Díario de bordo - Goldenrod I

Estávamos sentados na escadaria da fachada do prédio que meu tio era dono. Era o segundo dia em Johto, e eu decidi esperar o nascer do Sol para partir para o meu primeiro desafio de ginásio. Meu objetivo estava em uma cidade mais ao leste, cujo líder possuía monstros aéreos. Eu sabia disso, eu pesquisei muito durante o voo. Deveria ser uma batalha tranquila, dado que Tesla estava comigo, e Pokémon elétrico têm vantagem contra Pokémon aéreo. Entretanto, era Tesla. Olhei para o lado, onde ela estava, resmungando por não poder ficar dentro da Pokéball. Ela estava deitada em um dos degraus, com a barriga amarelada para cima, e o colarinho preto segurando a cabeça que pendia para baixo. As orelhas coçavam o degrau inferior, e ela fazia pequenos grunhidos resmungões. — Pipipi... Pi-pi... — ela lamentava.

Decidi ignorar sua personalidade preguiçosa e manter o otimismo. Era o primeiro dia de aventura, e eu estava somente terminando de conferir se eu possuía tudo dentro da minha mochila - e pochete. Tesla era minha melhor amiga, e sua personalidade era somente um pequeno preço a pagar pelo seu apoio. Estávamos um pelo outro há muito tempo, e juramos que chegaríamos à lua em algum ponto da nossa jornada. Mas para isso precisaríamos nos fortalecer, e nada melhor que a liga de Johto para nos servir de parâmetro. Dei batidinhas nos bolsos laterais da minha mochila, conferi se o meu cantil estava devidamente preso em meu cinto de utilidades e avancei o primeiro passo rumo às ruas de Goldenrod.

E o segundo.

E o terceiro.

E o quarto.

No quinto, virei-me para trás. — O Muk vai te pegar se ficar aí. — avisei para a Pichu que ainda estava deitada, calculando se valeria a pena me seguir ou esperar que eu a retornasse para a sua esfera bicolor. Mas a tática era infalível. Uma certa vez, Tesla estava me ajudando a colocar o lixo para fora lá em Unova, quando um Muk apareceu protegendo seu território. Eu sabia quem ele era, mas Tesla não confiava muito naquele gosmento. Dei risada quando ela se assustou com o tamanho do monstro e, desde então, relembro seu pavor quando quero que ela se mova com mais agilidade. Batata! A Pichu saltitou até minha direção e pulou em meu ombro, esperando que eu a carregasse pela cidade. Estava de bom tamanho para mim.

Estava andando sem um rumo exato. Gostaria de explorar um pouco a cidade, conhecer gente nova, fazer novos rivais, novos amigos, mas pretendia sair de lá ainda hoje pelo norte, que era o caminho mais curto até Violet.