Alpha Saphire Squad - Exploração Abyssal

Fiquei ouvindo a voz do H.V. e imaginando as cenas do que poderia facilmente ser um filme antigo (será que já tinham feito? não era meu estilo favorito de filme). Infelizmente foi a realidade de muitos. Não conseguia pensar no sentimento deles e em todas as dificuldades que os levaram a tomar decisões de ir contra toda uma sociedade, vivendo na criminalidade.. Quer dizer, não havia tanta diferença de muitos Rocket que conheci nas últimas semanas. Nem todos era psicopatas sanguinários como pintavam nos noticiários ou fóruns na internet. A grande maioria não via outra opção por uma marginalização qualquer ou outros motivos que os levaram até a vida do crime...

Será que um dia eu afundaria junto a outros que escolheram me apoiar como aconteceu com o Holandês? Capitão nenhum consegue suportar a culpa... Eu entendi o espírito do observador. Ele se culpava pela morte e maldição que acometeu sua tripulação e, infelizmente, eu não tinha o depoimento certo pra fazer tudo ficar bem. Escolhi não ter tripulação, afastando quem desejou um dia ajudar em minha vingança, mas tenho mentido pro Will e os outros. E não só a agência poderia ser atingida, mas minha família e os mais próximos como minha mãe e minha namorada.

MATTE
"É por isso que quanto mais rápido agirmos, menos teremos a temer, mas você insiste em postergar. Você se engana achando que essas atividades vão contribuir em algo efetivo pra nossa causa ou nosso espírito."

Ele tinha razão. Eu sabia que tinha. Nossa prioridade era outra. Essa ação era um desejo que poderia ter esperado. Assim como aquela copa infeliz que só me trouço estresse. No entanto estava feito. Tínhamos um acordo. Ganhar uma promoção, nos transferir pra sede de Johto e vasculhar os documentos de missões do ano que meu pai foi atacado em Goldenrod. Estávamos perto demais da verdade pra ficar brincando de Dora Aventureira.

- Estamos procurando por relíquias, além dos segredos desse lugar. Com todo respeito, eu duvido que o seu navio era o artigo mais valioso guardado pelos guardiões mágicos - fazia referência aos portadores das joias do oceano que nos permitiram entrar na caverna, apontando para cima. - Tem alguma orientação ou dica pra nos dar? Não ser pego de surpresa no próximo obstáculo já seria de grande ajuda.

Sim, eu pretendia seguir em frente, caso Raissa não tivesse nenhuma dúvida a mais pra sanar. Ficar na presença do capitão despertou pensamentos nada saudáveis pra minha condição. Me sentia cada vez mais fraco e cedendo ao desespero interno. Fera me encarava com olhos desconfiados. Ele sabia que eu não estava bem e entendia que não dava para me ajudar muito mais que cumprindo sua promessa. Raissa era mais importante se Matte surgisse. Pensava que sair daquele lugar me faria minimamente bem. Assim esperava...

- Senhor Holandês, não sei se ajuda, mas eles escolheram esse destino e devem ter sido muito felizes do seu lado. Esse fardo não é só seu capitão. Não foi só seu. - Dizia quase que em despedida como todo respeito que sentia por aquelas vidas que também foram grandes histórias.

Watery Grave

- Pra uma criança você até que é bem sábia. Talvez nos tempos modernos que vocês vivem, de fato, as coisas são bem melhores do que na minha época. E não me leve a mal, eu nunca reclamei de ter uma vida difícil, o que eu fazia era a razão do meu viveer, sem meu navio e minha tripulação eu não seria nada. Tanto é, que agora que eu perdi os dois, eu sou exatamente nada, se for parar pra pensar. Vocês nem conseguem me ver. Sou só uma voz, sigh. - Dizia o capitão em resposta a Raissa.

Enquanto a ruivinha estava nutrindo sua curiosidade típica da idade, Matthew já não se sentia tão bem. As histórias do Holandês Voador, a constante menção a uma vida de crime e o fato de ter uma "tripulação" para cuidar. Tudo isso tocava Matthew e o deixava intrigado e também provocava a sua personalidade mais sombria, que ele estava tentando conter ao máximo. Mas felizmente ele conseguia fazer mais uma pergunta para o capitão sem nada de errado acontecer.

- Concordo com você apesar de não saber de que guardiões mágicos você tá falando. Na verdade, minha tripulação servia de guardiões também apesar deles não saberem disso. Eu cheguei a ver o que tem mais pra frente e inclusive, de alguma maneira, eu recebi alguns conhecimentos do mundo moderno, talvez justamente para ajudar aventureiros que passam por aqui, em específico algo que eu acho que vai ajudar a cuidar do próximo obstáculo.

