#003 - Walk Alone

– O que é isso e por que poderia ser especial para Oddish, Venonat ou Pikachu?

Ele perguntou após ter retirado o objeto de dentro do toco da árvore, observando-o e por fim apontando o Rotomphone na intenção de verificar informações. Será que o Rotomphone era tão poderoso assim? Acreditava que não poderia encontrar mais nada ali, então não iria vasculhar mais, por fim retirando a mão, apenas ficava cada vez mais surpreso com as coisas que conseguia encontrar na floresta.

– Sim, é tudo que tem por aqui!

Rotom Phone começaria a escanear o objeto na mão de Mitsuro e então um símbolo de "busca" apareceria na tela principal do aparelho. Mas a resposta viria da boca do velho fotógrafo, mais depressa do que da tecnologia nas mãos do garoto.

- Se eu não estiver enganado, é uma Miracle Seed. - ele se aproximava mais e ajustava o óculos nos olhos para enxergar bem a semente - É uma semente realmente milagrosa. Parece que ela concede mais força para os golpes do tipo Grama. - se afastou, suspirou e sorriu - Já vi uma dessas na minha época de jornadas. Enfim, para os Oddish, faz sentido quererem uma, são gramíneos que precisam evoluir para se fortalecerem. Venonat deve ter sido só um aliado forte que chamaram pra briga; não saberia dizer... Quanto a Pikachu... - colocava a mão no queixo, pensativo - ... Talvez só quisesse guardar na esperança de comer um dia. Se é que dá pra comer isso. - o homem deu de ombros, incerto sobre suas suspeitas.

Quando Rotom Phone retornasse uma resposta, seria só a parte mais simples de tudo. O aparelho repetiria que aquela era uma Miracle Seed, com propriedades misteriosas que, acredita-se, amplificavam a potência dos movimentos tipo Grama. Obviamente a tecnologia não ia conseguir deduzir o interesse dos Pokémon naquilo, exceto se fossem a fundo na tentativa de compreender cada espécie envolvida.

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Ok, realmente toda aquela explicação fazia sentido, mas não conseguia compreender as intenções de Pikachu por aquilo, talvez tendo sido apenas uma atração visual pelo objeto, querendo acreditar que ele não iria tentar comer, mas levando em conta a fome do Pokémon, até que fazia sentido a hipótese levantada por Sam.

– Isso parece bom para meu Bulbasaur. Você se importa se eu pegar isso, Sam?

Ele perguntou enquanto estava praticamente pronto para guardar o item na própria mochila, apenas esperando a resposta do fotografo. Será que a cidade de Pewter estava longe? Era a curiosidade de Mitsuro no momento, afinal, tinha feito tão poucas coisas naquela floresta, mas parecia ter se passado tanto tempo.

- Não, não. Pode ficar com ele. Como eu disse antes, você capturou o dono da semente, Pikachu, então nada mais justo do que levar isso também. - Sam comentava com certo tom de humor na voz - Além disso, não é algo que me seja útil. Eu não faço mais batalhas há muito tempo, hehe!

O velho fotógrafo começou a revirar a bolsa, arrumando espaços para guardar seus óculos de grau e tirar outros de sol. Também fazia uns ajustes na lente de sua máquina. Fazia tudo sem muita pressa e enquanto comentava.

- Por falar em batalhas, é pra isso que está seguindo até Pewter? Pretende desafiar o primeiro ginásio da liga de Kanto? - perguntava com curiosidade - Eu estou indo pra lá também, se precisar de um guia ou apenas companhia...
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Se ele não fazia questão da semente, Mitsuro iria guardar de fato o objeto. Talvez pudesse ser útil mais tarde. Porém, conforme foi ele foi falando sobre si mesmo, a curiosidade do aspirante a criador foi aumentando, e notava que isso era reciproco.

– Acho que sim... Difícil dizer. Eu estou procurando o lugar onde eu poderei virar um criador, mas onde que é mesmo...

