Re: [Missão de Sociedade(s)] ... Once upon a tima in Ilex Forest

por **thito** Seg Out 04 2021, 18:26

A primeira pergunta que vinha não era exatamente o que imaginava vir de imediato. Ela estava preocupada com Matthew. Atualmente. De verdade. Dava para ver nos olhos dela que passava por cima de tudo, das mentiras, das faltas e até mesmo alguns princípios por conta da ausência do amado. Era bonito, se não fosse trágico. O momento e a ideia hipotética.

— ....... a gente não.. vai embora. Muito menos com ele assim. Mas se com ir embora você quer dizer se por algum motivo a gente simplesmente sumir, um coma, talvez? Não sei te responder isso. Na real, não quero pensar na possibilidade. - Respondi sem muitas certezas.

Ok. Demais.

Winnie precisou de um momento e de apoio. O chão de repente já não era mais confiável para ficar de pé. Entendia e caminhava junto a ela, sentando ao seu lado no gramado, com sua permissão. Nesse meio tempo checava se Eros e Puermina estavam bem com o loirinho dentro da cabana, antes de voltar minha atenção ao que ela tinha a dizer.

Sua preocupação agora era outra.

Sorria. Era um sorriso amigo. Devagar, tocava na mão dela e segurava sua palma e dedos macios por alguns segundos antes de tomar a liberdade de levar ela a altura do peito. Pressionava a mão de Winnie com as duas mãos e encarava ela diretamente nos olhos ao perguntar — Ta sentido? - Me referia as batidas por detrás de pele e ossos. - É o mesmo coração. E ele é todo seu! Seja Matte, Thito ou Matthew. Isso é imutável porque é o mesmo desejo. Assim como amamos e apoiamos nossa mãe e sentimos falta de pain.

De peito aberto, falava a verdade. Por diversas vezes Matte foi impedido de largar Daisuke na Ilha de Lugia por conta dos princípios e desejos de Matthew. Algumas coisas eram impossíveis de serem mudadas. O tratamento até pode ser diferente, mas o sentimento permanecia o mesmo. O lance do coração era só uma metáfora.

Hoje ela estava com toda a razão do mundo de estar puta e exigir o que quisesse. Sim, daria essa razão a ela e mesmo assim, tenso, ainda conseguia rir no final, sem tirar nem por palavra alguma.

— Acho que Matthew já te disse isso, mas você fica tão linda quando ta assim. Preocupada e com um pouco de raiva, e com razão. - Tocava a liberdade de passar uma mão na mecha de cabelo que lhe caia ao rosto por trás da orelha, retornando com a mão devagar, acariciando sua face com o toque de meus dedos. - Eu acho que nosso menino só precisa de mais tempo pra se curar, sabe? Enquanto isso, eu to aqui. Sempre estive. Você é e vai ser sempre a primeira namorada.

Thito — Date and Other Business

por **Victoria** Seg Out 04 2021, 18:59

Tinha uma coisa que me acalmava nessa conversa toda; o fato de Thito se preocupar mais com Matthew do que o próprio Matthew. No fim 'ele estava em boas mãos'. Não que isso seja uma coisa agradável de se pensar, mas de todas as formas que um pathos pode tomar, o formato de 'auto-preservação' é sempre o melhor deles. Matte, apesar de não conhecê-lo, talvez fosse um desses tipo estranhos de cuidado de si...

... não tinha 'pulsão de morte', sabe? Não que eu (Winnie) saiba o que seja isso, mas me veio uma voz estranha na cabeça chamada Vitória que sabe, e decidi escrever isso por achar bonito.

Enfim, enfim! O garoto logo vinha sentar ao meu lado, se ele bem sabe, há algo de misterioso e agradável em 'sentar no chão' para mim. Sempre que estou nervosa, irritada ou insegura, eu acho que o chão é o limite. É difícil se perder quando você está - literalmente - tocando seu caminho. Ainda assim, ele não se abaixou para se localizar; o homem pegou minha mão e levou para o seu peito, mas fazendo ter um pequeno calafrio assim que senti seu coração.

Aqui, tínhamos uma questão. Até então eu passo parte da conversa olhando para seus olhos e outra parte evitando olhares cruzados. Ouvi-o assim, em todo o seu discurso, ainda meio magoada com o fato de estar tão fora da vida de Matthew quanto um desconhecido poderia estar. Fazia tempo que não admirava seu semblante como um todo e reparava nas terríveis olheiras e pelancas que o garoto agora tinha. Quando me lembrei que Matthew era um velho BEEM VELHO, tocar seu peito me deu vontade de rir.

