Pokémon Mythology RPG
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[EVENTO] Música do Pardal da Noite ~ Pássaro Noturno

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OFF :


Noite Aventurosa




~♪
O Caminho Onde Humanos Somem
Feras e Espíritos são o que passeiam pela madrugada, até na estrada dos humanos.
Não deveria ter nenhuma forma humana a vista, pelo menos.


I – Lilycove City


Lariel, uma humana tenaz, uma adolescente que apenas poucos meses atrás pôde sair para uma aventura, diferente de vários outros jovens de sua espécie que saem mais jovens, inclusive um desenho retrata um garoto que sai aos dez anos e começa com um Pikachu... Eu não tenho dúvida que a garota loirinha queria fazer o mesmo quando me recebera, apenas explorar o mundo e se divertir... Bem, as coisas não podem ser como sempre queremos, infelizmente. Todavia, isso é papo do passado, para falar a verdade eu não faço a mínima ideia porque eu estou pensando isso enquanto estou voando pelos ares num besouro! Sim, minha treinadora, após vários macetes e gambiarras com pessoas que ela encontrou na internet, conseguiu uma suposta pedra mística que transformou aquele insetozinho com umas cargas de sobra num monstro chifrudo e gigante, eu simplesmente não entendo como ela faz isso... No momento atual, estou em seu colo, morrendo de medo de cair da altura em que estamos, isso certamente não é seguro, nem um pouco!

A verdade é que seu progresso inesperado vem parcialmente pelo torneio que ela participara apenas dois dias atrás, uma tal de copa-cereja na qual ela conseguiu chegar nas quartas de final apenas com um fantasminha que ela recebeu não se faz nem três semanas! Embora desnecessário dizer, seus pais ficaram impressionados com a sua capacidade, disso muito eu sei porque ela nem se deu o favor de me levar para lá, portanto fiquei na casa deles, que tecnicamente ainda é nossa residência. A desculpa? Algo sobre espaço cheio pois tinha que levar uns ovos... Eu fiquei com muitas saudades dela no que quase foi uma semana de lutas inacabáveis... E assim que ela volta, ela faz um curso de voo e já está se aventurando pelo céu celeste?! Eu não consigo enfatizar mais como eu não estou gostando nem um pouco dessa ideia de estar tão alto no céu, não gosto mesmo!

- Não fica com medo, Nini! Vamos aproveitar a noite enquanto podemos, a noite é uma criança e eu também, o par perfeito, não acha? – A mocinha diz, segurando uma mão em mim e outra no seu chapéu que estava com vontade de escapar desse lugar aterrorizando tanto quanto eu... Eu aprecio sua preocupação comigo, Lari. Porém, você não devia estar prestando atenção por onde voamos?! Sei que no céu aberto não parece ter nada, mas pior seria se trombássemos com um pássaro! Nesse exato momento, o sol já se pôs para iluminar o outro lado do planeta, um belo lembrete de que devíamos apenas dormir e deixar esse papo de aventura de lado, porém aqui estamos... Mesmo escuro, a força voltaica do Heaven’s Door, um atual Vikavolt, parece extremamente energizada, então ele se ilumina com facilidade para enxergar nosso trajeto, sem contar com sua velocidade baixa, então posso agradecer a ele por uma viagem mais segura do que se fosse, digamos, num voador como Swellow...

- Muito bom trabalho, querido Heaven, você tem ótimo domínio de sua nova forma! – Nuvelle comenta, fazendo um leve carinho em sua cabeça, o inseto reage liberando umas cargas para frente, estaria ele animado por estar deixando sua “mãe” feliz? Chega até a ser adorável... - Agora, que tal acelerarmos?! Vamos dar nosso melhor, sempre! – Oh não, por favor, não... Porém era tarde demais para sequer abrir minha boca para protestar, com um zumbido alto, ele aumenta sua velocidade abaixando sua altitude diagonalmente, inclinando-se e usando uma resistência de vento superior para ganhar mais força nas suas asas. Eu não tinha como protestar, malgrado não deixei de gritar pela minha vida, mesmo sentindo o toque da minha humana não foi o suficiente para apaziguar meu medo inato...

Após uma viagem longa e traumatizante, nós finalmente podemos sair de nossa carona maldita e pisar em terra firme... Eu levei isso para o lado mais literal possível, quase que beijando o solo, tanto de alívio e náusea ao ser liberado... Momentos depois, sinto mãos cujas quais estou muito familiarizado segurarem-me, nada mais que a da minha jovem mestra, fazendo um carinho para meu mal-estar... - Você foi incrível, Heaven, meus parabéns por ser tão forte e inteligente! E você, Ninian, eu avisei que era melhor ter ficado na sua pokébola, porém você nunca escuta... – Apesar de ser verdade, e que eu não nego estar na vontade de ter ido para minha pokébola um momento ou outro da viagem, eu me sinto muito mais seguro perto da Lariel, então não faz mal ter que aguentar isso uma vez ou outra... Não iremos ficar voando constantemente assim, né?... Enfim, retornando o elétrico que levita sobre chão para sua esfera bicolor, agora é apenas eu e a loirinha, a minha coordenadora e eu o coordenado.

- Nini, você lembra por que estamos aqui? – É verdade, eu quase que esqueço de abrir os olhos para observar nosso local... Olhando bem, parece que estamos próximas de um Centro Pokémon, apesar de não muita gente lá fora pois está escuro demais, iluminado apenas pelas luzes externas das lojas, janelas que expõe o interior dos estabelecimentos visíveis e lamparinas que estão estrategicamente posicionadas pelas ruas... Essa é para ser a cidade de Lilycove, não é? Afinal, foi onde disse que iríamos. Apesar de que, com toda sinceridade, eu não sei o que diachos vamos fazer a noite numa cidade grande dessas! Talvez nos apresentar em algum palco subterrâneo? Eu balanço minha cabeça em negação, se ela me disse, o medo me fez esquecer!

