ABYSSAL ZONE DUNGEON #02

OFF: Oi lindos, post introdutório só para nós nos situarmos um pouco e ir pegando o ritmo. Essa semana eu ainda estou com a narração meio parada (e enferrujada), mas semana que vem prometo lhes dar mais atenção <3 Salvo isso, sucesso pra vocês e boa sorte, porque vocês sabem que não sou de pegar leve ò.ó (@Thito   @Rayssa.bolt)

INFOS: Pokémons que vocês podem mergulhar com tempo ilimitado: Lanturn(s), Kingdra, Carracosta e Dhelmise. Se precisarem botar eles para batalhar, peço que troquem antes e eu iniciarei uma contagem regressiva para "destrocar" caso o segundo pokémon seja limitado. Após entrar na Fenda, os efeitos da "Zona Abyssal" vão começar a serem efetivados.



Os bons filhos a casa retornam, não é?! E que retorno, meus amigos! Passou pouco tempo, mas ambos cresceram como se não houvesse amanhã. Após a primeira experiência, os dois voltaram mais "armados" e mais preparados: seus pokémons já haviam mergulhado antes, eles já haviam mergulhado antes e todos aqui, sem exceção, já tinham um gostinho amargo na boca.

Só que era difícil dizer se aquele era o gostinho da água salobra ou se era só um enorme déjà vu. Seja lá o que fosse, é importante registrar que após um longo nado dos nossos dois amigos, o sal já havia tomado parte da pele "exposta" restante dos dois. Coçava, ardia e, em suma, incomodava. Tal fato se dava não só pela "salobridade" oceânica, mas também pelas insalubridades locais.

Era sol, vento (muito vento) e pouca terra. Quando o sonar apontou que era ali (e um par de Dragonites foi-se embora), a única coisa que podiam ver era um bocado de ondulações marítimas medianas, uma porção de terra flutuante que formava uma ilhota a seis metros dali. O sonar apontava pra ela? De jeito e maneira alguma. Ainda assim, era um bom ponto de descanso se assim quisessem fazer. Daqui pra frente é só paulada, tapa na cara, chute na costela e oxigênio escasso, então talvez vocês devam parar um tico parra cuidar dos vivos antes que eles morram.

Optando por essa parada ou não, importa dizer que o Sonar só captava frequência para uma (e apenas uma) direção: para o fundo. Parece óbvio dizer isso, mas é que há algo de peculiar num sonar que só se ativa numa direção só: ele normalmente quer dizer que a onda sonora sofreu difração, tornando possível interpretar que a fonte está deslocada, distorcida ou... bem... digamos "distante". Um único filete de onda escapou lá do fundo e apontou para nossos amigos, como num pedido honesto e silenciado de "socorro".

Em quantas coisas essa onda bateu? Em quantos caminhos ela se repartiu? Em que frequência ela entonou?! Não sei... não sei mesmo... muitas perguntas, mas sinto que Matthew e Rayssa tenham muito mais experiência e respostas do que eu...

ALPHA SAPHIRE SQUAD — Matthew Monclar & Raissa Bolt.

Confesso que tenho um fraco por pedidos de socorro... e minha reação foi quase instantânea de quase pular correndo deixando Mattew pra trás... QUASE... mas ainda consegui parar á beira para aguardá-lo... checava tudo mais uma vez depois daquele redemoinho louco...

-Mesmo que um Ranger tenha uma compreensão tão profunda do que o pokemon está sentindo... não sei se seria tão simples, porque ainda seria um selvagem.. não?

Quanto á respostas, não sei se a narradora está certa... mas vou tomar isso como um sinal para confiar em meus instintos.. e não sei bem se Rayssa concordaria com a visão de Mattew de que seu lado Rocket não conta... mas como saber, sem ela saber né?

Mas chega de enrrolação, tudo checado, eu pulava na água e deixava minha vontade de atender o pedido de socorro me dominar....