Não era maldade, mas uma piada imbecil veio na minha cabeça: "será que ele está tentando me mostrar o marcapasso?". Óbvio que tive que fazer esforço para segurar aquele risinho frouxo enquanto ele falava sobre minha bravura. Era bonito, é claro que era bonito! A conversa de Thito era bonita e quase tudo que ele me dizia era bonito. Eu não queria ser fria ao ponto de deixar escapar uma risadinha aleatória ao meio do discurso...

... além de que, não sei se Matthew me acha bonita brava; ele normalmente me acha uma alcoólatra. Mais que isso? Não posso confirmar.

E bem, nem tudo que você quer é realidade né. Querer segurar o riso não era o mesmo de conseguir. Ainda mais lembrando que ele me acha uma bela de uma alcóolatra! Aquele dia no bar, na Cherry Cup, ele tava todo preparado no esporro! Eu acabei afrouxando um pouco o riso e deixando escapar um sorriso bobo, além de liberar o ar entre dentes. O semblante era vermelho - pela simples necessidade de fazer força muscular pra conter o riso - e o meio-sorriso fazia parecer que eu estava bem boba. Boba com o que? Bem, poderia ser com sua fala, mas não era.

Eu ainda estava presa na piada interna do marcapasso. Chegou um ponto que eu tive que olhá-lo nos olhos e dizer:
- Vamos resolver isso logo - O isso seguiu de uma olhada de cima a baixo - Pode ser? Depois você me diz mais sobre isso de eu ser a primeira namorada, e não a única.

#TreinoPupitar 14
#TreinoTynamo 14

por **thito** Seg Out 04 2021, 20:04

Ainda bem que Thito não era super inteligente e ele imaginava que Winnie ficou boba pelos elogios e tals. Iludido, coitado. Se ele soubesse da verdade estava dando um ataque de fricotes, capaz de ter um taquicardia e cair duro no meio do nada com uma criança logo ali do lado.

Assentia sobre resolver AQUILO logo e sobre falar de relacionamentos depois (chega de DR por hoje). Acontece que ainda restava uma pergunta sem resposta. Entrelaçava minha mão direita na esquerda dela e seguia — Você.. me ama? Mesmo amaldiçoado, fragmentado e ainda assim completo como estamos?

Era uma pergunta bem direta. Talvez um beijo, quer dizer, O BEIJO dissesse mais que palavras. Não sabia. Tinha medo de colocar espectativas a mais do que já tinha nela, mas depois daquilo tudo e de todos os sinais, estava escrita naquela cara velha: SIM WINNIE, VOCÊ TEM NOSSA PERMISSÃO!!

É isto. Sou o príncipe encantado imperfeito e ao mesmo tempo a princesa que precisa (e quer) ser salva.

Thito — Date and Other Business

por **Victoria** Seg Out 04 2021, 21:02

Eu poderia começar com "complicado e perfeitinho" só pra deixar essa história ainda mais brega. Era um pouco estranho como eu não conseguia levar a sério todo aquele papo de 'você me ama?' que Thito fazia. Eu tenho certeza que Matthew talvez não ficasse tão fixado nesse papo de aparência e fragmento quanto o rapaz, ainda assim, era bastante sincero o sofrimento e a prisão que ele estava. Era sádico de minha parte não o levar 100% a sério, ainda assim, era difícil realmente acreditar que ele tinha dúvidas de que eu amava aquela pessoa ali na minha frente. Era Matthew! Pura e simplesmente o Matthew; não me importava muito "como" aquilo aconteceu. Ele era o Matthew e ponto. Diferente oras e outras, mas ele era absolutamente e completamente ele; ainda que se dividisse aos pedaços.

Minha resposta foi bem... sádica também. Eu abri um sorriso meio tosco e deitei um pouco a cabeça no ombro dele. Deixei minha visão reta, olhando bem o fundo do cenário e depois de um tempo de 'olhar para o vazio', abanei a cabeça de pressa:
- Hmmmm, pensando melhor... - Disse, num ato bastante encenado. Era óbvio que era cena, afinal de contas, eu não sou uma boa atriz - Oh garoto, deixa de ser BOBO, é CLARO que eu te amo. Sério, porque eu não te amaria mais? Quem é o MALUCO que termina um namoro COM UM HOMEM DESSES só porque ele não ta feliz? Sério... só se eu fosse uma imbecil. Meu papel é te fazer feliz, não é pra vir pronto não.

