[Battle Pyramid] Os Desafios de um Ranger

Battle Pyramid!

É... simples. Para se afastar da água e conseguir se livrar do kraken que vivia submerso nada como um voador, certo? Exato. Como dito pelo mordomo, Malamar sabia onde jogar seus tentáculos com base nas ondas d'água e, como Sckar voava, acabou por passar ileso e sem qualquer problema. Pousando do outro lado e onde a água já era rasa como uma poça, nosso herói se deparava com um labirinto, que gastou bastante do seu tempo. Foram minutos e mais minutos em caminhos que não davam em lugar nenhum...

Até que encontrou algo diferente em um dos caminhos sem saída: uma tela vertical e ao pisar em um local que afundara, um Rotom Drone apareceu como os hologramas.

— Sckarshantallas, aqui está o seu primeiro desafio da Battle Pyramid. — a tela acendeu, dando lugar a um enigma com números — Os quadrinhos vazios deverão ser preenchidos corretamente, e os números nas linhas ou colunas representam a quantidade de quadrinhos pintados que a respectiva linha ou coluna possuem. — Rotom Drone iluminou ainda mais a tela com o desafio — Quando tem mais de um número na linha e coluna, significa que tem um espaço vazio entre um bloco de números pintados e outro. — ficou observando para ver se o garoto falava algo — Você tem duas tentativas e a dica para o Pokémon que os pontos pintados revelam é:

Battle Pyramid!

Ao ver seu próximo desafio, Sckar parecia ficar desesperançoso: enigmas são difíceis e os da Battle Pyramid certamente seriam um dos mais difíceis que encontraria em sua jornada. Aqueles quadrados eram confusos e, bom,  demoraria um tempo para qualquer um resolvê-los... Especialmente porque os Pokémon não são nitidamente perfeitos e visíveis quando desenhados.

Por sorte, o adolescente não precisaria pensar muito.

Graças a benção que Jirachi derramou sobre si, Sckar conseguia, de certa forma, resolver o enigma rapidamente. Ego, a esfera de luz azulada que funciona como um potencialização de seu poder mental, uma vez mais surgia. A relação entre o adolescente e a força etérea era normal, conversando como dois amigos de longa data... Consciente e subconsciente interligados em um só para seu uso potencializado. Rotom Drone arregalou os olhos, espantado:

— Acredito que seja o puzzle mais rápido que já resolveram até agora, senhor Sckar. Meus parabéns. — a imagem se coloria, modificando sua estrutura para mostrar, de fato, o Pokémon psíquico — Se trata mesmo do Pokémon Munna, devorador de sonhos. Apesar do título assustador, são monstrinhos muito dóceis. — outro buraco na parede surgia, entregando ao treinador uma pelúcia que gostaria de ganhar — Aqui está seu prêmio e, agora, pode seguir em frente.

A parede com a tela se modificava, abrindo caminho para que Sckar passasse. Outro longo corredor o esperava, mas dessa vez sem qualquer tipo de iluminação, o que daria calafrios em qualquer um. O jeito era prosseguir, né?

Battle Pyramid!

Sempre preparado para as mais adversas situações, assim que viu o corredor escuro, Sckar retirava de sua bolsa um óculos que o ajudaria a enxergar. Assim como o que o ajudou a enxergar no claro, esse praticamente resolvia o problema, deixando seu caminho tranquilo para seguir. Preocupado e sabendo que se tratava de um difícil labirinto, o adolescente tateava as paredes com bastante cuidado já que perdia sua visão periférica.

E assim seguiu por bons dez minutos, virando aqui e ali, mas sem qualquer interrupção ou claridade. Já cansado de não ver nada em seu horizonte, finalmente o rapaz via uma porta, branca e simples, como de uma casa simplória em um vilarejo qualquer de Tohjo. Ao entrar, Sckar se depararia com uma escada novamente e, ao subi-la, encontrava um enorme cômodo, uma sala muito bem decorada e sem ninguém dentro. As luzes se acendiam e, bom, o rapaz não precisaria mais usar seus óculos de visão noturna.


Em cima da mesa, um banquete. As mais diversas iguarias conhecidas ao redor do mundo, fresquinhas e sem qualquer proteção. No chão, potinhos de comida Pokémon cheios até a boca. O adolescente poderia comer um pouco, porque demoraria para acontecer algo já que a outra porta que havia no local estava trancada.