Ele coçou a cabeça tentando lembrar. Os planos eram incertos, mas via algumas possibilidades conforme levava em conta que o primeiro ginásio era do tipo pedra, e ele possuía um Pokémon do tipo planta.

– Mas claro, eu aceito um guia sim. Você está indo para lá também?

Uma vez que o diálogo avançava e Mitsuro aceitava o velho homem como um guia até Pewter, o mesmo começou a fazer seu caminho pela floresta. Caminhariam devagar e Sam teria os olhos frequentemente atentos ao entorno, com uma das mãos pousadas sobre a câmera em seu peito, num claro sinal de que continuava pronto para uma foto da vida selvagem se a oportunidade surgisse.

- Vou a Pewter, sim, como disse. Mas é porque passo as noites lá enquanto venho todos os dias em busca das minhas fotos aqui na floresta. - contava com tranquilidade, mais uma vez erguendo o instrumento de trabalho para mostrá-lo - E, bem, não sei se você procura uma universidade em particular pra virar Criador, mas Pewter tem uma! Fica próxima à grande montanha que abriga a Diglett Cave. - fazia um gesto amplo pra sinalizar a dimensão da montanha - Deve ser uma ótima universidade, se me permite dizer, pra terem conseguido harmonia com os Diglett que vivem por lá... - uma pausa marcaria o momento em que Sam tentava se lembrar de algo mais a dizer - Ah, se não estou enganado há outra universidade dessas em Johto, na cidade de Ecruteak, também. O que mais faz crer que haja pelo menos uma em cada região mas, infelizmente, não sou muito ligado a isso então não vou saber lhe dizer algo de Hoenn. Inclusive, há quanto tempo não vou a Hoenn, saudades...
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– Então você não tira fotografias noturnas na floresta?

Ele perguntou de maneira bastante atenta ao que o homem falava, mas a atenção redobrou quando ele falou que havia uma universidade para criadores em Pewter. A atenção permaneceu até que ele terminasse de falar.

– Uma pena, eu queria ir pra Hoenn, tenho um livro de espécies de lá e sempre me interessei por um daqueles Pokémons brancos e pequenos com a cabeça verde... Mas Pewter está logo ali, talvez seja minha chance de me oficializar como criador e depois disso... Criar Pokémons? Talvez seja isso....

- Fotos noturnas? Na floresta, não. Principalmente uma como esta aqui, cheia dos venenosos. De noite eles ficam mais agressivos, naturalmente, já que temem ataques sorrateiros de predadores. - explicava o velho homem - Eu fico, no máximo, nos limites da cidade, onde ainda consigo encontrar alguma vida selvagem de vez em quando, mas também posso correr até um hospital se algo me acontecer, hehe.

Com a experiência de Sam me se deslocar pela floresta, não demorou para que eles começassem a entrar numa área onde a paisagem saía mais do padrão denso e de altas árvores, para algo progressivamente mais espaçado, com predomínio de grama e arbustos. Logo mais estariam de volta à trilha segura, indicada pela estradinha de terra e, ocasionalmente, algumas placas com o selo dos Rangers, grupo que em algum momento esteve por lá para abrir o caminho.

- Uh! Queria ir pra Hoenn, é? - Sam lançou num tom retórico, com uma pitada de curiosidade e, ao mesmo tempo, compreensão - Podia ter feito isso em Pallet, sabia?! O porto de lá tem um navio que vai pra Hoenn. Deve ser um pouco caro, admito, mas nada que uns servicinhos bem intencionados não resolvessem. Você me parece um rapaz bem enérgico e esperto! - daí a expressão do homem mudou para uma leve dúvida quando ele tentou buscar na memória uma nova informação - Acho que, se for mesmo seguir para Pewter, a próxima cidade com um transporte internacional deve ser Celadon... Um aeroporto, se eu não tiver enganado. - olhou momentaneamente para Mitsuro, agora levemente preocupado - Oh, desculpe... Digo, não sei se você ficou em dúvida sobre o que fazer, agora que soube dessas coisas. Mas, se ficou, não foi minha intenção. - fechou com um sorriso amarelo e desconcertado.
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Até que fazia sentido o que ele havia dito, fazendo parecer uma ideia um tanto boba a de Mitsuro, fotos noturnas numa floresta com Pokémons selvagens, quem poderia ter sugerido algo como aquilo... A paisagem mudava conforme andavam, e ao ver as árvores mais espaçadas se perguntava se Pewter estaria logo adiante, parecia que fazia muito tempo que estava a caminho de lá, mas na verdade haviam se passado apenas alguns dias? Não sabia ao certo.