- Lilycove é uma metrópole muito famosa pelos seus itens raros que auxiliam vários treinadores. Em outras palavras, aqui é o lugar perfeito para acharmos treinadores fortes e, como um bônus, estamos numa conexão marítima, o que significa que podemos achar vários aquáticos para treinarmos. Isso mesmo, nós precisamos treinar! – Treinar? De nooovo?! Isso é por causa de sua colocação no torneio? Não pode ser, afinal chegar até as quartas é uma boa posição para sair, não?! Apesar da fala da humana ser coesa e lógica, admito que treinar parece um saco... Que tipo de humanos e Pokémon nós encontraremos aqui, sequer? Seria seguro para nós? Bem, o Heaven’s Door certamente parece ter força para cuidar de minha treinadora, porém eu estarei envolvido nesses exercícios também?

- Eu não consigo ver sua carinha taxa direito, mas sei que está querendo dizer “Nããão, de novo não!!” – Sim, estou mesmo! Não precisa ler mentes para saber disso, ao menos... - Porém, você também não quer ter potência para brilhar que nem os outros? Bastet é muito forte, certeza que prefere ficar na sombra dele? – A adolescente indaga-me uma pergunta bastante potente... Bastet é o Magneton que ela recebeu de uma fonte anônima, ao menos eu não sei quem é o treinador original, e esse metálico de fato tem capacidade de combate avançadas... Que droga, eu realmente não posso – e nem quero – negar! Em resposta ao meu olhar aflito de que me sinto derrotado após o questionamento, a garota ri em felicidade, dando-me uns afagos antes de continuar falando.

- Vai dá tudo certo, é apenas treinando que poderemos chegar longe, o nosso próximo passo deve ser pegar nosso adorno de especialista! – Embora eu não entenda desse papo de especialidade, Lariel já falou muito dele para mim, de que precisa ter três Pokémon com um elo muito forte e capacidade de batalha aprimorada, então por isso o treino... - E eu não quero mais passar a vergonha que passei lá... – A loira suspira, olhando para o chão por um momento, então ajustando o seu vestido azul e limpando umas sujeirinhas que acabaram entrando no tecido enquanto voávamos... Parece que eu acertei em cheio no motivo de melancolia da Nuvelle, apesar de eu achar um motivo tolo, ela já impressionou o seus pais! Apesar de ela não saber disso ainda...

- Vamos nessa? Se andarmos pelos postes não tem risco de nos perdemos... Até é meio nostálgico, lembra de quando fugi de casa aquela vez? – Minha treinadora puxa papo comigo enquanto passeamos pela cidade noturna, eu capto sons de televisões em estabelecimentos próximos, provavelmente bares e restaurantes enquanto também escuto a minha humana relembrar um passado indesejável... Pois fora numa noite como essa (embora de proporções muito menores) onde fizemos nossa primeira tentativa de fugir de casa, fora do nosso aprisionamento, numa vontade forte de sair e explorar o continente... Agora que realmente temos essa liberdade, o que faremos dela? Como vivenciaremos o inexorável mundo que está a nossa frente? As luzes urbanas que penetram o céu acima se mesclam com o brilho lunar e sufocam o dom natural das estrelas, é nesse ambiente onde teremos experiências novas, mas quais?


Última edição por LauraLostLove em Qui Mar 25 2021, 01:28, editado 3 vez(es)

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off. :

Cleffa egg: 32/60;
Eevee egg: 32/40.


Um, uma pausa, dois, três, quatro. Um total de quatro insígnias. Não era nem ao menos um mês desde que vivera à mercê dos ventos de entidades, digladiando diariamente com o emaranhado de sentimentos e toda a correnteza do destino que buscava de todo modo contê-lo em seu único objetivo: a perfeição. Conceito este abstrato, ainda mais em uma espécie em que a imperfeição e mutações negativas reinam, predizendo caráter funesto à numerosa prole. Paradoxal, pois para o kantoniano, alcançá-la e libertar-se de todas as amarras emocionais e lembranças que vez ou outra atormentavam o seu consciente; incrível como uma única visão colocava em xeque aquela estabilidade e neutralidade que Nicholas julgava estar dominando.

Desafiar os ginásios era um bom passatempo; ocupar a mente tão lancinada com estratagemas de batalhas, decidir como enfrentá-los e predizer os movimentos dos líderes fez o louro olvidar de alguns problemas. Uma voz sussurrava-o também uma cruzada em um ambiente ainda mais inóspito, ainda que alertado por pessoas próximas de que não deveria adentrar tão fundo nas gargantas de Shimmer. Ora, intrépido, arriscar-se era a melhor maneira de testar a sua força para cumprir uma promessa aos seus pais; confrontar um lendário e fenômenos místicos cuja origem era desconhecida para um convite e tanto, huh?

Uma mescla de pensamentos murmuravam ao seu consciente pouco a pouco menos lúcido. Nicholas jazia no ar sobre as costas de Balerdroch. O réptil alado domava os ares de maneira exímia, mantendo velocidade branda e vez ou outra desviando os olhares para o treinador ás, flagrando-o deixando os oceânicos orbes bailarem entre as nuvens, vagos, incertos. Grunhia como um murmúrio de súplica, tal se indagasse ao mesmo se estava tudo.

— Tá tudo bem. Só... continua — respondia, sussurrando ao inicial que apenas assentia. Charizard respirava fundo; mesmo que infimamente, seu mestre buscar sempre passar a imagem de que está tudo bem o incomodava. Era um elo diferente de um tutor e um aluno, então por que ele não contava nada? Era o que Balerdroch pensava.

Era noite. A lua encobria uma metrópole em Hoenn com seus raios vívidos, ademais que não eram próprios. Mais abaixo, a cidade de Lilycove, conhecida por suas inúmeras lojas com utensílios chaves para aventureiros e principal lar de Contests; ademais, o ginásio encabeçado por Lísia, simbolizando os tipos fada residia na segunda metrópole das tropicais terras. Ao seu redor, o mar balançava em doce swing, o soído do vai-e-vem das ondas abrandando as almas calejadas e inquietas dos habitantes conferiam um charme díspar também.