Passados alguns minutos, alguém abria a porta que Sckar entrara anteriormente. Uma garota por volta de seus quinze anos, tapando os olhos com a mão devido a mudança de claridade. Ao seu lado, um grande e simpático Garbodor, mas que parecia já um pouco cansado de tanto caminhar.

— Descanse um pouquinho, Roy. — o venenoso não pensava duas vezes e deitava todo esparramado no chão; finalmente a garota conseguia olhar direito pela sala e percebia a presença de Sckar — O-oi. Nossa, fazem horas que não vejo outra pessoa. Tudo bem?

Battle Pyramid!

Sentir-se desconfiado em uma situação como essa é normal, né? Comida quentinha de graça, uma sala confortável de descanso... Tudo isso era meio estranho para um labirinto cansativo, mas, de fato, se tratava de um evento oficial, então Sckar estava certo: sem armadilhas. A garota olhava meio desconfiada para o adolescente, mas provavelmente tinha o mesmo pensamento que ele. Ela ajeitou seu vestido e caminhou até a mesa, sentando-se e hesitando de comer a comida, mas sentindo o cheiro com, digamos, bastante "vontade".

— Você comeu, né? — ela perguntou para o garoto, mostrando os pedaços faltantes de comida nos pratos — Não tem problema, né? — deu uma risadinha sem graça — Estamos aqui há sete horas e só comemos barrinhas de cereais. Ficamos cinco só pra passar daquele maldito enigma de pintura. — a menina pegou a coxa de uma frango e mordeu — Vocês fizeram esse já?

Garbodor levantava e caminhava até os potes de comida Pokémon, devorando pelo menos metade do que havia ali e sobrado dos monstrinhos do adolescente. A menina então prosseguia para comer bastante e depois encostar a cabeça na cadeira para descansar.  

— Até agora achei os desafios meio difíceis, mas não muito perigosos. Me disseram que iam testar nossos limites aqui, mas é só meio claustrofóbico... Que que você acha?

Um leve sinal tocava por alguns segundos, mas logo parava.

O que poderia ser?

Battle Pyramid!

E não é que Sckar acertava na mosca? O aviso sonoro tocava e não demorou muito para que vissem um bolinha de energia passar por baixo da porta, caminhando meio desgovernada até encontrar um Drone adormecido em meio à lareira. Sem dúvidas se tratava de Rotom, que se apossava do objeto rapidamente, revelando-se:

— Olá, participantes! Parabéns! — o Pokémon sorria, flutuando de um lado para o outro — Vocês chegaram até aqui, então, não estão eliminados. — Rotom Drone observava o gigante saco de lixo descansando e dava uma risada — Infelizmente o tempo de descanso acabou! Para prosseguir, será necessário testar a força e conhecimento de vocês em uma batalha quatro contra quatro single. — a garota arregalou os olhos, assustada — Se acalma, senhorita Yuna, você e o senhor Sckar em breve entenderão... Esse ambiente está meio esquisito para um campo de embates, né? — Rotom mexeu em um dos quadros da sala, empurrando-o para o lado e apertando um botão que havia atrás — Segurem-se em algo!

Tudo começava a tremer, mas não o suficiente para derrubar as coisas e mobília: como um elevador, começaram a subir e subir e subir, até que chegaram em um campo de batalhas. Yuna dava uma leve risada acalmando Roy que tomava um susto com toda a situação.

— Aparentemente era para ter mais pessoas... Faz tempo que não tenho uma batalha de quatro contra quatro. — a adolescente tirava seu capuz de pandinha, suspirando — Sckar... Né? Espero que venha com tudo. Só saio daqui vitoriosa!

Rotom já se posicionava no canto do campo de batalhas e, então, explicava as regras:

— Não é possível utilizar itens que não estejam previamente equipados nos seus Pokémon. De resto, boa sorte nessa batalha single de quatro contra quatro. Ambos são treinadores formidáveis! — apontou para câmeras  estrategicamente posicionadas — Tudo está sendo transmitido e tenho certeza que será uma batalha eletrizante. Comecem!

...

— Não tem como não começar com ele, né? Roy, vamos!