[Recrutamento de Aprendiz] Minori Sasaki

Num lapso, Bugsy cogitou começar a falar sobre insetos, indicando o que Minori deveria falar. O problema é que logo ele reparara que não era esse seu papel: ele até poderia ser seu Mestre futuramente, mas não seu professor. Talvez dar-lhe livros seria melhor do que dar-lhe respostas. Trabalhar o que Minori já sabia também. Enfim, decidira ficar quieto e esperar pela próxima pérola.

- "Chora a bala"? - Perguntara, fazendo aspas com as mãos - O que é isso?!

Bem, o rapaz não esperou muito para saber. A frase anterior dera um quê de confirmação, sendo assim, deu de ombros e continuou:
- Um casal de nômades entrou com um trailer no pé da Ilex Forest. Meu mel tem ficado um pouco famosinho e acho que isso que atraiu eles... - Parara por um instante ai e botara um dos dedos na ponta da boca - Não sei... vou continuar. Não importa muito a motivação deles, mas eles vieram para a Ilex e estacionaram seu Trailer lá. Deve estar só à um ou dois quilômetros daqui. Eles aproveitaram o transito e raptou duas de minhas abelhas. Uma Combee fêmea e um Beedrill macho. Usou meu mel para alimentar a Combee e fez dela abelha rainha né... replicou o apiário inteiro e ai já viu, né?!

Ok, era um caso de "ciúmes" de suas próprias abelhas?! Podia ser um pouco desonesto, mas ainda não havia um problema aparente nisso, não é?! Bugsy, de início, pareceu um garoto meio possessivo ao contar a história. Quando se tem apiários ao ar-livre, essas coisas podem acontecer, não é? Bem... não. Não era esse o ponto que ele queria chegar:
- Reparou que tão todas meio cansadas? Também não ta muito movimentado aqui... meio que como ele ta tentando produzir o mel para produção em escala distrital, ele anda usando muito Incense e produtos químicos, o que tem atraído tanto as abelhas da nossa rainha - a referência da Rainha era exatamente a Combee da história anterior, que eu contei. Minori sabe disso? Não - Quando outros insetos... não necessariamente selvagens... para essa região. Esse movimento todo ta causando muito conflito e o nível de stress das abelhas tem aumentado. Pra resolver o problema, a família prendeu todas as abelhas em um apiário fechado... isso inclui muitas das nossas. A minha rainha está morrendo por não ter mais suprimento de Geleia Real para se manter e eu não tenho mais nenhuma Combee fêmea para alimentá-la e manter o meu apiário por muito tempo... e mesmo que eu arranje, com esse homem usando Incense para aumentar a produção, eu nunca vou conseguir manter meu apiário vivo por meios naturais.

Ok, agora fazia certo sentido, não é?! Bem, dessa vez Bugsy decidira levar Minori até a abelha rainha-mor. Atravessaram o corredor transversal, entraram na última das entradas (pleonasmo, dã) e caminharam até o fim. Ali haveria um favor extremamente maior. Dentro dele uma Vespiqueen extremamente alta (e desnutrida) se deitava, com a barra de seu vestido para fora do favo.

- É, eu não posso ir lá e fazer porque eu to meio errado nessa história toda, sabe? Eu nem devia estar cultivando mel, para início de conversa. Eu falo que é para estudo e não pela relação que eu criei com Lena - Lena era a Queen Bee - E eles não estão "errados" juridicamente falando. Incenso nem é algo proibido... criadores fazer isso o tempo todo. Talvez a guarda patrimonial processo eles por danos à Fauna, mas nada que vá ser imediato.

Apesar de não ter indicado o caso como uma missão, era óbvio que as duas histórias podiam muito bem servir como tarefa à Minori. A menina pegou isso logo de cara, poupando certas voltas que o líder iria dar:
- Ok, então você me salva dessa?! Acho que libertar todas as abelhas e destruir os incensos e a produção deles já vai ser suficiente para esses caras sumirem daqui... o outro problema... bem, eu arranjo um adulto que não entende nada. Sabe? É um saco ninguém gostar de insetos... queria ter uma horda de estagiários igual o ginásio da Misty...

Quando Minori falou de Buck, Bugsy riu sem graça e revirou os olhinhos meio irritado:
- Pff, acho que a solução vai ser pagar hora extra pra ele mesmo...

Ali Minori já confirmava seu desejo e sua força. Bem, não estava errada, né?! Ela era forte e ela tinha desejo! Isso até melhorara em muito o humor do garotinho, que dava um pulinho comemorativo e um aperto de mãos na menina. Sua cabeça balançara um pouco, mostrando um sorriso inovador e uma confirmação esperançosa:
- Obrigada, Minori! Qualquer coisa me avise, te desejo toda a paciência do mundo! - Provavelmente ela iria precisar.

OFF: OI PRA VOCÊ TAMBÉM

Quando MInori entrou no ginásio, já viu Bucky CHEIO DE PICADAS DE INSETO, sentado na cadeira da recepção e de braços cruzados, na maior cara de "mal-humorado". Não precisamos ler mentes para saber o que ele pensava: "meu salário vale isso?". É... parece que ele não curtiu muito a palestra e o passeio pelo mundo dos insetos... ao menos, não deu muito certo pra ele.

Como pode um recepcionista de ginásio-inseto se dar tão mal com os bichinhos? No mais, assim que Minori o chamou, o homem-musculoso lhe fuzilou com os olhos, afinal, ele só teve que ir nesse diacho de passeio porque Minori se recusou a ir e porque (pasmem), ela deu a ideia de colocá-lo no meio disso.
- Ta na colmeia - Disse entre dentes, desviando o olhar, claramente mal humorado.

Vixe Bucky... que bicho te mordeu? Nem parece o cara que ficou pegando no pé de Minori na sua primeira vinda ao ginásio...

OFF: Fazia um tempo que não vinha... acredita?

Como já imaginado, Minori se lembrava do caminho e não precisou de referências. Entrou na sala-de-batalha, subiu as escadas e foi para a sala que outrora lancharam. Ali, reparou que Bucky estava um pouquinho precipitado, visto que Bugsy não estava "dentro" da colmeia, como bem-dizera, mas sim próximo da porta, deitado num sofá-recém comprado, de pernas cruzadas e olhando para o teto, enquanto suspirava com um sorriso no rosto.

... é, se para Bucky o passeio não foi tão bom, podemos dizer que para Bugsy há uma alta probabilidade d'ele ter conseguido a atenção que queria da moçoila que ama. Estava tão distraído em devaneios que não percebeu a entrada abrupta de Minori - nem mesmo seus passos pesados e seu jeito esculachado de "entrar entrando".

- Ai ai... - Suspirou mais uma vez, ainda olhando para o teto, um tanto ruborizado.