Parecia um ambiente perfeito para esquecer um pouco aquelas anormalidades, não é?

Nicholas deu dois tapinhas nas costas do réptil alado. Com cautela e algum quê espalhafatoso como era intrínseco ao Charizard, o inicial de Kanto pousou em solo firme passado poucos minutos; não arrancou algum suspiro de surpresa ou mesmo de medo de seu treinador, este aéreo em seus pensamentos, sendo necessário algum pequeno delay de tempo até perceber que estava sobre o chão da metrópole hoenniana.

Desceu das costas de Balerdroch. Discreto, afagou a cabeça do lagarto, parecendo não contactar os olhos do monstrinho que durante o tempo em que estão juntos não esconde a admiração por Nicholas. Novamente, grunhiu baixo, chamando a atenção do louro, inquirindo pela segunda vez se estava tudo ok com o mesmo em seu idioma ininteligível.

— Olha, Balerdroch, você não tem que se preocupar comigo, beleza? Tá tudo bem sim — respirou um pouco fundo antes de responder, quiçá volvendo ao seu humor mais azedo e, portanto, ao normal. Charizard também respirou fundo, desta vez semicerrando as pálpebras, erguendo um pouco mais a sua voz com tom de protesto; será que era por ter sido usado em apenas um desafio dos quatro feitos por Nicholas? O kantoniano torceu o cenho, erguendo a sobrancelha e o lábio superior. — Sério que já vem o drama? Cara, cada luta requer um tipo de estratégia. Se eu não usei você em alguma, era porque não se encaixava no matchup. Você andou pouco tempo com a Emma e já tá pegando o drama dela — Nico respondia, ainda que sarcasticamente. O inicial inflava o tórax e cruzava os braços, fitando seu mestre, cheio de orgulho, em tentativa vã de passar algum ar mais assustador; era justo o contrário: o louro quem o amedrontava. — Já que você quer tanto desafio assim, eu vou levar você pra Shimmer. É. Lá dizem que tem até mesmo um lendário, e já que você acha que tá tão preparado, eu jogo você contra ele, beleza?

As pálpebras de Balerdroch se descerravam quase que instantâneo. Em seu tempo de vida, nunca o réptil alaranjado pensaria que enfrentaria uma criatura mítica em tão pouco tempo, possivelmente em um melindroso cenário de que sua vida e de seu amado mestre estaria em jogo. Engoliu em seco. Lentamente, arqueou os dedos, apontando o dedo análogo ao indicador para o seu medo, como se perguntasse “quem, eu?”.

— Então para de drama. Eu vou usar você na hora certa. E você deveria agradecer de eu ser seu treinador, porque se fosse qualquer outro idiota no mundo, e você sabe tanto quanto eu que esse mundo tá cheio, era capaz de você tá enterrando ele agora. Então, pensa, seu besta.

E por mais duras que as palavras de Nicholas fossem, Balerdroch enfim concordou. O louro ergueu sua mão com os dedos médio e indicador tesos, dando um leve peteleco no focinho do réptil. Ofereceu-o um sorriso brando com discrição, sendo aceito pelo inicial kantoniano. Nico suspirou fundo, convidando-o para calcorrear pelas ruas iluminadas da metrópole tropical; seguiu na frente, e Charizard acompanhou-o logo em seguida.

— Era disso que eu tava precisando... Respirar, sabe...? E só pra te deixar avisado pra depois você não abrir o berreiro no meu ouvido: se a gente for lutar, eu vou testar aqueles outros três que trouxe comigo. Considere que já te acho bem forte.

O comentário era simplório, entretanto, quiçá pela conexão sobrenatural entre ambos, Balerdroch entendia nas entrelinhas o quão confuso e melancólico Nicholas parecia, ainda que disfarçou ao máximo a euforia ao ouvir os comentários do louro; não o perguntaria mais, temendo despertar um rapaz furioso visto apenas em nuances. Sorriu. Não deu mais uma única palavra.

Charizard deixava os inquietos olhos dançarem sem destino algum por tudo ao seu redor, despertando uma nostalgia intrínseca como de quando dividira algum assento com o louro durante a sua volta a Kanto. Não obstante, sempre curioso com tudo em seu entorno, a euforia lhe era palpável. Provavelmente, ter aqueles momentos taciturnos e conhecer o mundo tão grandioso era mais compensatório do que uma batalha, ademais que as amava também. Queria estar ao lado de seu mestre e ajudá-lo em sua cruzada utópica: ser perfeito; no mínimo, cômico, digamos.

Sem algum destino vago, apenas banhados pelas luzes dos postes e de bares e restaurantes à volta, Balerdroch se desligava do mundo exterior por completo, tornando ao mundo onírico onde fantasiava vencer o lendário de quem o louro tanto falava, emaranhando com os edifícios de Lilycove, inéditos para ele. Nicholas ainda que queria relaxar, não baixava nunca a sua guarda: os acontecimentos em Rustboro foram a prova fundamental de que jamais deveria fazê-lo, ademais, do quão cruel o mundo lhe parecia.

Cada qual ao seu modo, apenas calcorreavam.

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Noite Aventurosa



II – Lilycove Song


Enquanto andamos pelas ruas vazias da cidade populosa, vez ou outra avistando moradores em suas janelas observando o trânsito nulo por não terem melhor o que fazer, percebo um olhar distante contido nos orbes da garota extrovertida, ela olha para o caminho que há na sua frente, ainda assim não reconhece a sua existência, como se estivesse flutuando pelo espaço, viajando pelas galáxias criadas por sua mente, verdadeiramente no mundo da lua... Embora eu não saiba das especificidades, uma coisa que tenho certeza é que, tal como mencionara minutos atrás, esse lugar trás uma nostalgia, reanimando memórias enterradas por muitos anos, de fato “zumbis” que começam a persegui-la pela sua psique. O que me refiro, é claro, é como ela visitava esse município, além de outros, nas férias do pai com o restante de sua família... A união de seres, um laço criado a partir de diversos fatores sociais. Atualmente, entretanto, torna-se evidente que a organização familiar não está mais presente para a filha do casal... Estamos passando por ruas onde Lariel provavelmente corria com seu irmão ou então comia algum doce durante suas viagens, tempo perdido que não voltará, por mais que desejamos com todo vigor, com toda a vontade que eu tenho...