Era uma pergunta IDIOTA, eu sei. Eu deveria saber como beijar Matthew, mas eu tinha certo medo desse 'feitiço' ser muito específico. Se um beijo na bochecha bastava, ou um selinho, ou se eu deveria fazer mais. Era uma coisa meio confusa, mas depois de muito pensar, decidi que ele deve saber menos que eu, né?! Então vamos... bem, vamos nos esforçar.

Admito que a primeira coisa que fiz foi começar pelo ato simples. Eu estava ao seu lado, estávamos ombro-com-ombro e minha cabeça pendia sobre o corpo ossudo do rapaz. Então eu levantei. Quer dizer... eu não 'levantei' e pronto. Eu levantei, fiquei na sua frente, avancei em sua direção a indiquei para que ele esticasse as pernas. Ali, num ato um bocado apressado, abaixei-me devagar e sentei no seu colo. A princípio, eu deveria fazer algo mais... óbvio? Porém não consegui. Beijá-lo de imediato seria estranho e pragmático demais, então coloquei minhas duas mãos sobre seu ouvido e caminhei os dedos até o fundo de sua nuca.

Ali, repousei as duas mãos, soltando os braços e ficando mais relaxada.
- Você sabia que você vai virar um velhinho muito bonito? - Continuei, ainda implicando com os incômodos de Thito sem tentar 'gatilhá-lo' demais - Oh, você vai ter uma bochecha bonitinha - Disse, inclinando para lhe dar um beijo na bochecha - Um nariz rebitadinho - Da bochecha, meus lábios foram para a ponta do seu nariz - Não vai ter calvície - Do nariz, meus lábios deram um pulo até a testa do rapaz - E seus olhos continuarão lindos - E desceu, até um dos seus olhos, beijando-o na pálpebra - E um lábio hidratado bem hidratado... - Do olho, não foi difícil descer ao lábio e dar um selinho rápido.

Ali, desisti de descansar uma das mãos por trás de seu pescoço e a trouxe devagar até seu queixo. O dedão arrastava de lá-para-cá, chegando até a ponta do queixo do rapaz e lhe suspendendo de leve. Olhei de um lado de seu rosto e depois de outro:
- É, eu poderia me acostumar com isso - Abri um sorrisinho um bocadinho sádico, mas ele logo foi embora.

No fim, cansei de enrolar. Eu não sou muito boa nessas coisas, né? Inclinei minha cabeça e mantive a dele levantada, reaproximei meus lábios dos dele mas ao invés de beijá-lo, mordi a parte de baixo de seu lábio com certa força, puxando-o para mais perto de mim e lhe obrigando a me dar um beijo. Nos encaixamos. Não foi muito difícil seguir com isso... e aquilo era tão... quente.

Fechei os olhos, toquei-o com a língua e desci minhas duas mãos até encontrar as mãos dele. Entrelacei nossos dedos. Pressionei seu pulso com meus polegares e deixei que a unha fincasse um pouco sua pele. No mais, deixei que ele fizesse como quisesse a partir dali...

... não que devêssemos demorar demais, ainda há uma criança logo ali.

#TreinoPupitar 15
#TreinoTynamo 15

por **Sckar** Qua Out 06 2021, 22:47

Enquanto Winnie descia cautelosamente, Matthew conversava com om neino da casa, que lhe respondia:

- Sou o Benedito, prazer. Meus pais daqui a pouco estão de volta, então se pretende fazer algo ruim comigo, é melhor desistir!

Enfatizava o menino, ainda um tanto seco e desconfiado. O jovem envelhecido colocava seu piquenique no chão (muitas coisas estavam esmigalhadas e amassadas) e oferecia ao menino. Que olhava ainda mais desconfiado e questionava:

- Por que tá me dando comida? Minha mãe mandou eu nunca aceitar doces de estranhos! E você tem namorada nessa idade... ? Você é estranho...

Apesar do que ele dizia, estava já mastigando um sanduíche e parecia nem se tocar da contradição ou ironia. Até porque, continuava olhando desconfiado para o idoso.

Foi então que chegou a garota e "pediu", ou melhor, exigiu, que o namorado conversasse com ela. Antes que este tivesse qualquer reação, Benedito inclinou a cabeça para o lado e olhou para trás do invasor, olhando para a moça na porta e fez um novo questionamento:

- Ela é muito jovem, é sua neta?

Ele há havia terminado 1 sanduba e agora estava bebendo água, enquanto pegava um segundo sanduíche para comer, com a outra mão.

O A.V.E.N.G.E.R. pedia para que duas de suas fadas, cuidassem do garoto e exigia rispidamente que a namorada saísse, para conversarem longe de Benedito.

