[Ashes] – Mt.Pyre –

ashes

Seguindo todos os sinais possíveis de que era uma armadilha, Natalie resolveu dar apenas uma espiada no corredor mais assombroso da face da terra. Olhando mais de perto, era possível perceber que se tratava de um caminho imenso, que sequer dava para ver seu fim; era estreito, mas bem menos conservado do que o restante dos túmulos. Haviam algumas lâmpadas falhando e outras já queimadas, trazendo uma vibe bem filme de terror de assombração. Também era possível enxergar um pouco de água no chão, o que poderia ou não significar que o Mimikyu havia passado por ali.

Não havia nenhuma outra pista, o restante do andar estava completamente vazio, e apesar de ainda não ter olhado nos outros corredores, certamente aquele seria o escolhido pela garota. Quer dizer, talvez o fantasma quisesse levar ela para algum lugar? Ou quem sabe, atrair ela para uma emboscada. Afinal, que motivos ele tinha para fugir daquela maneira? Como a própria garota já constatou, não deveria ser normal um fantasma centenário ter medo de um Grimmsnarl branquelo, mas por algum motivo ele teve. Talvez a fada de Chase lembra-se algo que ele não queria, alguma memória trancada que, sabe-se lá porque fora destrancada no momento em que ele viu o grandalhão. Fato era: ela não tinha tanta opção que não fosse seguir o corredor.

PROGRESSO DA ROTA:

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Grimmsnarl estava claramente mais focado em procurar por Mimikyu nos poucos momentos em que estava um pouco mais longe de Natalie; o coitado parecia realmente se sentir culpado pela fuga do pequenino, e por isso estava dando seu máximo para recupera-lo. Tanto que, até mesmo seus cabelos ele usava para alcançar lugares entre as covas que ele não conseguia por ser imenso, mas nem isso trouxe algum resultado do lado de fora, o que fomentava a hipótese que o fantasma menor havia se entranhado pelo corredor antigo, e justificava a escolha dela pelo caminho. Mesmo assim, ainda haviam alguns cuidados que eles deveriam tomar.

O primeiro de tudo, Chase logo deu conta, usando os ventos de Togekiss para tirar as teias de Spinarak dali, ajudando (e muito) no campo de visão deles. Agora era possível ter uma visão um pouco mais clara do teto do lugar, que era feito de pedras brilhantes misturadas com as próprias rochas da montanha; algumas das coloridas até chamavam a atenção, mas provavelmente não havia nada de valioso ali, até porque, o Mt. Pyre era um lugar famoso, então certamente alguém já teria descoberto se tal coisa fosse real.

Corredor a dentro, o barulho de antes retornava, e Natalie começava a ver um pouco de terra pelo chão. Os cantos da sala estavam cheios de uma terra espalhada e o pareciam ser partes de um corpo também estavam por ali. Tinha alguém depredando os túmulos? Um deles estava claramente aberto a força, com a porta que continha o nome e a data em que fora enterrado (meio a tantos outros) arrebentada. Claro que, poderia ser antigo também, já que a tempos ninguém passava por ali, mas também poderia ser algo recente. A resposta estaria mais a frente, se Chase tivesse coragem de passar pelos cadáveres, claro.

PROGRESSO DA ROTA:

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Sacando uma máscara do bolso, Natalie foi a frente, tentando ao máximo ignorar os arredores. Alguns cadáveres não eram nada, né? Afinal, o que poderia ser pior do que corpos em pedaços espalhados pelo caminho? A situação só não era mais degradante porque ela não sabia se eles haviam sido violados recentemente ou a bastante tempo, isso certamente deixaria tudo ainda mais grave. Mesmo assim, a Rocket estava determinada: iria até os confins do inferno para encontrar o Mimikyu fugitivo, enfrentaria deus e o mundo para acha-lo ali dentro e completar sua missão. Sua cabeça estava em jogo, afinal.