Talvez o descanso desses dois tenha sido "achar o local". Sei que parece bizarro, mas o alívio de não depender mais de um marinheiro bêbado e maluco podia ser considerado um descanso. De corpo? Definitivamente não; nadaram a tarde toda e ainda nadariam mais. De mente? Também não, visto que só trocariam uma preocupação por outra, então não descansariam esta região aqui. O descanso provavelmente foi de alma: um passo mais próximo do Kyogre é também um passo mais próximo da libertação.

Claro, isso sou eu que to dizendo. Pode ser que vocês não pensem assim.

Não sei ao certo quais pokémons supririam o oxigênio dos dois (e peço que me contem isso), mas algum o faria. Rayssa foi a primeira a mergulha, adentrando o mar que não tinha chão. Inicialmente a claridade permitia que enxergassem muita coisa sem seu Lanturn, mas a medida que ela e Matthew (que foi logo atrás) se aproximavam do que deveria se um "solo", uma confusão tomou-os.

Será que estão fundo o suficiente para não ver o chão? Ou será que o obscuro oceano era a fenda que tanto procuravam. Bem, só descobririam isso descendo mais.

Se assim fizessem, iam reparar que um segundo filete de onda podia ser captado, alcançando um pouco mais a direita do que o anterior. Apesar da "órbita" de ressonância ter aumentada, ambos apontavam em direção ao fundo. Peço que ponham o óculos direitinho, ajeitem bem as roupas, montem bem o equipamento e certifiquem-se de que tudo está nos "trinks". Se quiser fazer um lanchinho, agora é hora, porque daqui pra frente a aventura oficialmente começa.

Vocês já chegaram bem próximo do ponto "não-vejo-um-palmo-daqui-pra-frente". E nem é porque estão fundo demais, é porque os olhos de humanos são uma merda mesmo.

Jayna me carregava, parecia saber que assim estaria dispensada das batalhas, e eu sabia que ela preferia assim.... ela também possuía (assim como Zhan) uma habilidade extremamente útil nesse ambiente... suas lanternas era particularmente brilhantes, e conseguiam nos proporcionar alguns vislumbres dos arredores.... Storm preferia seguir fora de sua esfera também... agindo como um batedor... devia também estar aproveitando para acostumar os olhos com a iluminação do lugar.... afinal, embora seja de uma espécie que se desenvolveu por essa zona, ele não vivia ali

Claro que havia checado e rechecado todo o equipamento depois daquele saculejo que tomamos dos Dragonites... mas enfim... onde estávamos? ah sim! o pedido de socorro contido atrás do qual eu havia mergulhado em primeiro lugar...

-Nossa... tinha me esquecido o quão escuro é aqui....

Lógico que seria... por mais transparente que fosse a água, ela ainda possuía detritos microscópicos flutuando... mas o fato nunca deixou de me impressionar quando presenciava.... não era algo corriqueiro pra mim, sabe... mesmo tendo nascido em uma cidade portuária... mas estamos perdendo o foco... minha mente estava ocupada, na maior parte... em lembrar de como era o pedido de socorro, e se perguntando se o alcançaríamos...

ALPHA SAPHIRE SQUAD — Matthew Monclar & Raissa Bolt.

Se reparassem a singeleza da captação da frequência do sonar, reparariam que ela tinha a mesma ressonância da batida de um coração. Claro que essa frequência, no nosso corpo, só é sentida ao toque, mas se botassem a boca daquela maquinaria velha bem forte contra o osso esterno, veriam uma leve combinação.

Não tão perfeita, é claro. Alguns corações tem frequência maior que outros, mas isso é o suficiente para alcançar o "espectro" entonado por Kyogre.

Irônico, não? Um serzinho tão destruidor ressoar ao som de corações.

No mais, vocês continuaram descendo. Graças ao aparelho de mergulho, era possível sintonizar a voz um do outro como num WalkTalk. Meio oldschool, né? Mas percebam que no mar tudo funciona por ondas e frequências. Dificilmente uma tecnologia sai muito disso por aqui... e essas ondas tendem a ser bem mais semelhantes com a do som do que com a da luz porque... bem, porque a da luz aquece e se perde, a do som... nem tanto.