Em análise, eu consigo entender como a mocinha se sente, em hipótese de eu me separar dela de vez, com sinceridade não sei o que eu faria para prosseguir. O que está apertando dentro de seu peito pode ter um contexto similar. Ademais, quando eu descobri a perda do irmão da loirinha, eu finalmente compreendi a magnitude de tudo que acontecia entre ela e seus genitores, uma proteção exacerbada que deteriora a sua humanidade. Essas ruas representam toda sua história passada, todo o conflito que está ainda hoje presente dentro dela, uma guerra muda com seus criadores, onde todos os envolvidos selam as palavras para dentro de si e ocultam verdadeiros significados de seus sentimentos... Esse é o asfalto que emana emoções enigmáticas para ela e para mim, por extensão. Enquanto seria interessante cair mais a fundo nesse poço de melancolia, eu acabei virando vítima do feitiço dessas ruas tristonhas, perdendo meu senso de realidade para negatividade que invade meu raciocínio. Caso continuasse, certamente morreríamos e nem saberíamos a causa, precisamos ter atenção para onde andamos. Estando no ombro da humana, esse se torna ponto estratégico para eu chamar atenção da garota com maior eficácia. E assim faço, avisando para olharmos melhor por onde andamos caso que queiramos ficar perdidos num lugar que temos pouca visibilidade quando comparado ao dia.

- Eu estava no mundo da Lua de novo? Desculpas, é melhor eu prestar atenção para eu não tropeçar ou pisar em falso. – A coordenadora fala em contrição, admitindo estar tão perdida nos pensamentos quanto eu. E então, retrocedendo nosso plano astral de volta para nossos corpos terrestres, avistamos melhor o cenário que nos rodeia: uma encruzilhada de caminhos que podemos tomar, cada passagem é tornada residência para lojas que estão fechadas, outras quais estão se preparando para fechar e, por fim, comércios que ainda estão de pé e hospedando pessoas até mesmo a esse horário. Uma cidade que se comprova ser cada detalhe que a minha mestra descrevera antes comigo e sua teoria de que há treinadores fortes de fato pode ser verdade, pouco sei sobre esse mundo, porém a escuridão da noite que se mescla com o cenário dessa cidade se prova como um verdadeiro teste de coragem... Sinto que Nuvelle também está batalhando seus demônios aqui, buscando por força dentre um mar de ondas incessantes, agitadas e prontas para derrubarem qualquer um que tenta atravessar esse oceano ultramarino de humanos e Pokémon unidos...

- Que tal ficarmos aqui? – Inquire sobre qual deveria ser nossa próxima escolha de ação... O problema é que não vejo sentido em pararmos, seria mesmo seguro estacionarmos num lugar como esse? Dado meu olhar confuso, a humana procede a se explicar. - Se continuarmos andando, sabe-se lá quando chegaremos a um local que contenha treinadores aptos a uma luta, dito isso... Que tal atrairmos qualquer um até nós? Eu tenho o plano perfeito... – Dito isso com uma confiança usual, a garota poupa o esforço que estava fazendo nos seus pés apenas ficando parada e com corpo erguido, em vez de andar quase que sem rumo previamente. Afastando seus pés, ajustando sua postura e limpando sua garganta, a menina dourada pede para que eu me esconda: - Fica debaixo do meu vestido, Nini, não deixe ninguém saber que você está aqui.

Por mais simples que o pedido fosse, eu não compreendia sequer dez por cento do que se tratava. Não é como se eu me destacasse de qualquer maneira, porém seria esse algum truque de apresentação que ela planeja? Seu vestido ciano, ou melhor dizendo, uma tonalidade entre azul bebê e azul francês, como a própria dona do vestuário se descreveria, não chegava aos seus pés como os enormes trajes femininos de salões de dança, porém era grande o bastante para passar de seus joelhos, o que inegavelmente dificulta correr por aí e, mesmo assim, não é um fator que a incomoda. Creio que um tamanho adequado para me dissimular do ambiente já nubiloso. Tendo seguido as ordens devidamente, o meu mundo se reduz para o tecido que forma as paredes desse pedaço de chão e brechas do mundo externo que ainda podem me sinalizar de qualquer perigo iminente vindo de qualquer uma das quatro regiões da encruzilhada. Agora que está tudo em ordem, o que me resta é estar em antecipação –ou aguardo- do próximo evento que trará as coisas em movimento (ou não).

- ”Flores desabrochando,
Em campos de primavera.
Quando as conto nos meus dedos,
Elas então revelam sete...
Tulipas, Narcisos, Limoeiros...
Camélias, Cerejeiras e também Maravilhas...”


Quando menos espero, começou... Uma espécie de cantiga? Lariel procede a recitar ritmicamente o que certamente parece uma música ou poema, sem som para acompanhá-la, sem ninguém em vista para identificar a fonte da sonoridade que perturba outras vidas desconhecidas. Sua voz cantando ainda que não fosse à nível profissional, havia esforço em sua entonação constante, não há dúvidas de minha parte que ela tem praticado em seu tempo livre para cantar melhor.

- “Que a última flor enfim desabroche,
Por onde vem,
Para onde vai,
Ó sétima flor.”


Com uma pequena pausa entre estrofes, a loirinha finaliza sua canção. A sétima planta que ela se refere, seria quem passar por nós? E então o quê acontecerá? Por que eu tenho que estar escondido mesmo? Essa noite mostra-se como muito problemática, mais uma vez eu não entendo as motivações de minha treinadora e nem o que ela quer realizar cantando num cenário tão esquisito. Se qualquer coisa, vamos receber queixas de barulho dos moradores!


Última edição por LauraLostLove em Qui Mar 25 2021, 19:17, editado 1 vez(es)

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Cleffa egg: 33/60;
Eevee egg: 33/40.


