Gimme

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Assim que começamos a caminhar de volta para o caminho de antes, Mahiro constatou algo que eu não sabia; provavelmente naquela hora em que ele estava com uma expressão assustadora, eu suponho, ele tenha visto essa tal garota. Provavelmente é a mesma história, mas como ela tinha fugido, e ninguém sabia pra onde, não tínhamos como segui-la, nossa única opção era continuar nosso trajeto e torcer para topar com essa treta de novo, só pra matar a curiosidade do que está acontecendo, sabe? Eu sou curioso, não vou mentir dizendo que não quero saber o que aconteceu de fato, mas simplesmente não tinha opção de ir atrás dela.

De qualquer forma, conforme íamos seguindo atrás do Croagunk tão sonhado, mais Gekido ficava animado, o que poderia ser um bom sinal, né? Ele poderia estar sentindo algo que ninguém mais sente, e quando ele pareceu ter encontrado algo, eu realmente achei que seria o momento, mas fui enganado. Do contrário, o que encontramos não tinha a ver com sapos: era a linha vermelha que o Ranger nos disse para não cruzar. Tão tentadora... - Não vou dizer que não quero atravessar, mas... O que você acha? - Questionei o garoto quando ambos paramos na frente da linha. - Quer dizer, o que pode ter aí?

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Andamos um bocado após o último incidente, e nada de termos uma pista de sapos ou da tal garota selvagem. O que encontramos foram buracos, e Gekido se jogou para investigar. Me deu uma esperança, uma vez que Gekido não é muito de se mexer e começar a tomar iniciativa própria dessa maneira. Mas infelizmente os buracos estavam vázios.
Tanto eu quanto Luke já estávamos ficando com fadiga, e havíamos espirrado barro em nossas roupas com tantas pisadas naquele lamaçal. No entanto comprometi que ajudaria ele a encontrar seu Croagunk, e não iria desistir, mesmo com uma ordem Ranger de não atravessar as faixas de segurança.
_ Vamos... Não pode ser pior que um corpo... E espero não estarmos atrapalhando alguma investigação importante. Mas tenho certeza que nosso objetivo está além dessa linha. Aquele Ranger deve ter mentido para nós porque os Croagunks devem estar além daqui. No pior, vamos tentar nos moitar e não chamar atenção desnecessária. Se formos pegos vai ser um tanto chato.
Apesar de falar isso, me sentia inseguro e um pouco de receio. Mas confesso que fazer algo errado também gerava um tanto de adrenalina.

Decidimos que seria melhor atravessar a faixa vermelha, e saindo daquele lamaçal nos encontramos em um solo mais compacto, mas o que surpreendera fora alguns Exeggcutes rodeando um Exeggutor caído.
Para mim, um treinador de Exeggutor, era difícil de assistir aquela situação, mas não poderia me aproximar para aplicar devidos cuidados ao pokémon planta desmaiado pois as pré evoluções, que penso eu, serem crias do mesmo, não me deixariam me aproximar.
_ Luke, vamos tentar não enfezar eles. _ Disse, liberando minha Florges. _ Niku, use Grassy Terrain.
Com a habilidade do campo de grama, todos ali presente deverão sentir um leve refresco em determinadas pausas de tempo, esperava então ser o suficiente para indicar aos pokémons que viemos em paz;

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- Sim, concordo. - Comentei enquanto decidíamos voltar a caminhar para além da linha determinada por aquele ranger ridículo de antes, e que provavelmente nos enganou; quer dizer, desde que chegamos aqui estava chovendo, como era possível estarmos em uma época que não chove? O problema com os trabalhadores no Della Mamma era justamente o excesso de chuva... Algo não está certo, e eu devo admitir que estava bastante curioso para descobrir o que. Quando começamos a andar, reparei que o solo ficou mais consistente, e que Gekido não havia gostado disso, o que era um péssimo sinal pra nossa caçada.

Se o Toxicroak não gostou, provavelmente nenhum Croagunk iria, e portanto, poderia não haver sapo algum desse lado da linha; mas ta tudo bem, contanto que descubramos o que tem aqui, e o que os Rangers estão escondendo. Bem, em algum tempo de caminhada, encontramos uma árvore caída no chão e alguns Exeggcute vindo para cima de nós; Mahiro notou antes de mim, e já agiu para tentar restaurar a árvore, que eu descobri se tratar de um Exeggcutor, o que fazia total sentido com a situação que encontramos. Provavelmente os ovos estavam tentando defender a árvore que não tinha braços pra se levantar, mas que seria curada pelo Grassy Terrain da Florges de Hiro; eu dei de ombros quanto a não poder lutar com eles, sabendo que era isso que Pandora queria.

- Isso não parece muito... Natural. - Comentei sobre o Pokémon caído. Provavelmente alguém fez isso a ele, quem era a dúvida, e porque, claro.

