... botar fogo em cadeados em uma cabana de madeira não me parece uma boa ideia. Graças a Deus Tony não ouviu Rafa de princípio, porque ele poderia acabar incinerando coisas que não deveriam ser incineradas... Ou eu estou sendo conservadora demais, também pode ser. O importante é que os dois concordaram na importância daquele "troço" ali.

Afinal de contas, não sabiam onde estavam pisando e qualquer indicativo de dica já era um belo de um avanço.

Mas antes de mais nada, devo reforçar a ideia de que não há nenhum passo ou rastro marcado neste aterro. Se há uma segunda entrada, ninguém deixara as marcas de pneus, pés ou mãos até ela, o que indica que faz um certo tempo que ninguém entra ali. O que notaram - e nisto os humanos foram melhor do que as bestas - era o mau cheiro proveniente daquela pseudo-construção, que a cada passo ficava mais forte.

O Drone foi um bom modo de se 'blindar' disso, mas ao visualizar de cima, a única coisa inédita que o aparelho conseguiu ver foi um pequeno furico no telhado de palha, que certamente causa uma goteira chata em dias de chuva. Salvo isso?! Nada. Há apenas uma porta, as madeiras não estão podres ou úmidas, não há brechas mais fáceis. Não há um buraco em que pareça ter 'chaves escondidas' ou algo assim.

... e a falta de informação poderia ser uma ótima informação, se assim usassem.

Toda a investigação aérea seria um enorme 'nada demais' se não terminasse com um pequeno Plot Twist. Sem ver de onde - muito menos de quem - o aparelho fora atingido por uma bola de lama, tendo sua lente completamente tapada por uma terra grudenta e parte da tecnologia aérea danificada.

Não muito rápido, o aparelho caiu em cima do telhado.

Se teve olhos para ver um drone 'zanzando' por ai, certamente teria para ver uma enorme Tyranitar. Como já imaginado, Rafael Luck fora dar uma voltinha e acabara sendo encontrado. Uma voz, vinda de baixo de seus pés (porém um pouco mais ao norte) lhe revelou:
- Se eu fosse você, não ficava zanzando onde não é chamado - O tom era calmo e pausado, sendo bastante compreensível e chamativo - Pode acabar quebrando a cara...

Se seus olhos acompanhassem seus ouvidos, Rafa olharia para o chão bem a sua frente. Veria uma rocha firme, que pesava cerca de 50 Quilos. Uma gosma roxeada e amorfa começou a banhá-la e, aos poucos, os bracinhos do Muk eram revelados, levantando-a com certa lentidão. Quando o Pokémon deixou de ser apenas uma poça de lama roxa e se materializou por completo, a roxa já não estava mais no lugar de costume: Muk havia lhe empurrado para mais longe, revelando uma espécie de Bunker.

Dali, como já imaginado, um homem saiu.

Não que ele fosse algo 'incomum' ou 'extraordinário'. Era apenas um homem de cabelos pretos, vestindo roupas pretas e com um enorme R multicolorido na barriga. Muk parecia ser seu fiel escudeiro. A única distopia que aquele homem parecia carregar consigo era uma máscara de pano preta, que tampava sua boca e seu nariz.

Já Tony, não teve mais sorte que Rafa em sua missão: até abriu os cadeados sem muitos problemas, já que ninguém lhe impediu. Tinha um bocado de força braçal a sua volta e, se precisasse, poderia recorrer a ela.

Quando as portas estava ENFIM LIVRES, elas se escancararam por completo, como se uma corrente de vento a impulsionasse para abri. Quando isto aconteceu, o mal cheiro de PODRIDÃO (antes escasso) encheu todos os narizes e narebas do cenário, fazendo alguns pokémons simplesmente engasgarem no mau cheiro.

Eu ficaria aqui falando sobre o quanto aquele cheiro era HORROROSO, porém há algo mais importante para relatar: do lado de dentro da Cabana uma mocinha esperava Tony, com uma esfera-bicolor oca na mão e um Fearow bem ao seu lado.

Ela não tinha mais que treze anos, seus cabelos eram longos e pretos, carregava consigo uma boina e uma máscara (ambos pretos) na cabeça, além de uma calça e bota em camurça. No peito, um moletom de arco-íris, com uma enorme estampa central escrita "Queer Pride".

OFF: Faço o progresso no próximo post, agora to meio ocupadinha e postei logo só pra vcs não ficarem sem post

É, temos uma gosma amassada e um frango frito. Eu não vou nem me dar o trabalho árduo de narrar essas duas batalhas pífias, apenas lhe direito que um pisou forte no chão (-160 | Muk K.O) e levantou algumas rochas, enquanto o outro emitiu uma onda de calor invisível (-159 | Fearow K.O) que (visivelmente) vaporizou todas as penas de Fearow, deixando o galeto 'pelado'.

O mais importante aqui é a consequência dos fatos, né?! No primeiro caso, tínhamos um Rainbow um bocado enfezado, mas que conhecia bem esse lugar de 'desvantagem', sendo assim, meteu o sebo nas canelas e começou a correr de imediato, logo após ver o tamanho das rochas que Garchomp moveu, e que soterraram seu querido Muk.

Ele nem se deu o trabalho de voltar a gosma para a esfera; deixou que ela encontrasse uma rota de fuga sozinha que saiu em disparate, em direção ao ponto mais longínquo que conseguia ver.

Já a mocinha que Tony viu, não tinha muito para onde ir. Antes de ver seu galeto sem penas, ela até mesmo fez um comentário em tom jocoso, provocando um pouco o rapaz: "Se eu fosse você, não saia entrando assim nessa cabana não, em?". Sua risadinha era um bocado simpática e ela tentava forçar um aspecto adulto que não calhava nem um pouco com seu rosto juvenil.

Só que quando a Mega Evolução veio, ela já ficou de queixo caído. Dali ela já sabia: seria estraçalhada, então tentou retornar Fearow antes de ele receber o golpe, mas um Mega Charizard Y era muito mais veloz que seus dedinhos, então falhou miseravelmente. Quando seu pokémon caiu desmaiado ao chão, ela pendeu seu corpo para frente e deixou-se cair, ficando de joelhos. Retornou o pokémon a esfera e manteve o queixo caído...

... algo que era possível ver mesmo por trás das máscaras.

Alguns instantes de perplexidade depois, a moça caiu aos prantos.