Noite. Cálida e serena noite. O sibilar brando do vento carrega a salinidade marítima, adentrando as narinas e invadindo os pulmões de todos, veemente. Até então, nada demais, se não as luzes de todo o entorno com alguns soídos aleatórios, porém inofensivos. Ainda que metrópoles à noite não são lugares confiáveis para se andar, o louro tinha plena confiança nos pequenos que carregava consigo, além de sua intrínseca arrogância; jamais se admitiria fraco, quiçá despreparado para enfrentar as mazelas urbanas.

Reitero de que aquele acontecimento em Rustboro o fazia erguer sua guarda ainda mais. É fato de que Nicholas perdeu o controle ao ter seus resquícios de humanidade esvaídos ao enfrentar aquele meliante, descendo até mesmo aos confins de sua escuridão ao torturá-lo para adquirir informações preciosas que culminaram no resgate de Emma.

Tudo se encaminhava bem. Uma simplória caminhada regada aos raios da lua banhando o atlético louro e a sua companhia, o inicial e aquele em que depositava sua maior confiança. Buscava apenas um canto mais quieto antes de, enfim, repousar nos quartos do centro pokémon da cidade e por lá encontrar treinadores dispostos a enfrentá-los em sucintas batalhas; havia alguns outros compromissos tardios também, e por isso, não sairia da cidade tão cedo.

Chegaram a um cruzamento em sua caminhada sem destino algum, a princípio. E fora justamente ali que algo ainda mais incomum ocorrera.

Em uma das paredes da encruzilhada, uma voz infantil e feminina sibilava, doce e com meandres hipnóticos; entoava alguma cantiga não identificada por Nicholas a priori. Foi quando olhou de relance para a fonte daquela canção: era uma garota, em que as madeixas escorregavam livremente por seus ombros ostentando um amarelo esmaecido, de pele tão alva quanto o astro que reina soberano durante o dia. Um longo vestido azul e um chapéu adornava a sua cabeça; fora o que notara apenas em um olhar rápido. Ademais, enquanto entregava-se ao seu canto, não parecia jazer sobre o mundo real, e não quis matutar acerca disso.

Balerdroch, por outro lado, cresceu os orbes e abriu suas pálpebras quase por completo, atraído por aquela cantiga; em certos nuances, era quase a mesma coisa do que ocorrera em Kanto ao conhecer a especialista em psíquicos, ainda que quando era um Charmeleon. Ousou tentar dar um passo na direção da mesma, curioso como sempre.

E foi interrompido pela imponente e — paradoxalmente — calma de seu treinador.

— Não — foi o que disse, manso, fazendo o réptil pensar em tornar ao caminho que já seguia outrora; com um certo de medo também, afinal, lembrou das palavras que Nicholas dissera no momento em que um simpático senhor o hospedou junto à Karinna: “você só vai falar com as outras pessoas se eu deixar, não quero ter que aguentar gente louca do meu lado”. Engoliu em seco, voltando sua atenção à estrada pavimentada. — Quem ela é ou o que tá fazendo ali não é da nossa conta. Só segue andando.

E foi nesses murmúrios tão simplórios que continuariam a calcorrear pelas ruas desertas de Lilycove. Volveram ao silêncio de outrora, não apressando a passada em momento algum, apesar da curiosidade de Balerdroch.

Como a garotinha parecia estar presa ao mundo onírico, pensava que não despertaria à realidade; isto é, apenas pensava.

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Noite Aventurosa



III – Lilycove Occult


A noite é perturbada pela voz da humana, um poema desconhecido por mim é cantado, uma história de mistério pela flor que ainda está para desabrochar, uma cantiga sobre aguardar o que está por vir. Com isso, torna-se evidente os motivos da jovem para mim, embora por olhares alheios a menor não passe de uma estranha fazendo uma atividade anormal. Atrair alguém, qualquer um que passasse, talvez por puro acaso e desatento do ritual de flores que escapam dos lábios da menina. O que está a acontecer em seguida continua sendo um enigma para mim. Desafiar para uma batalha? Como?

Afortunadamente para Lariel, eu pude perceber passos pelo chão vindo de uma das direções graças às minhas orelhas de roedor. Eram dois pares de pés batendo contra o chão, aproximando lentamente à nossa direção. Enquanto os dois tinham peso, um barulho se destacava do outro... Ou esse ser está usando botas pesadas, ou não são os passos de um humano... Estando confinado na prisão feita de um vestido e duas pernas finas, certamente é dificultoso discernir a verdadeira forma do que nos abeira, a canção da mocinha continua, repetindo-se mais uma vez. Com minha curiosidade aproximando ao seu pico, não me contento apenas em ouvir, abaixando meu corpo para o asfalto mormaço, tendo sido banhado pelo sonho por todo o restante do dia. Olhando pelas brechas entre o solo e a fibra, fica claro então a imagem dos dois seres e seus passos: Um humano que parece ter uma altura avantajada em comparação à minha mestra e um réptil ígneo, um formato que eu reconheci muito bem, já tendo visto um Charizard, subordinado de um garoto da Black Stars.

O Duo há uma perspicaz diferente entre os dois integrantes: O humano, alto, com cabeleira loira e volumosa no espaço que ocupa em sua cabeça, parecia ter uma expressão fria e séria, se não intimidante... Já o dragão estampa uma feição curiosa e impressionada, um espectador do show “luna” –lunático sob a lua- da minha coordenadora. Caso eu esteja pensando o mesmo que a Lari... Teremos que enfrentar... Eles? Apenas ganhamos de um Charizard da vez que combatemos um devido ao auxílio de um Swampert! Que esperanças nós temos de vencer essa?... A cada momento que eles dão um passo para frente, eu temo do que pode acontecer. A vestimenta social do homem inegavelmente dá um ar de luxo e ocupação social elevada, seria ele alguém famoso? Talvez forte o suficiente para nos deixar no chão, caso quisesse... Enquanto observo em medo, não posso deixar de notar as pernas da minha companheira: tremendo, tiritando com a vinda dos estranhos. O que acontecerá agora?