-Enfim, tem um portão, aparentemente a entrada de ruínas, só que esse portão está fechado. Na frente dele tem vários Clameperl, só que a cor das pérolas deles são diferentes, um do outro, variando de vermelho a violeta. O conhecimento que seria útil é que as cores das pérolas são do chamado "Espectro Visível" e vocês tem que colocar os Clamperl nos seus respectivos pedestais de acordo com a ordem de frequência das cores dessas pérolas. - Terminando a sua explicação o capitão dava uma pausa mas logo voltava a falar: - Mas o que tem atrás daquele portão, eu não sei dizer o que é exatamente, mas é uma força tremenda, parece até que eu vi nuvens mesmo debaixo d'água. Mas era uma quantidade de energia tão forte que até um espírito como eu foi impedido de entrar. Por isso peço para terem cuidado e... obrigado.

Era isso, o capitão então aceitava a despedida dos vingadores e agora eles estavam prontos para seguir em sua aventura. Já tinham uma pista do que podiam esperar pela frente.

Agradecia ao capitão pelas informações. Ele realmente pode ter nos dado uma dica muito útil, a começar de por onde seguir. Por isso, logo que nos despedimos fiz questão de dar o fora o quanto antes. Não era como se eu pudesse respirar um ar diferente mas a "atmosfera" do navio na presença da figura espectral não suscitava boas energias em mim.

- Me desculpa se pareci inseguro lá atrás. Não é que eu tenha medo de fantasmas ou coisa do tipo, só não gosto de quando as coisas fogem muito do meu controle. - Revelava a Raissa algumas das minhas questões, olhando de lado para ver como ela reagia antes de prosseguir. - Eu já atingi o meu limite antes mesmo da gente mergulhar aqui, então se eu mudar repentinamente... Por favor não se assuste e tente me evitar. Prometo fazer o meu melhor, mas conto com a sua ajuda pra seguir com a missão.

Não queria que ela se assustasse ou que se preocupasse sem necessidade, mas como dizer que eu tinha medo de mim? Era melhor que ficasse atenta mesmo sem saber dos detalhes para caso eu não consiga manter o controle e paralise de alguma forma.

- O espectro que o capitão se referiu deve ser o mesmo que as cores de um arco-íris, certo? Do vermelho ao violeta... - desviava o assunto.

A charada parecia o de menor. Raissa era escoteira e sabia dessas coisas. Outra coisa me preocupava "...uma força tremenda..." comentou o Holandês Voador a respeito da figura que provavelmente guardava alguma coisa depois das ruínas... De repente tantos enigmas e outros mistérios surgiam. Tínhamos imagens de um fenômeno diferente de Jellicent; a verdadeira história de um naufrágio famoso, com provas fotográficas e físicas. Ficava curioso em descobrir o que mais aquela aventura tinha a nos oferecer.

Tinha algo que eu gostaria de fazer antes que esquecesse. Sintetizar esse desafio! Foi então que solicitei o Rotom Phone de Raissa e comecei a grava minha voz como o novo diário de expedição.

Diário de Expedição #09 escreveu:

- Onde eu estava? Sim, entramos no navio que descobrimos ser o verdadeiro Holandês Voador... Não havia nenhum material que sobreviveu nas condições de tempo e umidade, no entanto, alguma maldição acometeu os tripulantes do navio que se tornaram guardiões de algo maior que nós e eles mesmos.
- Tivemos de lutar por nossas vidas e nossa honra contra honrosos piratas que era extremamente fortes! Usando a técnica Perish Song conseguimos contornar essa força e passar por eles, só que no momento que nossa vitória foi decretada eles foram libertados da maldição. Uma pena, porque queria extrair algumas informações, mas também um alívio que tinham se mandado.
- Havia muita coisa pobre ou inútil no navio. Na cabine do capitão conseguimos, de alguma forma, nos comunicar com a alma do próprio Holandês Voador, capitão do navio, que além de nos receber bem e agradecer por liberar seus companheiros da maldição, nos deu uma visão de passado e futuro. Quer dizer, a verdadeira história do que aconteceu com seu navio, e uma dica valiosa de para onde nós dois poderíamos seguir.
- Além das fotos e vídeos, estou carregando uma pequena prancha de madeira e um osso de Jeff, o Conkedur Humano, como se chamou um dos piratas.

Terminava aquele pequeno podcast devolvendo o Rotom Phone para Raissa, caso ela queira completar com algo.

Watery Grave

Matthew não estava se sentindo bem e sentia que a qualquer momento poderia dar lugar ao malígno Matte. Ele explicava para Raissa o que podia acontecer, mas essa respondia apenas com o seu otimismo típico da idade. Mas apesar de otimista, Raissa tinha suas próprias dúvidas, especialmente a conversa com o Holandês Voador a deixou bem pensativa. O que trazia sentido a sua vida? Não é algo comum alguém com doze anos de idade pensar em coisa desse tipo, mas também era bem menos comum pessoas da idade dela em expedições submarinas.

Enfim, agora fora do navio os vingadores continuavam a sua aventura. A preocupação de Matthew não vinha com a charada que estava por vir, mas na tal força tremenda que o capitão mencionou, o ás já tinha experiência com criaturas de proporções épicas, mas será que era algo ainda mais poderoso que o Lugia nas Whirl Islands? E Raissa? Essa já era completamente inexperiente. Mas de acordo com tudo o que viram até agora, já indica que o que está por vir vai ser fora do comum.