- Hey, por que? Quero ouvir o que vão falar, afinal vocês entraram na minha casa sem serem convidados... tenho o direito de ouvir!

Mas olhava de novo para a comida, sentava-se e já ia comendo mais, dando as costas para os dois treinadores invasores. Eros e Puermina não acreditavam na cena que viam e uma "gota" escorria de suas frontes.

Imagem ilustrativa das expressões das fadas ao verem a reação do Benedito

Não era pra menos, que Winnie estava irritadíssima, até trocou um olhar ameaçador com a equina, que pareceu evitar o contato visual por muitos segundos. A fada sentia o clima pesado e que não queria lutar e nem seu treinador, decidindo evitar o conflito, até porque, a moça havia obedecido seu treinador, sem que ela precisasse impor à força.

Os dois jovens continuaram conversando perto do poço por algum tempo. Estavam extremamente emocionados. Principalmente, desesperados.

Em dado momento, o rapaz envelhecido olhava para dentro da cabana, mas não via o menino e nem suas pokémons fadas. Talvez eles tivessem ido pra outro cômodo ou estivessem do outro lado da sala, aonde não conseguia ver, devido a porta entreaberta. Porém, não tinha muito como dar muita importância para isso, afinal, se tivessem realmente saído da casa, ele teria visto. Certo? E ele tava prestando muita atenção na garota, então não olhou para dentro por uns bons minutos. Suficiente para mudarem de cômodo sem serem percebidos. Nada com que se preocupar!

A conversa dos dois continuou com os ânimos exaltados, revelações, lágrimas, raiva, frustração... sim, principalmente, FRUSTRAÇÃO! Era um sentimento que dominava os dois. Pois se frustravam por tudo que havia acontecido. Por seus demônios individuais e também, os compartilhados entre os dois. Frustravam-se por terem cometido erros e por nem tudo ter saído como desejavam. Contudo, amavam-se muito e queriam esforçar-se bastante para resolverem esses problemas. Todos eles! Maldição, culpa e etc.

Trocaram carícias, de uma maneira meiga. A garota ia se esforçando para dar o beijo na boca tão aguardado pelo casal. Principalmente desde que a maldição atingiu o rapaz.

E ela o beijou. Mas eles não sentiam nada de diferente. Nenhuma luz, fumaça, os músculos esticando-se, enrijecendo-se e ficando mais jovens. Apenas afastaram seus rostos, com os olhos abertos e a garota via o amor de sua vida de volta ao como ele sempre fora. Contudo, talvez ele tomasse um susto ao vela: Ela era um idosa!

SIM! ELA HAVIA ENVELHECIDO!

Ele havia passado sua maldição para ela?

Que terrível!

Ela não via nada disso, não enxergava à si mesma, mas o rapaz a via como uma velha! Ela não se sentia diferente. Mas ele tocava a pele dela e sentia a pele flácida e seca; Sentia as rugas, via os melanoses (as manchas senis), o cabelo grisalho e falho em alguns pontos. Ele podia sentir aquele cabelo quebradiço, fino e aonde ela tinha entradas, ele não sentia cabelo algum. Era real! Não uma ilusão! A voz dela estava diferente! TUDO NELA ESTAVA DIFERENTE!

Provavelmente, era assustador. Amaldiçoar a garota que o ama a ponto de salvá-lo da mesma maldição? Que ironia!

Porém, ela não entenderia nada do pânico que provavelmente transbordaria no olhar dele. Pois ela não sentia nada de diferente com ela... O que estaria acontecendo?

Post: 8/24

OFF:

por **thito** Qui Out 07 2021, 13:20

Benedito era uma criança de personalidade forte e já via que não era de acatar ordens. Claro, se fosse comportado não teria fugido sozinho para a floresta. Muito menos querer ouvir conversa de adultos. Ah, pra ele éramos muito velhos, então sim, adultos. Por sorte Eros era muito paciente e levava jeito com crianças de todos os tipos. Puermina já não sei, mas desde que não fosse incomodada, estava bem. E se algo saísse do curso natural, ela tinha voz e força o suficiente para nos avisar, bem como o Arcanine de Winnie com seu super faro de vigilante por perto.

Ainda bem que tinha gente de olho nele, porque com tudo o que aconteceu depois eu simplesmente esqueci do mundo. Era esse o poder que Winnie exercia sobre mim. Me fazer esquecer os estresses da profissão e me concentrar em cada riso frouxo ou em cada piada mal contada. Ela reorganização minhas emoções da mesma forma que conseguia bagunçá-las, de um jeito único e especial. Nós ali, no meio de uma floresta encantada, nos beijando a beira de um poço artesiano com um chalé de fundo era uma das cenas mais mágicas que poderia querer. Quiçá melhor até que o piquenique bem planejado.