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_ Opa opa! Não queremos criar alarde. Viemos até aqui pois disseram que haviam Croagunks selvagens. _ Respondi com a entrevista da garota.
Essa que por sinal nos deu um susto ao aparecer assim de repente. Era uma garota bonita por sinal, apesar do jeito selvagem de se vestir e agir, era alguém com um cabelo de dar inveja e uma musculatura que lhe davam curvas na medida. Me lembrava um personagem fictício da minha infância, Chrono Triggered. Era até difícil acreditar que ela vivia naquele lugar, ainda mais pelo linguajar e de seu cinto com pokébolas e uma pistola característica dos Rangers. Seria ela uma deles ou teria assaltado de um deles?
Bem, não iria julgar, apenas esperava que a minha atitude assistida por ela de recolher o lixo e tentar salvar Exeggutor sejam o suficientes para mostrar que não somos os vilões aqui.
_ Mas não sabíamos que esse lugar estava invadido por pescadores sem noção e Rangers por toda parte. É algo que deveríamos nos preocupar? _ Tentei tirar minha dúvida que tanto me perturbava naquele momento.

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Até que a estratégia de Hiro havia funcionado; a energia que emanava de Florges era bastante calma, e deixava todos nós mais sentimentais e menos apáticos um ao outro. Os ovos pareciam até mesmo estar um pouco mais interessados em nós do que agressivos como antes, e claramente notavam que não havia sido nós quem derrubou seu líder/pai/mãe/parente; isso era ótimo, já que assim não precisaríamos lutar contra os Exeggcutes que já estavam um pouco indefesos, apesar de Pandora claramente querer uma batalha o quanto antes. O Exeggcutor caído, contudo, não parecia ter melhorado, ele continuava ferido e precisaria de mais do que apenas um terreno mais verde para poder voltar a sua saúde.

De qualquer forma, essa não era nossa maior preocupação; no segundo seguinte, uma garota apareceu do nada, com trajes selvagens o bastante para ser uma criatura da floresta, mas o cinto em sua roupa não a deixava se camuflar tão bem. Seria essa a menina com o monstro de que os dois estavam falando? Provavelmente sim, faria todo sentido, e o monstro provavelmente era o próprio Exeggcutor; a garota colocou algo na boca do psíquico e se virou para nos confrontar. - Como assim quem somos nós? Quem é você? - Questionei, cruzando os braços.

Eu não iria cair em outra briga de ego por aqui, só queria encontrar descobrir onde poderia encontrar um Croagunk e cair fora, mas algo me dizia que ela não gostaria de saber que eu irei "sequestrar" um dos sapos do pântano... Pra sempre. Mas bem... Mahiro estragou tudo antes que eu pudesse falar algo. Suspirei, passando a mão na têmpora e tentando pensar em como a reação dela seria ruim, se ela fosse uma espécie de protetora da floresta. - Só queremos um Croagunk... Não iremos intereferir em mais nada. - Dei de ombros, reafirmando a fala de meu companheiro bocão aberto.

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Eu achei tudo muito estranho no início, com ela falando sozinha, mas quando a garota começou a explicar a situação, tudo se encaixou perfeitamente na minha cabeça; agora fazia sentido o porque do Ranger ter dito que não haviam Croagunk por aqui: ele nos enganou! Mas é óbvio que ele faria isso, estava defendendo seus interesses, e essa era uma das coisas que me fazia não acreditar nessa instituição; quer dizer, a maior parte desses cadetes eram corruptos, a organização era, por detrás dos panos um grande emaranhado de esquemas político-milicianos, e meu pai sempre me disse isso.

Só não achei que fosse presenciar tão de perto essa situação.

Parte de mim queria vazar dali, arranjar um Ditto e fazer um filho com o Gekido para mim, mas a parte que falava mais alto era a de impunidade. - Ei! Eu estava enfrentando o casal que estava jogando lixo pra todo lado... - Cruzei os braços e fiquei com um bico do tamanho do mundo. - Eu só botei fogo nas coisas deles. Não tenho culpa que os Krabby se assustaram. - Dei de ombros e virei a cara. Agora posso dizer que eu estava mais tendencioso a partir dali, mas a garota não pareceu querer me acusar por tanto tempo, e logo pediu que a gente voltasse.

Eu tenho certeza que Mahiro concordaria comigo, então, me pus a falar de novo. - Nós podemos te ajudar. Quer dizer, não quero que essa situação continue assim, e nossa Sociedade já resolveu problemas de Arborville anteriormente. - Comentei, esperando que ela aceitasse. - Podemos derrotar aquele cara e espantar eles daqui ou expor o plano pra algum órgão mais competente. - Eu não sabia bem como ajuda-la, mas tenho certeza que ela tem um plano, e nós poderíamos fazer parte dele. - Apesar de eu querer capturar um Croagunk, não quero que os outros fiquem aqui sofrendo... Assim como o meu não vai. Isso é cruel demais pra gente ignorar.

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