- BINGO! O Barman matou ela! - Anunciou Severino, que já comemorava suas boas dicas
- Ok, ok... essa não é toda a história, mas podemos dizer que você ganhou certo "passe livre" para ir à frente. Pode ser?! Continuaremos ela mais tarde.Gastarei um tempo falando sobre Severino. Primeiro de tudo, ele era um viúvo de sessenta e nove anos. Casou-se com uma mulher dez anos mais velha, quando tinha apenas vinte anos. Naquele tempo, o relacionamento deles era um tanto quanto mal visto, mas com muito amor tudo se resolveu. Benedita (sua mulher) não tinha lá tanta sorte assim... casando-se com trinta anos, só conseguiu ter um filho. Digo que isto é um azar, porque o sonho daquela mulher era ter uma renca! Nasceu assim Katalina; os outros três filhos de Severino foram todos adotados.
Hoje eles estão relativamente crescidos. Com a morte de Benedita, Severino vive um bocado "sozinho" e decidira virar um escritor de romances policiais. A pouco ele foi convidado para escrever os personagens, os cenários e as armas da nova versão do jogo "Detetive", da fabricante Estrela. Não é muito, de fato; mas este é um homem que se alegra com pequenas coisas.
Num lapso, ele imaginou Benedita rindo daquela bobeira, batendo em seu ombro e lhe dizendo "assim não vale, você deu a resposta!". Talvez por isso o "tipo de riso" que Severino deixou vazar no microfone foi um riso meio choroso... um riso nostálgico.
- Você quer saber mais da história da moça, Mahiro?! Eu posso te apresentar ela se quiser... - Uma pausa o fizera clickar um botão
- Cthaeh, pode continuar o caminho?!Só assim para o robô sair do "corpo". Com o comando, a inteligência artificial voou até a parede onde estava o amontoado-de-sombras e lhes disse:
- Xo,xo.... vocês tão escondendo o caminho - Era engraçado como ele balançava todo; parecia até que tinha mãos para enxotar alguém. Mais engraçado ainda era as sombras obedecendo, como moscas que voam ao ser espantadas por QUALQUER COISA
- Vem cá, Hiro. Vamos continuar!!Como alguém que colocou apenas >um caminho< para Hiro seguir e como alguém que >sabe da pressa de Hiro<, tomarei a liberdade de dizer que ele foi. Caso não tenha ido, peço que desconsidere tudo que aconteceu a baixo.
Ele passou pelo corredor escuro. Severino, levando aquilo como um aval, começou a comentar:
- Seu nome era Mariana. É uma garota de alta classe, mas que ao começar a usar drogas, começou a conhecer pessoas que seus pais chamariam de "ralés". Aqui, me desculpe a expressão, mas chamarei como ela e as amigas delas... Zé Droguinhas... - O corredor continuava escuro; enquanto a música ficava completamente para trás. Aos poucos o único som ouvido e ecoado era a voz de Severino
- Sabe como é, né?! Existem relacionamentos saudáveis e relacionamentos ruins. No caso desse, ele era bem ruim... Mariana e Nicholas brigavam o tempo todo; e isso quase custou o emprego do rapaz. Ele trabalhava de Barman em várias boates, fazendo freelance. Ela de vez em quando ia até um desses lugares e bebia um bocado, se drogava o quanto podia e arranjava problema com Nicholas... Nesse momento da história, Severino precisou parar. O motivo não era muito óbvio; haviam chegado ao vim do corredor, o que impedia Severino de continuar a história. Ainda assim, lhe afirmo que isso não era muito óbvio. Por quê? Bem, porque ao se distanciar do salão-de-dança Mahiro também se distanciou do único foco de luz daquele circuito. Seus passos o levava para um breu completo; onde ele não conseguia ver as paredes que lhe cercavam.
Claro, ele podia as sentir, tocar e tudo mais. As placas pretas emitiam uma pequena atmosfera gélida que fazia o rapaz reconhecer sua presença ali. Sendo assim, seria apenas pelo tato que Mahiro conseguiria reconhecer a "mudança de ambiente". Ele seguia sem ver; mas se esticasse as mãos, veria que não há o que tocar. Não sentira a frígida presença do metal e assim talvez reconhece-se o "fim do túnel".
Só que a questão é: para onde diabos esse túnel o levara?! O menino cego não tinha como saber; mas lhe informo que se fosse pisando aos poucos, sentiria uma espécie mureta, que lhe impediria de continuar. Se tentasse olhar sobre a mureta, veria que lá embaixo (em um desnível de quatro metros, dois pokémons "iluminavam" o local.