Ao abrir os olhos o sorriso bobo que brotou do jogo dela antes de finalmente me beijar com amor desaparecia aos poucos.

Aquela foi a quebra de espectativa da história!

Eu olhava lentamente analisando cada parte nova e diferente da moça diante de mim e depois olhava para meu novo, e antigo, eu. Como eu poderia comemorar estar de volta na minha forma jovem quando Winnie tinha assumido para si a maldição? E o pior, ela ainda não tinha dado conta disso.

O que eu deveria dizer? Aliás, deveria dizer alguma coisa? Tudo que se passava em pensamento era ruim ou pior que a última. Comecei a entrar em desespero, mas freiei o sentimento. Não era nossa hora de surtar, e sim oferecer apoio!

— O que você acha da gente pular o casório e já pular pras bodas de prata? - Disse segurando gentilmente suas duas mãos com um esboço breve de sorriso, relevando preocupação.

... sim, aquela foi a coisa mais inteligente e menos estressante que eu poderia dizer para alguém naquelas circunstâncias. Não diria nenhuma palavra, apenas mostraria as mãos dela, com a epiderme já gasta e elástica, possuindo até algumas manchas que marcavam a idade.

A partir de então alguns segundos para ela poder respirar e se dar conta do que realmente estava acontecendo.

— Eu to me esforçando muito para não ter um ataque de pânico nesse momento e evitar de entrar numa espiral de culpa por ter transformado o amor da nossa vida em uma idosa... Eu acho que preciso de um momento. Não sei que situação é pior. .. Essa. Definitivamente essa. Você não teve nada a ver com aquela bruxa mal amada.

Teria como eu pegar a maldição de volta? Ai que asco, voltar a ser o velho rico! Mas não dava para deixar Winnie daquele jeito. Então, antes que eu desistisse da ideia, perguntava se poderia tentar salvar ela daquele destino fora de hora.

Thito — Date and Other Business

por **Victoria** Qui Out 07 2021, 13:51

Existiu um instante onde tudo tava bem, não existiu? Um mísero milésimo de segundo em que meus olhos se fecharam e o de Thito também, e que nós nos tocávamos e nenhum dos dois pensávamos em nada muito ruim. A fração de segundo em que nada de ruim podia acontecer e que tudo iria se resolver.

Sabe, e eu digo mais... eu tenho sorte, sabe? Eu fui a primeira a abrir os olhos e no momento em que vi seu rosto liso eu pensei no quão feliz ele iria 'acordar'. Ali, meu sorriso se abriu. Meu coração acelerou, minha barriga resfriou e tudo que eu sentia era êxtase. Eu estava - depois de muito tempo - feliz por finalmente resolver um problema sem criar outros dez mil.

Olhá-lo primeiro e vê-lo bem, antes mesmo que ele se percebe-se bem.

Só que é aquilo que todos sempre dizem, quanto mais alto o voo maior o tombo. A frustração veio tão rápido quanto uma facada estúpida nas costas. Thito abria os olhos e, ao invés de brilho, um desânimo estúpido e um sorriso caído. Ele estava - definitivamente - melhor sem ver. "Foi ruim? Fiz algo errado? Aconteceu algo?". Nesse exato momento eu senti que deveria sair dali correndo.

Meu brilho sumiu e eu tive a completa certeza de que agora, com Thito completamente normal e em forma, ele ia revelar que o verdadeiro problema era eu e ele irá terminar comigo. Sério! Não havia outro motivo, havia? Depois do mocinho ter recuperado a bendita forma de um príncipe encantado ele me olha com essa desilusão e perde toda a felicidade em seu semblante? Ele só pode começar com uma revelação que ele não fez até então.

Foda-se tudo que ele me disse até agora, ele só pode ter dito isso até agora pra me convencer a tirar essa maldita maldição dele. Quando eu vi aquela cara, eu já sabia de tudo. Um tsk irritadiço saiu automático da minha boca, eu já me preparava pra sair de cima dele e dar de ombros, aceitando que não ia ter o que falar. Eu não ia me estressar mais, eu não ia me iludir mais, se ele queria 'terminar comigo', que assim fosse.

Eu não ia mais brigar e ser iludida. Não ia ouvir 'o problema sou eu, não você', porque disso eu já sabia. Eu não ia. Eu estava prestes a pegar um impulso e subir de imediato quando ouvi um estalo estranho no meu joelho que me impediu. Retornei para o colo e Thito, depois da missão falha de levantar e respirei fundo, olhando mais uma vez aquele sorriso amarelo... que finalmente se abriu para começar a falar.

