Alpha Saphire Squad - Exploração Abyssal

Como o templo sabia do meu passado? Aquilo foi sinistro, mas de forma alguma me intimidaria por ameaças de uma entidade que não teve a decência de fazer um embate justo, apelando para efeitos negativos...

— Acha digno atacar enquanto bota o adversário pra dormir? Humf! Ainda bem o vim preparado pra coisas desse tipo. - Sim, eu estava puto com a divindade que procurava me testar e falava um monte de baboseira bonita, mas usava uma estratégia suja que eu poderia ter feito com Slowbro usando Yawn, Grass Knot com dupla efetividade e Slack Off para curar no final, mas tive a decência de escolher alguém que tivesse uma ligação real comigo e estivesse pronto para uma batalha assim, então também não me restringiria de usar uma Chesto Berry para acordar meu campeão. - Está bem amigão? Vamos mostrar nossa força de vontade com Waterfall.

Normalmente não permitiam o uso de itens em batalhas oficiais, mas isso DE LONGE era um desafio nos moldes da liga. Eu estava lutando contra um ser que não via nem ouvia, apenas sentia na minha mente. Pensava até que se tratava de um pokémon psíquico como Slowking, por exemplo. Há muitos pokémon que sabem se comunicar com humanos através de outras formas que não palavras faladas.

De toda forma, se o templo estava pronto para jogar baixo, eu estava mais ainda.

Depois de tratar de Fera tive que flexionar os joelhos e dar conta de me equilibrar e evadir de eventuais rochas rolando na minha direção por conta do movimento sísmico. Será que o templo destruiria a si próprio se fosse preciso para nos expulsar dali caso não nos mostrássemos valorosos? Aquilo era insano, mas não discutiria seus métodos, apenas seguiria com força na batalha.

— Não se preocupe com isso amigão, desfira em Swampert uma sequência de golpes ainda usando Waterfall.

Ainda era bem capaz dele repetir o primeiro turno, mas levaria ao menos 1 golpe potente de Fera, restando outro apenas para fechar a batalha...

Fera vencia. Não tive dúvidas de que a batalha seria nossa, mas nos custou bastante saúde. Ainda bem que tinha como repor, mas deixaria para depois porque assim que o Swampert caiu, as água abaixaram e delas uma imagem tomava forma...

De repente minha raiva se transformou em outra coisa. Fiquei vermelho, certeza, pois sentia meu rosto ardia, mas iria colocar a culpa no calor da batalha... Só me dei conta de que estava com cara de besta quando Raissa surgiu e me tirou daquele estado contemplativo... Sim, devolvi o hi-5 e prestei atenção em tudo que acontecia sem responder uma palavra se quer até que a entidade se recolhesse.

Nisso Raissa tinha uma hipótese que fazia sentido, mas eu tinha outra que me deixava cada vez mais preocupado.

— Claro... Slowbro, use o Psychic para nos levar pra fora daqui, por favor.

Recolhia Fera e colocava Psychic para ele no lugar Grass Knot, já que isso muito provavelmente não funcionaria debaixo d'água. Então enquanto a âncora de Raissa iluminava o caminho, a salamandra marinha nos levaria com segurança pelo lugar de onde chegamos usando seus poderes psíquicos.

Do lado de fora, chamaria Zan enquanto ela pegava Jayna para podermos seguir o segundo ponto cinza e antes de pular na água, nos preparávamos com as máscaras e etc. Resolvi tirar algo do peito...

— Raissa... Não quero ser invasivo, mas depois de receber a lágrima da água e entender o que ela representa, por que não contou pra sociedade que ainda não encontrou com seus pais? ... Gray poderia ter feito alguma coisa. Nossa rede de contatos é enorme. Você mesma pode usar o nome da Avengers pra conseguir uns favores.

Minha preocupação era de apertar o coração. Isso poderia ser um gatilho pra ruiva, por pensar que haveria a possibilidade dos pais terem morrido durante aqueles dois eternos anos de dilúvio. Eu só queria ter certeza e que ela estava bem consigo mesma, na medida do possível.