Então temos a limitação do meio aquático. Não que isso seja muito importante por hora, já que isso não fará diferença nenhuma para o que estavam prestes a achar. Só importa dizer que vocês, antes de sequer entrarem na fenda abyssal, conseguiam se comunicar bem, respirar bem e nadar bem. Enxergar? Não. Os dois Lanturns eram os responsáveis por lhes darem a luz... literalmente, viu? Não metaforicamente como num parto.

E por isso, o campo de visão de vocês era bem limitado, afinal de contas, Illuminate não é um sol. O que poderia ajudar era a referência que o cabo, que se projetava no topo da cabeça de cada peixe, poderia dar. Era possível apontar a luz pra lá e para cá, e ainda movê-la livremente. As mãos humanas não incomodavam Zan e Janya, tornando a manipulação viável.

Depois de descerem um bocado, um terceiro filete (agora mais à esquerda) pôde ser captado pelo sonar. Já estavam bem próximos da fenda sagrada quando a lanterna do Lanturn de Matthew iluminou o que parecia ser uma... interrupção?

Era difícil dizer. Não era o chão, definitivamente não era o chão, mas era como se houvesse algo ali que permitia com que nossos dois humanos ficassem em pé. Caso fossem investigar por toda a extensão do troço, veriam que aquela era - provavelmente - a fenda pela qual deviam passar, porém ela estava completamente obstruída por um navio enorme. Era como se, de uma forma muito estranha, o destino (ou algo, ou alguém) tivesse colocado uma enorme caravela destruída para tampar a passagem para o Kyogre.

Poderiam destruí-la? Hmm, acredito que sim. Parece frágil e puído, mas também averia a possibilidade de encontrar uma pequena passagem para lá ou para cá. Tinham tempo, não é?

Seu gesto passou despercebido não... graças aos irmãos Lanturn! notava que aparentemente ele havia conseguido ficar mais centrado... talvez o fato de agora não estarmos dependendo de uma terceira pessoa para seguir com a expedição...

-Isso ai! Super gemeos ativar!

e gesticulava um first bump, como os personagens do desenho de mesmo nome... onde um se transformava em objetos, e o outro em pokemons... de onde vinha a inspiração dos nomes de nossos lanturns que nos auxiliavam com a natação

Minha curiosidade juvenil gritava por respostas quando enfim me dei conta que o sonar tinha o ritmo de um coração... estaria acelerado? ansioso? com raiva? preocupado?... quis acelerar, mas em nosso caminho tinha uma enorme caravela!

-Acho melhor darmos a volta... o que me diz?

não vou mentir... aquela caravela me fez lembrar do navio que o capitão estava pilotando para nos trazer ao ponto de mergulho....

ALPHA SAPHIRE SQUAD — Matthew Monclar & Raissa Bolt.

Optaram pela escolha mais prudente, sem sombra de dúvida. Sem se separar um do outro, começaram a investigar e tatear os arredores daquela fenda, até acharem uma passagem diminuta. Cabia Matthew? Não, não cabia Matthew, mas passava tranquilamente Rayssa por ali. Seu Lanturn teria um pouco de dificuldades, mas como era relativamente menorzinho (por questão de treino, não de idade ou fenótipo. Era só menos musculoso), conseguiria também atravessar ali ao se espremer entre os escombos.

Não havia pontas-soltas, muito menos pontas-agudas, então não precisava ter medo de se furar ou rasgar o traje. Por isso, poderia optar por se separar de seu companheiro e ir em frente, ao menos para sentir o gostinho do-outro-lado-da-fenda, ou ao menos ter a certeza de que outrora não sonhou com tudo aquilo.

Se procurassem mais um pouco, não achariam uma segunda passagem tão fácil. Ela existia? Existia, mas teriam que olhar melhor. Do outro lado talvez fosse mais fácil ver, já que novos ângulos trazem novas perspectivas...

No mais, o coração continuava batendo. Era difícil dizer se era uma frequência normal, visto que nem todos os pokémons tem sua frequência catalogada. Se fosse mesmo o peito de Kyogre (e não de outro pokémon qualquer), poderíamos dizer que era uma batida bem espaçada, um pouco mais lenta que a de um Elefante, por exemplo. Além disso, ela não oscilava muito, tendo uma quantidade de batidas-por-minuto bem padronizada. Querem contar?