Ele finalmente achou as palavras certas e ela era sobre 'bodas'. Eu ainda não tinha entendido porra nenhuma até ele mostrar a mim mesma minha mão. Eu não via nada muito estranho, diferente do rapaz, que parecia achar algo estranho em mim. Olhei para uma perna, para outra, para minha pele e até minhas unhas; nada demais. Foi só quando ele continuou falando que eu comecei a entender... aparentemente eu estava velha, mas eu não conseguia ver isso.

Sinceramente? Isso foi um alívio. Thito ficava falando no fundo enquanto eu olhava meu próprio corpo e pegava meu celular para me olhar pela câmera frontal. Deixei-o falando no fundo sem dar muita atenção - desculpa por isso - e fiquei avaliando por um tempo. De início, admito que estava bem normal, mas depois de olhar duas ou três vezes, senti alguns calafrios de mudança. Será que eu estava mesmo velha? Será que meu cabelo estava fino? Minha pele flácida? Tudo errado? Era difícil crer em algo que não via, mas isso tornava ainda mais fácil de 'lidar com isso'.

Só duas coisas que poderiam me incomodar em um corpo senil, a primeira era a ausência de rosa. A segunda eram as unhas. De resto? Eu posso sobreviver. Quando o garoto parou de falar, eu só dei de ombro e emiti um 'humph' meio solto:
- Ah, se eu não conseguir resolver isso nessa floresta, eu peço pra Sabrina resolver isso pra mim... - Agora sim eu me levantei, num ato meio veloz e incompatível com a idade - Seria pior se eu tivesse me transformado em uma criança né? Imagina só se a gente tivesse que se beijar pra resolver isso? - Eu não acredito que consegui pensar nessa maldita piada no final das contas, mas isso realmente passou pela minha cabeça em certo ponto - Pelo menos assim ninguém vai preso.

Na tentativa de reduzir os danos, tirei da bolsa um lenço rosado. Cobri-me. Havia um pequeno problema com minhas roupas; elas eram joviais demais. Eu precisava ao menos por uma calça jeans e uma blusa mais fechada, caso contrário qualquer um ficaria olhando para mim. Além disso, uma boina rosada ia ajudar a suprir a abstinência de rosa da minha aparência. Na maldita tentativa de encontrar um lugar pra trocar de roupa, peguei minha mochila, terminei de me cobrir com o lenço e fui caminhando barraca a dentro:
- Será que se eu fingir ser uma avó esse garoto me obedece?

#TreinoPupitar 16
#TreinoTynamo 16

por **Sckar** Qui Out 07 2021, 21:43

Thito "segurou bem as pontas" e contou para a moça o que ele via, com dor no coração e a voz embargada. Mas num bom tom de voz e claramente. A garota se levantou e seu joelho falhou um pouco, assim ela caiu sobre o namorado que lhe mostrou as mãos, a pele... Mas ela não via nada de diferente. Até achava meio estranho o que o rapaz dizia. Talvez ele estivesse tentando pregar uma peça nela.

Foi então que algo chamou a atenção do garoto, não apenas sua namorada havia virado uma senhora de idade. Mas o Arcanine dela, também. Era um Arcanine franzino, com pelo falho, quebradiço, pelancas aqui e acolá. Um pelo grisalhos na fronte, em volta dos olhos, aonde devia ter apenas pelos laranjas. Não eram muitos pelos brancos, à ponto de mudar sua coloração. Mas eram bastante visíveis. Imagem meramente ilustrativa.

O que diabos estava acontecendo ali? Claro, a moça não via nada de diferente com seu pokémon. Porém, não tinha ao certo como ela saber o que o namorado via e também, acreditar no que ele dizia, uma vez que ela enxergava algo totalmente diferente... Ou melhor, ela não enxergava nada de diferente do costumeiro. O que estaria acontecendo?