Como se fosse combinado, ao perguntar, o meu mundo começa a se deslocar. Passos lentos, quase que nulos se os movimentos suaves não evidenciassem alterações no indumento da adolescente. O motivo dessa aproximação tão “slowpokiana” provavelmente é para que eu acompanhe a locomoção gradual, quem sabe uma pitada de ansiedade envolvida... Afinal, Nuvelle que irá iniciar um diálogo, não é? Seu medo não deixa de se expor fisicamente para mim... Tudo que posso fazer é esperar que o melhor aconteça...

- “Ó sétima flor,
Tu que vens de longe,
Vivida e aventurada pelas estações,
Deslumbrante pelos ventos da Primavera,
Responda-me, pelo seu valor de vida:
Eu sou bonita...?”



Imagem meramente ilustrativa


Espera, que tipo de pergunta é essa que se faz para um homem desconhecido?! Ela tá querendo morrer?! Nós definitivamente não temos força o suficiente para derrotá-lo, essa pergunta só traz confusão! Tá certo que podemos até derrotar o voador com golpes elétricos, porém sabe-se lá que outros companheiros poderosos ele pode sacar para nos massacrar! Isso não é bom, nada bom mesmo... Como será que ele irá responder a essa pergunta esquisita?...

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Cleffa egg: 34/60;
Eevee egg: 34/40.


Era apenas alguma artista de rua, pensou o louro; aventurando-se na quente e úmida noite de Lilycove a entoar a sua canção, esperando que a sua voz rasgasse os ares e as almas de transeuntes por motivos que Nicholas não queria matutar sobre. Por mais que a curiosidade do réptil ígneo fosse gritante, ousou reprimi-la em decorrência da intervenção do treinador, sempre tão rígido, frio. Ouviram aquela canção antes de cruzarem pela garota, apenas seguindo o caminho, cada qual o seu ritmo.

O kantoniano seguia andando com sua expressão sisuda e as mãos imersas em seu bolso, fechado, alerta, deixando os sentidos ariscos após experiências nada palatáveis de um passado pouco distante. Seu monstrinho apenas seguia ao seu lado, buscando olhar de relance para a pequena garota e rapidamente desviando o olhar, temendo mais alguma chamada de Nicholas — Charizard tinha ínfima noção de como o seu mestre fica quando se entrega aos seus extintos mais ocultos nos confins de seu âmago.

Passaram justo na frente da loura quando a canção se findara.

A dupla seguia o seu caminho pela calçada até, novamente, a melódica e infantil voz rasgar os ares, chegando até os ouvidos do ígneo alado e de seu mestre. Os versos eram entoados de maneira exímia, mostrando a habilidade inata da garota com música. A princípio, até mesmo Balerdroch conseguiu controlar sua vontade de tornar o corpo em seu próprio eixo para fitá-la e apreciar daquela performance de rua.

Sentiram conforme calcorreavam a aproximação do som, afinal, pelo efeito Doppler, conforme você se distancia da fonte sonora, a frequência aparente diminui também, e não era bem o que parecia: o timbre e o volume da voz permaneciam intactos. Veio, enfim, o último verso daquela breve canção, como se lançasse uma indagação excêntrica.

Subitamente, os pés do louro bateram sobre o chão com ínfima pressão maior no asfalto, jazendo naquela parte do pavimento com a mesma postura que caminhava, contudo estático. Balerdroch voltou o seu rosto na direção de Nicholas, engolindo em seco, sentindo uma atmosfera infimamente mais pesada partindo do taciturno treinador ás; o ígneo lentamente tornava o pescoço para olhar para a face da inocente garota.

Em momento algum, Nicholas baixara a sua guarda.

Após os envolvimentos com a facção criminosa mais poderosa de Kanto, temendo represálias até mesmo do alto escalão após ouvir o seu nome e o de Emma sendo entoado por uma voz robótica, contudo indicando claramente um superior da organização, todo cuidado era pouco. Jamais deixara de sustentar do alistamento de menores, ou mesmo usar inocentes como isca para emboscarem algum de seus alvos; com a existência de inúmeras espécies de pokémons, os golpes surpresas poderiam vir do ar, dos lados ou mesmo de cima das casas — poderia não ser o caso, mas o louro desconfiava daquele jeito excêntrico daquela pequena moça.

Tal a própria natureza sentia aquela súbita mudança, o vento sibilou com um pouco mais de força, trazendo a salinidade marítima dos arredores de Lilycove para aquela exata localização na cidade.

— Quem é — murmurou Nicholas, ainda que fosse audível à menina. Pouco a pouco, mexia o pescoço, mesmo de costas, até deixá-lo a noventa graus com a reta vertical imaginária (coisa de matemáticos), podendo estacionar os cerúleos orbes sobre a figura juvenil. você? — seu tom de voz, mesmo que brando e transparecendo sua calma intrínseca, era caliginoso; Nicholas não hesitaria em agir caso fosse mais alguma das artimanhas de H para capturá-lo ou arrancar informações da kalosiana que jaz em Rinshin. Não poderia perder, ainda mais agora que tinha tantas informações privilegiadas acerca de uma vendeta inconcluída.

Balerdroch se voltara também. Ao contrário de seu mestre, engolia a seco aquela mudança abrupta de atmosfera, vez ou outra deixando os orbes passearem entre aquela artista desconhecida e Nicholas.

Que não fosse nenhum perigo iminente...

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"take me to the magic of the moment on a glory night."

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Noite Aventurosa



IV – Lilycove Beauty


Tal qual o homem aparentava ser, ele não se submetia aos jogos da minha treinadora com tanta facilidade, pelo contrário, manteve uma postura firme e atenciosa, além de não falar nada fora do necessário, esse humano certamente é cauteloso... O loiro esbanjava um olhar de que tanto queria sair logo da área em que Lariel ocupa como seu próprio domínio e que também não hesitaria em usar a salamandra incerta contra nós caso fosse preciso... Ele não estava correndo riscos, a cidade é tão perigosa assim? Melhor dizendo, ele sequer é morador ou apenas um treinador que está visitando, assim como nós? Seja como for, a tensão está aumentando e eu não consigo mais ficar escondido aqui! Mesmo que eu fique de costas para eles, prefiro sair daqui se significa que terei uma visão favorável do que a mocinha está fazendo!