Enquanto seguiam, aquela trilha de morte que aparentemente os Jellicent deixaram, continuava, algas mortas estavam por todo o lugar e dessa vez aparentemente alguns esqueletos de pokémon. Em um canto daquela "estrada" subaquática, um par de Corsola olhavam aquela destruição, desolados e tristes e provavelmente ficaram sem alimento também. Mas eram esses os únicos detalhes aparentes, fora isso, seria apenas uma longa trilha, escura, se não fosse a luz dos Lanturns que serviam de montaria.

O único caminho era realmente em frente. Mas quem sabe eles não se comoviam com aqueles Corsola no meio daquela desolação, logo se desviando um pouco do caminho?

Seria otimismo encarar o futuro que nos reservava com alguma animação? Ou eu ainda devia estar me sentindo amedrontado pelas palavras do capitão do navio de outrora? Quer saber? Emoções instáveis me atravessavam como flechas e eu já estava cansado de sentir demais. Por sorte algo melhor atravessava minha visão! Criaturas marinhas!!

- Raissa eu vou capturar o mais forte. Quero poder estudar as espécies que vivem por aqui depois de tudo que vimos. Pode cuidar do outro, por favor?

Meu parceiro e melhor amigo Feraligatr estava ao meu lado. Já que senti um momento de crise ele era o mais confiável. Felizmente contornei a situação e agora poderíamos extravasar sem muitas preocupações extras. Só apontei pra frente, me debruçando sobre Zan para não assustar os dois, chamando o crocodilo para perto, pois queria colocar o item que aumentava o ataque físico gradualmente (Power Bracer) temporariamente no lugar do Life Orb.

- Amigão, use dois Waterfall naquele Corsola que aparentemente é o mais experiente, por favor.

Talvez eles fossem fortes iguais, mas não perderia a chance de pegar o mais forte caso existisse essa diferença. Pensava se usava uma pokébola comum ou uma premier para um Corsola... Não era como se nunca tivesse capturado um. Se fosse nos registros em minha pk-dex veria os outros dois que capturei e troquei em determinado momento durante a jornada. Esperaria alguns segundos a mais para decidir. Talvez mudasse completamente de ideia no último segundo. Quem sabe?

Watery Grave

Ah pobre Corsolas, mal sabia o que estava vindo até eles. Eles não só tinham que lidar com a trilha de morte deixada pelos Jellicent como agora foram abordados por Matthew e Raissa e esses queriam uma batalha. Batalha essa que acabou, obviamente, sendo bastante unilateral e que pra evitar a fadiga do narrador, nem código de batalha vai ter, porque acabou em um único turno, sem qualquer chance de reação dos pequenos pokémon coral.

Primeiro o lagartão de Matthew caiu com todo o seu peso e sua força no que era aparentemente "mais forte" e o nocauteou com apenas um ataque, impulsionado pela sua habilidade especial e também pelo ambiente submarino. Depois, o Eelektross de Raissa lançou um poderoso relâmpago no que sobrou, esse que era mais rápido que a enguia, mas apenas levantou um anel aquático que teria propriedades curativas, mas não serviu de nada, foi literalmente frito.

Agora eles se encontravam caídos e Matthew já podia lançar uma pokébola. Ou simplesmente pode deixar esse "bullying" que fez, gratuito e então ir embora sem sequer capturar um dos corais. Enfim, aí a decisão já era dele.

Se isso fosse um anime e essa aventura dividida em episódios, com certeza essa cena seria filler ou dispensada no role... Ou se passaria nos mesmo segundos para mostrar como meu Feraligatr era rei demais! Só que isso não tirava minha frustração.

- Mais fraco do que imaginei... Ou você que ta ficando mais forte amigão! De qualquer forma... - lançava uma premier ball no corsola derrotado pelo meu crocodilo e aguardava para me aproximar.

Claro, eu não devia esperar muito de um Corsola, afinal, das últimas vezes também não tive dificuldades de capturar um. Talvez minhas espectativas tenham sido altas demais... Dava de ombros. Levaria ele ou ela numa premier ball, mas seguiria em frente sem fraquejar.

- Vamos seguir? Eu to curioso pra saber o que vamos ter que enfrentar a seguir.

Imaginava que ainda passaríamos por alguns desafios antes de encontrar a força capaz de destruir continentes com seus poderes torrenciais. Claro, se tivesse a chance, capturaria mais alguns aquáticos. Gostaria de estudar algumas espécies e anotar no antigo caderno do meu pai. Talvez eu ponderasse em virar pesquisador da vida marinha. Uma decisão mais prudente que me especializar num único tipo. Assim também sobraria espaço para pesquisar sobre o tipo com qual Thito se identificou mais, as Fadas! Muito provavelmente daria para estudar e escrever no tempo livre onde Matte não estaria em missão. Parecia um bom plano de carreira já que a sociedade estava encaminhada e os lucros estavam começando a entrar e meus pokémon se fortalecendo naturalmente. Mas por enquanto... PRÓXIMO DESAFIO POR FAVOR !!