Foi então que ouviram um som. Uma música. Tocada no mesmo instrumento de outrora, era possível identificar aquele som tão característico, apesar de ser uma música diferente. Não havia ouvido como a música começava, nem aumentando de volume aos poucos, como se estivesse se aproximando. Era como se ligasse um aparelho de som com a música já começada e num volume razoavelmente alto. E cantava:

Primeira música

- Oh, o diabo está subindo com a lua
Ele chora e meu sangue fica frio
Oh, nunca foi a escuridão, tão negra
Sem luz e nenhum lugar para ir

Meu espírito está chorando por um amor
Tão cansado de estar sozinho
Eu lembro que Ele veio aqui para roubar
E você é seu ladrão de almas

Fui cego, perdido e confuso
A escuridão não me chamará mais
O céu não é meu amigo
Nenhum deus nunca bateu na minha porta

Eu vejo uma lua negra subir
E está chamando meu nome
Ah, está chamando meu nome

Estou de pé no lado escuro do tempo
Alcançando o poder de Sua mão
Ela está deixando uma luz profana
E chamadas do Mundo Distorcido de Giratina

Eu vejo uma lua negra subir
E está chamando meu nome
Ah, está chamando meu nome

Então a melodia mudava de repente, ficando claro que uma música estava sendo mesclada em outra:

Segunda música

- Uma grande figura negra com olhos de fantasmagóricos
Revelando às pessoas o que desejam
Giratina está lá, ele sorri...
Observo as sombras ficando cada vez mais altas
Ah, não, não, por favor, Arceus me ajude!

Será o fim, meu amigo?
Giratina está virando a curva
As pessoas correm porque estão com medo
É melhor elas irem e tomarem cuidado!
Não, não, por favor, não!

Então a melodia mudou de novo, sendo a terceira música. Mas agora ela cantava com uma voz mais grossa e meio "fantasmagórica", por assim dizer:

Terceira música

- Eu vou jogar o seu jogo.
Mas, se você perder você vai ter que pagar o preço!
Correntes quebradas, como um prisioneiro livre no passado
O Mundo Distorcido somente subiu e engoliu...
O tempo dirá se estou errado!

Não vai demorar muito
Você pensa que eu estou perseguindo sombras no escuro?
Bem, eu não nasci para perder!
Eu não nasci para perder!

Não vai demorar muito...
Não vai demorar muito...
Não vai demorar muito...

Você pensa que eu estou perseguindo sombras no escuro?
O que você vai fazer quanto a isso agora?
O que você vai fazer quanto a isso agora?

E não há nada que você possa fazer quanto a isso agora...

Era possível ver a cigana de outrora sentada do outro lado do poço artesanal. De costas pra eles, aproveitando as pedras como acento e o "telado" do poço, para ficar na sombra. Ela terminava de cantar, olhava para trás e dizia:

- Nos encontramos de novo...
Vejo que os Monclair conseguiram tirar o diabo que estava na pele. Mas agora ele passou para seus olhos. É uma pena!

Novamente ela surgiu como sumiu da outra vez. Do nada! Sem caminhar, aproximar-se, ir ficando mais nítida pouco à pouco, ou materializada como num teleporte. Apenas surgiu ali. De costas pra eles, sentada no poço, tocando e cantando. O rapaz sentia um frio na coluna (vulgo "espinha") que o paralisou de fazer ou falar qualquer coisa até a música parar.

O que os jovens fariam?

OFF:

por **thito** Sex Out 08 2021, 11:33

As reações de Winnie me trouxeram espanto e princípio de tremedeira, mas a fala me trouxe confusão, apesar de tranquilidade (?). Sabrina? O que ela tinha a ver com isso? Qual a relação dela com uma líder de ginásio e especialista em psíquicos? Não me lembrava de ver Winnie treinando algum pokémon desse tipo, muito menos o interesse em palco, como o nosso em comum.

De toda forma parecíamos ter superado uma etapa do relacionamento, mesmo que de forma estranha, principalmente discutindo idade, mas Winnie tinha dessas de fazer péssimas piadas nos piores momentos.

— Então isso foi um não pro meu pedido de casamento? - Consegui rir por um breve momento.

Ainda não estava contente em enxergá-la como uma senhora idosa e imaginar que era minha culpa ter passado como quem passa uma IST conscientemente. Culpa que chama. Ela só sumia quando avistava o Arcanine.... Balançava a cabeça e esfregava os olhos.

— Seu... Arcanine também ta com aparência de velhice... Será que todo mundo ficou velho? ...MEU DEUS A CRIANÇA!

Já queria disparar para dentro da cabana quando a música e a persona surgiram. Por um instante a aleatoriedade me fazia querer ignorar, mas depois de uns segundos fazendo correlação, algo me vinha a mente.

— Você! - Apontei dedos e tinha a voz cheia de ódio.- Você me tocou sem minha permissão. Tem alguma coisa a ver com isso?

Ok, Fui um tanto quanto rude, mas aparecer do nada e provavelmente ter visto e ouvido nossa conversa me dava algum direito de estar bravo com a mulher esquisita que também me parecia uma espécie de bruxa.

