lá quando saímos xD.