- Eu? – A jovem pergunta enquanto me retiro pelo lado oposto de onde os estranhos se encontram. É melhor que não haja nenhuma gracinha dessa vez, menina. Não sabemos do que eles são capazes, além de nos fritar com as chamas do vulcânico, é claro... - Eu sou Kuchisake... fuhuhu – Ria suavemente, como se estivesse caçoando deles... O que muito provavelmente estava! Esse não é seu nome, Lari! Embora eu não pudesse ver sua feição, não deixei de notar que ela elevou sua mão direita para a boca enquanto se deleita em gracejos, provavelmente para complementar o seu estilo misterioso?... Acredite, eu amaria dar um Nuzzle nela para ver se minha humana aprende a falar a verdade, porém vulnerabilizá-la num momentos desses pode ser o pior erro que posso cometer num passo falso, não consigo me levar a agir!

- Você não me respondeu, senhor...~ Permita-me esclarecer... – Nuvelle então procede a ocultar suas mãos, deixando-as nas suas costas e inclinando levemente sua coluna para frente, nunca um bom sinal para quem observa do outro lado num confronto desse calibre...  É claro, sei que ela não possui nenhum objeto em mãos, todavia o pensamento do treinador esguio pode ser diferente...


Lariel :



- “Responda-me, pelo valor de sua vida:
Eu sou bonita...?”


Essa ênfase no primeiro verso... Que tipo de ameaça é essa?! Lariel, você vai bem?! Claramente não, dizer algo do tipo para um estranho nas ruas de uma cidade perigosa, estamos pedindo para morrer. Ela tem tanta confiança assim que estará tudo bem?! O vento está mais forte do que previamente, o gosto salino do mar invade meu olfato e, se não fosse pelo corpo da minha mestra servindo como proteção, um vento potente atingir-me-ia, em vez disso a vítima foi seu vestido, sendo levemente puxado contra suas pernas e suas mechas sendo puxadas para trás pela força da natureza. De qualquer maneira, eu perdi algo sobre treinadores enquanto estava de volta em casa? As aproximações são sempre tão hostis?... É claro, a única experiência de batalha que eu tenho, tirando a luta com o Drake, foi quando fomos abordadas por um sequestrador... Apesar de desnecessário dizer, posso garantir-lhe que não fora nada amigável...

- Hehe... As preparações já estão feitas. Caso não se apresse, o pior pode acontecer... – Novamente com um tom desnecessariamente sinistro, a loirinha revela uma... Pokébola vazia... Exibindo uma esfera escancaradamente aberta, isso só pode significar que seu Vikavolt ou seu Rotom foram liberados... Então esse era seu plano? Armar alguma espécie de proteção não visível a outros olhos humanos? Assim caso qualquer perigo de fato acontecesse você teria um companheiro forte para lhe proteger? Ou talvez realmente pretenda golpear o rapagão de surpresa?... Não, ela não faria isso, não é?!

Com o “aviso” dado, eu certamente posso notar que uma tentativa de pressão psicológica está sendo dada... O que eu realmente não entendo é: Por quê? Com qual pretexto há de haver tanto drama?! A reação do loiro certamente não deve ser bonita, dado seu comportamento frio e observador... Agora... Seria a “Kuchisake” bela ou não?...


Última edição por LauraLostLove em Sáb Mar 27 2021, 19:32, editado 1 vez(es)

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Cleffa egg: 35/60;
Eevee egg: 35/40.


Ainda que não volvera todo o seu corpo na direção da garota, o louro, sempre taciturno, não levantara a sua guarda à toa; um muro maciço e pujante em que raras exceções, não era ele quem erguia qualquer que fosse algum portão para autorizar a entrada de terceiros. Utilizavam de brechas no emocional na muralha quase perfeita para adentrarem e, quiçá, não mais sair. São raras as vezes em que Nicholas, desde que viu sua cidade natal ruir em águas torrenciais, volveu a desabrochar como aquele garoto esperançoso que julgava que era.

Ouviu com atenção o nome — provavelmente um pseudônimo — seguido de um riso em baixo tom. Notara a loura erguendo a mão destra aberta até a sua boca, quiçá para materializar a tonalidade galhofeira ao apresentar-se como Kuchisake. Naquele momento que, aos poucos, Nicholas volveu todo o seu corpo em trezentos e sessenta graus para fixar os orbes cerúleos na figura diante de si.

Semicerrou as pálpebras em manobra evasiva para esconder os olhos oceânicos vagando para lá e para cá; juntou os pontos, e conforme cantarolava à sua maneira, concluiu que tudo aquilo era algum jeito de estabelecer algum contato justo com ele — reitero sua atenção nunca desviada. Seja quem quer que fosse, mantê-lo preso ali era essencial para mais alguma emboscada, ademais, suspeitou de que alguém pagara aquela criança para não o fazer mover um músculo enquanto fosse apunhalado pela retaguarda — paranoia demasiada, huh?

Retornou àquele verso que entonara, enfatizando algo relacionado à vida alheia; tornou a indagar se era bonita. Nicholas torceu o cenho em desdém, recolhendo principalmente as sobrancelhas outrora erguidas. Não delongou até que volvia a exprimir de preparações — não obstante: suas mãos estavam para trás. E o que estava fazendo? Algum sinal para mais alguém, portava instrumento cortante, arqueara alguma esfera bicolor em silêncio para surpreender o louro com alguma espécie vinda de cantos aleatórios? As possibilidades eram infinitas.

E o semblante modificara: com um ar mais maquiavélico e desdém intacto, as pálpebras se abriam quase por completo, sendo nítido aquele anil destacando-se entre as luzes das ruas de Lilycove; um sorriso caliginoso tingia os finos lábios, abrindo-se em sorriso malicioso. Por mais que Balerdroch era receoso quanto aquele comportamento de seu mestre, fora um sinal não verbal: era a hora de deixar todos os sentidos ariscos, afinal, Nicholas suspeitava de algum ataque surpresa.