— Parece que você sabe bem mais do que uma leitura de cartas pode contar. O que faz aqui? Ta nos seguindo?

Cadê Puermina pra dar um coice na cigana safada?

Thito — Date and Other Business

por **Victoria** Sex Out 08 2021, 18:16

OFF: Fumei um QQQQQQQQQQQQQQ

- Pff, eu ainda quero saber das suas várias namoradas - Você acha que eu sou fácil assim, Thito?

Ao menos, ele foi "salvo" pelo gongo dessa vez, porque mais uma vez a cigana apareceu e...
... sabe quando o problema não é com você e você não sabe se deveria se meter? Então, é essa a sensação que eu (a narradora) e eu (Winnie) estamos. Houve um certo momento de silêncio até processarmos que o problema não era nosso de modo algum, mas sim dos olhos-de-quem-fala... literalmente.

Num ato um bocado 'lateralizado', deixei que a música tocasse e fiz companhia ao meu namorado quando o assunto era silêncio. As falas finais e as explicações mal-dadas eram suficientes para eu pescar algumas ideias e ter algumas interpretações.

Primeiro de tudo: minha missão. Eu estava ali para invocar um guardião e, além disso, conhecê-lo. O Engraçado disso tudo é saber da peculiaridade da Ilex Forest. Óbvio que não vim aqui sem pesquisar, não precisa saber muito para descobrir que a lenda do Celebi vive aqui. O Celebi é o tal do 'mago do tempo' e Thito tendo a praga-da-velhice era, no mínimo, irônico.

Como eu não acredito em coincidências, me arrepiei junto de meu namorado e deixei que ele confrontasse a cigana com certo ardor.

Ok, ok, eu não entendo muito de religiões e tudo mais, mas essa moça parece entender e sua música parece tentar nos mostrar um pouco isso. Quer dizer, mostrar a Thito isso. Não a mim; ainda assim, acho que tenho um pequeno papel de tentar 'racionalizar' as coisas enquanto meu namorado surta, não é?

Pois bem, estou no mundo do Giratina, ele não parece amigável, as pessoas não gostam dele, eu peço ajuda e no fim, ao que tudo indica, ele chegou, Arceus não ajudou e não tem lá muito o que fazer além de lutar. Não me parece uma história muito complicada de entender se fosse uma história solta, mas qual diabos é a relação disso com o que estávamos vivendo? O que eu sei até então é que o primeiro pokémon é Arceus, ele criou outros três pokémons, Palkia, Dialga e Giratina. O Giratina era o pokémon da Antimatéria. Porque Arceus criou um pokémon que controlasse a Antimatéria? Não sei, mas Giratina acabou sendo banido.

Só depois disso que Palkia e Dialga puderam construir o espaço e o tempo como a gente conhece hoje.

Até ai... foi. Sabe o que é minimamente engraçado nessa história toda? É que assim, há um mito que um dia eu ouvi na escola que o Celebi é o pokémon originário. Claro que sou Johtonense e isso é ser meio 'clubista'. Nós de Johto acabamos 'caindo' um pouco nessas histórias que favorecem nossas culturas, mas o mito faz sentido, porque veja bem, há um fato que vou contar negritar: não é verdade que existe um Celebi para cada linha do tempo?

Pois então pasmem. A teoria é que cada Celebi inaugura uma nova linha do tempo, levando um ovo de Arceus do Futuro da Linha do Tempo A para o Passado da Linha do Tempo B, fazendo eclodir o Arceus original. Quando Arceus bane o Giratina, ele permite a construção de um novo espaço-tempo e assim nasce um novo Celebi. Dessa forma, o Celebi perpetua seu domínio hegemônico sobre a linha do tempo. Doido, né?! Pois é, nessa teoria, o Giratina é o maior inimigo do Celebi, porque sem ele, não há linha do tempo.

... eu to viajando demais? Eu to, né? Mas veja bem, se minha teoria fizer o mínimo de sentido, os efeitos que Thito está sentindo é próprio da floresta e eu precisava contar isso pra ele, mas não sem antes tocá-lo devagar no ombro, para não tirá-lo de um estado de choque absorto. Ele parecia extremamente focado em culpabilizar aquela cigana, mas eu começava a achar que ela também era fruto de alguma indicação mítica:
- ... amor, você já ouviu sobre os mitos de Ilex Forest? - Perguntei um pouco receosa, Thito realmente parecia bravo - Eu acho que tem a ver com isso, eu acho que você ta vendo o futuro...

#TreinoPupitar 17
#TreinoTynamo 17

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