Seguindo, então, o caminho assombrado, apenas uma garota ruiva com suas duas fadas procurando por uma terceira fugitiva. Conforme o caminho avançava, as lâmpadas iam falhando cada vez mais, representando a falta de contato humano do corredor, e os corpos violados iam aumentando; o barulho também, mas ela logo descobriria do que se tratava. Em poucos minutos caminhando ela pôde ver a cena que não a chocaria tanto, mas certamente era estranha. Mimikyu estava (com uma mão negra fantasma, que saía debaixo de seu capuz) arrancando as tumbas das paredes, revelando os corpos um a um, e os analisando rapidamente. Ele via um, puxava o corpo, pensava por alguns segundos e o jogava de canto, sem se importar com nada.

O que ele estava procurando e qual seria a reação de Chase eram as duas perguntas mais importantes no momento, mas antes que ela pudesse ter qualquer resposta, se ela olhasse um pouco mais a frente, perceberia a presença de um fantasma monóculo imenso (bem maior do que o padrão para a espécie), a encarando como se fosse atacar a qualquer momento. Se ela conhecesse a espécie, saberia que alguns deles dormiam de olhos abertos, então, talvez, se ela (ou o fantasma) não fizessem nenhum outro movimento brusco, ele certamente permaneceria dormente, mas o fantasminha não parecia ligar muito para isso também...

PROGRESSO DA ROTA:

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A reação de qualquer ser (humano ou não) era a de se defender. Qualquer um com dois neurônios reagiria da mesma forma que Natalie e mandaria seu Pokémon atacar sem pensar duas vezes, mas para tristeza, ou alivio, da garota, o fantasma que a encarava não estava ali para lutar. Na verdade, de um jeito bem estranho, quando Togekiss esticou suas asas e disparou um corte poderoso contra Duskull, a caveira simplesmente desapareceu no ar deixando para trás apenas o que sobrou da luz escarlate de seu único olho. Se a reação natural era a de atacar, porque ele fugira? Parecia um tanto esquisito um bicho desses simplesmente desaparecer, mas pelo jeito, Chase estava livre dele.

Grimmsnarl também não precisou do comando de sua mestra, quando viu o pequeno Mimikyu, correu para ajuda-lo; o grandão sabia que a atividade do fantasminha envolvia o motivo para eles três estarem ali, então não questionou sua mestra quando a mesma pediu que ele começasse a arrancar corpos sem vida das paredes. O Mimikyu saiu correndo logo quando viu o outro se aproximando, mas dessa vez ele apenas parou no meio do corredor, observando as atitudes do cabeludo atentamente. Permaneceu ali, contudo, analisando enquanto Grimmsnarl começava a violar as covas e jogar cadáver atrás de cadáver no chão atrás de si. O cheiro ficava cada vez pior, mas por algum motivo Natalie podia sentir que aquele era o lugar certo.

Demoraria? Provavelmente. Mas não é como se ela tivesse um prazo, né?

PROGRESSO DA ROTA:

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Mesmo sem saber exatamente o que havia acontecido com o fantasminha, Natalie mantinha-se atenta aos arredores, afinal, ele poderia reaparecer a qualquer momento com um ataque surpresa ou qualquer coisa parecida. Seus Pokémon estavam bastante vigilantes, e Togekiss (principalmente) voava de um lado a outro ao redor da equipe de escavação de covas. Grimmsnarl não tinha como ficar tão preocupado com Duskull, já que o trabalho manual exigia concentração, mas ele certamente atacaria de volta caso algo aparecesse de supetão.

Percebendo que o fantasminha não fora para tão longe dessa vez, por ter percebido que eles não estavam o perseguindo, Chase resolveu ir até ele e conversar, como deveria ter sido da primeira vez (ao invés de mandar um monstrengo shiny de dois metros indo pegar o bicho no colo). O fantasminha pareceu mais confortável perto da garota, mas certamente ainda desconfiava de todo e cada passo dela; quando ela chegou perto o suficiente, pôs-se a falar, prendendo a atenção de Mimikyu; no fundo, ele sabia que precisariam trabalhar em equipe para conseguir concluir o objetivo da carta, mesmo que ele não gostasse da ideia. Sua reação (a de virar a cara para a garota) demonstrou que ele não estava nada confortável em cooperar com ela, mas que era obrigado a tal ato.

Sendo assim, ele correu para perto de Grimmsnarl e começou a analisar os cadáveres que ele retirava dali, um a um, tentando identificar o corpo fúnebre de Ash. As coisas estavam estranhamente funcionando agora...

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