– Lembro vagamente desse Navio, mas acho que na época eu não tinha dinheiro...

E ele colocou as mãos nos bolsos para conferir se agora era suficiente, mas os bolsos nem pesavam.

– Bom, na verdade, eu ainda não tenho dinheiro. hahahaha Mas que bom que me falou desse Aeroporto em Celadon, talvez até eu chegar lá eu tenha mais dinheiro... Ou talvez eu tenha perdido tudo gastando em Pokébolas. Mas claro que viajar pelo mundo parece uma ótima ideia... Ainda que eu sinta que de alguma forma estou preso a apenas algumas regiões.

Enquanto isso, Mitsuro pegou o Rotom Phone na intenção de ver as horas e a própria localização, se faltava muito para chegar em Pewter.

- Ah, recomendo viajar. Já tive minha época mais ativa nisso, mas hoje em dia só vou pra longe de Kanto se o trabalho pede e paga bem, heh. - acenava com a câmera mais uma vez, enfatizando que aquele era seu ofício atual.

O relógio de Rotom Phone diria o que a floresta teimava em mascarar: era por volta das 17h, então o sol começava a se pôr. As densas árvores ocultavam os tons alaranjados do entardecer, então de outra forma Mitsuro podia acabar "engolido" pela noite se não tivesse se atentado a isso antes.

Sobre a distância, o aparelho anunciaria com alguns minutos de antecedência o que as placas indicariam depois. Pewter estava logo ali, já dava para ver até alguns traços marrons na paisagem, que dessa vez pertenciam à montanha rochosa ao invés dos troncos de árvores. Quando estivessem mais perto dos limites entre a Viridian Forest e Pewter, um singelo cercadinho de madeira terminaria de traçar o caminho seguro até a primeira rua da cidade.

- Bem, aqui estamos. Pewter é logo ali. Se seguir esse caminho, reto, você chega na avenida principal, onde pode encontrar tudo que precisa, inclusive o Centro Pokémon. Os seus precisam de uma boa dose de antídoto, por falar nisso, uhm?! Ah! Eu quase me esqueço... - Sam revirou a bolsa uma vez mais a procura de algo, tirando de lá um montinho generoso de cédulas e um saquinho de papel, agora meio melecado pelo calor, e que exalava um aroma açucarado - Pode ficar com esses doces, pros seus Pokémon. E... Isso é pra te ajudar, de alguma forma. Seja pra começar seu próprio negócio ou viajar o mundo. Fica como minha gratidão por ter me arranjado boas fotos daquela Pikachu em batalha, pela companhia, e como um incentivo. - faria questão de depositar tudo nas mãos de Mitsuro sem cerimônia e sem esperar uma resposta de aceitação ou não - Agora, vou ficar mais um tempo aqui pela fronteira. Como disse, é onde consigo arrumar minhas fotos noturnas. Boa sorte, rapaz, e boa jornada! - despedia-se, deixando o menino mais uma vez sozinho, mas agora na entrada da cidade de Pewter!

Off escreveu:

Bem, agora fica pra você decidir se quer seguir com a rota pra explorar mais alguma coisa da Viridian Forest, ou se deseja encerrar e aí seu próximo ponto de partida vai ser Pewter e rotas adjacentes a ela, ou você pode pegar um transporte na cidade e viajar pra outra que tenha conexão, enfim.

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