— Se eu fosse você, tomaria muito cuidado com quem você mexe, pirralha. É melhor você voltar pra sua casa, não é hora de criança ficar brincando na rua — dizia, com presunção sem par e intrínseca frieza, fixando as vistas sobre o semblante de “Kuchisake”. Lentamente, volvia o corpo na direção contrária de onde estava a garota. — E se isso serve de resposta, você é irritante.

Assim que a face não era mais vista pela estranha, deu um comando apenas para o Charizard ao seu lado: que não se virasse por completo, afinal, de qualquer direção, no momento em que alguém o julgasse vulnerável — quiçá até mesmo a própria garota —, seria alvo de algum ataque.

— Aí vem... — sussurrou, audível apenas a Balerdroch; o ígneo assentia, em silêncio, com guarda aberta e pronto para agir o que fosse necessário.

Afinal de contas, o que diabos aquela garotinha está tramando?

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Noite Aventurosa



V – Lilycove Night


Não importa quanto tempo passasse, a situação só parecia ficar mais feia para ambos os lados. Do meu lado tem a minha doce treinadora Lariel, alegremente cavando sua cova e se jogando nela rindo, possivelmente com um desejo de morte forte. Do outro, um treinador perspicaz e tático, preparado para qualquer movimento que possa vir em direção dele, eu imagino... Para nossa vantagem, um pokémon da mocinha está liberado e oculto em algum lugar... Ele provavelmente está na guarda para qualquer sinal para aparecer ou está observando quando é o melhor momento para agir e defender a treinadora de um golpe... O elemento de surpresa está ao nosso favor, todavia é evidente que isso não será fácil, nunca devíamos sequer estar nessa posição, é claro...

O loiro cujo nome ainda não sei fez questão de deixar claro que estamos mexendo com a pessoa errada e que, embora eu estivesse de costas para eles, consegui ouvir que eles estão se mexendo pelo asfalto, talvez estão olhando se tem mais alguém envolvido ou se afastando por segurança?

- Se você fosse eu, minha vida seria chata demais para aproveitar. Eu não posso vacilar na cara do perigo, isso que significa viver! – A loirinha contra-ataca, apesar de eu ter certeza que isso é o oposto do significado de viver! O que eu posso rezar é que ela só diga isso para impressionar o homem e não de fato pense assim, pois se for o último caso, nós estamos ferradas...

- Mas o que você acabou de fazer... Você totalmente me insultou com um adjetivo feio! E se eu sou feia, isso significa morte! Venha, querido! – Então... Ele respondeu errado?... E o que ela quis dizer com morte? Essa é uma palavra incrivelmente forte para se usar numa noite onde você usa um nome tão esquisito! Você está dando todas as vibes erradas para ele, Lariel! Estamos ferradas, torradas, brasas nas chamas! Com uma chamada pra lá de excêntrico, a loirinha eleva seu braço direito para os céus e, em questão de meros momentos, um ser corta os ares com uma velocidade de queda absurda: o mesmo Pokémon que nos levou até essa cidade, o Heaven’s Door. Embora eu não posso vê-lo direito, ele chega dos ares e estaciona-se logo de frente à nossa mestra, colocando-se entre os dois humanos e com um zumbido incessante pelo bater forte de suas asas...

- Eu não sei por que olhar para tantas direções se euzinha estou aqui na sua frente! Qualquer interferência externa certamente foi cuidada pelo meu queridinho aqui, seu alvo sou eu! – Agora apontando para a dupla cuidadosa, a minha coordenadora e o Heaven sincronizam animação e energia, tooodo esse tempo para chamar para uma batalha... Isso não vai dá certo... Não mesmo...

- Agora, pelo valor de sua vida, lute comigo! Ou leve um choque que fará você nunca se esquecer de mim! – Poxa menina, deixa de ameaças desnecessárias! Nem ferrando que conseguimos ganhar desse dragão flamejante com seu artrópode! O que será que ele fará mediante esse desafio pra lá de exagerado?...

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LILYCOVE CITY
pássaro noturno
OFF :


Lilycove é uma cidade traiçoeira, devo dizer; suas ruas movimentadas e iluminadas mentem para o público, escondendo outras nem tão cheias de gente e muito mais obscurecidas. Posso garantir que essas não queremos visitar, mas com certeza, vez ou outra, coisas saem da escuridão para enfrentar a luz, e talvez hoje seja um dia desses.

Como antiga capital de Hoenn, a grande metrópole (com vista pro mar), tinha a atenção de todos sempre que possível; com um belo ginásio, estrelado pela top coordenadora Lisia, um dos maiores teatros para torneios de toda Hoenn, indústrias que contrastavam perfeitamente com a paisagem natural de suas praias e ao belo por do sol que sempre estonteava qualquer morador ou turista. Turistas estes que estavam sempre por ali, nas entranhas da cidade, lotando seus supermercados e principalmente, o grande Department Store que residia ali, atraindo ainda mais atenção e transformando a cidade num buraco de formiga.

No meio de todas as grandiosas avenidas de Lilycove, havia um casal. Não um casal de namorados, muito menos de amigos pela reação do garoto a loucuragem da menina loira; definitivamente um casal de desconhecidos então? É, podemos chama-los assim. Nicholas e Lariel tinham suas vidas conectadas com um devaneio da garota, que ficou a cantarolar um poema ou história, que seja, que claramente chamou a atenção do loiro; quer dizer, quem mais sairia perguntando pra um desconhecido se ele a achava bonita, era até desconfortável para o rapaz. Mas isso não significava que ele deveria tratar ela dessa maneira também.

Bem, a principio, não havíamos como prever o que aconteceria com aquela dupla, mas certamente seria uma história para se acompanhar de perto, afinal, eram dois protagonistas num mundo de personagens secundários, por assim dizer...

PROGRESSO DA ROTA - LARIEL :


PROGRESSO DA ROTA - NICHOLAS :

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